terça-feira, setembro 17, 2013

Não me pretendo um Ivan Lessa.
Hoje em dia, somos tantos escritores que não somos nenhum.
Mas ainda gosto de escrever. Não sei se tenho estilo, ritmo, poética suficiente 
para fazer disso um meio de vida. Acho que a essa altura do espetáculo, isso nem importa mais.
No entanto, ao citar o saudoso camarada aí de cima, não posso deixar de pensar que temos (ou teremos) algo em comum. É cada vez mais provável (e inevitável, diria) o meu autoexílio.
Talvez para voltar a adorar as árvores e os sabiás que aqui já não cantam como lá. 
Quem sabe, ainda, para dar graças ao suor das nove da manhã caminhando pela cidade imunda. Ou, por fim, para sentir falta dos erros de português que formam nossa língua falada, desafiando lógicas e gramáticas centenárias.

Saudades sentirei, pois é o português que corre em meu sangue. E língua mais bela, não há. 
Mas permitirei-me um sorriso, vez ou outra, quando pensar que aqui as coisas continuam exatamente como antes, exatamente como sempre, sem chance alguma de mudar.