quinta-feira, agosto 25, 2011

Tem uma coisa que vem assombrando meus pensamentos faz uns dias e hoje, finalmente, me lembrei de escrever. É basicamente um raciocínio sonhos x realidade.

Vamos lá:

Estou vivendo no agora, um segundo depois do outro, largando o dedo no tempo, deixando pra trás milhares de batimentos, respirações e ações musculares. Bom, e daí?
Daí que todo o tempo que passou vira memória. E o que é memória?

É a arte de relembrar, de reconstruir uma realidade em sua mente. No seu eu, no seu âmago. Coisas que só você viveu, viu e sentiu. Mas com o tempo, as memórias vão se tornando mais turvas. Você esquece nome de amigos da faculdade, esquece a voz da menina pela qual era apaixonado no segundo grau, se esquece inclusive de parentes que morreram ou de acontecimentos que marcaram de uma forma ou outra nossa vida.

Bom, não sei você, querido leitor, mas minhas memórias não são fotográficas. São um emaranhado de ideias, sentimentos e desenhos. Sim, um desenho da realidade. Uma reprodução.

Bom, todos vocês têm memória e memórias. E garanto que a maioria já sonhou. A projeção física do sonho não é muito diferente da memória. É uma representação, tanto quanto a memória.

E agora a dúvida: o que separa a realidade do sonho? O que faz não acreditarmos no sonho como uma realidade vivida, sabe-se lá quando ou aonde... Prefiro viver sonhando agora, seja com cachorros grandes ou com festas com pessoas que nunca vi. E, junto com isso, ir misturando minhas memórias. Tirar o melhor das duas partes. E deixar o que tiver que acontecer, acontecer.

terça-feira, agosto 23, 2011

E a MTV, quem diria, tem um programa que eu gosto de assistir.
É o Goo, sempre com boas dicas e matérias interessantes.



Esse eu vi no programa. Curti música e clipe.

***

Comi um folheado de queijo com banana que, vou te dizer, hein, vai me dar pesadelos daqui umas horas.
: /

segunda-feira, agosto 22, 2011

Li n´algum lugar que alguém tinha ido à livraria e comprado alguns livros de filosofia para a biblioteca. Uma frase qualquer, sem muito sentido ou maiores expectativas, mas ainda assim me colocou na ponta da faca.

Também ando comprando (agora menos) coisas para a biblioteca. Ou para a Filmoteca. Ou para a discoteca.
Mas por que compro essas coisas? por que gasto dinheiro com discos, filmes, dvds, livros que muitas vezes vão para a estante e, depois de usados um dia ou outro, acabam esquecidos?

Por que temos essa necessidade de ter, de manter, de poder encostar e sentir: essa obra é minha!

Eu faço isso como uma forma de homenagem. Se fui tocado pelo trabalho artístico de alguém, minha forma de demonstrar isso é mantê-los por perto, ao alcance da mão, do ouvido, das pupilas. Mas entendo quem não compra mais discos ou DVDs e prefere baixá-los pela internet. Eu, quando baixo, dificilmente vejo ou escuto imediatamente. A não ser que seja um disco que espero faz muito, de uma banda que curto (ô verbinho em voga) faz muito. Não faço download de livros. Como não fazia de filmes. Comecei a baixá-los há pouco tempo e, em pouco tempo, tenho uma lista de pelo menos uns 10 filmes para ver que dificilmente verei. POr que os pego então? Por que preciso assisti-los? Este ano, tenho até medo de notar isso, só o Woddy Allen me levou à sala escura. Os filmes entram em cartaz, saem de cartaz, são lançados em dvd, passam nos canais de filmes e eu nem tchuns. Não os vejo. Não vi Bravura Indômita, não vi o Cisne Negro, não vi o Discurso do Rei, não vi Thor, X-men e Capitão América (nunca tinha perdido um filme de super-herói no cinema).

Acho que estou ficando velho. Largando um pouco de mão essa necessidade de ver tudo, ouvir tudo, entender tudo. Começo a me satisfazer com o que tenho até agora. Uma vez ou outra, faço algo diferente. Talvez seja um período mais parado, mais afastado do epicentro, mais casa e trabalho. Talvez não seja talvez. Ou talvez eu só precise terminar de pagar contas mil, crediários mil, empréstimos mil.

Acho que preciso entrar numa livraria com o cartão zerado ou na amazon.
A vida pode passar a ter mais graça quando se tem uma encomenda à espreita.

sexta-feira, agosto 19, 2011



Não tem como perder. Primeiro show da série daí de baixo.
E o que pode ser melhor do que uma ruiva tocando baixo?
Uma ruiva tocando bateria...

;D

quinta-feira, agosto 18, 2011

***ATUALIZADA***


Cheguei à conclusão que preciso fazer uma agenda de shows, com o risco de ter que ir a dois em um mesmo dia. (não disse que precisava fazer a lista? esqueci o Bad Religion)

02/09 - Metronomy (não comprado)
11/09 - Judas Priest (última turnê - não comprado)
16/09 - The Pains of Being Pure at Heart + Ariel Pink's Haunted Graffiti (não comprado)
23/09 - Primal Scream (comprado)
25/09 - RIR III (comprado)
02/10 - RIR III (comprado)
15/10 - Bad Religion (comprado)
06/11 - Pearl Jam (comprado)
07/11 - Queremos festival (comprado)
08/11 - Queremos festival (comprado)
14/11 - SWU (não comprado)

Acho que consigo sobreviver a tudo isso.

sexta-feira, agosto 12, 2011

Hoje acordei já pensando em escrever.
Um roteiro, um conto, algo que o valha.
escrevi.
Defesas, licitantes, raciocínios e projetos de mídia e não mídia.
Não foi ruim, mas não os posso colocar aqui.

Sabem como é, sigilo profissional.

Assim ficamos, eu e você, sem texto, nem conto, nem roteiro.
Até uma segunda qualquer.

terça-feira, agosto 09, 2011

Desde 1999, um time que acompanhei durante toda a minha infância/adolescência fechou as portas. Na verdade, não fechou.
Apenas aderiu à moda dos clubes empresas e foi devidamente comprado por uma empresa falcatrua de combustíveis. O nome mudou, o escudo mudou (acreditem ou não, a empresa tacou uma LOGOMARCA dela no meio do escudo original). Anos de tradição e amor foram jogados privada (com trocadilho) abaixo.

Não conseguia mais torcer por aquelas cores. Não conseguia mais gritar por aquele escudo. Foi então que a praga começou a se concretizar. Enquanto o time não voltasse a ser como antes, Grená, original, com seu fiel escudo tradicional, não ganharia nada.
A praga foi tão forte que o clube fechou as portas. O, antes, principal estádio da Grande Vitória virou campinho society para ser alugado. Uma pouca vergonha. Mas melhor a dignidade de não existir do que a vergonha de jogar com uma camisa de aluguel.

Eis que lendo as notícias o futebol hoje, me deparei com uma declaração do Kieza (ex-um monte de times) dizendo que encerraria sua carreira na Desportiva. Fui atrás de links e vi a enquete que dá à torcida a chance de escolher o modelo da camisa a ser usada pelo time em sua volta triunfal aos gramados, dia 20 de agosto de 2011.
E lá estava ela. Mais uma vez. Como sempre esteve em meus sonhos e desejos.
A camisa grená, com o escudo da DESPORTIVA FERROVIÁRIA. O Expresso Grená, o Gigante Grená. Não resisti e chorei. Um amor da adolescência tinha voltado para me olhar, dentro dos olhos, e sorrir.




Votei na primeira que é a que mais se parece com as minhas lembranças.

segunda-feira, agosto 08, 2011

Domingo foi um dia atípico.
Não por muito, mas as pequenezas, os detalhes fizeram deste domingo, um sete de agosto comum, um tanto estranho.

Não aconteceu muita coisa. Saí para o supermercado, voltei para casa. Fui a um chá de bebê, passei na casa da minha avó, voltei para casa. E nesse voltar para casa, vi um conjunto de viaturas fechando uma rua, no quarteirão de casa. Batida policial? Lei Seca? Afinal, o que está acontecendo?

O sinal passa de amarela para vermelho e me detenho por alguns momentos na esquina da confusão. O suficiente para ver um corpo caído no chão, coberto dos pés à cabeça. Que coisa estranha essa mania do homem, de esconder a morte. Criar um manto, uma divisão entre o mundo dos vivos e o mundo do descanso eterno. Ah, é uma forma de manter a dignidade do morto. Como se o defunto precisasse de dignidade. Depois de mortos, queridos, não precisamos mais de nada, nem das vindouras lágrimas.

O sinal vai do vermelho para o verde. Sigo mais um quarteirão e paro em frente ao portão da garagem. Para a maioria das pessoas nos seus carros, às nove da noite, a cena era apenas uma mudança na paisagem cotidiana. Vida que segue e pensamentos ao alto, afinal, se correrem ainda pegam o final do Fantástico.

Eu entrei em casa e precisei sair de novo, dessa vez a pé, até a farmácia. Um quarteirão de casa, o mesmo quarteirão onde o corpo estava. Fui caminhando normalmente, entrei na farmácia, boa noite, boa noite, remédio tal, pagar em débito, digite a senha por favor...
Sabe como foi que aconteceu?
Não, só sei que era um entregador de pizza.
Foi o 409(uma linha de ônibus). Pegou ele e arrastou a moto mais de cem metros. Ele ficou lá, no chão.
(de onde nunca mais se levantaria)
Percebi que a coisa estava feia quando vi aquela poça de sangue grosso no chão, sabe?
Era muito grande.

Populares sempre são atraídos por esses acontecimentos. Sou popular. Quero saber, entender, tentar racionalizar o fim de uma vida. Não existe racionalização.
Não existem formas de entender.

Tento seguir o dia do entregador de pizza. Refazer os caminhos dele. Para qual time ele torce? Estaria feliz com a vitória ou triste com a derrota do final de semana? Quantos anos ele teria? Qual a pessoa que ligou pedindo a pizza, e a vida do entregador? Qual a pizza que essa pessoa pediu? Com ou sem cebola? Será que ela estaria ligando, reclamando da demora de entrega enquanto ouve: "aconteceu um acidente"? Afinal o que eu tenho com um acidente? Eu pedi uma pizza e ela não chegou.

O motoqueiro não chegará em casa hoje. Nem amanhã.

Tento fazer o trajeto. Pega a pizza, poucos minutos de vida restando. Liga a moto, contagem regressiva chegando ao fim. Sai pelas ruas, cortando carros ou dirigindo calmamente? Atravessa um sinal vermelho? Faz uma curva mais aberta? Viu o ônibus?
Como teria sido o impacto, a pancada? Morte na hora ou ainda teve tempo de sentir frio, o asfalto sem vida, quase como ele em poucos segundos (ou minutos). Quando teria dado seu último suspiro?

Na volta para casa, nesse um quarteirão que separa a vida da morte, fui pensando. Voltava de um chá de bebê, o clima era de nascimento, comemorando uma nova vida, ainda incipiente, enorme dentro da barriga da futura mamãe. Crianças e bebês corriam pelo playground, celebrando a vida que parece ser eterna. Me lembro de ter lido em algum lugar que a infância acaba quando nos damos conta de que um dia iremos morrer. Nenhuma inocência se sustenta frente à noção de finitude. Não sei quando foi que me dei conta de que tudo um dia irá acabar. Sei que o pensamento me assombra há muito. Noites vazias, de desespero infantil.

Nunca se sabe onde ou quando vamos chegar ao fim da linha. E isso sempre me deixou com uma sensação de vazio, de falta de propósito ou sentido para continuar. É claro, é simples. Um dia, mais cedo do que pensávamos ou mais tarde do que primeiro imaginamos, ele chega. Em uma batida de carro, numa doença terminal, num escorregão no banheiro, numa bala perdida, numa explosão vascular... E uma vez encontrado(o fim da linha), não há nada que possamos fazer para dar meia volta e continuar o caminho na direção contrária.
Ópio do povo


Sábado acordo com o Globo me mostrando que os EUA tinham sido rebaixados pela S&P.
Para quem lê a parte de economia do jornal ou se preocupa minimamente em como as bolsas do mundo se comportam, isso talvez nem fosse novidade. Mas devo dizer que um calafrio percorreu minha espinha.

Tudo o que pensava era: quando as bolsas abrirem segunda vai ser um Deus nos acuda. Talvez não, por conta do tempo, dois dias, para o pânico se dissipar no ar. Para quem manda de verdade, colocar as caras na TV e acabar com o pânico dizendo, calma lá, que a gente segura essa. Enfim, segunda era O dia.

Eis que chego no trabalho, ligo o computador e vou atrás das notícias de economia, escuto a miriam leitão na rádio e na TV, procuro ler os principais analistas... Mas não consigo me concentrar. O papo ali era outro. Futebol...

O Flamengo tá invicto, é líder!!!
Ah, o Botafogo...
Viu a jogada do Cortês?
E a expulsão do Diego Souza?!
Ganhei três ingressos pro cinema, vou dar pra um amigo tricolor. É pra ele ver o Capitão América Mineiro...

Liguei o som e, sem acreditar, também me esqueci que o mundo pode acabar amanhã.
Pelo menos até lá posso me felicitar pela bela vitória do Botafogo.

quinta-feira, agosto 04, 2011

acordei de supetão.
dormi mal pra cacete.
o tremor, em muitos momentos,
aparece durante horas em que deveria estar em suspensão de realidade.

Todo dia é a mesma coisa.
vou deitar, tarde, cansado.
Penso na vida, do que me resta dela, e porque estou aqui.
Tento buscar as forças lé dentro, para continuar mais um dia.

Mais um despertar, mais um café com leite,
horas de trabalho, metrô.

café, café, café.

Olha os trilhos. Não fique muito perto.
Liga o som, vai. Escuta uma música.
Mas não chora no metrô, queridão.
Isso pode pegar mal...