terça-feira, setembro 17, 2013

Não me pretendo um Ivan Lessa.
Hoje em dia, somos tantos escritores que não somos nenhum.
Mas ainda gosto de escrever. Não sei se tenho estilo, ritmo, poética suficiente 
para fazer disso um meio de vida. Acho que a essa altura do espetáculo, isso nem importa mais.
No entanto, ao citar o saudoso camarada aí de cima, não posso deixar de pensar que temos (ou teremos) algo em comum. É cada vez mais provável (e inevitável, diria) o meu autoexílio.
Talvez para voltar a adorar as árvores e os sabiás que aqui já não cantam como lá. 
Quem sabe, ainda, para dar graças ao suor das nove da manhã caminhando pela cidade imunda. Ou, por fim, para sentir falta dos erros de português que formam nossa língua falada, desafiando lógicas e gramáticas centenárias.

Saudades sentirei, pois é o português que corre em meu sangue. E língua mais bela, não há. 
Mas permitirei-me um sorriso, vez ou outra, quando pensar que aqui as coisas continuam exatamente como antes, exatamente como sempre, sem chance alguma de mudar.

quarta-feira, julho 17, 2013

Antes aqui


Frio

Está na cara, o inverno chegou. Pelas ruas, a naftalina volta a toda. Felizes, botas e cachecóis vêm dar a sua volta anual pelas ruas esburacadas e sudorentas. Então, como em um passe de mágica, as mulheres ficam todas, sem exceção, mais bonitas.

Fiquei pensando nessa última afirmação por algum tempo. Em minha caminhada matinal até o trabalho, depois de um cafezinho tradicional em um balcão, vejo mil e uma mulheres lindas. Meninas, garotas, gatinhas, idosas, empresárias, executivas, estudantes. O corpo desfilando, coberto. O vento gelado nas bochechas rosadas. A imaginação, essa companheira indiscreta, descortina saias e meias-calças, e desmascara a grande ilusão do inverno.

Em uma cidade praieira, os corpos desfilam sem muita cobertura. Pernas saradas e bronzeadas de fora. Barrigas malhadas em skates e patins na orla da praia. Cabelo molhado de sal, biquínis e saídas jogadas na areia. A perfeição pode até não existir, deixando espaço para uma manchinha aqui ou uma pequena acne acolá. Mas perto dessas amazonas, as mulheres comuns, as que trabalham e cuidam de casa, as que tomam conta de seus filhos e dos maridos, ou simplesmente as que preferem uma mesa de bar ou um livro à praia, se reduzem, recolhendo-se envergonhadas com suas falhas.


No inverno, não. As fazendas cobrem tudo. O joelho, esse estranho, é prazer aos olhos, como se com o cair das temperaturas também voltássemos décadas no tempo. O frio democratiza a beleza. Fica a cargo de nossas mentes, e não mais de nossos olhos, escolher a mais bela. A moça de formas abundantes, desfila seu desejo, liberta de vergonhas. E, ao fim, ficam mais belas pelo simples motivo de, despreocupadas, serem um pouco mais feliz.   

terça-feira, julho 02, 2013

Antes aqui

Pílulas


Zemaria – Great Escape

Enquanto o mundo todo comentava o novo disco do Daft Punk, uma turminha da pesada reafirmava seu talento. Dessa vez, infelizmente, bem longe de terras capixabas. Com Great Escape, o Zemaria deu um passo adiante e fez, de longe, seu melhor disco. Disponível nos melhores sistemas de streaming do ramo, as dez faixas passam como um vento refrescante à beira-mar, rápido e sempre deixando aquela sensação de “podia vir mais”. Um trabalho para marcar nome na história da música, seja ela capixaba ou não. 





Antes Aqui

Férias. Ou quando parar nem sempre é bom.

Estava eu em um lindo dia quando, de repente, percebi que após sair do trabalho estaria de férias. Neste momento, tudo se apagou. O escuro e a falta de perspectiva tomaram conta da minha vida. Fiquei parado, respirei fundo e despedi-me de meus colegas. O próximo passo que dei, foi em direção à rua, que me esperava quente e úmida.

Passado o baque inicial, precisei refazer todas as minhas anotações mentais. Ler um determinado número de livros, ver tais filmes, ir até o fim tantos e tantos jogos de videogame, escrever e, é claro, descansar pareceu não caber dentro dos poucos dias que tinha, depois de mais de três anos de trabalho ininterruptos. Então, o que fiz? Nada.

Fui viajar e, na volta, a Copa das Confederações estava prestes a começar. Grudei na telinha, vi milhares de programas sobre as seleções, inúmeras mesas-redondas, e uns tantos jogos de preparação (como Itália e Haiti, disputado em São Januário). Um desperdício de tempo, mas que me dá um prazer indescritível. Também fui a todos os jogos no Maracanã também. Mas isso deixo para contar outro dia. O importante aqui foi a completa desestruturação dos meus planos de férias. E que me fez pensar também nos meus planos rabiscados na virada do ano e que, até agora, no mês sete, não são mais do que rabiscos.

No fundo, acho que preciso de mais organização. Utilizar meu tempo, cada vez menor, de uma forma regrada e dividi-lo irmãmente entre todas as atividades que me dão prazer, até que a clonagem humana seja uma realidade e possa me dividir, de verdade, entre tantas tarefas e passatempos. Acho que está bom. Agora vocês sabem por que demorei tanto para escrever aqui de novo. Prometo não deixá-los esperando tanto pelo próximo texto. Até, pelo menos, minhas próximas férias.


quarta-feira, maio 22, 2013

Se eu tivesse que dizer duas coisas que me fazem feliz seriam, sem dúvida, roteiros e segunda grande guerra.

Tenho tirado um tempo para ler sobre os dois e, quando há tempo (e ideia), escrever um ou outro roteiro.
Sobre essa bendita forma de escrita, seguem dicas quentes, do Kurt Vonnegut e da Pixar.


"With his customary wisdom and wit, Vonnegut put forth 8 basics of what he calls Creative Writing 101: 
  1. Use the time of a total stranger in such a way that he or she will not feel the time was wasted.
  2. Give the reader at least one character he or she can root for.
  3. Every character should want something, even if it is only a glass of water.
  4. Every sentence must do one of two things—reveal character or advance the action.
  5. Start as close to the end as possible.
  6. Be a sadist. No matter how sweet and innocent your leading characters, make awful things happen to them—in order that the reader may see what they are made of.
  7. Write to please just one person. If you open a window and make love to the world, so to speak, your story will get pneumonia.
  8. Give your readers as much information as possible as soon as possible. To heck with suspense. Readers should have such complete understanding of what is going on, where and why, that they could finish the story themselves, should cockroaches eat the last few pages."



"On Twitter, Pixar storyboard artist Emma Coats has compiled nuggets of narrative wisdom she's received working for the animation studio over the years. It's some sage stuff, although there's nothing here about defending yourself from your childhood toys when they inevitably come to life with murder in their hearts. A truly glaring omission.
#1: You admire a character for trying more than for their successes.
#2: You gotta keep in mind what's interesting to you as an audience, not what's fun to do as a writer. They can be v. different.
#3: Trying for theme is important, but you won't see what the story is actually about til you're at the end of it. Now rewrite.
#4: Once upon a time there was ___. Every day, ___. One day ___. Because of that, ___. Because of that, ___. Until finally ___.
#5: Simplify. Focus. Combine characters. Hop over detours. You'll feel like you're losing valuable stuff but it sets you free.
#6: What is your character good at, comfortable with? Throw the polar opposite at them. Challenge them. How do they deal?
#7: Come up with your ending before you figure out your middle. Seriously. Endings are hard, get yours working up front.
#8: Finish your story, let go even if it's not perfect. In an ideal world you have both, but move on. Do better next time.
#9: When you're stuck, make a list of what WOULDN'T happen next. Lots of times the material to get you unstuck will show up.
#10: Pull apart the stories you like. What you like in them is a part of you; you've got to recognize it before you can use it.
#11: Putting it on paper lets you start fixing it. If it stays in your head, a perfect idea, you'll never share it with anyone.
#12: Discount the 1st thing that comes to mind. And the 2nd, 3rd, 4th, 5th – get the obvious out of the way. Surprise yourself.
#13: Give your characters opinions. Passive/malleable might seem likable to you as you write, but it's poison to the audience.
#14: Why must you tell THIS story? What's the belief burning within you that your story feeds off of? That's the heart of it.
#15: If you were your character, in this situation, how would you feel? Honesty lends credibility to unbelievable situations.
#16: What are the stakes? Give us reason to root for the character. What happens if they don't succeed? Stack the odds against.
#17: No work is ever wasted. If it's not working, let go and move on - it'll come back around to be useful later.
#18: You have to know yourself: the difference between doing your best & fussing. Story is testing, not refining.
#19: Coincidences to get characters into trouble are great; coincidences to get them out of it are cheating.
#20: Exercise: take the building blocks of a movie you dislike. How d'you rearrange them into what you DO like?
#21: You gotta identify with your situation/characters, can't just write ‘cool'. What would make YOU act that way?
#22: What's the essence of your story? Most economical telling of it? If you know that, you can build out from there."

terça-feira, abril 16, 2013

Antes aqui




Lar é onde sua cabeça está

Uma das coisas que nunca me saiu da cabeça, nos mais de 20 anos em que morei em Vitória, foi: preciso voltar para o Rio. Foi lá que nasci e de onde fui tirado, traumaticamente, por uma transferência profissional na carreira dos meus pais. E tirando eles, que ainda moram na Ilha do Mel, não tenho mais ninguém da minha árvore genealógica presente na cidade. Quem me resta, em termos de família, está no Rio. E no interior de São Paulo. Ou em Santa Catarina. Ou mesmo nos Estados Unidos, da última vez que soube, em Chicago e Dallas.

Portanto, não deveria ser uma tarefa das mais difíceis dar adeus e me colocar a “caminho de casa”. Acontece que a vida foi se espalhando por Vitória, as amizades crescendo como raízes pelos quatro cantos da ilha (e do continente) e, quando dei por mim, era impossível deixar tudo para trás de uma vez por todas. A mudança veio aos poucos. Em determinados momentos, cheguei a me dividir. Meio ano aqui, meio ano acolá. Até que, depois de muitas indas e vindas, voltei para o Rio de Janeiro.

Mas por que o Rio?

Essa é uma boa pergunta. Além da família, claro, devo ter outros motivos. Quando era mais jovem, eram as praias com ondas. Depois, os shows nacionais e internacionais. Ontem, pelo Botafogo. Hoje, pela esposa. E a cada dia me sinto mais (e menos) carioca. Perco tempo no trânsito, me aperto no metrô, presencio o descaso de autoridades e cidadãos. Tomo café em um prédio da época do império, me desbundo sempre que vejo a praia de Botafogo e faço o sinal da cruz toda vez que passo em frente a General Severiano.

Entre desgraças e esperanças, entretanto, vou me deixando cansar. Já não sinto o calor como um bem-vindo colega. Reclamo, quero frio. A malandragem da canção é pueril na realidade, e faz com que você precise ser mais esperto. Não há espaço para a coletividade. Não há gentileza gerando gentileza, muito pelo contrário. Nós não somos os outros. O estádio está fechado. Todos eles.  Caindo no clichê (ou seria na realidade?), sabemos que tudo será pior durante a Copa. Salários melhores, aluguéis maiores. Almoço para dois por 250 reais. Todos sorrindo e seguindo em frente. Então eu me pergunto: por que o Rio?

Talvez pela possibilidade de viver o Brasil onde ele é mais selvagem, onde ele é mais Brasil. Para tirar o doutorado de havaianas no pé, o canudo com cheiro de maresia, desviando de buracos nas lindas calçadas de pedras portuguesas. Para ter que estar sempre atento e se deleitar com o que a natureza nos presenteou de mais bonito. Para tentar ser melhor sempre, ainda que a vida te prove o contrário. O Rio é isso. E enquanto não me resolvo, vou vivendo como num reality show, estilo No Limite, onde o vencedor e o perdedor se encontram no fim, sobre a mesma laje, mostrando o samba no pé. 


Orai por nós.

segunda-feira, março 18, 2013

Antes aqui


Habemus Papam

Estou em frente à televisão e nela vejo, em close, a chaminé do Vaticano. Começa a sair uma fumaça. Branca. Habemus Papam.

Os sinos da igreja próxima ao meu trabalho dobram pelo novo Papa. Repórteres excitados gritam nos microfones, em transmissões recortadas pela má qualidade da internet do Vaticano. A multidão se aglomera na Praça de São Pedro, agitando bandeiras do Vaticano, da Polônia e até do Brasil. Começam os desfiles das bandas marciais. Música e festa emolduram os gritos de ordem, que decretam: E Viva o Papa!

Agora, parem tudo. Que onda é essa? Que clima carnaval na Bahia é esse que toma conta da transmissão, da Praça do Vaticano, dos católicos em geral? Não se esqueça, estamos falando da religião em que, não importa o que se faça, só existe vida em pecado. E Graça, só depois de morto. Da Igreja que foi erguida sobre ouros e pedras preciosas de todos os cantos do mundo, que se fortaleceu na aculturação dos índios, no massacre dos árabes e na perseguição da Inquisição. Onde fica, na história da igreja, a felicidade que emana de tantos sorrisos? Que esperança é essa, que dá ares por aí? Será em um mundo melhor? Alcançado como, com palavras de mais um velhinho vestido de branco?

Papa Francisco, agora sei, argentino, torcedor do San Lorenzo e matéria-prima para a maior quantidade de piadas sem graça por twittes ou posts no facebook. Ele apareceu na sacada, no Fantástico, o Jornal Nacional, na Folha, em sites de fofoca que descobriram até sua primeira namorada, em sites políticos que descobriram até seu vínculo com a ditadura e onde mais seja possível imaginar.

Não me lembro de tamanha capacidade de abstração da população mundial. Todos são crentes, em algum momento. A fantasia é a melhor realidade. Aparecem ateus, anticristãos, contrarreligiosos a negar e apontar. Falácia. Tudo em vão.

Ao primeiro sorriso, Jorge Mario Bergoglio conquista a todos com seu jeito bonachão. Um velhinho gente boa, que mexe com a gente, aflorando lembranças de avôs que já se foram, cercados de saudade. A vontade é de abraça-lo, buscando o conforto infantil que encontrávamos nos abraços do almoço de Natal ou em tantas ocasiões onde um senhorzinho de cabelos brancos e carinhoso nos fez feliz. Entre lágrimas nos olhos, um bom papado é o que nos resta desejar.


Habemus Papam by luis f taylor on Grooveshark
Antes Aqui



Foals – Holy Fire

É difícil começar a falar de uma banda da qual se gosta. O Foals vem me acompanhando (e eu, a eles) desde 2007. Dos primeiros singles aos lados Bs mais obscuros, aprecio basicamente tudo feito por eles. Há que se entender, no entanto, que não são um ato de encher estádios. Mas que, ainda assim, chama atenção com sua manufatura de boas canções cheias de nuances e pequenos detalhes, que criam um estranhamento típico do rock matemático, o math rock.

Então é chegado o momento e o Fogo Sagrado, terceiro cd/lp/álbum da banda, é lançado. Holy Fire não é um discão. O trabalho artesanal que era empregado em cada nota, no primeiro disco principalmente, dá lugar a um certo enfado. Ainda assim, Inhaler e My Number abrem com frescor os trabalhos. O vigor que elas apresentam só volta a aparecer em Out of the Woods e Providence. Pouco, para quem se acostumou a uma banda nervosa e cheia de energia que apresentava um desafio diferente a cada canção.

Mas não me entenda mal. É mais do que compreensível apresentar altos e baixos em uma carreira. Nas nossas mesmo, um dia estamos bem, em outros, nem tanto. O importante é não se deixar abater e seguir em frente. Adiante há sempre muito o que se conquistar. É por isso que já estamos aguardando o próximo (e quem sabe, o melhor) disco do Foals.  

























 - Pílulas 


Local Natives – Hummingbird

Os californianos do Local Natives lançam seu segundo álbum seguindo o mesmo estilo do primeiro, músicas quebradas e com boas construções melódicas. Isso faz com que, ao mesmo tempo em que soam fáceis, se tornam mais difíceis de serem assimilados. Um Coldplay que escreve por linhas tortas. Em certos momentos, beiram o rock coxinha, mas mantem-se valorosamente ao longo dessa perigosa fronteira, longe das fórmulas. Entre as melhores do disco estão Black Ballons e Breakers.
























Strange Talk – Cast Away

Há alguma coisa de diferente na água australiana. Faz algum tempo que bandas bebendo na fonte do nostalgismo aparecem por lá, com um nível de qualidade bem alta. O Strange Talk é mais uma delas e, apesar de um EP de estreia animador, seu primeiro disco não cumpriu as expectativas. Claro, está tudo lá: sintetizadores, a animação infantil, batidas dançantes... mas não dá liga. E ainda tiveram o disparate de deixar as melhores do EP - We Can Pretend e Eskimo Boy - de fora.






sábado, fevereiro 16, 2013

Eventos Registrados


15-30 junho 2013
Copa das Confederações da FIFA Brasil 2013
Status - Processo de Seleção
Dinâmica de Grupo - Riocentro - Av. Salvador Allende, 6555 - Portão I (carro) / Portão H (Pedestre) – Tenda do Comitê da Copa do Mundo da FIFA 2014 (Sala 3) / Rio de Janeiro 23 fevereiro 2013 11:00-12:30 (UTC-03:00) Brasilia


Mais um passo, mais uma etapa.

: D

domingo, fevereiro 03, 2013

Grande número de pessoas faz uso de antidepressivos. Nos últimos anos, os chamados inibidores da recaptação da serotonina têm sido o grupo de drogas mais empregadas no tratamento de distúrbios psiquiátricos como depressão, ansiedade, bulimia, estresse pós-traumático, obsessão-compulsão, disforias pré-menstruais e outros.

Pertencem a esse grupo medicamentos como fluoxetina (Prozac, Daforin, Eufor), paroxetina (Aropax), sertralina (Zoloft) e outros. O sucesso dessas drogas na clínica se deveu especialmente à tolerabilidade e segurança de uso em comparação com os antidepressivos empregados anteriormente.

Síndrome de abstinência

No entanto, um dos problemas mais frequentes associados ao uso desses inibidores é o aparecimento de síndrome de abstinência, quando sua administração é interrompida abruptamente.

Fenômeno semelhante pode ocorrer com outros antidepressivos não pertencentes a esse grupo, como a venlafaxina (Efexor), mirtazapina (Remeron), etc.

Síndrome de abstinência, aqui, é definida como “um conjunto de sinais e sintomas de instalação e duração previsíveis, que envolve sintomas psicológicos e orgânicos previamente ausentes à suspensão da droga e que desaparecem depois que ela foi reiniciada”.

Sintomas da síndrome

A abstinência à descontinuação abrupta dos inibidores da recaptação de serotonina, surge 24 a 72 horas depois da interrupção do tratamento e provoca os seguintes sintomas:

1) Psiquiátricos: ansiedade, insônia, irritabilidade, explosões de choro, distúrbios de humor e sonhos vívidos;

2) Neurológicos e motores: tonturas, vertigens, sensação de cabeça vazia, cefaléia, falta de coordenação motora, alterações de sensibilidade da pele e tremores;

3) Gastrintestinais: náuseas, vômitos e alterações do hábito intestinal;

4) Somáticos: calafrios, fadiga, letargia, dores musculares e congestão nasal.

Na ausência de tratamento esses sintomas desagradáveis costumam durar de uma a três semanas. Embora sejam discretos ou de moderada intensidade na maioria dos casos, às vezes podem se tornar mais intensos e serem confundidos com outras enfermidades.

A probabilidade de desenvolver a sintomatologia descrita é tanto maior quanto mais longa tiver sido a duração do tratamento. As reações geralmente estão associadas com durações de pelo menos quatro a seis semanas, mas podem acontecer depois de períodos de uso mais curtos.

Quanto mais rapidamente for excretado o antidepressivo, maior a probabilidade de surgir a síndrome. No caso de drogas como a fluoxetina que têm meia-vida (tempo necessário para eliminar metade da droga administrada) de 2 a 3 dias, os sintomas de abstinência podem instalar-se mais tardiamente (até uma semana depois da interrupção).

Duas a três semanas depois de instalados os sintomas da abstinência, costuma ocorrer um fenômeno conhecido como “rebote”: o reaparecimento dos sintomas psiquiátricos que levaram à indicação do medicamento.

Tratamento

O tratamento da síndrome de abstinência é óbvio: basta reiniciar a droga cuja retirada intempestiva foi responsável por ela. Com o reinício do tratamento os sintomas começam a melhorar já nas primeiras 24 horas. Para evitar a repetição do quadro, as doses diárias devem ser diminuídas gradativamente no decorrer de quatro a seis semanas, até que a interrupção completa possa ser realizada com segurança.

O grande número de pessoas que faz uso de antidepressivos atualmente, deve estar informado de que os efeitos benéficos do tratamento pode levar até seis semanas para se tornar aparente, e que precisa ser continuado por períodos de seis meses a um ano, para evitar recaídas precoces. Em caso de quadros depressivos que se instalam antes dos vinte anos de idade, em pacientes com recaídas múltiplas ou distúrbio bipolar, o tratamento pode exigir mais tempo ainda, ou mesmo estar indicado para ser mantido pelo resto da vida.

Durante esse período é fundamental que as doses diárias sejam tomadas com regularidade, porque os sintomas de abstinência podem surgir depois de apenas dois ou três dias de interrupção.

sexta-feira, fevereiro 01, 2013





Parabéns Luis Fernando !!!!!!!!




Você foi aprovado (a) na primeira etapa da nossa seleção para ser voluntário da Copa das Confederações da FIFA Brasil 2013! Agora falta pouco para fazer parte do nosso time!


O próximo passo é uma dinâmica de grupo, onde iremos lhe conhecer!! Essa etapa é presencial e para isso precisamos que você agende o melhor dia e horário disponível para comparecer no local indicado.
As turmas de dinâmica são separadas por dia e horário, com duração aproximada de 1h30. Favor chegar com 30 minutos de antecedência, levando seu documento de identificação com foto.


ATENÇÃO: EM BREVE FORNECEREMOS MAIS OPÇÕES DE LOCAIS, DIAS E HORÁRIOS PARA AS DINÂMICAS DO RIO DE JANEIRO. AS TURMAS SÃO DE 25 PESSOAS. CASO VOCÊ NÃO CONSIGA FAZER O AGENDAMENTO, PODE SER PORQUE AS TURMAS LOTARAM. AGUARDE PELA DISPONIBILIZAÇÃO DE NOVAS TURMAS!


Os agendamentos de cada turma se encerrarão com 48 horas de antecedência.

terça-feira, janeiro 29, 2013

Hoje, terça-feira chuvosa, li no O Globo que Silva, estaria se apresentando no Rio de Janeiro, mais precisamente no CCBB, dentro do projeto Sai da Rede (que acontece durante todo o mês de janeiro).

Fui em busca de mais informações e soube do horário dos shows (às 12h30 e às 19h). Pô, 12h30, aqui do lado do trabalho?

Corri para assistir ao show no horário de almoço. Cheguei, fui comprar meu ingresso para o Teatro II - show sentado, com acústica absurda de boa - e descobri quanto estava custando.

SEIS reais. Com cartão pré-pago do metrô, idoso ou estudante pagava TRÊS. Me senti na obrigação de pagar uma inteira. E assisti a um showzão, com pouco mais de uma hora, que me fez arrepiar em vários momentos. Depois, almoço e estou leve, de volta ao trabalho.

O que a apresentação me fez pensar é já deu tentar empurrar congo na cabeça dos capixabas. O som que sai daí é cosmopolita, moderno e bom, muito bom. É só ver quem faz "sucesso" até hoje pelo Brasil (e fora dele): Zémaria e Silva.

Talvez seja hora de deixar a soberba cultural de que o que é bom é o nosso de lado e aprender com zés, silvas e souzas que estão por aí, pés no chão, tentando ser só o que são. E se divertindo com isso.
Antes aqui:

O país do Chocotone.

Todo mês de janeiro é a mesma coisa. Pilhas e pilhas de chocotones em promoção invadem as gôndolas dos supermercados. Isso quer dizer que: ou o chocotone está com pouca procura, ou tem chocotone demais no mercado. Eu fico com a segunda opção. E ela me chateia sobremaneira.

É bom explicar logo, sou um profundo apreciador do Panetone. Sim, você leu direito. Panetone. Gosto de saborear a tradição. O aroma inconfundível da massa cozida misturada com as frutas cristalizadas, gostinho de Natal. Mas parece que sou o único. De uns tempos para cá, as novas gerações simplesmente ignoram o poder da tradição e empurram sua vontade goela abaixo de todo o país. Como bebês gigantes, esperneiam por aí: queremos gotinhas de chocolate, não frutas cristalizadas!

Isso revela mais do que o gosto comum do brasileiro. Isso revela uma mudança de mentalidade. Saímos da idade adulta e voltamos á infância mimada. Se assim acontece com o pobre do panetone, imagine com as leis, com o respeito ao próximo e, por que não, com quem gosta de Panetone? Um bico de choro, um telefonema para o papai e a famigerada frase: “Você sabe com quem está falando?” e pronto, as gotinhas de chocolate começam a pingar, como chuva torrencial, maculando meu querido doce natalino.

É o Panetone que me lembra, todo ano, que o Natal é o período de troca, felicidade e boa vontade. E não estou disposto a abrir mão disso, só porque você não gosta de frutas cristalizadas, ainda cata cebola na comida ou não teve coragem de provar rabada. Sério, Brasil, já passou da hora de você crescer.

sábado, janeiro 12, 2013

A mão anda mesmo imprestável.
A dor aparece de repente, numa onda que parece me fazer tremer dos pés à cabeça.
o punho anda se tornando uma engrenagem velha, enferrujada, e percebo que muito disso se dá por conta da tala que prende meus movimentos.
Estou imobilizado. Levei uma chave de LER que me fez bater três vezes e pedir arrego.

A coisa boa é que estou cuidando disso a vera e pretendo estar de volta aos escritos o quanto antes.

***

Outra coisa boa do descanso forçado é colocar em dia uma lista de filmes e seriados que queria ver. E um tanto de leitura.
Foi numa dessas que vi, de uma enfiada só, The Pacific, a série da HBO que conta como a segunda guerra foi do lado de lá do mundo. É estranho como nunca entendi muito bem o porquê desse teatro de guerra, e a série me deu algumas respostas, ao mesmo tempo em que aumentou ainda mais a minha dúvida sobre a real necessidade de tantas e tantas batalhas.

Ao contrário da Europa, onde o campo de guerra eram países dominados, como França e Bélgica, no Pacífico, a confusão era em ilhotas. Pedaços esquecidos no mapa e que até hoje não passam de destino de poucos viajantes. Lá, a coisa foi feia, de verdade.

Temo dizer que foi pior que na Europa. E tudo o que os aliados conseguiram foram ser esquecidos. Essa sim, foi a guerra do soldado esquecido. Baixas e mais baixas, por centímetros de rocha vulcânica, que entravam em erupção despejando japoneses por todos os lados. E quando se está lutando com um inimigo que vê a morte como uma honra, a coisa nunca pode ser boa.

A série é até mais forte que sua antecessora, Band of Brothers, e merece ser vista. Nem que seja como uma ode à memória desses garotos que deram suas vidas para que comêssemos hambúrguer com Coca-Cola hoje.