quinta-feira, dezembro 26, 2019

Sou uma pessoa tropical.
Equatorial.
Somos, latinos, um povo unido pelo estado geográfico de direito, pelos abraços, pelo afeto que demonstramos com orgulho, pelo sol e pela areia nos pés. Pela falta de tecido cobrindo o corpo, pelo suor e pelas frutas suculentas e abundantes. Pelo som que criamos e que embalam gerações, em folias por todo o mundo.

Sou quente, caliente, da floresta, do mar, da manga, sou daí, não daqui. E ainda assim, aqui estou.
Então foi Natal...
E passei aqui, no frio, comendo comidas de frio. Ok, mentira, comi farofa e o tempo nem está tão mal. Em torno dos 10°.

Escrevi, uns posts atrás, desesperado. Estive mal. Como poucas vezes estive. Todas as minhas forças se foram e nada fazia mais sentido. Ficava deitado e só tinha pena de mim. Pensei em suicídio milhares de vezes. Era como o único conforto que tinha. Pensar em me matar. Agradeço por não ter uma arma em casa.

Entendi que a situação na qual estava não era fácil de sair. Precisava de ajuda. Busquei ajuda, tratei-me, construí resiliência, coloquei as mãos novamente no volante e voltei a manejar meus rumos.
Mas sumi. O ano está acabando, mais um, e não tenho vontade de mandar mensagens para ninguém. Não mandei Feliz Natal pra ninguém (se vc recebeu um, parabéns  vc é alguém realmente importante). E provavelmente continuarei nessa solidão em vida, numa megalópole, até que alguém se aproxime.