terça-feira, junho 23, 2009

bom, to sem net em casa.
óbvio, to numa lan.
nenhum e-mail que valesse a pena.
nada de novo no orkut, nem no botafogo.
enfim, pra que preciso de internet mesmo?
pra viver na expectativa de ummail, de uma nova boa noticia?

sei lá
talvez só para escrever e colocar aqui nesse blog mesmo.

ando escrevendo muito.
resolvi lançar um livro com 33 contos.
uma para cada ano de vida. Tenho 15.
talvez lance com menos, sei lá.
o título pode ser 25 aos 30
afinal, foram contos escritos desde sempre.
é sei lá.

aí, cansei do laptop e comecei a escrever no caderno. no papel.
aí cansei de tudo.e me joguei pra dentro deum cinema.
daqui a 20 minutos. é. uma boa desligar.


saudades dos amigos, todos longes.
saudades de mim.

segunda-feira, junho 15, 2009



deve-se escrever um mini-conto baseado nesta ilustraçao aí de cima. envie para a Piauí e participe do concurso Piaui/FLIP de continhos. eu mandei. esse aí de baixo.


Na Revista

Ele olha para a ilustração na revista. Aos pés de um homem, a mulher deitada se abraça. No cinzeiro, restos de cigarros. A dúvida que vem à cabeça é quem teria fumado todos os cigarros que estavam, aos restos, deixados no cinzeiro.
As guimbas mal-cheirosas emolduravam o reencontro. A mulher, deitada, enlaçada em seus próprios braços. Sua solidão mostrada em um gesto. Sua insegurança e sua carência, brigando com sua vontade de ser feliz. Seu rosto sem sentido, não conseguia mais sorrir. Nem chorar. Era o rosto de quem, de tanto olhar para o mesmo lugar, não enxerga mais nada. Uma paisagem sem vida. Ele está em pé ao seu lado. Sabe que se atrasou. Pede desculpas. Ela não responde, fica apenas deitada. Olha para o teto, foge do encontro de olhares. Não quer se lembrar de seu rosto suado, em cima desse mesmo tapete, testemunha de episódios repletos de sexo e amor. Agora, apenas testemunha de horas e horas de espera. Ele estava no escritório, foi chamado para uma reunião importante. Não teve como ligar. Ela não acredita, na verdade, não acredita em mais nada. Tinha desistido. Desistido das desculpas, desistido de si própria, desistido dele. Eram delas, então, as guimbas fumadas durante a espera. O encontro não teria um final feliz. Eles não eram mais dois amantes. Talvez ex-amantes. Ou eram apenas mais um casal, daqueles enfiados na rotina de dividir a mesma casa, a mesma cama, as mesmas contas, que tinham marcado de sair para jantar, quem sabe esticar a noitada num motelzinho, para esquentar a relação. Ou nada disso? O maluco, dos sapatos de couro italiano, bem lustrados, teria fumado um a um os cigarros que restavam no maço, enquanto em uma crise psicótica, cortava lentamente as pernas da moça. Ela deitada, sentiria o frio do choque e na tentativa de se aquecer se abraça, enquanto ele, em pé ao seu lado, segura uma machadinha suja de sangue.
Ele fecha a revista e a joga dentro do balde que costuma usar como revisteiro. Se limpa rapidamente e puxa a descarga. Agora tem mais com o que se preocupar, do que ficar inventando histórias enquanto olha para a ilustração da revista.

quinta-feira, junho 11, 2009

Domimgo.
Com M
Com mer
Comer. Comido, papado.
Babado.

***

Coloquei minha camisa do botafogo. Coloquei minha armadura. Debaixo dela não era mais um, era o cara. O torcedor. Precisava ter a coragem de encarar mais uma dura partida. Mais uma provação. Torcer pra esse time não é bom. Não pode ser. Ter que ir ao maracanã, pegar chuva, sem tomar uma cerveja, ver essa cambada criar chances pra caramba, jogar melhor do que o fluminense o jogo todo e levar um golzinho chorado no fim. Bom, eles têm o Fred. E nós, o que temos além de nossa paixão burra e inconsciente? Não muita coisa. Temos que gritar e torcer para tiaguinhos, tonys, alessandros, fahels, leos silvas...
A vida está muito difícil, meus camaradas, pra ter que gastar 15 pratas pra ver vocês. Tomei desgosto. Não vou faz tempo ver jogo. Continuarei sem ir por mais outro tempo. Mas gostei.
Gostei de ter colocado a camisa. De ter me sentido torcedor mais uma vez. Por voltar a ter o gosto de perder, sabe. De saber que fiz a escolha mais difícil de todas. Mas que ainda assim, sei o que me espera. Levantar a cabeça e seguir adiante.

***

Queria sentar e escrever como o Verissimo. Já sou Luis Fernando. Será que serve?
Domingo, abro o Globo. Lá está uma croniqueta do cara. Croniqueta mesmo. Ele anda escrevendo pouco. Seus livros estão mais curtos. Menos páginas. Livros de encomenda talvez, daqueles preguiçosos. Enfim, o cara parece que cansou. Mas tem umas horas em que ele acerta a cabeça do prego em cheio. Dessa vez aconteceu. Resumindo:

Homem encontra mulher na internet. Descobrem coisas que combinam e coisas que não combinam. Ambos mentem a idade (ela diz ter mais de vinte, ele menos de 30). Ela tem 18, ele, muito mais velho. Marcam de se encontrar. Trocam fotos. Ela gosta do que vê. Belos olhos azuis, cabelos loiros. No dia marcado ela está sentada numa mesa quando o cara chega e se apresenta. Ela olha para ele e não reconhece o cara da foto. O cara da foto é muito mais bonito.
Ela: Mas esse da foto não é você.
Ele: Eu sei. Achei que você iria achar engraçado eu ter mandado a foto do James Dean.
Ela: O que?
Ele: James Dean, o cara da foto...
Ela: Não conheço, nunca ouvi falar.
Ele: Você não conhece James Dean?!
Ela: Não. Era pra conhecer?

Ele deixa pra lá. Eles conversam. Ele paga a conta. Dele e dela. Eles se levantam, se despedem com um beijo e nunca mais se vêem outra vez.
***
Genial ou não?
Pensando aqui, dá até pra filmar isso. Vou pedir a autorização dele.
***

Vou começar a escrever coisas engraçadas. Deixar de lado essa melancolia. Ou usá-la para a comédia. Tem coisa mais engraçada do que cara melancólico?
Aquela cara de sofrer, de “me dá um colo”. Ou escrever tragédias. Não conseguiria chegar perto do Rubem Fonseca, mas seria um prazer tentar. Outro dia vi uma foto dele no jornal. Tá velhinho, coitado. É difícil ver uma foto dele. Ele não se apresenta para o público. Acho que não quer definhar a olhos vistos. Prefere a olhos não vistos. Ele é que é inteligente. Ser famoso não serve pra porra nenhuma. Talvez pra facilitar um financiamento na hora de fazer um filme. Talvez nem pra isso.



Boa noite.

segunda-feira, junho 01, 2009

Tentei ir no jogo do flamengo neste domingo.
Íamos eu e meu primo, o único flamenguista da família.
Era um domingo importante. Anúncio das cidades-sedes da copa. Estreia do Adriano no flamengo. Dia de festa no maraca.
Pois bem, mal chegamos lá já encaramos uma fila imeeeeeeensa para comprar o ingresso. O meio ingresso. A fila não andava. E das duas e meia até as três e quarenta ficamos debaixo do sol na esperança de tentar comprar os ingressos. Nada feito. Quanto mais perto da bilheteria, mais bagunça surgia. Gente entrando nas filas de qualquer jeito, vindos de qualquer lugar.
O clima pesou e resolvi voltar pra casa. Aqui, pelo menos, dava pra ver algum jogo em segurança pela TV. Perdi a festa. Enfim...
Aqui tá bem frio.
Talvez para combinar com meu coração.

***

Aconteceram umas coisas bem estranhas este fim de semana.
Primeiro, perdi um amigo. Coisa absurda, latrocínio.
Ele era da minha idade, tinha planos e desejos.
Vontades e certezas. E, assim, de repente, não tem mais nada.
E a gente já não o tem.
Comprei uma barra de chocolate pra afrontar a vida, pra dizer inconscientemente “estou vivo até que me provem o contrário”. Resolvi aproveitar a vida. Esquecer de fazer planos. Esquecer de pensar no futuro, esquecer de malhar para estar bem daqui a vinte, trinta anos.
Posso não ter o amanhã.

Coloque isso na balança e veja se sua vida foi válida, se você viveu todo dia como se fosse o último dia. Simplesmente porque pode ser. Ainda mais aqui no Rio, cidade louca da porra, violenta até o cu fazer bico.

Aí você para e pensa e coloca um milhão de coisas na cabeça, coisas certas, coisas erradas, escolhas certas, escolhas erradas, saudades e presenças. E fica maluco. Pelo menos até o próximo noticiário chegar e dizer que caiu mais um avião no meio do atlântico.