segunda-feira, dezembro 26, 2011

Atualizada!!!!!

27/01 - The Rapture + Breakbot
03/02 - Mayer Hawthorne
22/04 - Anthrax + Misfits
26/05 - Los Hermanos, Fundição Progresso
27/05 - Los Hermanos, Fundição Progresso
set/out - SWU

terça-feira, dezembro 20, 2011

Em progresso


A difícil vida da eterna juventude.

É amigo, não é fácil esquecer a idade que se tem. Passei voado pelos 20 e já estou mais perto dos 40 do que dos 30. O corpo pesa o que não pesava há alguns anos, as pernas não têm a mesma força de um tempo atrás e a barriga, bom, mudemos de assunto. Nada disso teria muita importância, ora bolas. É o peso dos anos, cobrando seu preço. Deveríamos estar preparados para isso, ou ser preparados para isso, desde a escola. Algo como a professora do primário explicando: “Aproveitem e corram muito agora. Daqui uns anos, seus joelhos já não estarão mais tão inteiros”. Mas acontece que de uns anos pra cá, ter fôlego e pernas de aço acabaram por se tornar commodities. Principalmente com a quantidade de shows e festivais que tomaram de assalto as paragens do lado de cá da Linha do Equador.

É que, apesar de histórica e geograficamente estarmos sempre jogados de lado quando o assunto é intercâmbio cultural, o dólar andou despencando, a indústria fonográfica foi perdendo sua força e vendendo cada vez menos discos, e os artistas, com cada vez menos dinheiro fácil via gravadora, tiveram que se virar. Se os discos não pagam mais as contas, é hora de sair dos estúdios e darem as caras à tapa. E um dos destinos mais malucos, como fazem questão de reforçar a cada nova visita, é nosso paraíso tupiniquim.

sexta-feira, dezembro 16, 2011


E já que anteciparam a presença de Neil Young, começo aqui a lista dos shows de 2012, com o SWU confirmado, né?

27/01 - The Rapture + Breakbot
03/02 - Mayer Hawthorne
26/05 - Los Hermanos, Fundição Progresso
27/05 - Los Hermanos, Fundição Progresso
set/out - SWU

quinta-feira, dezembro 15, 2011

Coisas boas da vida

O natal quase chegando e, depois de muito tempo, não fecharei o mês no vermelho.

Uma pequena vitória, mas por conta de fatores extras ou externos. Uma pena, saber que janeiro tudo volta ao normal. Fevereiro tem uma cara de vermelho que chega a me assustar. Quantas e quantas vezes já parei pra pensar e quase disse: não dá. Mas passei por cima e, mesmo cada vez mais difícil, vem dando. O problema é: até quando...

E o titulinho ali em cima, perdeu o sentido em quatro linhas.

quinta-feira, dezembro 08, 2011

***ATUALIZADA***

02/09 - Metronomy (não comprado) nada feito.
11/09 - Judas Priest (última turnê - não comprado)
16/09 - The Pains of Being Pure at Heart + Ariel Pink's Haunted Graffiti (não comprado)

23/09 - Primal Scream (comprado - fui e foi legal. ponto. Um esporro grosso (não a banda capixaba), som no talo e muita psicodelia, misturada com um pouquinho de sacanagem)
25/09 - RIR III (comprado - Metallica, escrito e descrito aí embaixo!)
02/10 - RIR III (comprado - System of a Down, idem ao de cima, aí embaixo)
07/10 - Warpaint (comprado) iradíssimo, apesar de um pouco vazio. Descrito uns posts abaixo.
15/10 - Bad Religion (comprado) Um acerto com o passado. Show que deveria ter visto há uns dez anos atrás, mas fazer o que, né?
22/10 - Cut Copy (comprado) Jesuis... logo, logo uma descrição mais do que correta do que foi essa noite.
28/10 - The Kills (não comprado) Non fui.
06/11 - Pearl Jam (comprado) Fui, foi bom. Mas nada chega perto do de 2005. Nada.
Sem falar que eu estava no meio da pior gripe da minha vida.
Ou seja, febre, dor no corpo todo, cansaço e tudo mais.
07/11 - Queremos festival (comprado) E não é que, UM DIA, depois do PJ,
ainda no meio da crise de gripe braba teve o Beady Eye?!
Não tive forças para sair de casa, encarar a chuva e o frio,
além das dores por todo o corpo e perdi mais essa.
08/11 - Queremos festival (comprado) Mas no dia seguinte, falei:
Vou ver o Bombay Bicycle Club nem que vá de maca.
E foi quase isso. Ainda convalescendo, me joguei para o Circo.
Vale destacar aqui que o disco do Bombay foi um dos que mais ouvi neste ano,
o que transformou no show deles um dos que eu mais queria ver.
E foi bem bom. O Toro Y Moi abriu a noite e foi legal, apesar
d´eu ter chegado bem no finalzinho da apresentação dele. E, depois do BBC,
veio o Broken Social Scene, no seu último show ever. Ou até uma reunião caça-níquel.
Fez um show barulhento e modorrento, apesar da histeria indie carioca.
Lá pelas tantas, depois de mais de 2 horas de show, não resisti e voltei para casa.
13 e 14/11 - SWU (comprado)
E o SWU, hein...
Já chamado de SWUÓ, o festival saiu de Itu e se jogou em Paulínia.
Próxima a Campinas, tipo 15km, a escolha pareceu acertada. A arena, o local imenso,
estava no meio da civilização e não mais no meio do nada, como era o antigo local.
Mas, apesar disso, o clima era diferente. Itu tinha um lance meio do mato,
uma banda que faria um show antológico(RATM), outras que manteriam o alto nível do
festival (Pixies, QOTSA, Kings Of Leon) e muita sensação de novidade.
Paulínia tinha a possibilidade de organização que não teve em Itu, muito mais facilidades,
como um SHOPPING bem em frente ao local do festival.

Bom, ficar comparando não é necessário. Cada festival foi um festival,
como você, que a cada ano fica um pouco diferente.

O line-up de Paulínia parece um pouco mais fraco que o de Itu,
mas trouxe uma banda que considero imperdível, o !!!
Quando foram anunciados corri para garantir meu ingresso e correr atrás de lugar para ficar.
E, como já estaria lá mesmo, por que não ficar para ver o último dia, com seu revival 90´s?

Fui para o primeiro dia debaixo de chuva e vento. Muito vento e nem tanta água.
Tanto que ela deu uma trégua legal depois dos shows do Is Tropical e do !!!
quando já me considerava com o dia ganho. No entanto, por chegar tão cedo e ter que ficar de pé
algumas horas (quase uma dezena delas), não suportei ficar até o final do dia.
Com o cancelamento do Modest Mouse (DE NOVO, SWU!!!???), fiquei mais a vontade para sair do palco principal e evitar o Hole.
Assisti ao Duran Duran (muito melhor do que eu esperava). E uma música do Peter Gabriel
foi o suficiente para me colocar no caminho de volta para Campinas.

No dia seguinte, ao meio-dia já estava a caminho de Paulínia. Seria um dia bem mais metal.
Metal a ponto de, depois do show do Megadeth, eu me arrastar para longe dos palcos atrás de algum lugar para sentar.
Eu estava cansado, mas a maratona de shows foi das melhores:

Ash, só vi as 3 primeiras músicas. Esperava este show nos anos 90. Em 2011, eles já estavam longe demais de mim.
BRMC, show certinho, do jeito que esperava. Mas ficaria melhor no Circo, fato!
Down, grosso até o fim e mandando bemzaço!
Primus, o melhor show do dia e ponto final. Genial!
Megadeth, hum... foi só OK.
Sonic Youth, a pausa para comer algo e não desmaiar de fome(detalhe que aqui parei para ver um pouco do Bag Raiders, que estava muito bom! Esse eu gostaria de ter a chance de conferir uma outra vez).
Todos os shows deles que vi (e uns fãs que estavam comigo concordaram)foram mais ou menos.
Stone Temple Pilots, corretinho.
Alice In Chains, começo morno, mas depois da metade quando entraram os hits, um atrás do outro, meu amigo, que vibe!!!
E Faith no More, com o céu despencando por mais de 3 horas, subiram fazendo a dança da chuva da umbanda.
Saí na metade pra evitar a fadiga e enfiei o pé na lama, sem dó. Lama, afinal, que foi a grande marca do SWU deste ano.

E já que anteciparam a presença de Neil Young, começo aqui a lista dos shows de 2012, com o SWU confirmado, né?

27/01 - The Rapture + Breakbot
03/02 - Mayer Hawthorne
22/04 - Anthrax + Misfits
26/05 - Los Hermanos, Fundição Progresso
27/05 - Los Hermanos, Fundição Progresso
set/out - SWU
Antes Aqui

Fim de ano, época de acompanhar pela TV os especiais de Natal e o show do Roberto Carlos, comer rabanada e panetone e colocar no papel os melhores de 2011. É quase unanimidade a sensação de que este não foi um bom ano para a música, apesar de nomes como Radiohead, REM e Strokes terem lançado discos. O problema é que os grandes nomes, salvas raras exceções, mostraram um pouco do cansaço dos anos de estrada e foram decepcionantes. Do que se salvou, muita banda nova ou ainda em busca de afirmação no mercado, e pelo menos um medalhão.

Foo Fighters – Wasting Light
O disco de uma vida. O Foo Fighters assina sua entrada no Rock n Roll Hall of Fame com um álbum que o eleva ao Olimpo. Mas também, com uma concorrência dessas, não deve ser tão difícil se destacar.

Bon Iver – Bon Iver
De longe o disco mais sensível e bonito de 2011.

Gotye - Making Mirrors
Som dançante e cheio de alternativas que, quando gruda, fica difícil parar de escutar.

Cut Copy – Zoonoscope
Se o álbum deste não foi tão impactante como o anterior, In Ghost Colours, pelo menos manteve o altíssimo nível das composições, como a platéia brasileira pode conferir em shows recentes.

Metronomy – The English Riviera
Uma sacudidela na banda, uma mudança quase que completa de seus integrantes, um novo trabalho e pronto. As mudanças fizeram muito bem ao Metronomy que, com The Bay e The Look, tocaram o ano inteiro nos fones.

Battles – Gloss Drop
Rock sempre teve que bater no peito e dizer “está tudo errado”. O Battles faz isso, de uma forma só deles, com muitas camadas, sons e atmosferas. A matemática aplicada à melodia.

Toro Y Moi – Underneath the Pine
Você pode até não gostar, mas não tem como deixar a banda do gente boa Chazwick Bundick de fora da lista dos melhores de 2011. Sem falar que eles encabeçam o “movimento cool da vez”, o Chillwave.

Bombay Bicycle Club - A Different Kind of Fix
Os ingleses voltaram com um terceiro álbum, profundo e complicado, cada vez mais longe dos dois primeiros. Sinal que a idade está tornando-os cada vez melhores.

Is Tropical - Native To
Moleques que ganharam fama com o clipe de The Greeks e tocaram no SWU, em novembro. Bom álbum, para marcar território, e abrir portas. A espera ansiosa é mais até pelo que eles podem fazer, do que pelo que já fizeram.

Noel Gallagher´s High Flying Birds
Quando quantidade se encontra com qualidade. A cabeça por trás do Oasis em sua melhor forma, talvez só para mostrar ao irmão como é que se faz. Melodias assobiáveis em números assustadores.

E que venha 2012. Feliz Natal e um Ano Novo repleto de boa música.


******

Jane´s Addiction - The Great Escape Artist



Recém auto-escalado para o Lollapalooza Brasil, o Jane´s Addiction volta ao mercado fonográfico com The Great Escape Artist. Se o quinto disco não alcança o nível dos primeiros, pelo menos traz algumas belas melodias e as marcantes voz e guitarra de Farrell e Navarro, respectivamente.



Autoramas – Música Crocante



O trio carioca continua fazendo seu som surf/rockabilly com muita habilidade. Mas em Música Crocante há espaço para suingues, como em Verdugo e Guitarrada 2, letras em espanhol e muito instrumental, como a bela versão de Blue Monday, que fecha o disco.


AUTORAMAS "Verdugo" by Gabriel Zander

Essa é a minha favorita do Música Crocante, o recém-lançado novo álbum do Autoramas.
Verdugo, com sua levada sexy, me põe para cantar e

sexta-feira, dezembro 02, 2011

Estou muito, mas muito inclinado a criar um outro blog.
Não que vá largar esse aqui, mas isso aqui virou uma casa da mãe Joana.
E minha mãe tampouco se chama Joana.

Enfim, aqui continuariam os meus relatos, as minhas brincadeiras com as palavras,
os sons, bem, praticamente tudo que possa criar ou pensar em dividir com vocês.

Mas a parte etílica, a sapiência de cevada,
penso em juntar em apenas um endereço.
Algo mais organizado, catalogado e que não fique perdido no
meio de tantas agruras. Assim que conseguir definir isso,
vocês serão os primeiros a saber.

quinta-feira, novembro 10, 2011

terça-feira, novembro 08, 2011

Pois é.
Andei fazendo umas contas mentais, pensando nas bandas que gostaria de ver
e tentando, virtualmente, fazer uma lista dos shows que já vi.

As primeiras bandas dessa lista são, sem dúvida, as minhas cinco favoritas:
Pinback
Death Cab For Cutie
Foals
Oasis
Verve.

Dessas, o Oasis eu vi três vezes. Iria ver ontem o Beady Eye, do Liam,
mas como tô de cama faz 4 dias, deixei passar. Os outros seriam as bandas que me levariam a pensar em passar um perrengue,
tipo encarar festival para assistir, mesmo que de longe.

Fora isso, tem os medalhões, que sempre fazem shows competentes.
Desses, vi:
REM
Kiss
Metallica
Iron Maiden, duas vezes
Queens of the Stone Age, duas vezes
Pearl Jam, duas vezes
Foo Fighters
Guns n Roses, duas vezes (ô, erro...)
Motorhead, duas vezes
Megadeth, completo duas vezes semana que vem...

Coloco nessa lista de que ainda falta assistir o Neil Young e o Black Sabbath que, parece, está voltando mais uma vez.
Mas mesmo assim, assisti ao Heaven and Hell, com DIO, um ano antes dele morrer.

Aproveito o tópico metal e reforço a lista com um show que gostaria de ver, o Mastodon.
De resto, acho que já vi o que queria:
Kyuss,
Rob Halford,
System of a Down,
Sepultura, algumas vezes
Faith no More,
RATM
Slayer,
Suicidal,
Anthrax...
Até Massacration e Tractor Billy eu vi.

O Ramones acabou,
o Bad Religion vi este ano,
o Social Distortion duas vezes ano passado.
Coloca o Rancid na lista dos que quero ver do "punk rock".

Do Britpop, que corre forte em minhas veias, desde os anos 90,
já vi o Oasis (falei ali em cima), o Blur, o Echo and the Bunnymen,
o Primal Scream duas vezes, a PJ Harvey, o Radiohead,
e mais uma cacetada de outras bandas que agora nem vem à cabeça.
Dessa galera queria muito ver o Pulp, o Suede, o Stone Roses, o Slowdive e o Ride.
Desses, só o Suede e os Roses ainda têm chances de aparecer aqui.

Da cena mais eletrônica, óbvio que o que me falta são os Chemical Brothers.
De resto, vi Kraftwerk duas vezes,
Soulwax,
2many DJs
Prodigy (no auge!)
Cut Copy
Nine Inch Nails
Friendly Fires...
e vejo !!! (chk chk chk) semana que vem



Do rock alternativo vi Pixies, Pavement, Yo la Tengo,
Kings of Leon, Smashing Pumpkins (duas vezes), Nada Surf (duas vezes),
Mars Volta...



É, a lista de shows em que estive presente é longa e extensa.
E vai aumentar ainda mais depois do SWU e do Lollapalloza.
A partir disso, irei me ater somente aos que considero imperdíveis,
de um forma totalmente pessoal, e de alguma forma possíveis de acontecer,
como:

Pinback
Death Cab For Cutie
Foals
Verve
Mastodon
Rancid
Stone Roses
Chemical Brothers
Black Sabbath


É, acho que é isso. Não vou aumentar muito essa lista porque por enquanto ela para aí mesmo.
Sugestões, críticas, comentários?
Escreva aqui.

sexta-feira, outubro 28, 2011

Sábado, 23 horas.


Em frente ao Circo Voador, retiro meus ingressos da bilheteria e entro na pista de dança que a casa de shows se transformaria dali para frente. As pessoas começavam a chegar, ainda em pequeno número, mas já se mostravam animadas com os sets de Tito e Edinho. Um bom aquecimento para o que viria a seguir. Com duas horas de atraso, isso mesmo, duas, as luzes gerais se apagam e apenas o palco e milhares de luzinhas piscantes dos equipamentos ficam acesos, atraindo toda a atenção. Os australianos entram em cena. Todos altos, magros e bem vestidos como se indo para alguma reunião formal. Reunião formal, esta aí uma boa definição. Pode-se dizer que eles levam a sério seu trabalho e fazem da diversão uma obrigação. Nada mal para o público, dividido entre hipsters, posers, fãs de U2 (logo explico), playboys e toda a fauna que costuma frequentar shows com uma levada mais libidinosa, digamos assim. E apesar dessa mistura, tudo transcorreu na mais inteira paz e sem apertos, como de costume, no território sagrado do Circo.



Galera louca


Desde os primeiros acordes deu para sacar, estava diante de um show que veio para detonar. Os caras tocam e comandam a platéia de cima, tranqüilos, suando e dando um verdadeiro banho de hits, um após o outro. E que voz. Dan Whitmore mantém-na perfeita, afinada como no disco, indo e vindo, melódica e perfeita(de novo).


Com um palco simples, transbordando luz por todos os cantos (e a luz, sozinha, foi o que criou um belo efeito e encheu o palco tranquilamente), a pista do Circo Voador se torna o palco para passos de danças, pulos, gritos e refrões cantados a plenos pulmões. Poucas bandas hoje em dia têm esse poder de encantar. Poucas bandas hoje em dia têm o repertório do Cut Copy, com apenas três discos lançados. E muito, mas muito poucas podem se gabar de conseguir isso e ser contemporânea, atual e muito, muito coesa em cima do palco. Final do show (e aqui a palavra pode ser usada, sem pestanejar), com direito a Globais (aqueles da Globo) e globais (aqueles que são conhecidos em todo o mundo),e um conhecido me diz o que já martelava dentro da cachola: “Esse foi um dos melhores shows do ano, se não O melhor.”
Estou com ele. Esse até agora, bate de frente com todos os shows que assisti e não sai perdendo para nenhum. Se tivesse outra apresentação sábado, eu iria. Domingo, eu iria. Se pudesse acompanhava o Cut Copy, vendo eles trabalhando toda semana. Enquanto eu só me preocuparia em divertir horrores.




***

A história conta que um grupo de caras mais velhos, meio bêbados e totalmente sem noção que, por um acaso extremo do destino, estavam ao meu lado acompanhados com suas esposas de cerâmica confundiu os shows. E durante Need You Now, uma música até um pouco parecida, começaram a entoar toda a letra de I still haven´t found what i´m looking for do U2. Atrapalhando o show de TODOS que estavam por ali e estragando uma música inteira do show. Meteoros (e novos lugares na platéia), rápido!



U2 no Circo. NOT.

***

Nota zero para as “camisas do show”, sem data e IGUAIS às que você comprava na Renner ou Riachuelo, sei lá. Cut Copy e um radinho embaixo. Pelo menos estavam só 35 reais. Mas nem assim tive coragem de empregar meu rico dinheirinho nelas.

***

Setlist do show
Cut Copy – 22/10/2011 – Sábado, 22h, Circo Voador – RJ
1. Take Me Over
2. Feel the Love
3. Hanging Onto Every Heartbeat
4. So Haunted
5. Corner of the Sky
6. Lights & Music
7. Visions
8. Nobody Lost, Nobody Found
9. Blink And You'll Miss A Revolution
10. Pharaohs & Pyramids
11. Saturdays
12. Hearts On Fire
Encore:
13. Where I'm Going
14. Need You Now
Encore 2:
15. Out There on the Ice







quinta-feira, outubro 27, 2011

Feliz 2012!!!

Ué, como assim ainda não é 2012?
Será que você está atrasado?

Hoje vazou o primeiro álbum do ano que vem, tido como o último do resto de nossas vidas.
O disco é Coochie Brake dos Residents.
Se é bom?
Não sei, não os baixarei.
Tenho muita coisa para baixar e tenho ainda mais coisa para ouvir, já baixados.

Mas de qualquer forma, seja bem-vindo 2012.
E que traga com você o frescor que 2011 não soube nos apresentar.
Vai embora um ano que não deixa saudades,
de discos esquecíveis a longo prazo.

Pensando nisso, já está na hora de começar a fazer a lista dos 10 mais de 2011.
Ou dos 10 que são mais dentro do menos.






terça-feira, outubro 25, 2011

***ATUALIZADA***

02/09 - Metronomy (não comprado) nada feito.
11/09 - Judas Priest (última turnê - não comprado)
16/09 - The Pains of Being Pure at Heart + Ariel Pink's Haunted Graffiti (não comprado)

23/09 - Primal Scream (comprado - fui e foi legal. ponto. Um esporro grosso (não a banda capixaba), som no talo e muita psicodelia, misturada com um pouquinho de sacanagem)
25/09 - RIR III (comprado - Metallica, escrito e descrito aí embaixo!)
02/10 - RIR III (comprado - System of a Down, idem ao de cima, aí embaixo)
07/10 - Warpaint (comprado) iradíssimo, apesar de um pouco vazio. Descrito uns posts abaixo.
15/10 - Bad Religion (comprado) Um acerto com o passado. Show que deveria ter visto há uns dez anos atrás, mas fazer o que, né?
22/10 - Cut Copy (comprado) Jesuis... logo, logo uma descrição mais do que correta do que foi essa noite.
28/10 - The Kills (não comprado)
06/11 - Pearl Jam (comprado)
07/11 - Queremos festival (comprado)
08/11 - Queremos festival (comprado)
14/11 - SWU (comprado)
Novidades da semana.
Dia 21 baixei uns discos.
não os passei para o iPod.
Ficaram aqui de bobeira, só no computador.
Um dos que eu uso, trabalho ou casa.
Então fiquei sem novidades para ouvir.
Não que não tivessem discos novos.
Mas andei numa vibe meio discografias, e fui atrás dos primeiros álbuns de alguns artistas que gosto.

Sem falar na parada momentânea para esgarçar o cut copy.
preparativos para o show. sobre isso, mais em breve.

Bom, hoje, 25/10, resolvi entrar de cabeça na lista dos melhores do ano.
Tudo puxado por um "cutucão" facebookiano para que discorresse sobre as
melhores melodias de 2011, tido quase que por unanimidade como um
ano fraco em termos de discos.

de uma leva só fui pesquisar todas as principais listas de
discos de 2011 so far.
E consertei uns erros aqui, umas esquecidas acolá, uns desleixos por conta de preguiça...
Avancei quatro casas e juntei, às minhas toneladas de notas, álbuns de:

- Anthrax

- Megadeth

- Antlers

- Wild Beasts

- My Morning Jacket

e, acompanhem comigo, Suuns.

É meio que chover no molhado falar que é impossível ouvir todas essas bandas com o carinho e o tempo que elas merecem
para uma resenha legal e séria. Então, fui, sem pressa ouvir uma por uma. Coloquei para tocar o Suuns.
e não parei mais.
É uma daquelas bandas que aparecem e arrebatam. Te pegam pela mão e levam pela montanha-russa que são os quase 38 minutos que completam o disco deles, Zeroes QC.
Então, me desculpem se me tornar meio monocórdico, mas SUUNS é a minha banda da vez, até o final do ano!!!!!
Queremos SUUNS no SWU, no TERRA e no QUEREMOS também, por que não?!

***

Capas de Discos




sexta-feira, outubro 14, 2011

Em agosto de 2002 eu postei 207 vezes.
Em 2002 eu tinha terminado um namoro, iniciado outro, terminado esse outro e voltado com o primeiro.
Em 2002 a seleção brasileira foi pentacampeã.
2002 foi há nove anos atrás.

E eu já perdia tempo aqui,
no meu epitáfio online.

Testamento, testemunho,
um pedaço de mim que fica para a posteridade,
escondido para sempre entre as palhas de uma rede cheia
de personagens estranhos e ligações extravagantes.


Será que um dia me encontrarão?
Será que seres de outra ápoca, de outro mundo, de outras galáxias,
terão tempo para sorver o que escrevi aqui?
Baboseiras e escritos como a descrição de dragões e jacas?

Sei... Lá.

quinta-feira, outubro 13, 2011

Novidades semanais.

Noel Gallagher continua a soltar músicas sem parar. Agora saiu uma chamada A Simple Game Of Genius que é grandiosa.
Tanto quanto o álbum, que está uma maravilha, os B-Sides têm se mostrado imperdíveis.
Taí. Quando achei que o Beady Eye é que tinha mantido a chama do Oasis acesa, bem, lá vem o Noel mostrar por C + G que
as melodias simples e grudentas (além de lindas) são dele mesmo. Esse cara tem Oasis correndo pelas veias.

***

Outra banda que adoro é o Jane´s Addiction. E eles acabam de deixar vazar o último álbum de estúdio.
Chamado The Great Escape Artist, o disco está mais ou menos.
Não que seja ruim, mas o Janes era um estandarte contra a mesmice.
Era desafiador. Diferente. Inteligente.
Esse disco até tem umas músicas bonitas, caso de I'll Hit You Back e Curiosity Kills,
mas não consigo tirar o gosto de U2 da boca. Estranho, muito estranho...
Quem sabe uma ouvida com mais atenção possa tirar essa impressão.

***

Justice lançou o tão aguardado Audio Video Disco.
É bom?
Não sei.
É completamente diferente daquilo que você conhece.
Ou pelo menos deveria conhecer.
Levadas de rock, acreditem, misturadas ao som eletrônico deles remetem
e muito ao Black Sabbath e Ac/Dc.
É um disco difícil. Vai tocar por um tempo no meu iPod,
mas dificilmente tira nota maior do que o do Digitalism, que de tão bom,
tem até música rolando em pixtinha de festa.

***

Dor horrível na sola do pé esquerdo.
Passou.
Dor horrível na sola do pé direito.
Ainda não passou.

***

Contagem regressiva para Bad Religion.
Cut Copy.
Pearl Jam.
(isso em menos de um mês)

***

Capas de Discos


terça-feira, outubro 11, 2011

If I Had a Gun
Noel Gallagher



If I had a gun, I'd shoot a hole into the sun
Love will burn this city down for you
If I had the time, I'd stop the world and make you mine
And everyday would stay the same with you

Aaaaahhh
Aaaaahhh

Give you back the dream, show you now what might have been
For the tears you cried would fade away
I'll be by your side when they come to say goodbye
We will live to find another day

Excuse me if I spoke too soon
My eyes have always followed you around the room
Cause you're the only God that I'll ever need
I'm holding on and waiting for the moment to find me

Aaaaahhh
Aaaaahhh

Excuse me if I spoke too soon
My eyes have always followed you around the room
Cause you're the only God that I'll ever need
I'm holding on and waiting for the moment
For my heart to be unbroken by the sea

Aaaaahhh
Aaaaahhh

Let me fly you to the moon
My eyes have always followed you around the room
Cause you're the only God that I'll ever need
I'm holding on and waiting for the moment to find me

Aaaaahhh
Aaaaahhh

If I had a gun, I'd shoot a hole into the sun
Love will burn this city down for you

segunda-feira, outubro 10, 2011

Vamos aproveitar os momentos em que o mundo dá voltas, mas o trabalho não sai, para escrever.

Estamos todos mudos.
Esse poderia ser o novo nome da grooveada canção que Roberto Carlos escreveu faz alguns anos, se a inspiração só o tivesse atingido de uns anos para cá.
Não é que estejamos sem nos comunicar. Não. Isso fazemos bem, até bastante bem. O que não faltam são meios para expressarmos ideias, jogarmos nossos pensamentos aos tubarões, aos porcos e aos leões, ao mesmo tempo. As tão faladas mídias sociais, com sua rapidez de reprodução de bobagens e lugares-comuns ditos e repetidos à exaustão, são (talvez infelizmente) uma realidade. Mas, apesar de tão propalada ligação entre os seres e seus amigos virtuais, nunca falamos tão pouco. Comunicar hoje é espancar freneticamente um teclado, mas não muito rápido, que logo os 140 caracteres permitidos, uma cela de dois por dois para as ideias, chegam ao fim. A voz, essa involução, está sendo deixada de lado. Dentro do metrô, do ônibus, nas ruas, o que mais se vê são autômatos em silêncio, cabisbaixos, a visualizar telas ou entupidos com fones que despejam silêncio por todos os poros. O diálogo, quando há, é intermediado por celulares e aparelhos que já nem sei mais do que chamar. E até nesses momentos de quebras de regras, onde o silêncio que antes imperava é destruído por um qualquer, olhamos de cara feia, esperando que a política da boa vizinhança seja forte o suficiente para que esses faladores calem-se ou escondam-se, envergonhados de suas palavras, proferidas tão ferozmente. Vejo um mundo parecido com o da animação Wall-e onde, em vez de pernas improdutivas, teremos pequenas protuberâncias onde antes havia uma língua, essa revolucionária criadora de fonemas. Uma pena, pois perderemos nossas risadas, os xingamentos no trânsito e até o prazer do primeiro beijo, de língua, em uma menina. Mas e daí, se tudo o que precisamos está ao alcance de um click. Click, aliás, que morrerá, assim como todas as onomatopeias, epopeias e odisseias. E não se esqueça: leia isso em voz baixa. Ou vai acabar atrapalhando o trabalho, lento e irreversível, da evolução.
E o blogger quer transformar a Alma Ausente em um sucesso de bilheteria.
Por que não, né mesmo?
É só ativar isso e depois clicar aqui e não esquecer de colocar essa opção sempre que for postar e links, e tags e coisas e tal.
OPA, PERAÍ CACETA, já diziam os Raimundos.
O importante pra mi é escrever.
Produzir conteúdo, desopilar o fígado.
Me repetir, colocar reticências...
Esse é o blog das lamentações, o mundo das repetições e das reticências (olha tudo repetido aqui, de novo).
É o meu caderninho, que nunca carrego comigo.
Mas que, pelo menos, parece estar em algum lugar seguro na internet.
Inclusive, gostaria de chamá-los para as comemorações dos 10 anos deste espaço.
Logo estaremos recordando momentos e fases, relinkando fotos perdidas e capas de discos que me atraíram há alguns anos,
reescrevendo resenhas que saíram na Revista Hype (já são oito anos e cinquenta edições resenhando discos e lançamentos)
com algumas informações adicionadas.

Falando nisso, me lembrei de uma que consegui incluir na finada Revista Zero,
onde resenhava a famosa Ikara Colt...
Perdoai-me Pai, eu não sabia o que fazia.
Ah, a idade. AH, a experiência...

Desta parte da página em branco me lembro das poesias que pensava saber escrever.
Das críticas dos amigos, "toma tenência, rapá".
Para de sofrer. Para de criar dores e sofrimentos para ser indie.
Pára, ainda com acento, pré nov´ortografia.

idéias, idem.

E cá estou eu, já brincando com palavras, deitando-as linha após linha,
tentando ser sério e profundo. Uma repetição de necessidades.
De afirmações. De vontades.

Esquece, alma. você não é disso.
você é do sorriso fácil e do contar sem pretensão
das nuances de todo dia.
Uma coisa, assim, fácil.
Com prazer.

Prazer, Alma Ausente.
E você? Quem é?


show imperdível de sexta.
E que muita gente perdeu.
Falar da banda é pouco.
Tem que estar lá pra ver.
Aconteceu uma coisa que há tempos não via em um palco.
Entrega e conexão entre banda e público que, apesar de pequeno,
tentou mostrar o tempo todo que estava feliz pra caramba com o show.

Até mais ver, Warpaint.

terça-feira, outubro 04, 2011

***ATUALIZADA***

02/09 - Metronomy (não comprado) nada feito.
11/09 - Judas Priest (última turnê - não comprado)
16/09 - The Pains of Being Pure at Heart + Ariel Pink's Haunted Graffiti (não comprado)

23/09 - Primal Scream (comprado - fui e foi legal. ponto. Um esporro grosso (não a banda capixaba), som no talo e muita psicodelia, misturada com um pouquinho de sacanagem)
25/09 - RIR III (comprado - Metallica, escrito e descrito aí embaixo!)
02/10 - RIR III (comprado - System of a Down, idem ao de cima, aí embaixo)
07/10 - Warpaint (não comprado)
15/10 - Bad Religion (comprado)
22/10 - Cut Copy (comprado)
28/10 - The Kills (não comprado)
06/11 - Pearl Jam (comprado)
07/11 - Queremos festival (comprado)
08/11 - Queremos festival (comprado)
14/11 - SWU (comprado)
Faz dez anos.

Eu estava lá. No auge, com força nas pernas e muita vontade de gritar uhul para qualquer coisa que aparecesse na minha frente. Algumas delas realmente mereceram o cumprimento gutural. Outras, não. Mas há 10 anos atrás eu acabava passando por cima de convenções. Era um mundo mais estranho, menos preocupado com a natureza, com sacolas plásticas. Era um mundo diferente. E nele, o Sr. Medina quis fazer um mundo melhor. Ainda tenho os relatos escritos naquele tempo em algum arquivo perdido na web. E um e-mail do Caio, em sua sabedoria superior, me respondendo que aquilo ali ele já tinha visto e que, se não fosse um show do Hendrix, ele não encararia.

Hoje tenho a idade que ele tinha no RiR de 2001. E, como ele, tinha decidido não ir, não participar dessa louvação da bosta alheia. Mas acabei indo. Uma dívida histórica com o Metallica e a oportunidade de assistir (hum... verbinho difícil de ser conjugado em mega festivais) ao System Of a Down, depois de seu hiato de 4 anos. Como a volta do Bruce Dickinson ao Iron Maiden em 2001. Oportunidades históricas, que não foram feitas para serem perdidas. Sei que, no fim, acabam virando uma massaroca de memórias confusas em nossa cabeça, isso quando não se perdem em meio ao Alzheimer. Mas pelo momento, ah essa coisinha pequena e inestimável, vale.

Então deixa de lero-lero e vamos ao que interessa. Os relatos do RiR de 2011, menos rock do que nunca, mais evento social e VIP do que qualquer outro. Abro aqui um espaço para copiar as palavras do nosso querido capo, o Sr. Medina:
Um Rock in Rio para 15 mil pessoas a menos por dia, com o respaldo dos mesmos patrocinadores e um palco a mais, voltado a shows de street dance, foi anunciado ontem para 2013 por Roberto Medina, organizador do festival. Dez mil pessoas já compraram cartões que darão direito a ingressos, mesmo sem qualquer ideia de quem vai tocar - o que denota que o público concorda com Medina: "A música não é o mais importante, a banda X ou Y". "Ela faz parte do conjunto", esclareceu.”

Ou seja, as bandas poderiam ser trocadas por robôs (e não estou falando do Kraftwerk) e os instrumentos por mp3 players.

Eu, das antigas, ainda gosto de ver as bandas tocando. E por isso, resolvi acordar cedo no domingo, dia 25/09, para assistir ao show do Matanza, abrindo o palco Sunset, junto com o B Negão. Mas, como nada que a gente combina dá certo, não acordei tão cedo. Culpa do Márcio, da Aline e do Rodrigo, três grandes amigos que vieram prestigiar a nova cova da onça, em plena Tijuca.

Como eles chegaram por volta de 1 da tarde de sábado, e eu estava ansioso para mostrar a cidade inteira pra eles, acabamos rodando e rodando e rodando. Almoçamos uns quilos de carne em um restaurante no Humaitá, depois passeamos pela Cobal, voltinha na Lagoa, chuva e paramos no Enchendo Lingüiça, um bar no Grajaú, especializado em... lingüiça. Com fabricação própria, as maravilhas vêm recheadas de coração de galinha, pernil, calabresa apimentada, e até, acreditem, FEIJOADA. Cervejas e cervejas depois, voltamos para casa, onde continuamos a beber e ver DVDs.

Fui dormir às 4 da manhã, nada mal para quem encararia um dia inteiro de RiR. Mas Deus foi piedoso e o dia estava nublado, sem o solão de 40 graus da outra edição. Saímos de casa uma e pouco da tarde, entramos na “cidade do rock” as 4. O local, mais parece uma pracinha de cidade cenográfica, com suas graminhas verdes, de plástico que não morrem. Nada mal para quem viu o que aconteceu nos últimos espetáculos perdidos neste canto da cidade, meio barra, meio Jacarepaguá, meio nada.

Chegamos tarde para o Matanza, mas a tempo de ver um desfile de idosos, no Punk Metal All Stars, de dar dó. Clássicos e hits de grandes bandas, tocadas por pelo menos um integrante menos famoso de cada uma delas.

Era cedo, o Metallica começaria a tocar depois de meia-noite. Preferimos não encarar a turba e ficamos dando um mole ali na Rock Street. Um amontoado de casinhas estilo Projac, só com a frente falsa e um buraco onde colocaram todo e qualquer tipo de loja. Tinha Correios, Tam Viagens, Taco, Coca-Cola Clothing, Paco Rabbane... E, claro, milhares de pessoas em milhares de filas para comer, beber, comprar qualquer coisa. A revolução não será mais televisionada, ela será televisionada em pay-per-view e vendida depois em DvDs piratas na Uruguaiana. Tudo no RiR cheirava a marcas. Acho até que entendo o que o Medina quis dizer sobre a música. O que importa são os milhões aportando em sua, já bacana, conta corrente. Um espetinho MIMI, com um pires de batata frita por apenas 15 reais... Ah, claro, e entrar com comida ainda era proibido nessa primeira semana. A garrafa de Absolut Mandarin que um segurança não deixou passar na revista até entendo, mas meio pacote de biscoito?

Ah, claro, também tinham alguns shows. Que não vi. No máximo pude ouvir a narjara tureta gritando com o cara do Angra que depois disse não conseguir mais alcançar as notas mais agudas. Começa o primeiro show do Palco Mundo: Glória. Hora de ir para o outro palco, longe de qualquer caixa de som que amplifique esse martírio. Pena que no Sunset que tocava era o Sepultura. Com um som horrível, variando uma barbaridade, os seps seguraram um público imenso, que não conseguia se mexer. Foi ótimo e péssimo ao mesmo tempo. Fim de show, tempo para comer e beber mais.

Do Coheed and Cambria, só lembro do cabelo de samambaia. Acho que nessa hora fui no banheiro/pegar cerveja e buscar um lugar para ver o Motorhead que, se não alcançou grande destaque, também não decepcionou. Mas o show tava meio “pequeno” para um evento daqueles. É preciso mais presença de palco, Lemmy. Corre, pula, se joga na platéia, que hoje em dia, só música não segura. Pelo visto, quem aprendeu direitinho essa lição foi o Slipknot. Medo, uma pessoa me falou depois, tenho medo deles. E, sim, é para ter medo. O circo do inferno, com palhaço, monstro, nariz fálico e o escambau. Sempre achei o Slipknot uma banda com visual nota 10 e som, bom, nota 3. Em determinados momentos é só chato mesmo. Mas ali, para 100 mil pessoas, o espetáculo circense/teatral/musical funcionou às mil maravilhas. Colocar 100 mil pessoas agachadas, esperando a ordem para pular, não é para qualquer um. No palco, a emoção estava clara e transparente. Dava para ver os sorrisos por trás das máscaras. E, assim, o Slipknot detonou e colocou um monte de gente para correr atrás do som deles. O resto, vocês viram. Bateria de cabeça pra baixo, fogo, stage dive, só faltou o sangue, mas esse eles deixaram para a Ke$ha.

Com o trabalho de abertura bem feito pelos knots, o Metallica só teve que pegar a turma pelos cabelos e chacoalhá-los, enfileirando clássico atrás de clássico, com um pequeno coro de 100 mil vozes. Ou Whiplash é um clássico ou só é boa pra caralho, tanto que todo mundo conhece, gosta e canta junto.

E aqui fica a questão: Metallica ou Slipknot?

Slipknot atropelou, mas estavam todos ali para ver o Metallica. É como você ir a um grande restaurante conhecer seu prato clássico, comer uma entrada divina e confirmar que o prato é realmente clássico. Você foi afinal de contas, atrás do prato e não da entrada. Mas se curtiu os dois, melhor ainda.

Show por show, falando em aparato, bussiness, teatro, o do Slipknot foi melhor. Mas por isso, serem, afinal de contas, o Metallica, o prêmio de melhor show da noite fica com eles.

Espaço para abrir meu coração e falar que demorei demais para ver um show do Metallica. Cantei praticamente todas as músicas e percebi, no fim, que acompanho eles desde o início da carreira, passando por todas as fases, menos as de covers.
Ou seja, sou um fã.

Volta pra casa na madrugada, mortos de cansaço, com direito a caminho errado que dobrou (no mínimo) a caminhada que teríamos que fazer até o ônibus. Fora isso, volta tranqüila que terminou com um pão com mortadela e ovo, as sete da manha na padaria aqui do lado de casa.


***

Dia 02/10.

Não pensava em ir ao RiR. Ia ficar em casa, curtir um ou outro show ao vivo pela Globo mesmo (não tenho NeT em casa). Mas, uma manhã dessas, recebo o e-mail do Itaucard. Sou cliente deles e tenho preferência para comprar até dois ingressos por CPF. Opa, pensei. Acho que vou ver o Metallica.
Sem pensar duas vezes, comprei o ingresso e para não ficar mal na fita, comprei um pra Ju tb. Ela iria no dia do Coldplay, que já vi e não curti ano passado. Vejam bem, nessas horas, a adrenalina é total. Você não pode pestanejar ou perde o timing e os ingressos evaporam. Comprei na loucura, sem grana pra pagar, sem saber como iria até lá, essas coisas todas.

E, sorte das sortes, me lembrei de um cartão nunca desbloqueado que o banco tinha me enviado fazia uns seis meses, mais ou menos. Na hora liguei para lá desbloqueando o danado e ganhando, tãnam, a oportunidade de comprar mais um ingresso. Não pensei duas vezes, maldita adrenalina, e comprei um para o dia 02. Mais especificamente para o System of a Down.

Tudo jogava contra o dia. Era, afinal de contas, mais um show do Guns no RiR. O terceiro, seu Medina. Já tinha visto a papagaiada em 2001, depois do Oasis. Show, aliás, que não me segurou muito tempo, já que tinha que pegar um avião as 6 da matina para estar no trabalho as 8. Quase perdi o vôo, mas cheguei a tempo de ir virado e todo sujo de poeira, para a Criativa. Tirei as duas horas do almoço pra apagar e tentar recuperar alguns neurônios. Bom, voltando para 2011...

Saí tranqüilo de casa, às 18. Fui ouvindo o jogo do botafogo (uma merda de derrota ridícula pro Atlético de Goiânia), num ônibus que me levaria até a Alvorada, mas que deu uma voooolta que só pedindo arrego. Fico feliz de ter “errado” o ônibus sozinho e sem pressa. Mas ainda assim, cheguei na cidade do Rock a tempo de ver a pity(sic) matando uma canção do Nirvana. Deu até pena, com trocadilho. Mas na platéia, mocinhas, molecotas de preto e olhos pintados, mauriçolas parrudos e sem camisa e suas sempre juntas loiras de farmácia faziam o chifrinho e urravam, numa demonstração que deve ter feito a avó do Dio ter dado um esporro nele, lá no céu. Só por ter ensinado isso.

Saiu Pitty, vejamos o que vem a seguir... Evanescence. Não, amigos, não dá. Fui caminhar, catar um bob’s de 15 reais para comer, e beber umas cervas pra entrar no clima da noite. No caminho, percebi que tinham uns caras começando a tocar no sunset. Eram os titãs com os xutos e pontapés. Assisti ao show deles inteiro. Até durante o momento Toca Raul em que eles realmente tocaram. Sou das antigas, considero o Cabeça Dinossauro o meu primeiro disco de rock, presente do meu pai que não aceitou minha escolha por outra banda (acho que era a Blitz). Ele me disse: “ou leva esse ou não leva nada.” Levei. E desde então curto titãs. Uma curtição que foi perdendo força à medida que a banda ia perdendo seus integrantes. E desconsiderei a possibilidade de vê-los ao vivo, depois de tantos passos mal dados na carreira. Afinal, tive muitas chances, desperdiçadas, de vê-los no auge.
Melhor assim, que sem muita cobrança pude ouvir, pela primeira vez, AAUU, ao vivo. Foi emocionante.

Findado o show, caminho para conseguir um lugar mais perto do palco, mas ainda assim, looonge pacas. Perguntei para os jovens ao meu lado se eles eram fãs da banda ou se estavam ali para ver o Guns. Todos disseram que estavam lá só pelo System. Ótimo. Achei minha turma.

Silêncio. Bandeirona System of a Down no palco, veio a informação via facebook de alguém mais conectado que eu: são 29 músicas. Cacete, pensei...
E tomei a cacetada na cabeça, de peito aberto.

Som pesado, melódico, esquizofrênico, bonito, burro, bruto, gritado, urrado, sussurado...
Vocês também viram. Qualquer um pode ver, afinal, está tudo lá no youtube. Os engraçadinhos de casa tuitaram um monte de besteira. Mas nós, que lá estávamos, experimentamos um pouco do apocalipse. Esses caras não se vestem de palhaços, mas tem um circo dos infernos para apresentar para a gente. Em notas e letras. Apesar disso, um show com 29 músicas foi longo. Sempre pensei que isso era o mais próximo de perfeição que um concerto pode chegar, um mar de músicas enfileiradas, uma atrás da outras. Mas, admito, cansa. Lá pelas tantas, comecei a pensar que seria melhor ver um com 18 músicas, redondíssimo, cheio de hits, que maximizasse a energia de todos ali, que em determinada hora começou a se dispersar.
Diminui a nota da banda? Nunca. Mas coloca você para pensar se não é melhor ficar com o gostinho de quero mais, do que sair com a barriga cheia de comida, to estufado que tudo o que você consegue fazer é se jogar numa cama e apagar.

Estufado como estava com o show do SOAD, só tive uma alternativa: tomar o rumo de casa. Mas, em último dia de RiR, por experiência própria, nada é fácil. A galera alegre se transforma em animal. Todos querem ir para o mesmo lugar ao mesmo tempo e pelo mesmo caminho. Nada anda, empurra-empurra, fãs de guns, acostumados com o certeiro desdenho de seu ídolo, sentavam no chão aguardando a longa espera que, com certeza, viria. Preferi esperar sem me mover e uns 15 minutos depois, tudo estava mais calmo e vazio. A garoa já tinha aparecido e resolvi então me por a caminho. Na metade da caminhada de 1,5km até o terminal de ônibus, cai o toró. Água pra acabar de vez com qualquer força de vontade. Cheguei, uma hora e meia depois, em casa. Só encharcado, sem essa licença poética de alma lavada. Tomei um banho e liguei a TV. A água caia forte no RiR e o Axl perdia o fôlego a cada verso. Bem feito, fã de Guns merece sofrer.

Foi bom ver que ainda agüento perrengue, já que o SWU ta aí do lado, me acenando com MUITO perrengue. Fiquei feliz de ter visto os shows que queria ter visto, apesar de ser, vocês sabem, o festival mais vergonha alheia que existe. No final, até fiquei com vontade de tentar mais uma vez em 2013. Ainda mais agora que acabei de ver que o Medina disse que a prioridade dele é trazer The Boss, Bruce Springsteen.

E aí, alguém topa encarar uma outra viagem até a cidade do rock?

segunda-feira, setembro 19, 2011

***ATUALIZADA***


Cheguei à conclusão que preciso fazer uma agenda de shows, com o risco de ter que ir a dois em um mesmo dia. (não disse que precisava fazer a lista? esqueci o Bad Religion)

02/09 - Metronomy (não comprado) nada feito.
11/09 - Judas Priest (última turnê - não comprado)
16/09 - The Pains of Being Pure at Heart + Ariel Pink's Haunted Graffiti (não comprado)


Cheguei a conclusão que não vou aos shows os quais não compro o ingresso com antecedência.
Um pouco que seja. A casa está sempre convidativa, alegre e feliz por me receber depois de uma semana de trabalho.
Será que perdi alguma coisa imperdível? Morrerei? Não mesmo.
Até morando perto de tudo e de todos é possível ser só.

23/09 - Primal Scream (comprado)
25/09 - RIR III (comprado)
02/10 - RIR III (comprado)
07/10 - Warpaint (não comprado)
15/10 - Bad Religion (comprado)
22/10 - Cut Copy (não comprado)
28/10 - The Kills (não comprado)
06/11 - Pearl Jam (comprado)
07/11 - Queremos festival (comprado)
08/11 - Queremos festival (comprado)
14/11 - SWU (não comprado)
ora, ora, ora.
quem diria que um dia
nada não. Ah, não.

Gosto de brincar com as palavras, vê-las formando sonoridades mais do que sentidos.
Diferentes, deferentes.
Brincar com o que o significado pode e não pode querer dizer.
Rabiscar uma tela em branco, criando vórtices de nada,
de letras embaralhadas.

vez ou outra aparecem sinais aqui.
Aqui mesmo nesse local.
Sinais que me mostram que é melhor ficar longe
do que penso ser poesia.

É só brincadeira.
Mas que às vezes insiste em ser levada à sério.

fazer o que?
ora, ora, ora.
Escrever.

segunda-feira, setembro 12, 2011

Valores.
É disso que falam as câmeras que enquadram pessoas como bichos em realitys shows de todo o tipo.
Dissecando cirurgias plásticas, fazendeiros ou marombados.
Pessoas que precisam aprender a conviver forçadamente com diferenças e diferentes. Um casamento onde o divórcio não é uma opção.
E, a partir daí, as personas vão se definindo. Os arquétipos, ô coisa mais batida, são vestidos à vontade.
Cada um já não é mais si próprio, mas o personagem definido pela mente do público, milhão de público.
Não importa se é verdade a sua forma de ver o mundo (alguma vez é?).
O que importa é o que eu penso de você (não é sempre assim?).
Se você é o vilão, sério, desista. Você será sempre o vilão, por mais que tente se livrar dessa carapuça.
Se você é a mocinha gostosa, terá sempre a admiração dos machos, mesmo que seja mau caráter.
Quem se preocupa com caráter depois de ver uma bunda gigante, coxas grossas ou a cara de cavalo emoldurada por dourados fios longos e lisos?

Eu, um sempre postulante à fama efêmera, começo a me cansar da repetição maniqueísta que esses programas tentam nos enfiar cabeça adentro e goela abaixo.
A vida fora das quatro paredes, ou mesmo aquela mísera fatia ainda que só fora da telinha (cada vez mais telona), parece ter mais sabor e muito, mas bota muito nisso, nuances de cores.

A TV em preto e branco ficou perdida na história. Mas o que vejo na programação não é nada colorido.

sexta-feira, setembro 09, 2011

***ATUALIZADA***


Cheguei à conclusão que preciso fazer uma agenda de shows, com o risco de ter que ir a dois em um mesmo dia. (não disse que precisava fazer a lista? esqueci o Bad Religion)

02/09 - Metronomy (não comprado) nada feito.
11/09 - Judas Priest (última turnê - não comprado)
16/09 - The Pains of Being Pure at Heart + Ariel Pink's Haunted Graffiti (não comprado)
23/09 - Primal Scream (comprado)
25/09 - RIR III (comprado)
02/10 - RIR III (comprado)
07/10 - Warpaint (não comprado)
15/10 - Bad Religion (comprado)
22/10 - Cut Copy (não comprado)
28/10 - The Kills (não comprado)
06/11 - Pearl Jam (comprado)
07/11 - Queremos festival (comprado)
08/11 - Queremos festival (comprado)
14/11 - SWU (não comprado)

terça-feira, setembro 06, 2011

Achei precipitada a convocação do Cortês.
Acho que o Elkeson tem mais futebol e até idade olímpica.
Mas enfim, saudemos nosso novo camisa 6 da amarelinha com um vídeo,
de não mais que seis ou sete meses atrás.
Mudanças que só o futebol traz na vida de uma pessoa.

segunda-feira, setembro 05, 2011

Antes aqui


Burocracia no rock

Se sua música está cada vez mais difícil de diferenciar-se dos milhões de artistas e mp3 jogados na rede, deixe crescer um bigode na cara. Faça shows em festivais grandes onde a música muitas vezes nem é o mais importante. E nunca, em hipótese alguma, saia de sua zona de conforto.

E ainda teve boatos que o Red Hot Chili Peppers estava numa pior. E parece que estão mesmo. Faz algum tempo, desde Californication há 12 anos atrás, que a ex-banda mais maluca da cidade não lança um álbum relevante. O próprio Californication já sinalizava uma mudança no estilo, com uma levada mais pop. A partir daí, os pimentas se esforçaram para jogar no limbo uma carreira até então inventiva, mesmo que não muito coesa. E parece que conseguiram. A banda hoje está mais para um Dave Mathews Band, o famoso suflê de chuchu, do que para Faith No More.

Acumulando discos que afastaram os fãs, tentando a qualquer custo manter-se na crista da onda, o RHCP chega a mais um trabalho: o insosso I'm With You. Está tudo lá, de novo. As baladas bonitas, que já não viram mais clipes de alta rotação na MTV, são Brendan's Death Song e Police Station. As grooveadas, para dar aos fãs uma ligeira impressão de que eles ainda sabem fazer aquilo bem, também estão presentes. Factory of Faith é um bom exemplo. O resto passa por encheção de lingüiça, as famosas fillers, músicas que não se destacam nem trazem aquela vontade de ouvir mais uma vez para descobrir pequenas boas partes. Em um álbum sem refrões pegajosos ou riffs marcantes (ainda mais com a saída de John Frusciante), o que sobra é a voz de Kiedis, e a cozinha certinha de Flea e Chad Smith. Pelo menos são “apenas” 14 músicas, diferente de Stadium Arcadium e suas 28, mas que poderiam muito bem ser umas sete ou oito.


I´m With You?
Não, Red Hot, eu não estou mais com vocês.

Nem precisa falar nada.
Meteoros, rápido!!!
Se isso é estar na pior, porra.... A música americana é mesmo uma piada.
vejam os vencedores do VMA 2011 e comparem com os vencedores de, sei lá, 1996...
Parece mesmo que estamos perdidos, sem muito rumo. A MTV deixou de ser relevante faz alguns anos.
A MTV está morta! Viva a Internet!!!


Neste domingo (28/08), a MTV americana premiou os melhores artistas da música americana. A 28ª edição do Video Music Awards (VMA) foi realizado no Nokia Theater, em Los Angeles e teve a apresentação de vários artistas, incluindo um tributo a Amy Winehouse.

Conheça abaixo os vencedores do VMA 2011.

Melhor Clipe Pop
Britney Spears – ‘Till the World Ends’

Melhor Clipe de Rock
Foo Fighters – ‘Walk’

Melhor Clipe de Hip-Hop
Nicki Minaj – ‘Super Bass’

Melhor Parceria Musical
Katy Perry feat. Kanye West – ‘E.T.’

Melhor Clipe Masculino
Justin Bieber – ‘U Smile’

Revelação
Tyler, The Creator – ‘Yonkers’

Melhor Clipe Feminino
Lady Gaga – ‘Born This Way’

Clipe do Ano
Katy Perry – ‘Firework’

Direção de Arte
Adele – ‘Rolling in the Deep’

Coreografia
Beyoncé – ‘Run the World (Girls)’

Fotografia
Adele – "Rolling in the Deep"

Edição
Adele – ‘Rolling in the Deep’

Clipe com Mensagem
Lady Gaga – ‘Born This Way’

Efeitos Especiais
Katy Perry feat. Kanye West – ‘E.T.’

domingo, setembro 04, 2011

***ATUALIZADA***


Cheguei à conclusão que preciso fazer uma agenda de shows, com o risco de ter que ir a dois em um mesmo dia. (não disse que precisava fazer a lista? esqueci o Bad Religion)

02/09 - Metronomy (não comprado) nada feito.
11/09 - Judas Priest (última turnê - não comprado)
16/09 - The Pains of Being Pure at Heart + Ariel Pink's Haunted Graffiti (não comprado)
23/09 - Primal Scream (comprado)
25/09 - RIR III (comprado)
02/10 - RIR III (comprado)
07/10 - Warpaint (não comprado) - adicionado recentemente
15/10 - Bad Religion (comprado)
06/11 - Pearl Jam (comprado)
07/11 - Queremos festival (comprado)
08/11 - Queremos festival (comprado)
14/11 - SWU (não comprado)
Velhice ou nível de qualidade?

Então acho que cheguei na idade em que pesa o bem estar, a vontade de ter paz, as dores nas costas e uma boa cerveja no gelo.
Apesar de toda a vontade, coloquei no fim de um longo dia de trabalho, o show até então "imperdível" do Metronomy na balança.
E resolvi não ir.
Estava cansado, estou sem dinheiro e com um monte de outros shows comprados.
Estava sem vontade de encontrar a modernice hype.
Estava começando a repensar o adjetivo "imperdível" aplicado ao show.
Estava mais velho, com uma cacetada de bons shows, shows medianos e alguns clássicos nas costas.

Mais um, menos um, não me faria diferença alguma. Pensei na hora no Caio que diz que para tirar ele de casa,
só se fosse um show do hendrix. Não vou tão longe, mas também não vai ser mais tão fácil me tirar de casa
para ver um show qualquer de agora em diante.

Mas o Warpaint vem aí, e esse eu considero imperdível.
Pelo menos até ter que sair às oito e meia da noite do trampo na sexta.

sábado, setembro 03, 2011

Como fazer quando a cabeça transborda de ideias mas não há a força necessária para colocá-las no papel?

***

A vida nos prega peças interessantes. Muito interessantes. Bom, andei sem trabalho, estudando cinema, filmando curtas (eram as únicas atividades/oportunidades profissionais que apareciam), sem grana, viajando, assumindo quaisquer riscos e desmandos e até, quem diria, às vezes sorrindo.

Agora, trabalho, montei um ap legal, tenho uma tv grande e um video-game. No entanto, às vezes sinto falta de pegar um avião quarta-feira pela manhã e ir passar um mês no meio do nada paraguaio, cercado de cobras, menonitas e indígenas.

***

Voltei a gostar de comer bananas. Nunca deixei de gostar, mas agora sinto falta.

***

Mais uma peça da vida.
Estava a meu caminho, o caminho metrô-trabalho/casa. No entanto, resolvi mudar o trajeto quer faço quase sem pensar. Passei por outras ruas e em frente de lojas de eletrodomésticos/eletrônicos. Casas Bahia, Casa e Vídeo, Ponto Frio...
E em uma dessas, de frente para a rua, onde a vida não para para respirar (grande erro tirarem o acento de pára), um sem-teto estava parado. Sem-teto, sem-trampo,sem-trato, com seu saco de estopa pendurado a tiracolo, encostado na coluna que separa a rua, da qual também é dono, da loja, onde nunca poderá estar. E lá, parado, olhava para as muitas telas de led, lcd, plasma brilhando. Nelas, vejam só que coisa, acontecia uma festa. Dessas com DJ, moças bonitas, luzes nervosas e muito confete, caindo a todo tempo. Não se ouvia a música, mas as imagens não deixavam enganar.

O que ele devia estar pensando naquela hora, naquele exato instante? Como seria ter uma vida de festas, mulheres, drogas e diversão? Ou será que, perdido, não conseguia distinguir aquelas formas e imagens, tão longe de sua realidade? Seria saudade, esperança ou uma força que o mantinha parado ali, a mesma que o derrubara na vida, o mantendo pobre, coitado, nas ruas que domina agora tão bem?

Uma câmera seria a perfeita forma de captar aquela imagem, mas nunca conseguiremos captar a vida que passou diante dele e de tantas pessoas, para as quais, festa e felicidade são mesmo só uma imagem em uma TV na porta de uma loja onde há um cartaz proibindo sua entrada.

***

Corre pela internet, na mesma velocidade que as amizades midiáticas, um filme antigo, de 1936, com imagens do Rio. O Rio antigo, como gostam de chamar. Infelizmente, o Rio antigo.
O Rio atual é muito, mas muito pior. Se mudaremos de referencial, podemos chamar este de Rio antigo e aquele de Rio novo, novíssimo. Limpo, lindo, monumental. Aquele sim, uma cidade maravilhosa. Essa, em que vivemos, é um arremedo sem humor daquela cidade que vemos ali. A verdade é uma só: estragamos a cidade mais linda do mundo. Se é possível comparar aquela cidade de 36 com Paris, a de hoje não encontra tão facilmente uma outra que a acompanhe. Vemos os sinais da degradação, não em concreto/ferro/aço, mas nas pessoas. Somos piores, somos sujos, somos incultos e pernósticos. Somos essa cidade manchada, acanhada e tentando sobreviver.

Creio que a imagem que mais me marcou foi a Cinelândia.
Uma praça com áreas verdes, desenho em pedras portuguesas, pessoas de bem passeando´.
Hoje o mesmo lugar é ponto de encontro de pedestres que a atravessam com pressa, saída do metrô, mendigos, trombadinhas, barracas cheias de cartazes de protesto, protestos, pombos fétidos e mancos, misto quente de um real com refresco de água açucarada...
ou seja, uma negação da ingenuidade existente há 75 anos atrás. Este fim de semana mostrarei o filme para meu avô de 92. Ele tinha 17 anos em 1936.
Talvez seja por isso que ele sai tão pouco de casa agora. Medo da realidade.

quinta-feira, agosto 25, 2011

Tem uma coisa que vem assombrando meus pensamentos faz uns dias e hoje, finalmente, me lembrei de escrever. É basicamente um raciocínio sonhos x realidade.

Vamos lá:

Estou vivendo no agora, um segundo depois do outro, largando o dedo no tempo, deixando pra trás milhares de batimentos, respirações e ações musculares. Bom, e daí?
Daí que todo o tempo que passou vira memória. E o que é memória?

É a arte de relembrar, de reconstruir uma realidade em sua mente. No seu eu, no seu âmago. Coisas que só você viveu, viu e sentiu. Mas com o tempo, as memórias vão se tornando mais turvas. Você esquece nome de amigos da faculdade, esquece a voz da menina pela qual era apaixonado no segundo grau, se esquece inclusive de parentes que morreram ou de acontecimentos que marcaram de uma forma ou outra nossa vida.

Bom, não sei você, querido leitor, mas minhas memórias não são fotográficas. São um emaranhado de ideias, sentimentos e desenhos. Sim, um desenho da realidade. Uma reprodução.

Bom, todos vocês têm memória e memórias. E garanto que a maioria já sonhou. A projeção física do sonho não é muito diferente da memória. É uma representação, tanto quanto a memória.

E agora a dúvida: o que separa a realidade do sonho? O que faz não acreditarmos no sonho como uma realidade vivida, sabe-se lá quando ou aonde... Prefiro viver sonhando agora, seja com cachorros grandes ou com festas com pessoas que nunca vi. E, junto com isso, ir misturando minhas memórias. Tirar o melhor das duas partes. E deixar o que tiver que acontecer, acontecer.

terça-feira, agosto 23, 2011

E a MTV, quem diria, tem um programa que eu gosto de assistir.
É o Goo, sempre com boas dicas e matérias interessantes.



Esse eu vi no programa. Curti música e clipe.

***

Comi um folheado de queijo com banana que, vou te dizer, hein, vai me dar pesadelos daqui umas horas.
: /

segunda-feira, agosto 22, 2011

Li n´algum lugar que alguém tinha ido à livraria e comprado alguns livros de filosofia para a biblioteca. Uma frase qualquer, sem muito sentido ou maiores expectativas, mas ainda assim me colocou na ponta da faca.

Também ando comprando (agora menos) coisas para a biblioteca. Ou para a Filmoteca. Ou para a discoteca.
Mas por que compro essas coisas? por que gasto dinheiro com discos, filmes, dvds, livros que muitas vezes vão para a estante e, depois de usados um dia ou outro, acabam esquecidos?

Por que temos essa necessidade de ter, de manter, de poder encostar e sentir: essa obra é minha!

Eu faço isso como uma forma de homenagem. Se fui tocado pelo trabalho artístico de alguém, minha forma de demonstrar isso é mantê-los por perto, ao alcance da mão, do ouvido, das pupilas. Mas entendo quem não compra mais discos ou DVDs e prefere baixá-los pela internet. Eu, quando baixo, dificilmente vejo ou escuto imediatamente. A não ser que seja um disco que espero faz muito, de uma banda que curto (ô verbinho em voga) faz muito. Não faço download de livros. Como não fazia de filmes. Comecei a baixá-los há pouco tempo e, em pouco tempo, tenho uma lista de pelo menos uns 10 filmes para ver que dificilmente verei. POr que os pego então? Por que preciso assisti-los? Este ano, tenho até medo de notar isso, só o Woddy Allen me levou à sala escura. Os filmes entram em cartaz, saem de cartaz, são lançados em dvd, passam nos canais de filmes e eu nem tchuns. Não os vejo. Não vi Bravura Indômita, não vi o Cisne Negro, não vi o Discurso do Rei, não vi Thor, X-men e Capitão América (nunca tinha perdido um filme de super-herói no cinema).

Acho que estou ficando velho. Largando um pouco de mão essa necessidade de ver tudo, ouvir tudo, entender tudo. Começo a me satisfazer com o que tenho até agora. Uma vez ou outra, faço algo diferente. Talvez seja um período mais parado, mais afastado do epicentro, mais casa e trabalho. Talvez não seja talvez. Ou talvez eu só precise terminar de pagar contas mil, crediários mil, empréstimos mil.

Acho que preciso entrar numa livraria com o cartão zerado ou na amazon.
A vida pode passar a ter mais graça quando se tem uma encomenda à espreita.

sexta-feira, agosto 19, 2011



Não tem como perder. Primeiro show da série daí de baixo.
E o que pode ser melhor do que uma ruiva tocando baixo?
Uma ruiva tocando bateria...

;D

quinta-feira, agosto 18, 2011

***ATUALIZADA***


Cheguei à conclusão que preciso fazer uma agenda de shows, com o risco de ter que ir a dois em um mesmo dia. (não disse que precisava fazer a lista? esqueci o Bad Religion)

02/09 - Metronomy (não comprado)
11/09 - Judas Priest (última turnê - não comprado)
16/09 - The Pains of Being Pure at Heart + Ariel Pink's Haunted Graffiti (não comprado)
23/09 - Primal Scream (comprado)
25/09 - RIR III (comprado)
02/10 - RIR III (comprado)
15/10 - Bad Religion (comprado)
06/11 - Pearl Jam (comprado)
07/11 - Queremos festival (comprado)
08/11 - Queremos festival (comprado)
14/11 - SWU (não comprado)

Acho que consigo sobreviver a tudo isso.

sexta-feira, agosto 12, 2011

Hoje acordei já pensando em escrever.
Um roteiro, um conto, algo que o valha.
escrevi.
Defesas, licitantes, raciocínios e projetos de mídia e não mídia.
Não foi ruim, mas não os posso colocar aqui.

Sabem como é, sigilo profissional.

Assim ficamos, eu e você, sem texto, nem conto, nem roteiro.
Até uma segunda qualquer.

terça-feira, agosto 09, 2011

Desde 1999, um time que acompanhei durante toda a minha infância/adolescência fechou as portas. Na verdade, não fechou.
Apenas aderiu à moda dos clubes empresas e foi devidamente comprado por uma empresa falcatrua de combustíveis. O nome mudou, o escudo mudou (acreditem ou não, a empresa tacou uma LOGOMARCA dela no meio do escudo original). Anos de tradição e amor foram jogados privada (com trocadilho) abaixo.

Não conseguia mais torcer por aquelas cores. Não conseguia mais gritar por aquele escudo. Foi então que a praga começou a se concretizar. Enquanto o time não voltasse a ser como antes, Grená, original, com seu fiel escudo tradicional, não ganharia nada.
A praga foi tão forte que o clube fechou as portas. O, antes, principal estádio da Grande Vitória virou campinho society para ser alugado. Uma pouca vergonha. Mas melhor a dignidade de não existir do que a vergonha de jogar com uma camisa de aluguel.

Eis que lendo as notícias o futebol hoje, me deparei com uma declaração do Kieza (ex-um monte de times) dizendo que encerraria sua carreira na Desportiva. Fui atrás de links e vi a enquete que dá à torcida a chance de escolher o modelo da camisa a ser usada pelo time em sua volta triunfal aos gramados, dia 20 de agosto de 2011.
E lá estava ela. Mais uma vez. Como sempre esteve em meus sonhos e desejos.
A camisa grená, com o escudo da DESPORTIVA FERROVIÁRIA. O Expresso Grená, o Gigante Grená. Não resisti e chorei. Um amor da adolescência tinha voltado para me olhar, dentro dos olhos, e sorrir.




Votei na primeira que é a que mais se parece com as minhas lembranças.

segunda-feira, agosto 08, 2011

Domingo foi um dia atípico.
Não por muito, mas as pequenezas, os detalhes fizeram deste domingo, um sete de agosto comum, um tanto estranho.

Não aconteceu muita coisa. Saí para o supermercado, voltei para casa. Fui a um chá de bebê, passei na casa da minha avó, voltei para casa. E nesse voltar para casa, vi um conjunto de viaturas fechando uma rua, no quarteirão de casa. Batida policial? Lei Seca? Afinal, o que está acontecendo?

O sinal passa de amarela para vermelho e me detenho por alguns momentos na esquina da confusão. O suficiente para ver um corpo caído no chão, coberto dos pés à cabeça. Que coisa estranha essa mania do homem, de esconder a morte. Criar um manto, uma divisão entre o mundo dos vivos e o mundo do descanso eterno. Ah, é uma forma de manter a dignidade do morto. Como se o defunto precisasse de dignidade. Depois de mortos, queridos, não precisamos mais de nada, nem das vindouras lágrimas.

O sinal vai do vermelho para o verde. Sigo mais um quarteirão e paro em frente ao portão da garagem. Para a maioria das pessoas nos seus carros, às nove da noite, a cena era apenas uma mudança na paisagem cotidiana. Vida que segue e pensamentos ao alto, afinal, se correrem ainda pegam o final do Fantástico.

Eu entrei em casa e precisei sair de novo, dessa vez a pé, até a farmácia. Um quarteirão de casa, o mesmo quarteirão onde o corpo estava. Fui caminhando normalmente, entrei na farmácia, boa noite, boa noite, remédio tal, pagar em débito, digite a senha por favor...
Sabe como foi que aconteceu?
Não, só sei que era um entregador de pizza.
Foi o 409(uma linha de ônibus). Pegou ele e arrastou a moto mais de cem metros. Ele ficou lá, no chão.
(de onde nunca mais se levantaria)
Percebi que a coisa estava feia quando vi aquela poça de sangue grosso no chão, sabe?
Era muito grande.

Populares sempre são atraídos por esses acontecimentos. Sou popular. Quero saber, entender, tentar racionalizar o fim de uma vida. Não existe racionalização.
Não existem formas de entender.

Tento seguir o dia do entregador de pizza. Refazer os caminhos dele. Para qual time ele torce? Estaria feliz com a vitória ou triste com a derrota do final de semana? Quantos anos ele teria? Qual a pessoa que ligou pedindo a pizza, e a vida do entregador? Qual a pizza que essa pessoa pediu? Com ou sem cebola? Será que ela estaria ligando, reclamando da demora de entrega enquanto ouve: "aconteceu um acidente"? Afinal o que eu tenho com um acidente? Eu pedi uma pizza e ela não chegou.

O motoqueiro não chegará em casa hoje. Nem amanhã.

Tento fazer o trajeto. Pega a pizza, poucos minutos de vida restando. Liga a moto, contagem regressiva chegando ao fim. Sai pelas ruas, cortando carros ou dirigindo calmamente? Atravessa um sinal vermelho? Faz uma curva mais aberta? Viu o ônibus?
Como teria sido o impacto, a pancada? Morte na hora ou ainda teve tempo de sentir frio, o asfalto sem vida, quase como ele em poucos segundos (ou minutos). Quando teria dado seu último suspiro?

Na volta para casa, nesse um quarteirão que separa a vida da morte, fui pensando. Voltava de um chá de bebê, o clima era de nascimento, comemorando uma nova vida, ainda incipiente, enorme dentro da barriga da futura mamãe. Crianças e bebês corriam pelo playground, celebrando a vida que parece ser eterna. Me lembro de ter lido em algum lugar que a infância acaba quando nos damos conta de que um dia iremos morrer. Nenhuma inocência se sustenta frente à noção de finitude. Não sei quando foi que me dei conta de que tudo um dia irá acabar. Sei que o pensamento me assombra há muito. Noites vazias, de desespero infantil.

Nunca se sabe onde ou quando vamos chegar ao fim da linha. E isso sempre me deixou com uma sensação de vazio, de falta de propósito ou sentido para continuar. É claro, é simples. Um dia, mais cedo do que pensávamos ou mais tarde do que primeiro imaginamos, ele chega. Em uma batida de carro, numa doença terminal, num escorregão no banheiro, numa bala perdida, numa explosão vascular... E uma vez encontrado(o fim da linha), não há nada que possamos fazer para dar meia volta e continuar o caminho na direção contrária.
Ópio do povo


Sábado acordo com o Globo me mostrando que os EUA tinham sido rebaixados pela S&P.
Para quem lê a parte de economia do jornal ou se preocupa minimamente em como as bolsas do mundo se comportam, isso talvez nem fosse novidade. Mas devo dizer que um calafrio percorreu minha espinha.

Tudo o que pensava era: quando as bolsas abrirem segunda vai ser um Deus nos acuda. Talvez não, por conta do tempo, dois dias, para o pânico se dissipar no ar. Para quem manda de verdade, colocar as caras na TV e acabar com o pânico dizendo, calma lá, que a gente segura essa. Enfim, segunda era O dia.

Eis que chego no trabalho, ligo o computador e vou atrás das notícias de economia, escuto a miriam leitão na rádio e na TV, procuro ler os principais analistas... Mas não consigo me concentrar. O papo ali era outro. Futebol...

O Flamengo tá invicto, é líder!!!
Ah, o Botafogo...
Viu a jogada do Cortês?
E a expulsão do Diego Souza?!
Ganhei três ingressos pro cinema, vou dar pra um amigo tricolor. É pra ele ver o Capitão América Mineiro...

Liguei o som e, sem acreditar, também me esqueci que o mundo pode acabar amanhã.
Pelo menos até lá posso me felicitar pela bela vitória do Botafogo.

quinta-feira, agosto 04, 2011

acordei de supetão.
dormi mal pra cacete.
o tremor, em muitos momentos,
aparece durante horas em que deveria estar em suspensão de realidade.

Todo dia é a mesma coisa.
vou deitar, tarde, cansado.
Penso na vida, do que me resta dela, e porque estou aqui.
Tento buscar as forças lé dentro, para continuar mais um dia.

Mais um despertar, mais um café com leite,
horas de trabalho, metrô.

café, café, café.

Olha os trilhos. Não fique muito perto.
Liga o som, vai. Escuta uma música.
Mas não chora no metrô, queridão.
Isso pode pegar mal...

segunda-feira, julho 25, 2011

Hoje é o dia do escritor.
Um minuto de silêncio por eles.

Eu já nem me arrebento.
Escrevo para quem me paga, antes.
Nunca depois.

sexta-feira, julho 22, 2011

Ontem fiz uma ressonância magnética.
para quem não sabe, é um exame nada demais, mas que dizem para você assim, no início:
"O exame dura uns 20, 30 minutos. Não se mexa neste tempo."

Meus queridos, já tentaram não se mexer por vontade própria por tanto tempo?
Depois de uns 10 minutos, parece que seu corpo todo precisa dar um salto. Tudo começa a comichar, a parecer estranho e incontrolável. E, como se isso não fosse suficiente, ainda colocam um protetor auricular gigante em sua cabeça. E os sons que a máquina faz parecem o de uma instalação de arte moderna.
Sim, foi assim que me senti, lá, de olhos fechados, com um fone enorme a tapar-me as orelhas, deitado com as pernas dobradas. Numa instalação de arte, uma coisa meio máquina, meio humano, branco e com som.

Faria o maior sucesso na Bienal. Mas só até o pessoal da Sociedade Protetora dos Animais aparecer.

terça-feira, julho 19, 2011

E assim, como quem desdenha da droga que usa, me viciei em ser curtido.
Há mais de 10 anos, quando comecei esse blog, a curtição era escrever para ser lido, discutido, idolatrado. Tentei fazer deste uma forma de divulgar bandas. Tentei falar amenidades, escrever poesias que nada queriam dizer. Tentei e tentei.

Nunca fui dos mais visitados, descobri depois que coloquei o contador de visitas ali embaixo. Acho que nunca passou dos 200 e, depois disso, desisti de olhá-lo de vez em quando. Tudo deixou de ter a importância que tinha quando vi que blogs de desenhos (me recuso a chamá-las de ilustrações) ultrapassavam os milhares de views, transformando que não tinha nada para falar (vá lá, escrever) em cel(web)ridades. Caguei. Caguei de montão.

Os comentários, no entanto, ainda se fizeram presentes, mesmo que esporadicamente.
Eram, talvez, uma forma de curtição. Pessoal, pelo menos. Curtia ver que pessoas perderam uns minutos para ler o que dizia, mesmo que tão juvenilmente, mesmo que fosse bobo ou ingênuo.

Dez anos depois, óbvio que desisti de ser descoberto. A bolha estourou e o que sobrou foram averb*** da vida em páginas impressas. (a parte em que suprimo nomes é para evitar que uma googlada inofensiva venha cair aqui).

E continuei visitando esse blog de tempos em tempos, relegando-o ao relento por meses a fio e voltando a aquecê-lo por anos ininterruptos de teclas furiosas e faltas de revisão. E assim ele cresceu, deu lugar ao Orkut, ao Gmail, ao MSN e, faz um tempinho, ao FaceBook.

Agora, busco o prazer momentâneo, os 15 segundos de fama, em um desenho (me recuso a chamar aquilo de ilustração) de um polegar para cima. O sinal máximo de aceitação. Um botão que não exige mais do que alguns músculos dos dedos para ser tocado. E que, em milésimos de segundos, afirma que o que foi postado foi VOCÊ que ouviu primeiro, pensou primeiro, escreveu primeiro.
Mesmo que tudo se perca em uma hora, engolido por outros milhares de toques de curtir, ou por milhares de avatares sendo trocados, ou ainda por milhares de amizades que começam, entre aquele seu conhecido e uma pessoa que você nunca viu mais magra. Engolido pela voracidade de informar, dividir, se afirmar. E esquecer.

Pelo menos o botão está lá, e não aqui. Sei que, com uma busca rápida pelo meus arquivos, conseguirei relembrar o que estava pensando, o que estava passando, o que estava sentindo em cada momento que abri essa página e danei a escrever. Sem que alguém tenha precisado curtir. Mesmo porque, vou ser sincero, duvido que alguém consiga curtir mais isso aqui do que eu mesmo.

Absent soul, o meu enorme botão de curtir.


Não pude deixar de perceber, não pude deixar de escrever. A vida dele já não é lá essas coisas. Não sei onde mora, sabia. Era uma casa não lá muito cheio de móveis, mas com cama, mesas, sua mãe e irmã, talvez.
Não faço ideia quando deixou o real para trás. Parece agora viver em um mundo só dele. Amigo, nem sei se chamarei-o assim, dividiu a cama comigo. Dividiu o gozo, ou disse ter dividido. Tomou do bom e do melhor e provou alguma coisa amarga também.
Tocava atabaque e dançava, como só os artistas podem fazê-lo, entre atores e mendigos, entre caveirinhas e magrelos.

Uma vez, saímos por aí, uma paca, uns peixes, bobó de camarão, sons, cervejas e cachaças. Era uma época boa, lembro-me. Parou em frente à casa de seu pai, nos convidou para entrar. Ouvimos um disco das antigas. Roberto? Tim? A vitrolinha se montava com as caixas de som escondidas embaixo das engrenagens.

Era tudo mais fácil nessa época, os risos, o estranhamento, as ideias e as esperanças. Em algum ponto, não existia mais: eu. Ele sempre vagueou, sempre fez-se existir. Era o cara, alguns até mesmo o queriam por perto. Tinham prazer, tinham desejo, tinham vontades. A magrela sumiu. A madeixa sumiu. A mais bela, sumiu.

Para onde foram, ninguém sabe. Talvez nunca saberão. Talvez nem ele saiba. Ele que parece cada vez mais longe, cada vez dentro dele e só.

O julgamento vem rápido e rápido se vai, como uma baforada de fumaça. Como a última gota de uma lata de cerveja. Talvez já seja hora de deitar e deixar-se ir. Pelo menos seria uma boa lembrança, ainda que esquisita e incômoda, de uns tempos para cá. Mas com o passar dos ponteiros, características se amenam, se desfazem, aos poucos vão abrindo espaço, tornando-se translúcidas. Até o ponto em que só resta o rosto, de um momento qualquer. Ou um sorriso ou uma jogada de corpo, um drible, um chute.

E no fim, nem a lembrança. Ela acaba se esvaindo como nossa própria memória. Como nós vamos aos poucos, comida de vermes, energia palpitante de um mundo novo. Quem sabe ele já não está lá, coroado em vez de bobo?
Quem sabe o que há para lá? Afinal, quem sabe o que há?

segunda-feira, julho 18, 2011

É o tipo da coisa que faz pensar.
Dia tranquilo, vídeos e sites abertos e abrindo.
Primeiro, vejo o Clayton Conservani correndo 42km num frio de rachar e destruindo um dedinho do pé na proeza. Sério, depois da maratona na Antártica, o dedo do lado do dedão estava roxo que só. Um pequeno hematoma. ou hema... TOMA!!!
Ele procurou isso, né?
Desafiou as leis da sobrevivência e saiu (nem tão) ileso.

Pausa para o café (que não há)

Volto e me deparo com um piquenique em família. Todos felizes, brincando próximos a um rio. Rio? chamar aquela linguinha de água que corre de rio é até elogio. Um corguinho (diminutivo de córrego em Mato Grosso), se tanto.
Mas eis que a natureza, ah sempre ela, sábia e traiçoeira, manda em questões de segundos uma volume tal de água que transforma o regato em corredeira. No meio do rio, onde antes tinham pedras que guiavam o caminho, cinco pessoas. Uma criança, um cara meio careca, uma mulher, um jovem adulto...
A criança não consegue manter o equilíbrio e é levada pela água. Como todos estavam próximos e de mãos dadas, lá se vão os cinco rio abaixo. E, vejam só, alguns metros, pouquíssimos metros adiante, uma queda d´água. Ainda não encontraram dois dos corpos, mas três já foram resgatados. Sem vida, obviamente.

O que quero mostrar aqui? Sei lá. Que vale mais a pena correr o risco em uma maratona na Antártica, e levar essa experiência para o resto da vida, do que fazer um piquenique bobo perto de um rio.

O pior é que o piquenique perto de um rio (e de uma queda d´água) eu já fiz.
Falta agora a maratona...

quarta-feira, julho 13, 2011

Antes Aqui

Parem as máquinas. Pela primeira vez em todos os anos de vida da nossa querida Hype, é preciso escrever a resenha de um álbum que não existe. Bom, pelo menos não do jeito ao qual estamos acostumados. Deixe-me explicar: o Kaiser Chiefs, banda animada da Inglaterra, acaba de lançar 20 músicas em seu site. Tudo o que você precisa fazer é escutar alguns segundos liberados de cada música, escolher suas 10 faixas favoritas, na ordem que quiser, e fazer a arte da capa, dentro das opções de cor de fundo e ilustrações que são oferecidas. Pronto, você é quem faz o próximo disco do Kaiser Chiefs, The Future is Medieval.

É a inversão dos preceitos da indústria cultural, ainda que dentro dela. Você não tem mais a replicação ad eternum de um mesmo produto, mas sim a criação de milhares de propostas diferentes, surgidas de uma mesma matriz. Se o papo é interessante para teóricos da comunicação, para nós, meros mortais, o que valem são as notas e acordes, as letras e as canções. E, ainda bem, elas ainda estão por lá.

A máquina de hits que conhecemos no impecável primeiro disco, Employment, deu uma enferrujada. As canções estão mais duras, trazendo na bagagem uma tonelada de influências, tão distintas como Beach Boys e Stone Temple Pilots. Os destaques entre as 20 não ficam com mais de meia dúzia, entre elas Saying Something, Out of Focus, Man on Mars, My Place is Here e do single Little Shocks.

Mas na hora de propor uma nota para o álbum, ficamos perdidos, entre músicas soltas, como se a não necessidade de juntar as melhores em um disco físico tivesse deixado a banda solta demais, livre demais. Não é possível encontrar uma liga que una o trabalho em torno de um conceito, de uma ideia. Tudo se torna um emaranhado de tentativas jogadas na rede. Nessas horas, um pouco menos de liberdade e um pouco mais de direção não fariam mal.

Claro que depois de soltar a ideia na internet e nas principais manchetes de cadernos de cultura, a banda acabou por escolher suas próprias 10 faixas e capa. O disco físico, aquele que ainda vende, logo estará nas melhores casas do ramo).

Eu também fiz o meu, como você pode ver na imagem aí debaixo...

quarta-feira, julho 06, 2011

talvez por isso vivamos tanto para fora.
Se esquecer de olhar para dentro é algo natural.
Quando foi a última vez que você pensou em um ser formado por ossos, músculos e sangue, com uma fina pele que segura tudo isso no lugar?
o blog do sem sentido volta ao normal.

sinto falta de escrever, mesmo quando passo os dias a escrever.
a falta é da liberdade, de sentar depois de um almoço com o café na mão pensando em nada mais do que palavras que valham a pena serem redigidas, unidas e rebocadas em frases que nem fazem tanto efeito.

de qualquer forma...

Bom, estive a pensar. Grande problema pensar. grande problema.
Já se olhou hoje nos olhos?
Eu não.
Como posso não viver para os olhos dos outros se são eles que me vêem?
Não existe a possibilidade de simplesmente me negar a preocupação do que eles estão pensando sobre mim. Entenda, quem é você da boca pra fora? dos olhos pra fora? do epitélio adiante?

Eu não me sei existindo sem o outro. E, talvez, seja para eles que eu exista. Desde sempre, afinal, não passei de um desejo de dois outros seres de terem alguém para jurar o amor que um dia tiveram. Pare de pensar ou pare para pensar.
E tente não enlouquecer com isso.

sexta-feira, julho 01, 2011



cerveja mais cara do mundo
ainda bem que tá em promoção.
da sessão; EU QUERO!!!

Caneca da Pilsner em alto relevo!
linda, linda, linda!!!

old, but gold.


Há 64 anos, milhares de visitantes desembarcavam em várias praias da Normandia, na França. Pronta para recebê-los, esperava uma equipe bem treinada. Ainda assim, a estadia desses "turistas" esteve longe de ser pacífica e amistosa.

Talvez porque a equipe que os recebeu, em vez de agentes do Visitors and Convention Bureau, era composta de soldados inimigos armados até os dentes. E os visitantes eram soldados aliados com a missão de libertar a Europa da dominação nazista. O dia, claro, era o 5 de junho de 1944, que marcou a "virada de mesa" da 2ª Guerra Mundial e entrou para a história como Dia D .

Ainda bem que hoje, depois de 64 anos, você já pode ir visitar o teatro de guerra e ser recebido, não com balas, mas com calor humano. O turismo de guerra na Normandia é muito bem estruturado, com empresas que fazem passeios temáticos, como "Band of Brothers Tour", que refaz o caminho percorrido pela famosa Companhia Easy, da 101º divisão, mostrado na série de mesmo nome da HBO, inúmeros museus e visitas guiadas.

Como profundo amante da 2ª Guerra, não pude deixar de visitar a Normandia em minha primeira incursão pelo Velho Mundo.

A cidade escolhida como base para minha "operação" foi Caen, que é bastante central na região. Pequena e acolhedora, com impressionantes prédios do século XI, Caen foi bombardeada durante a guerra e teve muitos dos seus marcos destruídos. A história é guardada e recontada com zelo por seus moradores.

Mas seu atrativo mais irresistível para os aficionados pela 2ª Guerra é o Memorial da Paz, um museu que conta a história das batalhas em solo europeu, dos anos negros na França (sob o domínio alemão), e das deportações para os campos de concentração e genocídio. Assustador, este último espaço serve para lembrarmos de que, melhor do que apagar o que se passou, é manter viva a idéia de que a intolerância pode nos leve a trilhar o mesmo caminho.

Do Memorial da Paz, saem algumas visitas guiadas, e foi em uma delas que me inscrevi. Num frio de rachar (prefira fazer o passei durante o verão ou primavera!), passei pelas praias do desembarque, Gold, Utah e a sangrenta Omaha, onde mais de 3 mil soldados foram mortos no desembarque.

Ainda é possível ver, escondidos entre a vegetação, ninhos de metralhadoras e bunkers de artilharia, resquícios da Muralha do Atlântico, estrategicamente arranjados em frente às praias, de modo a cobrir praticamente toda sua área e levar o terror às tropas aliadas.

Dali, parti para visitar os cemitérios americano e alemão. Enquanto o primeiro tem lápides em mármore carrara e recebe milhares de visitantes por mês, o segundo é marcado por pedras vulcânicas, discrição e tem uma porta estreita, que só possibilita a entrada de uma pessoa por vez, para lembrar que a vida é mesmo uma viagem solitária.

Felizmente, para o bem do mundo como o conhecemos, a viagem dos heróis da 2ª Grande Guerra foi tudo, menos solitária.