segunda-feira, dezembro 31, 2007

E então, quando tudo parecia sem volta, quando tudo parecia estar escrito e reconhecido em cartório, eis que a personagem acorda de supetão, inspira um monte de ar, com as pernas ainda bambas e o coração acelerado, e olha para os lados se perguntando onde esteve esse tempo todo.

Eu, como não deixei-me adormecer, fiquei acompanhando as indas e vindas da personagem. E agora sei exatamente o papel que me é reservado neste enredo de mentira.

Afinal, sua vida é ou não é ficção?
dezembro, 2007.
dia 31.

o que muitas pessoas não entendem é que ficar esse dia em casa pode ser muito mais divertido do que sair e encher a cara, abraçando pessoas que você nem faz muita questão de abraçar.

Ficar em si, meditando, pensando no futuro, recarregando as energias para a entrada de um ano novo cheio de energias positivas e de realizações assustadoras de tão inesperadas. Ficar com um bom copo de suco de uva, um som a sua escolha no cd-player, seu ronco e sua ceia. De miojo, que seja.

Estou feliz por ficar assim. Me encontrando em cada dia, em cada escolha absurda e errada, em cada erro e em cada investida em um sonho cada vez mais possível e próximo.

Esse sou o novo eu. Um eu pronto para começar 2008 limpo.

sábado, dezembro 29, 2007

A contagem começou. Em uma hora as páginas em branco que aparecem na tela do meu micro precisam estar preenchidas por letrinhas, com fonte definida, com cor definida, com espaçamento e margens também definidos. A caixa invisível, que agora existe dividindo a página em branco, que já nem mais página é, mas apenas a emulação de uma, espera os toques lépidos e prodigiosos que voarão em direção às teclas.

A tarde caia na beira da praia. O sol se punha lentamente, mas mesmo assim as pessoas não paravam de chegar. Atraídas pelo barulho das ondas, pelo prazer de molhar os pés antes da virada do ano, como num processo de purificação. As ondas vinham e levavam os problemas, os pecados, as vontades não ...

E a corda foi puxada.
http://www.afi.com/education/conservatory

Pronto, escolhi.
Escola e curso.

Screenwriting - Master of Fine Arts Degree
na American Film Institute

Mas antes, uma paradinha no Rio.
Afinal, eles precisam de portfolio e de cartas de recomendação.

;)

é, tá tudo bem pensado.

sexta-feira, dezembro 28, 2007




Pérolas Dahmerianas - um dia ainda encontro com ele

Se um mendigo fingir que é uma baleia, as pessoas se juntam para salva-lo.

Deus vende à vista, mas o diabo parcela no cartão.

Deus poderia fazer legumes com gosto de churrasco.

Enquanto Deus assina a carteira, o diabo só contrata prestador de serviço.

Só o Brasil tem a tecnologia para transformar engenheiros em taxistas.
tenho o panettone, apesar de já não ser mais natal.
tenho vários sabores de capuccino.
tenho filmes legais e um bom sofá para vê-los.
e tenho ninguém para dividir isso comigo.

só que não costumo ser muito fã da companhia dele.
sabe o que é bom fazer no fim do ano?
faxina.
hum...
ano interessante para ir morar no mundo.


A provável turnê do Rage Against the Machine pela América do Sul, que está sendo arranjada para São Paulo, Buenos Aires e Santiago para março/abril de 2008, terá não só a companhia da banda Deftones, mas também a do grupo de hip hop latino/californiano Cypress Hill.

(IMPERDIVEL)


o Editors + Klaxons + Yo La Tengo
uma bela trinca. divertida, no mínimo.

Bob Dylan


Interpol


é... o ano promete.
escrevi um monte
pensei um monte
li um monte
e o que mais marcou foi estudar o zen.

Buscar o Satori, entender como ser tudo e nada,
como ser o eu e o não-eu ao mesmo tempo.
e viajar pelo amor que existe no mundo e não em você,
desejando amor para todos, o bem sem ver a quem.

e ser impassível.
estou de volta a Cuiabá.
fiquei 10 dias no rio e me senti em casa de novo.
Li 4 livros em 10 dias.
assisti 4 filmes em 10 dias.

fiquei pensando 10 anos em 10 dias.
não foi fácil fazer o que fiz para estar lá.
coloquei a minha cabeça na forca para poder estar lá.
aqui, podem puxar a corda a qualquer momento.
vivo como um fantasma no lugar onde antes era tá bem recebido.

Acorda, Luis.
que a corda tá apertando.

***

Ia escrever um conto ontem no vôo.
paramos em brasília e liguei o micro.
a aeromoça pediu pra desligar
porque eles estavam reabastecendo.

Meu laptop ia fazer o que com a gasolina? explodir tudo pelos ares?

enfim, esqueci o que ia escrever, perdi as frases que se formavam umas após as outras em minha cabeça...

lembro de pedaços perdidos

Brasilia não me parece uma cidade. Vista de cima, e de perto, não me sinto próximo a ela. Pelo contrário, a cidade me parece distante. Não conseguiria me sentir em casa aqui. Poderia, sim, tomá-la de assalto, impondo minhas vontades, reforçando meus poderes.
Assim, e só assim, essa cidade me aceitaria e eu a aceitaria de volta.

Se não fosse assim, seria só mais um perdido em suas terras. Só mais um, numa cidade onde nomes não são nada. Onde somente os números fazem a diferença.

segunda-feira, dezembro 24, 2007

post bobo para falar de um sentimento nada bobo.

Feliz natal pra todos, sem distinção. Do fundo do coração.

quarta-feira, dezembro 19, 2007

hum...
vou comprar minha passagem, correr atrás do meu visto e preparar meu inglês.
Será que Róliudi fica assim tão perto?

****

Hollywood
Os Trapalhões

Composição: Enriquez - Bardotti - Chico Buarque

Ói nós aqui
Ói nós aqui
Hollywood fica
Ali bem perto
Só não vê quem
Tem um olho aberto

Ói nós aqui
Ói nós aqui
Hollywood
É um sonho de cenário
Vi um pau-de-arara
Milionário

E eu que nem sonhava
Conhecer o tal Recife
Pobre saltimbancoTrapalhão
Hoje sou mocinho
Sou vizinho do xerife
Dou rabo-de-arraia
Em tubarão

Ói nós aqui
Ói nós aqui
Tem de tudo
Nessa Hollywood
Vi um índio
Cheio de saúde

Ói nós aqui
Ói nós aqui
How do you do
Caruaru
I wanna see
Piripipi

Ói nós aqui
Ói nós aqui
Ói nós aqui
Camelôs, malucos
E engraxates
Aproveitem enquanto
O sonho é grátis

Quem há de negar
Que é bom dançar
Que a vida é bela
Neste fabuloso Xanadu

Eu só tenho medo
De amanhã cair da tela
E acordar
Em Nova Iguaçu

Ói nós aqui
Ói nós aqui
How do you do
Banabuiú
I wanna buy
O Paraguai
Hollywood
And me

Ói nós aqui (vixe!)

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Você ama, ama, ama e adeus parece ser a palavra que sempre é dita.

Não vou mais acreditar em amor, acredito só em despedidas.
Elas sempre, veja como reforço isso, SEMPRE, vêm.

Adendo pós-escrita:
ok, acredito em amor.
Mas sempre acompanhado de despedidas.

****

Hoje, dia 17 de dezembro de 2007, deixei de ser um publicitário.
my legs are sore.
And how i like this word...
Sore.

Always tried to use it in my own language, but there´s not the poetry, the feeling,
the strange accent of life in some words outside their own little linguistic world.

Maybe a shall write a movie or two about the word.
Have you ever thougt about beingn a word?
about any word?

it´s little, it´s nothing afterall, but somehow it´s everything.
they say the best perfumes come from the smallest pack.
the same thing occurs with words.

If it´s small it has charm.
They are cold, Still, Waiting in the ether, To form, Feel, Kill, Propagate, Only to die.

Dissolve Magically, Absurdly, They'll end, Leave, Dissipate, Coldly And strangely Return.

Assim são os sentimentos. Assim é o amor.

The Shins - Those to Come
Uma tristeza absurda se apossou de mim em, exatos, 15 minutos.
Tudo parou de valer a pena. Tudo deixou de ter cores.
O coração acelerado, como uma prévia de crise de pânico, as mãos suadas, o tremor invisível, a náusea, a vontade de vomitar, de chorar e desistir.


Uma tristeza absoluta se apoderou da minha carcaça. O terror existe em cada pequeno pedaço de ar que respiro pesado. Estou preso. E a sensação de não poder ser dono da sua própria vida, da sua liberdade, por míseros centavos é suficante. As paredes se fecham ao meu redor. Me encolho, como um feto, mas não acho o conforto.

Espero os minutos que me trarão alívio em um mês, possivelmente. Um pouco mais, um pouco menos. Os pequenos minutos que posso vir a ter com você. Mais uma vez ao seu lado.

Respiro aliviado. Já tenho um conforto e é nele que colocarei minha cabeça quando for dormir esta noite.
Toca o telefone.
Do lado de lá vem uma voz triste, abatida.

O que aconteceu? o que foi?

Nada, nunca é nada. A gente vai levando a vida,
vai deixando as coisas acontecerem e quando vê,
fica assim. Com essa vozinha...

Então, entre sustos e sobressaltos, uma frase é dita.
Ele sabe que ela é importante e cheia de significação.
Um bom-dia ou, uma boa-noite.
Pode ser o sinal, a frase que espera ansioso por tanto tempo.

O barulho ao seu lado é infernal. Toca o telefone, as pessoas não sabem se
controlar e riem frequentemente, suas risadas de hienas famintas,
pessoas rindo dele, de sua vontade de entender, de conseguir descobrir em
meio às palavras ditas aquelas que tanto procura.

Repete, por favor, não deu pra ouvir.
É sempre assim.

Não conseguindo entender de novo, ele se dá por vencido e desiste.
ok, deixa. Passou. Não dá. O telefone corta a chamada abruptamente.
Só há o tempo para desejar um beijo.
Que não virá.

Ele desliga o telefone e se vira, encarando a turba.
Agora, quando apenas o caos é necessário, há ordem.
Há silêncio. Mas não paz.

Nesse caso, nesse telefone, nessa vida, nunca haverá paz.

**

Em outro mundo, a vida continuou e eles foram felizes para sempre.
Uma pena esse mundo ser de fantasia,
assim como cercas brancas e amores perfeitos.
só para acabar com a confusão:
encontrei com a karla outro dia, no cachorro-quente.
ela tava descalça mesmo.
e tudo vai ficando pelo caminho...
nunca antecipei uma mudança. Nunca fui muito de mudar, para dizer a verdade.
Acho que sei porque.
Agora, estou em Cuiabá, mas daqui há dois meses, talvez menos,
me mudo para o RIO, volto para minha cidade.

E já comecei a morrer.
Morro antecipando despedidas, dizendo adeus para todas as coisas,
lugares e pessoas que talvez esteja vendo pela última vez.
Ou coisas, lugares e pessoas que nem venha a conhecer,
que nem venha a saber.

todas as vezes podem ser a última vez.
E assim, já não vivo mais aqui, mas sim morro a cada dia.
vou morrendo os lugares, as pessoas, as coisas. E quando for meu
ultimo dia aqui, aí morrerei de vez para toda uma cidade.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Era aquela a noite, ele tinha decidido. Karla já estava na dele fazia algum tempo. Eles conversavam, conversavam, conversavam. O tempo voava e não parecia ser justo medir em horas o que passavam juntos. Talvez em risadas, em sorrisos, em assuntos longos e momentos gostosos. Gabriel, mesmo assim, sabia do risco que corria. As conversas aproximaram os dois de tal maneira que um passo em falso poderia significar não somente um fora da menina pela qual ele estava apaixonado, mas também, e muito pior, a perda da amizade de Karla. Mas, pior ainda do que muito pior era a falta do passo definitivo. E sem tomar a iniciativa, Gabriel via, dia após dia, o amor que jurava sentir por Karla se transformar aos poucos em amizade. E isso, seria um adeus a qualquer possibilidade de concretizar os planos de casamento, família feliz, filhos e férias em Bariloche, feitos durante tantas madrugadas sozinhas em seu quarto.

A visita para um trabalho da faculdade estava marcada havia uns dias. O disco estava preparado na vitrola. A agulha, sedenta por tocar alguns clássicos para ouvidos enamorados. Na geladeira da república, além das garrafas de água e cerveja, um Martini, bem docinho, que Karla adorava bebericar quando saia com as amigas. Os livros de veterinária, sobre a mesa, não entregavam o esquema armado. Se no final das contas, não surgisse a oportunidade, bastava fecha-los e agradecer mais uma ajuda na hora de estudar. Ou então, agradecer o que de verdade acontecia entre eles, mais um encontro mágico entre duas pessoas que se admiravam e se nutriam mutuamente de pensamentos, palavras e desejos.

A campainha toca. Gabriel voa para a porta, onde do outro lado, ela o espera. Seu perfume não respeita as convenções e, sem ser convidado, invade, por frestas e buracos na fechadura, a sala de estar. Ainda tonto, Gabriel deixa um oi escapar. O abraço é quente e o perfume ainda mais próximo, invade não só suas narinas, mas cada pedaço de seu corpo, sua mente, seu coração.

Senta aí, vou pegar os livros.

Karla não teve problema em achar o pufe mais macio da pequena sala. Ela já tinha tido tempo o suficiente para conhecer cada pedaço da república. Uma quase moradora, de tanto tempo que passava lá. Era assim desde que conhecera Gabriel. Aquele garoto sentado num canto da sala, com óculos de aro grosso emoldurando olhos cheios de uma voracidade intelectual em uma cara de moleque. Com a linda boca pequena e sua barba falha. Desde o primeiro dia, a identificação com seu novo colega de faculdade foi imediata, intensa e correspondida.

Gabriel chega e se joga no pufe ao lado do dela. Os livros, largados, voam para o chão.
Pronto, vou ler para você.
E assim, começa a revelar o capítulo, palavra após palavra. Um mantra discorrendo sobre músculos e ossos de cavalos, hipnotizando Karla que já não sabia mais se estava ouvindo a voz de Gabriel ou se viajava em ondas sonoras passeando por rincões desconhecidos do mundo irreal de sua cabeça. As frases iam, as páginas eram viradas rapidamente, o tempo mais uma vez deixava de existir em segundos, minutos e horas.
A hipnose foi interrompida por uma pergunta. Ela ainda meio inebriada, respondeu. Mas o que respondeu? O que ele tinha perguntado?

Era agora, sabia. Não podia perder mais nenhum segundo. Ler esse capítulo inteiro tinha tomado um tempo precioso. Ela respondeu que sim, podiam ficar ouvindo música. A velha vitrola, pronta para rodar, foi ligada. O som da agulha vasculhando os sulcos do LP apareceu nos falantes. O disco do Roberto Carlos começou, aos poucos a tomar cada pedaço da sala. Karla riu. Roberto Carlos? Presta atenção na letra. Roberto Carlos é um gênio. Risos. Palavras saiam de suas bocas como abelhas em busca do mel. A doçura de cada um só era percebida pelo outro. Mel em forma de perguntas e respostas, mel em forma de sorrisos e movimentos. Karla sabia que estava se entregando. Gabriel sentia que aquela perna dobrada noventa graus, apontando para o céu, como uma criança feliz, entregava-a para ele. Fim do primeiro ato.

O lado B do disco começou a tocar. O Martini já esquentava nos copos. O desejo fervia em ambos os corpos. Os toques começaram a acontecer de forma mais desinibida, como dois bons amigos se tocam quando estão felizes, rindo da vida que parece ser sempre leve ao lado de quem se gosta. Era agora, sofria. Gabriel tocou a mão de Karla. Mas milésimos de segundos depois do toque que selaria para sempre a tentativa, o ataque frontal, antes que qualquer coisa pudesse acontecer, antes mesmo que Karla pudesse perceber que aquele não era um toque comum, um toque estranho atrapalha a música, o Martini, a risada. É meu celular, deixa eu atender. Estaca zero.

Nossa, tá tardão. Preciso ir, mesmo. Ela pega a bolsa, calça sua sandália, ajeita o cabelo e olha para Gabriel, perdido ainda entre pufes e olhares mágicos. Eu te levo lá embaixo. Aproveito e como um cachorro-quente na esquina. O Martini me deu fome.
E, descalço, sai de seu mundo perfeito. Roberto se cala, os copos vão para a pia e cheios de água, afogam a esperança que quase se materializava dentro deles momentos antes.
A porta já não se abria para o perfume, mas para deixá-lo ir por completo. Não foi, não deu, nunca mais vai acontecer. E Karla chama o elevador. E chama Gabriel, como num suplício, com um olhar. Ele se desvia, temendo as conseqüências.

É agora, eu sei. Karla não precisa pensar mais. Em direção a Gabriel vão boca, cheiro, corpo, mãos, pensamentos. Sei que vou me arrepender, mas...
A frase termina em um beijo, um leve toque de lábios. Suas bocas enfim se encontram. E os dois percebem que isso não era nada demais. Não era um passo maior que a perna. Não era algo a se temer porque, antes das bocas, suas almas haviam se tocado, seus corações haviam estado juntos por muito tempo.

E então, vamos comer o cachorro-quente?
Ela riu.
Mas você está descalço...
Eu adoro andar descalço.

Ainda hoje Gabriel e Karla comem cachorros-quentes juntos, tarde da noite, como se fosse aquele primeiro dia. E Gabriel, desde então, só anda descalço.
Once I called this weblog, the blog of repetitions.
And yet it repeats itself.
And still I repeat myself,
with the same mistakes,
with the same misleads,
with the same sour taste in the mouth.

It´s only life afterall.

***
I´ll try to write more and more in another language,
so I can draw my dreams nearer .
***


Cool of a temperate breeze from dark skies to wet grass
we fell in a field it seems now a thousand summers passed
when our kite lines first crossed
we tied them into knots
and to finally fly apart
we had to cut them off.

Since then it's been a book you read in reverse
you understand less as the pages turn
or a movie so crass
and awkardly cast
that even I could be the star.

I don't look back much as a rule
and all this way before murder was cool
but your memory is here and I'd like it to stay
warm light on a winters day.

Over the ramparts you tossed
the scent of your skin and some foreign flowers
tied to a brick sweet as a song
the years have seemed short but the days go slowly by
two loose kites falling from the sky
drawn to the ground and an end to flight.

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Gosto de conversar com Deus.
Isso pode soar estranho, mas rezo sempre.
Peço perdão pelos meus erros e clarividência nas minhas decisões.
E, é foda, mas é verdade, sempre obtenho as respostas que procuro.



Elas estão dentro da gente, o tempo todo, mas só a fé as faz
aparecer de repente, no meio da noite, num telefonema,
numa mensagem de celular, num sonho bom.
Data de validade

Tudo na vida tem prazo de validade. A própria vida tem prazo de validade.
Vitória tinha passado do prazo de validade fazia muito tempo.
O de Cuiabá está chegando. Meu prazo como redator pode estar chegando ao fim, também.
Vai saber...

O engraçado é começar as coisas em Cuiabá, sabendo que daqui a dois meses vou estar morando em outra cidade. Então, tudo aqui começa com prazo de validade curto e urgente.
Foi assim. Mas o mais engraçado é que o prazo de validade, desde o começo, não tinha sido escrito por mim.
O que começou, começou com dia para acabar. Talvez só não soubesse como.

terça-feira, dezembro 11, 2007

Com um computador, cheio de memória, bluetooth, internet wireless, você pode fazer muita coisa.

Com uma caneta e um pedaço de papel, você pode fazer mais.
O importante é você se sentir bem.
O importante é você se sentir leve.

O que importa é olhar pra frente.




eu me sinto bem.
eu me sinto leve.
agora, tenho que aprender a olhar para frente.
Resolvi.
Quero ter um filho.

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Podem parar.
Eu parei.
Escuto, faz tempo, o último trabalho do Skank. Comprei, como disse que iria comprar, por 10 reais nas Americanas. E com o tempo, fui descobrindo, reparando, garimpando detalhes e então, matando as letras, uma por uma.
Devo dizer que os caras, se esmeraram e criaram alguns dos versos mais bonitos do rock nacional em muito tempo. Nem Los Hermanos chega perto. MESMO!
Por isso, vou lotar isso aqui com letras desse disco. Leiam e ouçam, se quiserem as músicas em Streaming no site oficial deles:
www.skank.com.br


ATÉ O AMOR VIRAR POEIRA

Quem te disse que eu não mereço
Uma pobre migalha de atenção
Quem te disse que eu desconheço
A tal milenar arte do amor

Captura minhas intenções
Me atura no coração
Seja então menos exigente
Porque a gente já tem o bastante

Você tem outras qualidades
E pode me dar as costas
Até o amor virar poeira

Só não compensa
Apagar a chama, negar os fatos
Sua presença
Como um sol me chama a vida inteira
Ilusão, eu quero crer que não

Quem te disse que eu não consigo
Parar numa próxima estação
Quem te disse que eu não desligo
O cabo dessa televisão

Meu amor, vamos dar o fora
Chorar em comédias outras
Até o amor virar poeira


O SOM DA SUA VOZ

Não me deixe na chuva não
Não me tire do coração
Não me diga que vai sem mim

Já conheço esse teu olhar
Uma luz a se afastar
A quilômetros daqui

Não me deixe na noite não
Na travessa da desolação
Não me diga que quer assim

Porque ali não há calor
Não há luz nem há razão
E não há o teu riso

Tudo está tão certo, não está?
Vem aqui mais perto, vem mostrar
Vem dizer aonde vai seu olhar
Quando a noite estender seu manto sobre nós
Meu abrigo então será o som da sua voz


LUGAR

Voltei pra ler aquele olhar
De um amor que a gente mesmo escreveu
Que foi guardado sem pensar
Nas linhas de um desejo meu
Fiquei olhando todo espaço
Recriando um compasso seu
Sorri sonhando em qual gaveta
Nosso amor se escondeu

Mas guarde seu nome pra mim
Seu dia eu não deixo mais ter fim
O vento arde em versos por saber
Nessa tarde o sol é só por você

Chorei por ver nesse lugar
O que a palavra já teceu
Sou do seu tempo um retrato
Quando meu sonho era todo seu
Sorri por ver no nosso amor
Todas as portas pra você e eu
Fiquei pensando em qual cometa
Nosso amor adormeceu

Mas guarde seu nome pra mim
Seu dia eu não deixo mais ter fim
O vento arde em versos por saber
Nessa tarde o sol é só por você


ANTITELEJORNAL

Hoje nasce meu filho
Hoje vou me casar
Hoje dentro do espelho
Vou poder enxergar

Pais, mães, irmãos
Ruas, bairros, cidadelas
E o quintal dos corações
Onde moram as coisas belas

Hoje vou namorar
As solteiras e as casadas
As jovens, as carquebradas
As lindas e as descuidadas

Meu amor vai se espalhar
Pelas camas e calçadas
Nas prisões e condomínios
Nas favelas e esplanadas

Sem farsa, conchavo, sem guerra
Sem malta, corja ou trapaça
A vida é um drible ágil
Entre as pernas da desgraça

Hoje eu vou inventar
O antitelejornal
Pra passar só o que é belo
Pra passar o essencial

Hoje andarei sobre as flores
Amarelas do ipê
Espalhadas pelo chão
Antes de anoitecer

Cantarei no meu velório
Dançarei nos braços da vida
Dormirei com a minha amada
Vida boa de ser vivida

Sem farsa, conchavo, sem guerra
Sem malta, corja ou trapaça
A vida é um drible ágil
Entre as pernas da desgraça

Hoje eu vou inventar
O antitelejornal
Pra passar só o que é belo
Pra passar o essencial


***


E isso tudo, mesmo assim, parecendo muito é tão pouco e tão nada perto da viagem que as melodias e as letras levam você...
Engraçado como algumas escolhas que você faz, algumas atitudes que você toma ainda são capazes de surpreender a você mesmo. Não se surpreender com sua maneira de viver, admito, deve ser um passo para a morte. Porque deixar a rotina virar tudo o que você tem, quando a vida, tão curtinha, é tudo menos rotina?

*****

Ana acordou sozinho no meio da noite. Olhou para o lado e viu o espaço vazio em sua cama de casal. Sua agora, depois da separação. A cama, antes, era deles, dos dois.

O travesseiro, engraçado, continuava lá. Era fofo e alto, do jeito que ela não gostava. Mas Ana ainda não tinha encontrado forças para tirá-lo da cama. Como se estivesse esperando que Lúcio um dia ainda voltasse, mesmo após tanto tempo de divórcio. O travesseiro, que ela não usava, era um mimo, um alento nas noites escuras e frias, onde a solidão batia forte. Um abraço e um cheiro era tudo o que precisava para encontrar a paz.

O antigo short que Lúcio usava para dormir também ainda estava no armário, dobrado, próximo aos cobertores. Esse short inclusive já havia causado algumas cenas constrangedoras, como na vez que Ana levou um outro homem para dormir em sua casa. Ao abrir o armário para pegar as cobertas, o outro se assustou e perguntou evidentemente amedrontado se ela era casada. Naquela noite, as lágrimas vieram com muito mais intensidade do que o gozo.

Os porta-retratos, vazios, em cima dos criados-mudos esperavam uma oportunidade de serem preenchidos, como seu coração, que já havia tempos não conseguia se sentir cheio e pleno. Lúcio fazia falta, até mesmo nos porta-retratos.

Ana ligou o abajur e um pequeno facho de luz fria iluminou seu lado da cama. A mesma luz que incomodava tanto Lúcio em seu sono agora poderia ficar ligada a noite toda se assim ela quisesse. Sua vida era uma cartilha onde ela mesma havia escrito as regras. Mas a primeira delas, esquecer seu maior amor e seguir vivendo, não tinha sido levada a efeito. Ana era uma refém de sua casa, de sua cama, desse travesseiro que trazia tantas gotas de suor e de lágrimas.

Suas mãos buscaram na primeira gaveta do criado-mudo, um monte de fotos antigas. Eram fotos bobas, suas e de Lúcio, sorrindo, como há tempos já não fazia. Em momentos leves, abraçados, se beijando, brincando para o filme, para a lente. Pedaços de uma vida impressos em papel, em suas memórias. Ana viu e reviu todas as fotos. A sensação não era de tristeza, era, se tanto, de remorso. Remorso por ter sido tão feliz e não percebido. Remorso por ter tomado uma atitude impensada e trocado a felicidade que parecia tão comum e casual, a ponto de enjoar, por umas noites com a luz acesa.

Ana colocou as fotos de volta na gaveta e se levantou. Com apenas um fiapo de luz, se esgueirou pela casa até a cozinha. A luz da geladeira iluminou o breu que penetrava não só pela casa afora, mas Ana adentro. Entre folhas de alface, tomates e cenouras, uma jarra com suco de uva. Um copo, um gole.
Ana deixa o frio do líquido escorrer. Dentro sente seu calor ir embora. Ela não sabe se febre, se desconforto. O caminho para a cama é automático, passando por estantes agora vazias, entre sombras e escuridões. Caminhando passo a passo, sem ver para onde, mas com a certeza de seu destino. O quarto e sua luz fria, fria como agora Ana se sentia, se aproxima. Passo após passo, chega à cama. Ela se deita, se cobre. Fecha os olhos.

Ana se vira de um lado para o outro, se ajeita, se aconchega. Abre os olhos. O travesseiro ainda está lá. Pela primeira vez, seus braços buscam o travesseiro vizinho para descansar sua cabeça. O conforto não é o mesmo. Ela só sente estranheza, distância. Ana fecha os olhos mais um vez e, suspirando, pensa em como seria bom se o travesseiro de Lúcio trouxesse com ele um sonho feliz. Ana e Lúcio juntos, comendo peixe ao lado do rio. Ana e Lúcio juntos rindo de uma comédia boba na TV. Ana e Lúcio dividindo um sorvete. Ana enfim dorme tranqüila.
blog não é lugar para se escrever quando se está com a cabeça quente. como em casa, só há conexão com a internet em um quarto quente (a cabeça fica quente, por consequencia), prometo escrever só amanhã, então. No trabalho, com arcondicionado, fica mais fácil pensar.

sexta-feira, dezembro 07, 2007

And take a little walk when the worst is to come
When I saw you looking like I never thought
And say you're at a loss or forgot that words can do more than harm

The town is gonna talk, but these people do not
See things through to the very minimal
But what's it gonna cost to be gone?
If we see you like I hoped we never would

When eyes can't look at you any other way,
Any other way, any other way
When eyes can't look at you any other way,
Any other way, any other way

So take it as a song or a lesson to learn
And sometime soon be better than you were
If you say you're gonna go, then be careful
And watch how you treat every living soul

When eyes can't look at you any other way,
Any other way, any other way
When eyes can't look at you any other way,
Any other way, any other way


Band of Horses, ladies and gentlemen

quinta-feira, dezembro 06, 2007

O jornal O Globo aqui em Cuiabá, no meio da América do Sul, custa a bagatela de 9 reais aos domingos. Aí a pergunta que fica é: vale?

Bom, ainda pensando ser 6 reais, o último preço que paguei pelo diário dominical, pedi um exemplar. Na hora de ver o valor no comprovante do cartão de débito me assustei.
Mas quer saber, tem coisas que não tem mesmo preço, como diz o comercial do Mastercard.
Em primeiro lugar, o Globo de domingo vale por toda a semana.
Tem artigos escritos por Veríssimo, João Ubaldo, Ancelmo Góes, Agamenon, FHC e mais uma galera. Nada que se compare a jornais locais. Nem dá pra comparar.
Depois ainda tem a Revista, uma publicação monstra que valeria 10 pratas em qquer banca de jornal. Várias reportagens legais, mas o mais importante, uma falando dos verões cariocas e dando as dicas de A a Z para curtir o verão 2008.
Excelente. Vejo aquilo, leio aquilo e me sinto em casa. CASA.

***

Lendo o FHC, tive uma epifania.
Quando leio algo que outras pessoas escreveram, estamos, mesmo que apenas um pouco, dentro da mentalidade, da razão, do pensamento dessa outra consciência.
Podemos não concordar com o que é dito, mas saberemos exatamente o que a outra pessoa pensa e que posições ela toma para a sua vida. A não ser, é claro que ela seja uma charlatã de duplo sentido, escondendo a realidade em joguetes de palavras, estamos diante de um cérebro, de um pensamento em cima do papel.
Sei lá porque pensei nisso quando lia o nosso ex-presidente. Porque, talvez, ele tenha se dado o tempo de pensar naquilo, linha após linha, escrever e revisar (talvez) seu texto. POrque aquela produção científica (ou não) é dele, pessoa, e só dele. E no entanto, fez questão de dividir conosco, através do jornal.

Pensando assim, a literatura e a escrita são as formas mais altruistas de comunicação existente. Você escreve o que pensa e abre mão disso, se expondo e se mostrando, sem muitos véus, para quem quiser, e souber, ler-te.

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Por isso me orgulho tanto em ler coisas publicadas por pessoas que gosto e que fazem a diferença em minha vida. Quando serei eu a ser lido? Quem sabe mais rápido do que eu mesmo penso...
Parei para pensar em quantos filmes já vi na minha vida. Principalmente porque nessa semana devo ter visto uns seis pelo menos. Aí fiquei matutando isso, essa coisa com o cinema, com os filmes, com suas histórias.
E devo usar esse espaço aqui para um agradecimento formal à minha família que sempre teve como hábito levar as crianças ao cinema. Sei que muitas vezes não é lá o lugar delas, mas é tão legal poder levar uma criança ao cinema.

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Depois, já nem tão criança, ia com minha tia ver as sessões noturnas, de preferência as últimas, com uma passada estratégica no Mcdonald´s depois do filme. Pude ver filmes europeus e independentes americanos. Pude formar meu gosto e minha personalidade a partir dessas sessões e das conversas que as seguiam. Posso dizer que devo a minha tia muito do que sou hoje e praticamente toda a minha veia intelectual surgiu da admiração que tenho por sua inteligência e experiência.
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Proponho-me, aqui, a ser o primeiro a levar minha afilhada ao cinema. Um filme infantil, claro. Desenho animado, de preferência da Disney.
Porque essa é uma tradição que deve ser mantida. A qualquer custo.
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E aí, viajando nas memórias afetivas, tenho uns filmes que assisti no cinema que mexem comigo até hoje, por N razões. Vou falar de alguns deles.

ET – fui com meu pai e fiquei de olhos fechados, na verdade olhando por entre os dedos, durante todo o filme. Rendeu um trauma de infância e o terrível medo de vidas extraterrestres.

Minha vida de cachorro – belíssimo filme sueco que marcou minha vida com uma cena: céu estrelado e o menino do filme pensando na Laika, a cadela enviada ao espaço pelos russos.

Leolo – Outro filme de garoto, poético, mágico.

Cães de aluguel – Como assim, um novo cineasta americano? Era SÓ a estréia de Tarantino!!!!

He-Man and The masters of Universe – Nesse fui com minha avó e ela, no fim, se empolgou e começou a gritar junto com a platéia. : )

Willow – Véspera de Ano Novo. Ou dia 30 de dezembro. Uma tarde de bobeira em Copacabana na casa da minha tia-avó, com minhas primas de Santa Catarina.

Labirinto - até hoje um dos filmes da minha infância/vida.

Todos dos Trapalhões – Férias no Rio só eram férias no Rio se tivessem filme dos Trapalhões. Ia até o escritório do meu avô e de lá pra o cinema.

Howard, The Duck – Outro filme de férias.

Warlock, o Demônio – Cinema no Lido, à noite.

Johnny Mnemonic – Ultima sessão de domingo, resolvi ir ao cinema. Tinha recém-tirado a carteira de motorista.

Forrest Gump – Depois, na época da faculdade, antes de encontrar companhia para filmes, ia toda segunda, depois da aula, ao cinema. Sozinho.

JFK – meu primeiro filme totalmente sozinho, no Rio.

O Senhor dos Anéis: A sociedade do anel – correria de Vitória para (quase) Jacaraípe, para assistir ao filme em uma pré-estréia de graça. Valeu todo o esforço.

O Senhor dos Anéis: O retorno do rei – só de lembrar de como fiquei arrepiado na primeira vez que o vi e de como foi horroroso passar pela primeira crise de síndrome do pânico na segunda vez...

Réquiem por um sonho - na mini-sala da Casa Laura Alvim, Ipanema, domingo às 18 horas.

Jogos, trapaças e dois canos fumegantes – abrindo minha temporada de um ano no Rio, de 99 a 2000. Na mini-mini-sala do Paço Imperial.

Big Fish – belíssimo filme do Tim Burton, que fez eu rever minha relação com meu pai.

O carteiro e o poeta – pelas lágrimas que levei orgulhoso para fora da sala de exibição.

Xará, como é difícil se lembrar de todos os filmes. Tenho certeza que esqueço uns tantos, bem importantes...
Mas quem disse que preciso terminar por aqui? Conforme for me lembrando prometo colocar aqui os filmes vistos NO CINEMA que ajudaram a escrever minha história.

quarta-feira, dezembro 05, 2007


Taí a foto que não me deixa mentir.
Já fui mais alto que meu irmão.
Muito magro.
E gostava de Suicidal.
Isso deve ter uns 14 anos, pelo menos.
momento bobeiras:
ontem fui num sebo .
promoção de cds
tudo a dez reais

deixei pra trás algumas coisas como os Concrete e Digimortal do Fear Factory.
mas trouxe
Betty do Helmet
Bigger than the devil do SOD
La Sexorcisto do White Zombie
Fabulous DIsaster do Exodus (pronto, posso me livrar do K7)
e um aí do Limp Bizkit, porque Wes Borland toca pra caralho. hahahaha
Hoje me liberto das amarras do tempo.
Como explicar isso?
bom, hoje volto a me conectar em casa.
Largo a necessidade de ter que pagar as contas nas filas dos bancos.
Deixo de precisar esperar até às 18 para acessar o youtube aqui na agência.
Ou o orkut.
Deixo de existir na rede somente das 8 às 18 (com fuso de uma hora a menos do que Brasília)para ter todas as horas a minha disposição.
Passo, a partir de hoje, a ser mais presente no mundo virtual.

Dito isso completo:
É uma pena, mas vou sentir falta da vida.

terça-feira, dezembro 04, 2007

Em alguns dias, segundo os horóscopos por aí,
terei muitas chances de sucesso.

Aí começam a pipocar
coisas,
oportunidades,
idéias malucas,
chances...

E eu fico perdido. Não. Não dessa vez . Podem rir, mas não me perderei.
Está tudo lá, escrito. Devo seguir. Dessa vez, está certo.
Como dois e dois são quatro. E, por favor, matemáticos, não venham me negar.
Sei o que devo fazer. O medo, o receio, trabalham contra.
Mas meu peito está aberto. E é para ele que os dedos serão apontados
depois de corrigir meu rumo.
(...)and lose yourself in lines dissecting love.

é o que mais tenho feito. me perdido em linhas, dissecando o amor.
Mas existe a forma de se dissecar um sentimento?

você não sabe como ele é . Você não sabe como ele cheira.
você não sabe nada, até que ele vem e aparece.
então você percebe que aquela sombra para qual você não deu a necessária atenção
era a sombra do sentimento sobre sua cabeça.
e se pergunta qual era mesmo a forma que ela tinha antes de sumir dentro de você.
E não existe memória. não existe memória.

Aí não tem jeito.
A solução é se perder em linhas, dissecando o amor.
Filmes, filmes, filmes.

Asissti alguns exemplares este fim de semana.
Alguns bons, outros fracos, alguns mais ou menos.
Mas fim de semana de filme mesmo vai ser este agora com aula de fotografia na pós.

Preparem-se para mais um sábado inteiro de aula e, de gruja, um dominguinho pela manhã.

sábado, dezembro 01, 2007

Amanheci torpe.
As horas de descanso já não são mais usadas. Em tempo, resolvi abrir mão do rejuvenecimento oferecido pelas horas escuras, e escusas, da noite.
Tenho noção da falta que me faz a razão.
Buscar a clareza necessária aos pensamentos se torna uma batalha , travada pela manhã, após as badaladas do relógio.
O café desperta os sentidos, vertido aos borbotões, em meio a bons dias e passos perdidos. O caminho, mais uma vez o caminho, é trilhado. Plugo-me ao mundo e virtualmente me encontro. Aos poucos. Esse agora sou eu.

Ainda me faltam as palavras. Ainda me falta o toque.
Desperdiço minutos feitos de ouro em minhas carências.
E anoiteço em sanidade. Estou pronto para, enfim, viver as horas que me são reservadas ao descaso. Amanhã, já não sei.
Ou sei?
Amanhecerei torpe.