terça-feira, março 29, 2005

como diriam os Power Rangers:

HORA DE BLOGAR!

***

Trabalho, hora de trabalho. Mas o ócio da tarde impera e ele não está nada criativo. Criativo é algo que deixei de ser faz algum tempo. Faço textos, frases, planos de comunicação, planejamentos, revisões... Mas criar que é bom, está bem devagar.
Tenho uma campanha para começar, mas e aí? cadê a asia que não me deixa pensar? cadê o ap que nunca parece estar desocupado? cadê o riso solto e fácil que ajuda a ir adiante?

O sono me toma, o cheiro de tinta e a cabeça em trilhões de lugares diferentes me entorpecem e, quando percebo, quero que seje a hora de partir. Mas e hoje, que partir se tornou mais e mais complicado? fazer o que...

deixar a maré me levar e tentar sentir algo, em um corpo já completamente numb.

segunda-feira, março 28, 2005

é uma espécie de preparação.
Preciso ser um cara mais chato.
Estar feliz é preciso quando o mundo é desse jeito. Desse jeito que se inflama ao saber que você, uma pessoa inteligente, que trabalha, tem seu dinheiro, não passa fome e tem onde dormir, se acha infeliz. Desculpem me, minha gente, mas não tenho culpa de morar num país onde a maioria das pessoas daria um dedo para ter o que tenho. Essas coisas daí de cima mesmo. Posso ser infeliz, triste, incompleto por nnao poder descobrir o que faria a minha vida ser valiosa a ponto de nunca perecer perante a humanidade. Humanidade esta que está fadada ao desaparecimento assim que o Astro Rei decidir parar de bombear raios solares para cá e em sua fome estelar resolver engolir a Terra, esse pedaço de poeira no qual nos equilibramos, em um universo cheio de mistérios e desencontros.
O que eu tenho que escrever?
Vejo fotos e fotos, escuto coisas, conhecem o mundo, pequeno desde sempre e me pergunto se a viagem verdadeira, aquela a qual estamos predestinados desde que nascemos não será na verdade a única coisa que irá mudar a minha maneira de ver o mundo.


Como ouvi em um cinema qualquer de uma cidade qualquer, a morte é igual a antes de nascermos. Parem e pensem nisso. Se você não entrarem em desespero mortal, como eu, realmente deve estar mais do que na hora de buscar ajuda profissional.


Questionamentos - Parte I

Trabalho para comprar coisas. As coisas não me acompanham depois da morte. Por que diabos então trabalho?

quarta-feira, março 23, 2005

Gerente:
José Carlos. Diz aí meu amigo, no que eu posso te ajudar.

Cliente:
Pra você que me conhece a tanto tempo, Antônio, eu posso falar. Andei falhando muito nesse ano.

Gerente:
Me conte mais sobre esse assunto. Para o homem admitir que falhou, é duro.

Cliente:
Não adianta. Eu tento, mas não consigo levantar meu negócio. Ele agora anda lá, todo caído. Parece que fizeram macumba.

Gerente:
Vou te liberar uma injeção de ânimo. Você vai ver como seu negócio vai voltar a funcionar.
xi, ia escrever ou melhor publicar um texto meu aqui hoje, mas nem deu certo. deu pau no arquivo e perdi tudinho. aí, para não dizerem que eu não escrevi nada durante a semana toda, escrevi isso aqui, que na verdade não é nada. coisas, não?

sexta-feira, março 18, 2005

Ninguem mais lê letra de música em blog, ainda mais em inglês, mas vou mandar asim mesmo.

I’ve been down this road once or twice before
Through the open door
I come falling through it
There’s a sign post up ahead
Like a watershed
And it opens my eyes
Ways, for me to begin
To be born again
And knowing for the first time
Ways, all so differently
Shine for me to see
The better man that I am

I’ve been places in my head
Behind me worse than what’s ahead
And on my path just like a dream
Takes me from the inbetween
From out of nowhere you came strong as stone
And now I’ll never have to be alone
What it is I know

You have always been my safe home
I walk, I run, I burn out into you
You have always been my safe home
My whole world has moved on

I know what I am and I’ll always be
Your reality, is better than I could dream
All my fears turn from black to white
And I’d stand and fight
The whole world for you
Faith, and destiny
I never did believe
My only God is love and
Faith, what I see in you
And I can hold it true
Like a weight in my hand

quarta-feira, março 16, 2005

e hoje, finalmente, se dá por encerrada a saga do Detran.
Na cena final, nosso mocinho (se bem que em filme independente não dá para diferenciar mocinho e vilão) sai do Detran, pega o adesivo de rebocada, que ele ainda carrega dentro da bolsa, o amassa e joga no lixo.

Assim, ele se distancia do Detran, entra em seu carro e vai para o trabalho.
O carro se afasta, enquanto a câmera sobe, mostrando a cidade ao fundo.

segunda-feira, março 14, 2005

Hoje, por um minuto, pensei quea cidade estava se despedindo de mim. Não é possível, não é provável, que toda a segunda-feira tenha que começar de forma tão errada, de forma tão perdida…

Fui, de novo, ao Ciretran. Dessa vez, com toda a papelada necessária e corretíssima para não ter problema algum. Fui bem recebido e comecei a puxar papo com a atendente que logo, logo, já tinha me dado toda sua ficha matrimonial e divorcial. No papo, vai, papo vem, o sistema do atendimento saiu do ar. Fiquei lá, filho pra cá, sogra pra lá, esperando o desenrolar do serviço público no Brasil. Foi, pelo menos, uma manhã agradável. Sinto que fiz bem a uma pessoa que precisava se abrir, soltar todas as agruras da vida em forma de palavras.

Saí, feliz, afinal, só precisava pagar no banco a taxa e finalmente estaria livre de tudo isso. Mas… Vitória me ama, e o sentimento é recíproco. Adivinhem? meu carro, quer dizer, o da minha mãe não estava onde parei. Pensei na hora: fudeu. Mas fui chegando perto e pude ver na calçada um adesivo, tamanho família me dizendo “ sifu. Seu carro foi rebocado!!!”.

Desespero, problemas em chegar no horário no trabalho… eram 10 da manhã, já estava uma hora atrasado para bater meu ponto. Fui ligar pelo meu celular para a gência e … Meu celular estava cortado por falta de pagamento. O pior? Eu o paguei!!! Mas realmente acabei pagando muito depois do previsto, de modos que tive o danado cortado exatamente no dia em que mais precisava dele. Fudeu.

Fui a um orelhão e liguei a cobrar para a agência, para explicar o motivo do atraso. Mas lá, não aceitam ligações a cobrar. Fiquei na mão. Liguei para a Lu (a cobrar no trabalho dela, putz!!!), e pedi para ela avisar que ia chegar atrasado.

Sentei-me no meio-fio e por pouco não comecei a chorar. Vi o tempo passar, vi minha vida atolada em lama até o pescoço e nesse momento pensei em deixar tudo por isso mesmo e me mandar, sem dizer nada a ninguém. Ir para qualquer lugar, longe, bem longe daqui.

Liguei para a OI, que nunca me ajudou em nada e pedi para religarem meu celular. Entrei num negócio chamado “religamento em confiança”. Ou seja, eles confiam que vou pagar, mas eu tenho certeza que paguei. Aí, em vez de esperar 4 dias, eles religam em 1 dia. Grandes benefícios.

Bom, de lá, me levantei da rua, respirei fundo e resolvi que não ia falar nada com ninguém, que ia me virar sozinho. Me lembrei que o depósito do Detran ficava ali perto e fui andando até lá. Nem precisa dizer que o sol estava de rachar e que justamente hoje, sai de camisa preta. Ai meu Deus…
Cheguei lá no lugar, suado, e perguntei como fazia para pegar o carro. Fácil, me dá a sua carteira e seu documento do veículo e paga isso aqui no BANESTES!!!!
NÃO, NO BANESTES, NÃO!!!

Sim, no Banestes. E, ah, ia me esquecendo, só pode ser pago na boca do caixa. O Banestes ficava a uns 400 metros de lá, debaixo de sol e com aquela fila, com aqueles atendentes lerdos e mau humorados…

Cheguei no caixa. Peguei a conta do guincho (é, só paguei o guincho, a mult vem DEPOIS!!!) e a do Detran. Disse para pagar logo as duas. Mas, não poderia dar tudo certo mesmo. A conta do Detran era um pouco pesada demais e não tive como pagar, pois não tinha saldo na conta. Quer dizer, saldo tinha, se não tivessem rebocado a porra do carro! Aí, só me restou pagar o carro e andar mais 400 metros debaixo de sol para pegar de volta o kazinho - cheio de adesivos de lacres de segurança, os quais tirei um por um - e vir direto para o trabalho. Adivinhem o saldo?


10 horas de débito no meu ponto, em apenas UMA SEMANA!!!!

Se mantiver meu emprego no final deste mês, será de bom tamanho.

Quanto a cidade, bom…
Foda-se essa cidade e sua sina que me persegue. Vou encarar ela de frente e acabar com qualquer chance que ela tiver de me botar pra baixo.

***
Não, o dia ainda não acabou. Essa parte veio depois do que escrevi aí em cima!!!

Hora do almoço, lá vou eu correndo para consertar minha vid em hora e meia de descanso. Disse descanso? que nada, descaso. descaso do destino para com mim. hehehe
Cheguei no detran e descobri, a duras penas, que os documentos tinham ficado em VILA VELHA!!!
tive que voltar, pagar mais 3 pratas de pedágio e créu! Não adiantou nada a ida ao detran. perguntei se a via com o desconto no IPVA iria ser entregue ali na hora e me disseram: Ah, não sei de nada disso, não. Isso é com a Secretaria da Fazenda. Pega o telefone ali e liga lá pra eles.
Ui ui ui.
fui pra casa. Enfiei alguma coisa goela abaixo (e quando digo enfiei, eu realmente enfiei. Não lembro o que comi e ainda não se passaram nem uma hora desde que me alimentei).
Liguei para a SE.FAZ. e nada. Hora de almoço, uma secretária me disse. Bom, horas perdidas no ponto a mais agora não farão diferença alguma. Espero até depois das 14 e consigo falar com o cara da fazenda. O pior (algo ainda pode ser pior?!) o desconto é só para quem compra carros aqui no ES. O meu é do Rio.

Agora? Rezar é pouco. Acho que vou pedir para ser batizado, benzido, crismado e vou peregrinar até Belém, a cidade de Cristo, não a do açaí, para ver se tenho perdoado minhas dívidas com o Divino.

quinta-feira, março 10, 2005

Disse que a manhã inútil rules no post aí debaixo. Mas pensem comigo. A manhã não é inútil se eu escrevi coisas interessantes e as coloquei no meu blog. A manhã não é inútil se tive tempo para parar e pensar, para parar e escrever, para ouvir músicas boas. Uma manhã inútil é aquela que eu perco debruçado em cima de pilhas e pilhas de pedidos de trabalho, sem tempo para pensar em nada que não seja o que me pedem no trabalho.

Minha manhã útil fica assim marcada, com minha repetição de palavras, com meus pensamentos recorrentes e com esse gosto azedo de Déjà vu.
Disse que a manhã inútil rules no post aí debaixo. Mas pensem comigo. A manhã não é inútil se eu escrevi coisas interessantes e as coloquei no meu blog. A manhã não é inútil se tive tempo para parar e pensar, para parar e escrever, para ouvir músicas boas. Uma manhã inútil é aquela que eu perco debruçado em cima de pilhas e pilhas de pedidos de trabalho, sem tempo para pensar em nada que não seja o que me pedem no trabalho.

Minha manhã útil fica assim marcada, com minha repetição de palavras, com meus pensamentos recorrentes e com esse gosto azedo de Déjà vu.

quarta-feira, março 09, 2005

Bela semana.
Essa semana.

Sábado quero sair, rir, me divertir. Está cada vez mais fácil me divertir. Sexta quero tocar como nunca toquei antes. Domingo quero ver meu time na TV. Sexta quero encontrar meus amigos, beber e ouvir um som bom. Um som meu, de preferência. Quero comprar discos, comprar um Play2, quero me mudar e conseguir finalmente voltar a viver junto de meus filhos.
Hoje tem reunião.
Quinta não tem, não.

Um churrasquinho sábado seria bem-vindo. Diversão barata e duradoura.
Meu novo xodó, que vem me acompanhando faz algum tempo é a banda Madrugada. Noruegueses, com esse nome em português. Músicas de fazer a cabeça, tanto ao norte quanto ao sul da linha do Equador.

***
Almocei arroz, feijão e frango grelhado. Uma saladinha verde e vagens.
E daí, né?
Com o cuidado de não me tornar repetitivo, digo logo:
Acabou o prazo que dei a mim mesmo para me desligar deste lugar.
21 dias são o que me separam da primeira grande derrota da vida.

Dia 31 de março não mais será meu último dia de Vitória. Ao contrário. Vejo que cada vez mais crio raízes aqui e, por menos que queira, não vejo mais como sair daqui com tudo em cima. Vou ficando, desperdiçando uma vida diferente em cada quilômetro de cidades que nunca vi.
Escrever o que der na telha, mesmo qundo a telha tiver sido despedaçada por algum vento de um milhão de quilômetros por hora.
Minha telha, minha cabeça, minhas sinapses parecem estar sendo levadas a cada dia. Esquecer, repetir, não saber, lembrar e rir da piada. Liguem o som e me deixem com minhas confusões, sozinho, mais uma vez, num quarto escuro.
É madrugada.

***

A maior parte das vezes, acordo com o texto pronto, inteiro, começo, meio e fim, na minha cabeça. A forca para levantar, ligar o computador, escrever, digitar, salvar e voltar a dormir me faz tão mal que simplesmente desisto. É hora de descansar, não de escrever.
Acordo sem nem lembrar que tinha acordado.

***

Quero não cair mais no inúmeros buracos das ruas de Vitória. Sinto que meu carro está começando a se despedaçar e não sei se devo processar a Prefeitura por ter feito um trabalho tão porco no asfaltamento de Vitória. Vocês já perceberam que “eles” adoram abrir buracos para obras, mas que sempre os fecham mal e porcamente?
E a qualidade do asfalto? Será que ele não poderia ser um pouquinho melhor?
Vou deixando, em cada buraco, um pouco meu bom humor, do riso fácil no meu rosto. E assim, de buraco em buraco, de solavanco em solavanco vou me transformando em uma personagem digna de desenhos animados, um ser transtornado, com olhos vidrados embebidos em ódio. Um predador prestes a destroçar sua presa, pelo simples prazer do poder ou apenas pelo inebriante cheiro da morte.
Acho que vou começar a andar de bicicleta.

***

Vampiros. Adoro vampiros, suas histórias, seus filmes (por pior que sejam), sua lenda, sua sensualidade. Como eles, adoraria viver pelas noites seduzindo donzelas e sugando-lhes o sangue até deixar apenas uma carcaça seca. Saciar meu prazer, apenas com o líquido grosso e quente. Dá para ser um vampiro de verdade, mas o preço a ser pago é bem grande. É necessário abrir mão de inúmeras coisas, e a primeira delas é da companhia de outros seres vivos, agora nada mais que meu jantar.
É melhor parar de sonhar, pois o preço da solidão absoluta não me disponho pagar.

***

Líquido grosso e quente é o que sinto na garganta a cada golfada que dou. Meu refluxo não está mais brincando e eu não estou gostando nada de ter que levar isso a sério. Dietas, ei-me aqui. Adeus a tudo o que um dia me liberou serotonina suficiente. Passo adiante a chance de ser feliz.

***
Manhãs inúteis, rulaz.

terça-feira, março 08, 2005

Uma manhã em calmaria é o bastante para não ter o que fazer em frente ao editor de texto aberto na tela. Umas horas sem ter que pensar são o suficiente para me fazer pensar, por conta própria, para meu bel prazer, recebendo por isso. O ócio é ótimo.
No entanto, não consigo nunca terminar um roteiro, que criei para ser feito nos momentos de ócio. Já para o trabalho, paro uma tarde inteira, queimo a mufa e eureca, um roteiro está feito.
Já pensei em tomar um medida extrema e me matricular em uma escola de roteiro, onde precise entregar um por dia, durante um ano e meio, para perder de vez a mania de não terminar as coisas.
Só para terminar este texto aqui, feliz dia da mulher.

***
Já rolou, por aqui, que só minoria tem dia de comemoração. É índio, negro, homossexual, mulher, árvore, santo… Essas coisas. Portanto, NÃO aceitem o parabéns de qualquer um.
O meu, fiquem tranquilas, vocês podem aceitar.
como disse antes, sou um engenheiro das palavras.
Nunca tenho comentários suficientes quando faço esse tipo de pergunta, o que sempre deixa a escolha por minha parte. No final, ela acaba sempre sendo minha, não importa o quanto as pessoas escrevam. Mas vamos, lá:
É melhor escrever um pouco todo dia ou me destruir de escrever quando tiver vontade e publicar trinta textos em um só dia e esquecer o resto do mês?

Vocês me lêem? Vocês me entendem?
O que vocês querem?
Com o tempo fui deixando de frequentar algus lugares. Alguns bares. Algumas pessoas.
Sinto falta de todos, é claro, mas sei que um dia estiveram em minha vida e a lembrança, às vezes, me basta.
Disse isso pois, ultimamente, tenho ido a bares mais bem frequentados, mais caros e mais chiques. Disse isso pois pensei na porção de polenta frita do Botequim Atual, na Praia do Canto, e tive vontade de ir até lá, tomar uma Baaden Baaden de onze reais e comer uma dessas porções bem servidas e suculentas. Não sou um frequentador do lugar, entretanto. Fui lá apenas algumas vezes, menos de uma dezena com certeza. Mas hoje em dia, prefiro suas cadeiras acolchoadas, seu serviço perfeito, sua cerveja cara e gelada ou seu chopp lindo na caldereta transparente e suada a ter que me sujeitar a sentar a céu aberto, numa cadeira de madeira e ser atendido por pessoas com cara de cu, lá na Rua da Lama.

Abro exceção à presença dos amigos, pois saída que se preze precisa ter a presença de um bom papo, de uma boa gargalhada, de um abraço ou aperto de mão de despedida. Chego ao cúmulo de escrever aqui que, se o amigo não estiver presente, o chopp fica aguado, a cerveja desce quadrada e o petisco esfria rápido demais. Nesses dias prefiro ficar em casa. Lá, pelo menos, ainda posso contar com meu amendoim.

segunda-feira, março 07, 2005

"Eu sou o homem mais chato do mundo.
Mas a culpa não é minha. Ela raramente é. O que acontece é que o mundo em que vivo teima em se virar contra mim, às vezes até nas mínimas coisas. Vocês já viram alguém comprar uma caixa de fósforos com alguns palitos a menos? Ou alguém ser enganado no peso de seu prato em um restaurante a quilo? Pois é, essas coisas já aconteceram comigo. E “essas coisas” trouxeram, além de uma bela dose de reclamação imediata, um recalque que não temo em assumir. Sou azarado, sim. Sou perseguido, sim. Sou pessimista, sim. E assim fiquei meio amargo.

Entenderei se, a partir daqui, você parar de ler este texto. Ninguém se interessa pela desgraça dos outros, muito menos de alguém que já começa um jogo esperando perder. E além do mais, não tenho mesmo o menor jeito para escrever. Não vai ser surpresa se este texto nunca for publicado. E pensando bem, não sou o homem mais chato do mundo. Talvez seja do meu prédio ou do metro quadrado em que estou agora. Ser o maior do mundo em alguma coisa significa ser extremamente bom naquilo que você faz. Não compactuo com esse otimismo exarcebado. E acima de tudo, sou realista.

Quem sabe a gente não tem a oportunidade de se encontrar de novo aqui e, quem sabe, você se identifique com algumas das minhas opiniões. Mas o mais provável é que você vá caminhar pela manhã e se esqueça de me ler. Tudo bem, prometo tentar entender.

Até."

Por Deyvid Hornby

sexta-feira, março 04, 2005

Saí ontem. Bebi os copos gigantes. Não passei mal, difícil passar mal. Ressaca, se muito uma pontada na cabeça vez ou outra, espalhadas por três horas da minha manhã. Um vazio imenso toma parte da carcaça. Uma grande interrogação será carregada por todo o dia, até mais uma festa e mais uma chance de beber. Admito, isso não está cheirando bem, e o cheiro que exala é etílico até a alma e entorpece de verdade todos os sentidos. Principalmente quando você os quer alerta.

Um alerta, isso poderia ser seu significado. Uma verdade, difícil de se lidar. Mas inegável. A bebida o está levando embora. A cabeca já não é mais a mesma, o corpo já não é mais o mesmo, a vida está diferente.

Assim como chegou, pedindo a primeira dose, se levantou e foi embora, deixando jogado na mesa alguns trocados amassados. O bastante para pagar sua parte na conta.

terça-feira, março 01, 2005

A vida
Ou como nascem os serial killers.

Foda-se Deus, mas hoje eu pensei em matar alguém. De preferiencia muitas pessoas e ao mesmo tempo!!!
E com requintes de crueldade. TODOS merecem sofrer um pouco do que sofri hoje em que, apesar de não ter me machucado (ainda), tudo andou para trás.

De manhã, estava tudo tranquilo. Mas logo ao sair de casa, a SOLA do meu tênis SOLTOU!!!
Fiquei com a sola presa pela metade. Isso e a calça que tá longa demais e fica entrando debaixo do meu pé. SACO!!!
Na hora do almoço, resolvi fazer as coisas que tinha logo antes de comer. Fui para Vitória, já que teria que ir ao DETRAN. Mas o carro começou acelerar demais, fazendo MUITO barulho e morrendo quando parava. PORRA, se acelerei ele para justamente não morrer, porque que o danado resolve morrer de vez!? Agora gasto mais gasolina e não adianta de nada.
Pelo menos chegaria logo em casa. Que puxa, na terceira ponte tava tendo aferição dos radares e só uma pista estava funcionando. Eu com o carro gritando a cada parada fiquei num engarrafamento na PONTE!!
PORRA!!!
Finalmente cheguei a Vitória, com o carro aceleradíssimo. Cocaína pouca é bobagem pelo jeito frenético que eles estava. O bicho parece um cavalo louco, eu freio e ele quer correr. Já quase bati umas três vezes.
Desesperado, parei perto da casa do meu pai, com o tênis já pela metade. Queria o carro dele emprestado para ir ao detran, mas ele não estava em casa. Aproveitei e comi logo (belo almoço). Fui para o Detran e putaqueopariu, o detran não funciona mais lá na Reta da Penha. Começa a chover e eu, com uma sandália emprestada do meu pai começo a me molhar e a molhar o meu pé. Detalhe para o look ridiculo, camisa azul molhada de chuva, calça jeans e PAPETE!!! Putaqueospariu!!!!
Mandei um torpedo para a Lu, mas perdi o filodaputa porque o cel dela não está fucionando. Fui pro outro detran, mas lá o atendimento é dos piores possíveis e depois de 40 minutos a toa, resolvi voltar para o trabalho, afinal, eram 14:40. Ao chegar no carro, a fechadura da porta resolveu não abrir. É isso mesmo. Tinha um jeitinho que eu fazia para abrir tranquilamente, mas foi tudo pro saco e fiquei uns cinco minutos tomando chuva na cabeça até resolver entrar pela porta do carona. Minha perna prendeu embaixo do painel e levei um arranhão fudido.
Bom, nem precisa dizer que peguei um trânsito fudido em Vila Velha e demorei mais 15 minutos para chegar, com o carro ainda fudido.
Mas o que é um peido pra quem tá cagado?

Resolvi destruir o carro dando socos e pontapés, mas minha mãe não entenderia. Respirei fundo e resolvi jogar todo o meu ódio nesse texto simples e sincero.
UFA!!!

Espero que o resto do dia seja um pouco melhor…
FUI NO ANTHRAX

Ok, ok, ok.
O show. Bom, foi aquela coisa, reencontro com amigos do colégio (antigos metaleiros), com os brothers de Colatina, com os brothers de Vitória e o não reencontro com o pessoal que faz a cena “rock/alternativa” atual. Uma pena, uma pena. Mas melhor para mim, porque pude me jogar com força na grade e ver de perto, de MUITO perto, o Scott Ian matar baratas e gritar até perder o voz quase todas as músicas. NFL e Got the Time marcaram um início arrasador, como poucas bandas de hoje poderiam ter. Depois, não me lembro direito da ordem das músicas, mas Indians e Antisocial foram pontos altos, com a WARDANCE da Indians transformando os poucos desavisados do Álvares em demônios conjurados pelas levadas carregadas de peso e cadência de Ian. Na verdade, ver um dos maiores ídolos da minha adolescência de perto foi foda, poder tocar junto com ele cada riff, ainda que só no air, foi felomenal. Inesquecível.
O resto da banda segura bem o rojão e até o John Bush, que gosto muito, apesar dele não ter feito parte da época de ouro do Anthrax, mostrou que o Beladona é passado mesmo.
As músicas mais novas (menos de 15 anos) como Only e Room for One More e até Safe Home, se encaixaram bem num setlist equilibrado, clássico e curto. Apesar da 1:20h de show, eu poderia ouvir ainda mais umas quatro ou cinco músicas.

Depois de certa hora, resolvi deixar de lado a paixão irracional por cinco peludos e ir ver tudo afastado. Sim, porque se da grade tive uma impressão, das arquibancadas ela foi bem diferente e, digamos, broxante. A irracionalidade ficava no máximo em 20 figuras lá na frente. O resto do ginásio parado, vendo o show. Quando Bush puxava um coro, o som das pessoas gritando não conseguia chegar nem na metade da quadra, apesar de lá da frente parecer que um milhão de fãs estavam se esgoelando. Talvez essa seja a palavra adequada, esgoelar. 20 ou 40 pessoas se esgoelando como se fosse o dia do juízo final e um monstro de concreto indiferente, sem ajudar em nada.
Mas quer saber, para essas 40 pessoas, cada gota de suor e cada falha na voz no dia seguinte valeram por anos de espera. Muitos anos para alguns. Alguns, não, para a maioria. Muitos anos para todos que estavam lá, já que a juventude prefere ignorar as bandas mais antigas. (provei do meu próprio veneno).

Na próxima, vejo vocês em São Paulo ou no Rio.
A saudade é um sentimento triste, mas muito legal. Triste porque ao mesmo tempo que você se lembra, você sente falta. Queria poder voltar a viver aquilo tudo, já sabendo o que o futuro reserva. Mas isso não é possível. No entanto, é essa incerteza que faz tudo ser tão especial, tudo tão excepcionalmente único. Cada dia é uma nova aventura, mesmo aqueles onde você só sai de casa para o trabalho para a casa. E até nesses dias você guarda uma lembrança, uma conversa ou uma paisagem na memória. Só para depois sentir saudades.