sexta-feira, novembro 30, 2012

Então o ano acabou?

já era 2012?

Bom, este ano foi-se esvaindo aos poucos. E de maneira constante.
Foi um dos que quase não dá para contar os bons momentos.
Foi, mesmo, um bom ano.
Nem ligaria se tudo se acabasse mesmo daqui a 21 dias.

Ficaria triste pelos filmes que não veria, pelos livros que não teria condições de ler e pelas paisagens que não poderia desfrutar.

De resto, todo o resto, pareço estar satisfeito.
Não há mesmo muito do que reclamar.
Tenho tido tanta ideia para escrever e tanta preguiça de me sentar e digitar as letrinhas que acabo deixando tudo pra lá.

tipo isso aqui...
Antes Aqui

Mais um ano se encerra e 2012 já abre passagem para 2013. Rápido como a luz, trocamos páginas de agendas, calendários e folhinhas. E como fazemos há quase 10 anos, não poderíamos deixar de fazer uma rápida retrospectiva do que apareceu de melhor nesses últimos 12 meses.
Pausa para reconhecer um ano especial em matéria de música. Muitos discos bons apareceram e, faz tempo, não ouvia tanta música nacional feita com qualidade. Bem, é melhor deixar de papo e começar a quebrar a cabeça para separar o que de real marcou 2012.


Jack White – Blunderism
O primeiro grande álbum do ano. Mais uma presença de Mr. Jack White (ex-White Stripes) na lista de melhores. Íntegro e coeso, um belo começo de carreira solo.

Hot Chip – In Our Heads
Demorei até finalmente ouvir o novo do Hot Chip. E desde então não me canso de ouvi-lo uma vez mais, sempre que possível. Ponto altíssimo da carreira dos ingleses.

Hot Water Music – Exister
Um disco que deve ter feito todas as outras bandas de rock tremerem na base. Depois desse lançamento, com peso, melodia e refrões impecáveis alinhados do início ao fim, a altura do sarrafo de 2012 foi mandada para o alto.

Curumin – Arrocha
Outro nacional que cavou seu espaço nesta lista. Um disquinho gostoso que só, com levadas eletrônicas mudernosas, mas bem feitas, e em extrema harmonia com o que o artista se propõe.

Los Sebosos Postizos - Los Sebosos Postizos interpretam Jorge Ben Jor
A Nação Zumbi tem tanto talento que, mesmo sem alguns integrantes, fez um projeto entrar nos melhores álbuns de 2012. Dengue, Lucio Maia, Du Peixe e Pupilo tocam as músicas de Jorge Ben (Jor) com ainda mais suingue (como se isso fosse necessário).


Alt-J - An Awesome Wave
O grande vencedor do Prêmio Mercury deste ano foi, talvez, a melhor surpresa de 2012. Som macio, malandro e muito, muito bom.

Two Door Cinema Club – Beacon
O segundo disco do TDCC é complicado, difícil e estranho. Ou nada disso. Entre a crítica, ouve divergências, mas aqui, este foi um dos melhores do ano, com canções lindas como Handshake e Beacon.

Tame Impala – Lonerism
O ano parece ser mesmo das afirmações. O Tame Impala, depois de dominar o mundo com Innerspeaker, volta com o equilibrado Lonerism. Um pouco mais de psicodelia com ecos de Beatles. Nada mal.

DIIV – Oshin
A felicidade de ouvir este disco deve ser parecida com ouvir um dos clássicos do New Order, assim que foram lançados. Baixo marcado, levadas oitentistas e muitas músicas boas.


E 2012 parece ter sido também o ano das mulheres. Algumas delas lançaram belíssimos trabalhos e não custa anda ressaltar seus nomes por aqui. Então anote aí: Cat Power, Norah Jones, Fionna Apple, Grimes, Céu e Feist. Você não levará um fora dessas vozes, fique tranquilo.

domingo, novembro 18, 2012

quarta-feira, novembro 07, 2012

Comprei o livro Herzog, escrito pelo Prêmio Nobel Saul Bellow, por conta da crítica que li na VIP. Dei, como poucas vezes o fiz, crédito a um crítico. Ainda mais sendo de literatura, coisa que aprecio de uma forma muito particular. Mais do que comprar livros, gosto de lê-los. Só vejo-os em minha estante depois de devidamente usados.
Mas enfim, comprei e me joguei de cabeça na mente de Moses Herzog. Um professor brilhante perdido entre suas memórias e suas mulheres. Confuso com o fim de seu casamento, Herzog nos leva de forma esplendorosa por sua história repleta de erros e passos em falso e começamos a temer pelo seu futuro. Pela sua perspectiva de futuro, qualquer que ele seja. Entre lembranças, Herzog escreve cartas. Cartas para seus amigos de tempos, para suas ex-mulheres, para seu psicólogo e para o presidente dos Estados Unidos. Como e onde elas serão postadas, não precisamos saber. Nem ele sabe, escreve como um meio de eliminar as impurezas da alma. Como alguns de nós.

Um adendo - O livro praticamente exige uma leitura ininterrupta, parar deixa no ar a linha de pensamento, o fio da meada, de mesma forma que você se sente quando o interrompem em meio a um pensamento e ele voa para longe. Infelizmente ter o tempo necessário para saborear essa obra-prima é algo impossível em tempos de celulares, internet e hiperinformação. Quer tentar? Boa sorte.




Aqui antes:

É um mistério. Alguns juram de pés juntos que é falso. Um truque. Outros que é uma aparição. Astrólogos diriam se tratar da conjunção de planetas e constelações em condições perfeitas de temperatura e pressão. Eu digo que é real.

Não só digo como posso provar que já vi. Presenciei com esses olhos que um dia a terra há de comer. Foram duas ou três vezes. Não mais que isso. A última aconteceu faz poucos meses, no centro da cidade. Ela passou quase ao meu lado e, de repente, tudo ao redor se tornou uma espécie de espera. Ela não caminhava. O que fazia era mais próximo de um levitar. Como se estivesse pisando em nuvens.

Ok, isso não é verdade. Era bem real e pisava, sim, no chão. Mas alguma coisa faz com que certas mulheres tenham um tipo de caminhar diferente. Como se o chão não existisse, ou fosse feito de ar. Passos leves e diretos, perfeita harmonia entre pés, pernas, músculos. Algumas, pouquíssimas, têm a qualidade excepcional de caminhar perfeitamente, olhos para cima, nariz arrebitado, como se estivesse em uma passarela de asfalto, pedras portuguesas, buracos e chicletes mascados. Como se a vida fosse ser levada sempre com a mesma pose. Diria, até, com certo ar monárquico.

Percebam que não falo de um tipo específico de corpo, de tamanho de pé ou de altura. O que mais importa é a imponência, um vagar que vem da alma.

Próximo a elas - essas fadas que caminham entre nós, pobres mortais de pés tortos, joelhos bichados e sapatos apertando joanetes - todos se sentem hipnotizados. É como se o tempo parasse. E lá vem ela. Pedestres abrem espaço, prendem a respiração, alguns homens menos fortes desfalecem pelas calçadas, atingidos por tamanho esplendor. É como estar frente a frente com um momento sublime. Da Vinci ao pintar Gioconda, Van Gogh ao cortar sua orelha, a primeira vez que as notas da nona sinfonia foram tocadas. É a sensação da presença de uma obra de Deus, à perfeição. Mesmo que só dure alguns passos.

Poucos são os felizardos que podem assistir a uma mulher que levita dessa forma. Uma maneira tão simples, um pé após o outro, que as mulheres têm de reforçar, de forma tão completa, seu domínio sobre os homens. Estaremos sempre aos seus pés.



quinta-feira, outubro 04, 2012

ANTES AQUI

Two Door Cinema Club – Beacon

É cada vez mais difícil decorar o nome dos caras (ou meninas) de suas bandas favoritas. Ainda mais se eles não tiverem o tino para o marketing autopromocional, qualidade que anda lado a lado com a competência para escrever boas canções. Alex Trimble poderia passar como um ilustre desconhecido pela maior parte do mundo e, tenho que admitir, até por mim mesmo.

Mas seus discos não passam. Senti-me estranhamente apegado por umas músicas de uma banda com um nome grande e estranho há uns anos atrás. Era o Two Door Cinema Club. Tourist History foi um dos discos de 2010. E apegado a essa memória, a qualidade demonstrada no passado, tive paciência em não descartar na primeira audição “Beacon”. Hoje agradeço aos céus. Aos poucos fui me inteirando das músicas, pescando um pedacinho de paraíso aqui, um backing vocal legal ali, uma batida que me deixou feliz acolá. O disco foi crescendo e no exato momento em que escrevo, não sei se poderia apontar algum defeito. Já qualidades despontam a cada segundo em faixas como Pyramid, Handshake, Next Year e, quem sabe, na melhor música do ano: Beacon, que fecha o álbum.

Mas é bom ressaltar, como todo fã posso estar meio cego (nesse caso, surdo).






***


Pílulas


Tame Impala – Lonerism

Os australianos apareceram numa tacada do destino e maravilharam o mundo da crítica com seu praticamente perfeito primeiro disco – Innerspeaker. Agora de volta com o segundo trabalho, Lonerism, o Tame Impala continua trilhando firme e forte o caminho iniciado na psicodelia e nas viagens entre notas musicais. Um disco que merece uma boa parcela de atenção este ano. Principalmente para uma das mais belas linhas de baixo do ano, em “Apocalypse Dreams”, e para voz do “novo John Lennon”, que realmente impressiona.







ZZ Top – La Futura

Trace uma linha reta. Início, meio e fim. Para algumas bandas isso é o que pode ser chamado de resumo de suas atividades. Em uma palavra: integridade. Não há curvas, evoluções desnecessárias ou mudança de rumos na carreira. O que se fez é o que se faz. E há uma multidão de fãs ávidos por mais do mesmo. É assim com o ZZ Top. Guitarras, cada vez menos presentes nos sons de hoje em dia, blues e rock, poeira e muito uísque cowboy.



sábado, setembro 22, 2012

Aí cheguei em casa ontem, sexta à noite, e coloquei uma cerveja pra gelar e um dvd do Oasis, nova aquisição, para rodar.

Em questão de segundos, sabia que a cerveja não seria mais necessária. Os vídeos do Oasis, todos os 38, me mantiveram naquele limiar entre a sublimação e a realidade, onde tudo parece ser colorido e feliz.

Mas, peraí. Deixe-me contar esta história direito.

Faz quase 20 anos que descobri, por acaso, a banda. E, desde então, é a única que faço questão de acompanhar de perto. Ok, tem o Verve também, mas esse é um outro assunto. Voltando ao Oasis, me lembro de chamá-los de Oásis, bem no comecinho, tentando abrasileirar o som, tão inglês, aos meus ouvidos, que pareciam ser estrangeiros em sua própria terra. Tentei empurrar a novidade tímpanos adentro de vários amigos.

Não rolou.

Virei um aficionado solitário.

Como em toda história de amor, houve altos e baixos, brigas e desentendimentos.
No fim, é o sentimento que fala mais alto e acabávamos sempre bem. Felizes.

Isso tudo é para falar que, mesmo anos depois, sorri a cada acorde, mentalizando as linhas de guitarra, baixo e viradas de bateria, solos e cantando TODAS as letras dos três primeiros álbuns (e de alguns b-sides) de cabeça. Como pode, tanto tempo depois, ainda me recordar disso tudo?

Bem, quando estamos falando de um amor para toda a vida, tudo é possível.

Oasis, a maior banda de todos os tempos, enquanto eu viver.





trilha sonora da noite

1. Supersonic
2. Supersonic (US Version)
3. Shakermaker
4. Live Forever
5. Live Forever (US Video)
6. Cigarettes & Alcohol
7. Whatever
8. Some Might Say
9. Roll With It (Colour Version)
10. Wonderwall
11. Don't Look Back In Anger
12. D'You Know What I Mean?
13. Stand By Me (Original Version)
14. All Around The World
15. Go Let It Out (Video)
16. Who Feels Love?
17. Sunday Morning Call
18. The Hindu Times (Original Version)
19. Stop Crying Your Heart Out (Video)
20. Little By Little (Video (Live))
21. Songbird (Video)
22. Lyla (Video)
23. The Importance Of Being Idle (Video)
24. Let There Be Love (Video)
25. Lord Don't Slow Me Down
26. The Shock Of The Lightning (Video)
27. I'm Outta Time (Video)
28. Falling Down (Video Version)
29. Rock 'n' Roll Star
30. Morning Glory
31. Champagne Supernova
32. Acquiesce (Live)
33. Don't Go Away
34. Where Did It All Go Wrong?
35. Gas Panic! (Live)
36. Little By Little (Live)
37. The Masterplan (2006 Video)
38. Acquiesce (2006 Video)

sexta-feira, setembro 21, 2012

Apesar de estar um pouco ausente, tenho pensado em milhares de textos que não coloco aqui.
Sabem como é, vida corrida, agenda cheia...
deixo de lado as coisas que mais gosto: meu bloguito e escrever.

Então, por conta disso, e para dar uma sacudidela neste espaço, com novidades e afins, inicio uma nova coluna, irmã da Primeiro aqui e do Eu quero.

É a Não Gosto

Inicio hoje com não gosto de:


SABONETE DOVE



Veja bem, não é que o cheiro seja ruim. Apesar de não ser o que eu considero cheiroso, o Dove está longe de ser fedido. O problema vem com a famosa frase que o diferencia dos outros sabonetes: feito com sei lá quantos porcento de creme hidratante. Meus queridos, se eu quisesse creme hidratante na minha pele, com certeza eu compraria um.
E não o deixaria dentro do box para passá-lo em meu delicioso corpitcho molhado.

Acontece que esses tantos porcento, fazem da fórmula Dove+água um desastre.

O sabonete simplesmente derrete em contato com a água. Ainda mais se a sua saboneteira for daquelas que enchem de água. No dia seguinte é melhor você jogar a água com o fluido doveano em uma bucha para tomar seu banho porque o sabonete não estará lá.

Outra coisa que não suporto no Dove é o fato de que, por mais que eu me enxague, sempre fica aquela babinha no corpo. O sabão não sai por inteiro do corpo. Deve ter um óleo na fórmula para dar essa impressão, sei lá. Mas o fato é que aquela sensação de baba grudada na pele é bem, mas beeem diferente da sensação de "uau, passei um belo hidratante pelo meu corpo".

São motivos que me fazem chegar à conclusão de que não, eu não gosto de sabonete Dove.



terça-feira, setembro 18, 2012


Para quem não acredita em coincidência.

DECRETO Nº 43.597 DE 16 DE MAIO DE 2012


REGULAMENTA O PROCEDIMENTO DE ACESSO A INFORMAÇÕES PREVISTO NOS ARTIGOS CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA, E NA LEI FEDERAL N.º 12.527, DE 18.11.2011 5º, XXXIII, E 216, § 2º, DA


O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, no uso de suas atribuições constitucionais e legais,


CONSIDERANDO:

- que todos têm direito a receber do Poder Público informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, nos termos do art. 5º, XXXIII, da Constituição da República Federativa do Brasil;

- que à Administração Pública compete a gestão da documentação governamental e as
providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem, conforme o previsto pelo art. 216, § 2º, da mesma Constituição;

- a necessidade de regulamentação da Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011,visando a garantir o acesso dos interessados a informações contidas em documentos produzidos ou custodiados pelos órgãos e entidades que integram a Administração Pública Estadual;

- que a Lei Federal citada contém normas gerais, aplicáveis a todos os entes federativos, e normas especiais, dirigidas expressamente apenas à Administração Pública Federal, o que acarreta a necessidade de regulamento próprio no âmbito do Poder Executivo do Estado do Rio de Janeiro;


DECRETA:



CAPÍTULO I


DO ACESSO A INFORMAÇÕES

Art. 1º - Fica regulamentado por este Decreto o acesso a informações contidas em documentos em poder de órgãos e entidades públicas da administração direta e indireta do Poder Executivo do Estado do Rio de Janeiro.

Parágrafo único - Considera-se documento, para os fins deste Decreto, qualquer unidade de registro de informações, qualquer que seja o suporte ou formato.

Art. 2º - Todos os documentos produzidos ou custodiados pela Administração Estadual
deverão ser classificados simultaneamente à sua elaboração ou recebimento pela autoridade competente.

Art. 3º - Deverão ser classificados no prazo de 2 (dois) anos, a contar da vigência do presente Decreto, todos os documentos anteriormente produzidos ou custodiados e que ainda não tenham sido objeto de classificação.

Art. 4º - O Estado manterá, em Portal de Acesso à Informação Pública na internet, os seguintes dados:

I - estrutura organizacional e descrição das atribuições dos órgãos que compõem a
Administração Pública;

II - endereços, telefones e horários de atendimento ao público das repartições estaduais;

III - registros da execução orçamentária e financeira, incluindo repasses ou transferências de recursos;

IV - editais e resultados de licitações, bem como atos de dispensa e inexigibilidade de licitação, além de extratos de contratos, convênios e termos de cooperação celebrados;

V - acompanhamento de programas, projetos, ações ou obras em andamento;

VI - respostas a perguntas mais freqüentes da sociedade.

Art. 5º - Os documentos poderão ser classificados como ostensivos, reservados, secretos ou ultrassecretos, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou à defesa do Estado.

§ 1º - A classificação referida no caput não exclui a aplicação das demais hipóteses de sigilo previsto em lei, bem como a tutela dos direitos autorais e da propriedade industrial.

§ 2º - A tutela das informações pessoais, pelo prazo legal máximo de 100 (cem) anos,
independe da classificação do documento em que estejam contidas.

§ 3º - Serão classificados no grau mínimo de reservados os documentos relativos às atividades de inteligência, inclusive os produzidos no âmbito do Sistema de Inteligência de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro (SISPERJ).

§ 4º - Serão igualmente classificados no grau mínimo de reservados os documentos pertinentes às atividades de investigação, fiscalização ou auditoria em andamento. Os relatórios finais de investigação, fiscalização ou auditoria deverão receber a classificação de maior sigilo aplicada a documento neles mencionado.

§ 5º - Poderão ser classificados como reservados os documentos inerentes à fase interna ou preparatória de procedimentos administrativos em que haja tal previsão. O acesso a tais documentos somente será possível caso sejam reclassificados como ostensivos após a conclusão do procedimento ou homologação pela autoridade competente, ou expirado o prazo de restrição previsto no § 1º do art. 6º.

Art. 6º - São de acesso público todos os documentos classificados como ostensivos, cabendo, quanto aos demais, observar os prazos de restrição respectivos.

§ 1º - Os prazos máximos de restrição de acesso à informação são:

I - documentos reservados: 5 (cinco) anos;

II - documentos secretos: 15 (quinze) anos;

III - documentos ultrassecretos: 25 (vinte e cinco) anos.

§ 2º - Os prazos, conforme a classificação prevista, vigoram a partir da data de produção do documento.

§ 3º - O prazo previsto no inciso III do § 1º deste artigo poderá ser renovado, uma única vez, motivadamente.

§ 4º - Esgotados os prazos definidos no § 1º, o documento tornar-se-á, automaticamente, de acesso público.

Art. 7º - É competente para a classificação do sigilo das informações:

I – no grau ultrassecreto:

a) o Governador do Estado;

b) o Vice-Governador do Estado;

c) os Secretários de Estado, no âmbito de suas respectivas Secretarias de Estado.

II – no grau secreto, as autoridades referidas no inciso I, os Subsecretários de Estado ou ocupantes de cargos equivalentes (Símbolo SS) e os titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e sociedades de economia mista estaduais;

III – no grau reservado, as autoridades referidas nos incisos I e II e os agentes públicos a quem essa atribuição for delegada.

Parágrafo único - As autoridades previstas nos incisos I e II poderão delegar a competência para classificação de documento a agente público, vedada a subdelegação.



CAPÍTULO II


DO PROCEDIMENTO

Art. 8º - O interessado deverá apresentar requerimento a ser protocolado no órgão ou entidade que tenha os documentos pretendidos, conforme o formulário-padrão de acesso à informação (ANEXO I), acompanhado do respectivo termo de responsabilidade (ANEXO II).

Art. 9º - O requerimento será imediatamente encaminhado à Comissão de Gestão de Documentos do respectivo órgão ou entidade estadual, que será competente para apreciar o pedido.

Parágrafo único - Os requerimentos de acesso deverão ser respondidos no prazo de até 20 (vinte) dias a contar do protocolo, prorrogáveis justificadamente por 10 (dez) dias.

Art. 10 - O acesso aos documentos ostensivos será assegurado pela própria Comissão de
Gestão de Documentos, que proverá os meios para que o interessado exerça o direito de acesso.

§ 1º - Será indeferido o pedido quando o documento estiver classificado como reservado, secreto ou ultrassecreto, ou quando contiver informações protegidas por sigilo assegurado por lei ou por decisão judicial, devendo constar tal dado da motivação da decisão de indeferimento.

§ 2º - Para cumprir o dever constitucional de tutelar as informações pessoais, a Comissão de Gestão de Documentos poderá tarjar os dados sensíveis, ainda que o documento requerido esteja classificado como ostensivo.

Art. 11 - Caso o documento pedido tenha sido extraviado, danificado ou destruído, a Comissão de Gestão de Documentos deverá comunicar à autoridade superior, para apurar o ocorrido mediante sindicância, informando ao requerente.

Parágrafo único - Será dispensada a sindicância quando o documento tiver sido eliminado em cumprimento aos prazos previstos nas Tabelas de Temporalidade de Documentos regentes das atividades-meio e atividades-fim da Administração Pública.

Art. 12 - Se o documento requerido ainda não houver sido analisado para fins de classificação, a Comissão de Gestão de Documentos encaminhará o requerimento à autoridade competente nos termos do art. 7º, que promoverá a classificação e decidirá sobre o pedido de acesso.

Art. 13 - Caso haja a negativa de acesso, pela Comissão de Gestão de Documentos, em razão da classificação do documento, poderá o interessado requerer a desclassificação à autoridade competente nos termos do artigo 7º.

Art. 14 - O requerente deverá arcar com os custos da reprodução dos documentos pretendidos, fixados em R$ 0,10 (dez centavos de real) por fotocópia em papel de tamanho A4 ou ofício.

Parágrafo único - Terá direito à isenção dos custos o interessado que comprovar renda total familiar de no máximo 4 (quatro) salários mínimos mensais.



CAPÍTULO III


DOS RECURSOS

Art. 15 – Contra a decisão que indeferir o acesso à informação ou a desclassificação da informação, caberá recurso, no prazo de 10 (dez) dias, que será julgado:

I - pelo Secretário de Estado respectivo, pelo dirigente máximo da autarquia, fundação, empresa pública ou sociedade de economia mista, ou pelo agente público a quem tenha sido delegada a atribuição, quando a decisão tiver sido proferida pela Comissão de Gestão de Documentos;

II – por uma Comissão formada por representantes, com seus respectivos suplentes, das
seguintes Secretarias de Estado: Secretaria da Casa Civil, Secretaria de Fazenda, Secretaria de Planejamento e Gestão e Procuradoria Geral do Estado.

Parágrafo único - O interessado dirigirá o recurso à autoridade prolatora da decisão, que poderá modificá-la, permitindo o acesso, ou manter a decisão, encaminhando o requerimento à autoridade competente para a sua apreciação.



CAPÍTULO IV


DAS SANÇÕES

Art. 16 - A violação do direito de acesso à informação sujeitará o infrator às penalidades previstas na legislação, aplicando-se, no que se refere às sanções administrativas, os respectivos regimes jurídicos disciplinares dos servidores públicos estaduais.



CAPÍTULO V


DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 17 – É aplicável subsidiariamente ao procedimento de que trata este Decreto a Lei Estadual nº 5.427/2009.

Art. 18 – Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação.

Rio de Janeiro, 16 de maio de 2012.

SÉRGIO CABRAL
Governador

(Publicado no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro em 17 de maio de 2012.)

quarta-feira, setembro 12, 2012

Oi minh´alma.

Faz tempo que escrevi sobre as píRulas (adoro escrever isso errado, já que a sonoridade do erro é mais belo que o acerto ortográfico) que ia tomar.

Tomo-as faz quase dois meses. Muita coisa mudou.
A vida ganhou uma direção, quase como se o avião que estivesse sem piloto, ao fim tomasse rumo.

Tudo é tranquilo e normal.
Acho que é isso.
Passei do sofrimento à normalidade.
um dia após o outro.

É como se elas, as píRulas, colocassem uma névoa entre minha mente e o futuro.
e me fizesse ser feliz com o que tenho, com o presente.

Funcionou.
Mesmo que tenha me tirado um pouco a alma ausente.
Coisas a escrever.

Estive em Porto Alegre. Cidade, que ao lado de Belém, envolvia meus sonhos em uma bruma de mistérios e belezas. Talvez devido às companhias, que me fizeram sentir como se fosse fluente na cidade, a cidade fez jus a todas as expectativas que criei para ela. Bonita, lembrando Buenos Aires em determinados momentos, São Paulo e seu interior, em outros, ou simplesmente sendo ela mesma. A fumaça do churrasco, os gaúchos (ou os lá radicados) passeando no parque com suas térmicas penduradas pelo ombro, as bombachas, o frio, os estádios de Inter e Grêmio, o orgulho pela Revolução, as cores da bandeira e a própria em diversos mastros da cidade, enfim, todos os clichês que fizeram da cidade (e, por que não dizer, do Estado) reconhecida por todo Brasil, presentes em carne e osso. Muito mais carne do que osso, obviamente.




Entre entrecots, cervejas artesanais e gaúchas altas com pernas de grilo, salvaram-se todos. E a melhor parte é que ainda é possível comprar um apartamento por lá com pouco mais de cem mil reais.



Isso...


...vira isso!


Felizmente, gostei tanto de Belém como de Porto Alegre.
Elas continuam sendo minhas cidades preferidas.
Espero que Tóquio, Mumbai e Santiago sejam legais também.

segunda-feira, julho 16, 2012

Antes Aqui





Maxïmo Park - The National Health



É como acontece muitas vezes durante sua vida. Você vê uma menina (ou um menino) linda(o) e quer ter ela(e) ao seu lado para sempre. Afinal, aquela beleza tem que ser sua, só sua. O problema é que, mesmo uma Ferrari, parada na garagem, vira um Fusca. Em outras palavras, a beleza vai embora na primeira briga e o cotidiano faz você se acostumar com o que, antes, te deixava sem fôlego.


O quarto trabalho do Maximo Park, banda que já estava na corda bamba, me pegou de surpresa durante uma caminhada e tirou um sorriso fácil do meu rosto. “Que disco!” pensei na hora. E passei a ouvi-lo continuamente, durante uma semana. Acontece que me acostumei. A paixão deu uma arrefecida e, de um discaço, tinha agora um bom disco.


National Health, o novo trabalho desses ingleses, começa fulminante, destilando melodias e boas composições. Após a pequena introdução, The National Health, Hips And Lips e The Undercurrents fazem o coração bater mais rápido. É aquele tipo de música que você espera ouvir sempre que coloca um disco novo para rodar: bem feita e que fica na cabeça durante um bom tempo.


A produção de Gil Norton que, entre outros, trabalhou com Foo Fighters e Pixies, também trouxe mais guitarras ao som da banda, que vinha perdendo as cores com o tempo. Fácil de perceber na Waves Of Fear, que fecha o disco, e em Banlieue. E as baladas não foram deixadas de lado, como na calminha Unfamiliar Places.


Às vezes é difícil tentar se lembrar da primeira vez, resgatar aquele primeiro sentimento esquecido no tempo. Você já é íntimo, reconhece os pequenos defeitos. Mas também descobre outras qualidades. A paixão vira um amor calmo e seguro. Indiscutível, como a qualidade desse disco. E você, leitor, está pronto para se apaixonar?



Pílulas:


DIIV – Oshin



No meio da enxurrada de novidades destes últimos meses, um, em especial, merece destaque. Com uma linha de baixo à la New Order e uma aura etérea, o Diiv consegue ser uma das melhores releituras oitentistas que estão por aí, com um álbum bom da primeira a última faixa. Escute Doused e Sometime e tente se ver livre deles.




Odair José – Praça Tiradentes



Com cada vez mais seguidores entre a juventude antenada, Odair José volta, depois de 6 anos, a lançar um disco de inéditas: Praça Tiradentes. Lugar pródigo em putas, motéis baratos, cornos e corruptos, a praça é um passeio pelos temas das principais canções de Odair. Produzido por Zeca Baleiro, com composições próprias e de gente do nível de Arnaldo Antunes, Chico César e do próprio Zeca, Praça Tiradentes brilha com ótimas canções, como Vida que não Para n°2, E Depois Volte pra Mim e a própria Praça Tiradentes. Como ele mesmo já cantou “o que existe são momentos felizes”. Bem-vindo a mais um.

sábado, junho 30, 2012

Lobão fala no Futura.
Lobão fala.

Fale mal ou fale bem, não dá para ser indiferente quando se escuta alguém com opinião falar.
Lobão tem a dele.
E numa dessas frases cunhadas pela sua verve, lá veio a crítica à internet.
"Hoje tem tudo por aí. Se eu vivesse nessa época, não teria lido Platão.
E muito provavelmente nunca leria. Ia ser mais um idiota."

Resumindo, nas palavras que minha memória me ajudou a salvar, foi isso.
A superficialidade das discussões (culpa dos 140 caracteres e dos pequenos relatos cotidianos no facebook) está aí, escancarada.
O papo aconteceu no Futura, enquanto na Xuxa, um sertanejo cantava. Era Zezé e Luciano.
E dos males, o menor.

Coloquemos em perspectiva, a evolução da nossa música. Os bossa novistas falavamde amores, de belezas e paisagens. Os tropicalistas criticavam nossa situação política e calice quem puder. Os oitentistas, com sua atitude mezzo pop, mezzo punk, queriam derrubar o sistema. Mas o que caiu foi o muro de Berlim, e com ele, veio a leva do pop limpo, sem letras assim, digamos, mais contundentes. Salvo raras exceções, como em todos os casos.

Agora, se preparem, meus amigos, porque o que veio depois, foi de chorar.
Tchans, boquinhas das garrafas, danças de vampiros, manivelas, maxixe, tcheca, é o bicho, é o bicho, vou te devorar. O que tentar entender disso? Ou melhor, o que interpretar em frases tão medíocres? Nada, não é mesmo?

Pois bem, quando achávamos ter achado o fundo do poço, vimos que o buraco é mais embaixo. E, adeus às palavras.
Nossas músicas agora, são escritas por sílabas. Tchus, Tchas, tcheretêtês e afins, todos doidos por fazer amor, doidos por te dar amor.

Para onde olhar? Que horizonte podemos (devemos?) buscar?


Voltemos ao Lobão. Ao subir dos créditos, vaza, deliberadamente, uma frase:
"Pô, eu falo pra caramba. Às vezes nem eu acredito nas besteiras que falo. Ficou bom?"

Eu respondo, querido lupino, mas antes, tenho que terminar um capítulo do Segundo Alcibíades. AH, a internet. Esse dínamo de informações ao alcance de todos.

quinta-feira, junho 28, 2012

queridos leitores


sei que ando em falta com a maioria de vocês.
sei que ando em falta comigo.
é a síndrome da repetição.

não faço, mas quero fazer.
não leio, mas quero ler.

o novo trabalho e as pílulas me fazem olhar para a frente.
o passaporte europeu também.
quero viver.
preciso de anos, muitos deles, para aproveitar tudo o que posso ter.

Mas ainda preciso escrever. quero escrever.
prometo escrever.

Para tanto, vou me inspirar.
de hoje em diante, não chegarei em casa e cairei no sofá,
babando com uma tv acesa a minha frente.
Empreguete sou eu que vou virar se continuar a ouvir essas músicas da novela.

livros tenho aos montes. o que falta agora são aqueles 40 minutos de metrô, onde varria páginas com os olhos, limpando letras e jogando-as para debaixo do tapete de minha mente.

Tempo eu tenho, falta usá-lo melhor.
até a hora do jornal, terei que ler SEMPRE. ou ver um bom filme.
inspiração e trabalho.

é assim que volto a ficar juntinho de vocês.
Aqui.



domingo, junho 17, 2012

saudades de escrever.
muitas saudades.

tenho coisas escritas num molespobre que, afinal, adoro carregar comigo.
vez ou outra, paro, releio, e tenho certeza que devo colocar a dispô dos meus dois leitores.

Noutras, acho que tudo não passa de besteira da minha cabeça e tenho uma preguiça mortal de sentar numa cadeira sem conforto e digitar tudo no laptop, sem jeito nem posição perfeita para tanto.

Agora mesmo, tenho o computador de colo apoiado em minha perna, numa situação de conforto que não irá durar muito.

***

Coloquei como meta ler Ulysses, a nova tradução da Cia das Letras/Penguin.
Logo comprarei o calhamaço. Prometo deixá-los a par das idas e vindas de Leopold Bloom.
E parabéns pelo Bloomsday.
Li, a primeira tradução, do Houaiss, até a página 150 e pouco. Depois tive que devolver o livro para a dona, que me pediu.
Fiquei para sempre com aquelas imagens na cabeça e a vontade de continuar.
Agora, com o nome dele em alta, farei isso.

***

No trabalho novo, na secretaria de planejamento do Estado do Rio, trabalho como um louco. Mas trabalho feliz. Nunca pensei em ser funcionário público (e ainda não sou), mas é uma vida decente e boa, no fim das contas.
E, no fim, é isso que conta.

Agora vou lá comer pizza e terminar de ler o capítulo da Allmans Brothers Band, do livro Ponto Final. Recomendado para quem quer entender um pouco mais os anos 60. Eu nem queria, mas acabei entendendo e entendo muitas coisas agora. Até com certa curiosidade e reverência.

Anos loucos, esses sessenta.

terça-feira, maio 22, 2012

http://www.npr.org/blogs/krulwich/2012/05/17/152913171/the-essence-of-science-explained-in-63-seconds

mais do que ver o vídeo, é importante ler o texto.
Que está em inglês, infelizmente.

The Essence Of Science Explained In 63 Seconds
12:00 pm
May 17, 2012

by ROBERT KRULWICH

Here it is, in a nutshell: The logic of science boiled down to one, essential idea. It comes from Richard Feynman, one of the great scientists of the 20th century, who wrote it on the blackboard during a class at Cornell in 1964.

Think about what he's saying. Science is our way of describing — as best we can — how the world works. The world, it is presumed, works perfectly well without us. Our thinking about it makes no important difference. It is out there, being the world. We are locked in, busy in our minds. And when our minds make a guess about what's happening out there, if we put our guess to the test, and we don't get the results we expect, as Feynman says, there can be only one conclusion: we're wrong.

The world knows. Our minds guess. In any contest between the two, The World Out There wins. It doesn't matter, Feynman tells the class, "how smart you are, who made the guess, or what his name is, if it disagrees with the experiment, it is wrong."

This view is based on an almost sacred belief that the ways of the world are unshakeable, ordered by laws that have no moods, no variance, that what's "Out There" has no mind. And that we, creatures of imagination, colored by our ability to tell stories, to predict, to empathize, to remember — that we are a separate domain, creatures different from the order around us. We live, full of mind, in a mindless place. The world, says the great poet Wislawa Szymborska, is "inhuman." It doesn't work on hope, or beauty or dreams. It just...is.



View with a Grain of Sand

We call it a grain of sand,
but it calls itself neither grain nor sand.
It does just fine without a name,
whether general, particular,
permanent, passing,
incorrect or apt.

Our glance, our touch mean nothing to it.
It doesn't feel itself seen and touched.
and that it fell on the windowsill
is only our experience, not its.
For it, it is no different from falling on anything else
with no assurance that it has finished falling
or that it is falling still.

The window has a wonderful view of a lake,
but the view doesn't view itself.
It exists in this world,
colorless, shapeless,
soundless, odorless, and painless.

The lake's floor exists floorlessly,
And its shore exists shorelssly.
Its water feels itself neither wet nor dry
and its waves to themselves are neither singular nor plural.
They splash deaf to their own noise
on pebbles neither large nor small.

And all this beneath a sky by nature skyless
in which the sun sets without setting at all
and hides without hiding behind an unminding cloud.
The wind ruffles it, its only reason being
that it blows

A second passes.
A second second.
A third.
But they're three seconds only for us.

Time has passed like a courier with urgent news
but that's just our simile.
The character is invented, his haste is make-believe
his news inhuman.
Na Internet é assim.
Temos tudo e temos tanto que, no fundo, não temos nada.

segunda-feira, maio 21, 2012

Da pressão de viver

Então, há uns dias atrás, fiz 36 anos.
Passou como um dia qualquer.
Ando meio cheio de tensão, ansiedade dando na cara.
A novidade agora é uma dor no peito, como se fosse um peso horrível,
que às vezes nem dá pra pensar.

Fico grilado com isso, vontade de me esconder do mundo,
das coisas, das contas, das pessoas, de ficar deitado na cama.

Comprei uma batelada de remédios hoje.
Volto para os controlados, o que significa, nada de álcool.
Ótimo, já que me despedi em grande estilo este fim de semana.

Mas enfim, como tem coisas que não dá pra explicar aqui,
fico sentindo minha pressão no peito, a bola na garganta e o enjôo,
sendo taxado de maluco por uns, de fraco por outros.

Esperando o dia em que algo aconteça (ou não, espero que não)
e eu possa dar um sorriso maroto e falar, viram eu tinha razão.
Não, não quero ter. Quero estar sempre errado,
quando o fluxo repentino e potente de adrenalina atinge meu sangue
e tudo o que posso fazer é arregalar os olhos, respirar fundo e tentar evitar o pior.

Não é fácil ser adulto, o que já sabia desde os 15 anos,
síndrome de peter pan em vista.
Mas não pensei que com isso viesse o vazio, as dores, os temores, tremores e terrores
que são mais presentes do que para a maioria de vocês.

É difícil ser literado, culto, inteligente e ver que isso não adianta nada frente
os desígnios mais malucos da natureza humana. Ser humano não é pra qualquer um.

Talvez não seja pra mim, que procuro uma verdade maior,
algo que me guie, que me sirva de bandeira, de força propulsora.
Trabalhar para ganhar um dinheirinho para pagar umas continhas,
para poder continuar trabalhando por misérias de segundos em paz.

Pode ser que nada mude, pode ser que tudo mude.
A partir de amanhã tenho 20mg de cloridrato de paroxetina na minha cabeça.
Não sei o resultado disso na prática.
mais textos? menos textos? uma visão diferente do mundo?
melancolia? felicidade? perspectivas falsas? ou as reais?

Conto com vocês.
conto, antes de tudo, com mim mesmo.



Como diria Ziraldo

Tudo de que você precisa está dentro de um livro.
Seu filho não pode chegar à internet sem passar pelo livro.
Se não for capaz de escrever o que pensa e de entender o que lê, vai pra internet pra virar um idiota.
A internet está cheia de idiotas. Ela conseguiu dar palco pro canalha, pro invejoso.
A humanidade, vocês, adultos, sabem, não presta.
E você multiplica a potencialidade dessa maldade na internet...

sexta-feira, maio 18, 2012

tava pra escrever um texto faz uns meses com o medo que eu tinha do Brasil dessa pujança toda, nova potência e o escambau.
uma hora o mercado ia/vai bater a real.
É/ERA crédito demais pra quem nunca teve e quem nunca comeu melado quando come se lambuza.
resultado: inadimplência, dívida e desespero.

sexta-feira, abril 27, 2012

Atualizada!!!!!

27/01 - The Rapture + Breakbot
Descrição ali embaixo, é só procurar.
03/02 - Mayer Hawthorne
Estava em São Paulo. Fim de semana interessante.
09/03 - Morrissey, na Fundição.

Sobre o Morrissey ainda devo umas linhas aqui. Mas ver How Soon is Now ao vivo, vou lhes dizer...
15/03 - The Naked and Famous
Não fui. Estava cansado. Só isso.
17/03 - Happy Mondays, Circo Voador
Cancelado. Afinal, são os Crazy Mondays.
31/03 - Nação Zumbi
Perdi um show com duas horas de duração.
Mas fui em um aniversário e vi todo o Trapalhões no Planalto dos Macacos.
04/04 - Foster The People
Ainda preciso escrever sobre esse show. Um dos melhores do ano.
05/04 – Thivery Corporation
Não.
06/04 – Friendly Fires
Não.
21/04 – Buraka Som Sistema
Não.
22/04 - Anthrax + Misfits
escrito e descrito no post abaixo.
03/05 - Noel Gallagher (comprado)
10/05 – The Kooks
18/05 - Matanza - Circo Voador
04/06 - Tune-Yards, Teatro Odisséia
26/05 - Los Hermanos, Fundição Progresso SOLD OUT
27/05 - Los Hermanos, Fundição Progresso SOLD OUT
02/06 – Owl City
03/06 - Los Hermanos. (comprado)
set/out - SWU
Como foi, amigos. É como foi.


Domingueira quase noite, ainda levemente ressaqueado. Duas fatias de pizza na Guanabara da Lapa, a verdadeira xepa, uns dois chopps e estamos prontos para encarar a maratona de shows. Perto de festivais que duram finais de semana, nossa maratona é café pequeno. Mas para a gente estar aqui vale muito mais. São duas bandas, Misfits e Anthrax. Duas grandes bandas. As camisas pretas abundam pelas cercanias da Fundição Progresso. A fila para entrar, FILA, está imensa. Vamos lá pro final e na metade do caminho começamos a ouvir a barulheira saindo lá de dentro. Felizmente, depois de entrarmos, descobrimos ser o cover de Metallica chamada Anesthesia. UFA... a noite estava salva.

Nos preparamos, arrumamos um lugar tranqüilo, boa visão do palco, som nem tão bom, típico da fundição (e do Misfits)e fomos pro show. Misfits foi aquilo de sempre, grosso até o talo, melódico e com o som emboladão. Normal, né? Jerry Only não tem voz mesmo.
No set, muitas do último álbum e uns clássicos, como não poderia deixar de ser. O show foi bom, então? Claro que foi. Mas para mim, que tive a chance de vê-los sozinho no circo, onde detonaram um set com 38 músicas e começaram com Halloween (dessa vez só mandaram ela no meio do show), achei só ok. Tanto que tive que dar uma saída pra pegar água e nem fiquei tão chateado. Pode ter sido a casa - mais ampla -, o público - mais do Anthrax - ou outros fatores quaisquer que fizeram um show que considerei antológico anteriormente em uma apresentação só ok. Os amigos presentes, Paulinho, Tourco e Bonna podem ter uma impressão diferente.



Tempo para descansar as pernas e lá vem mais pancada. Pela primeira vez, veria o Anthrax com sua formação quase original. Mas pelo menos, era o Belladona na gritaria. E não hove decepção. De forma alguma. A banda, afiadíssima, o som altão e bem menos embolado do que o Misfits e uma galera completamente alucinada no mosh já fizeram desse show um dos melhores de 2012. Sem sombra de dúvida.

O set passeou por quase todos os discos da fase Belladona, com clássicos como Be All, End All; Metal Thrashing Mad; Got the time; Antisocial; Indians; I´m The Man e até umas menos cotadas como Medusa(????????). As músicas do disco novo apareceram também e funcionaram MUITO melhor ao vivo do que no disco. Destaque absoluto pra The Devil You Know, um show de peso e melodia. Falei das músicas, agora falo da banda.



Ver em cena Scott Ian é emocionante. Charlie Benante é um cavalo. Frank Belo estava contido, mas seguro. E o Belladona, meus camaradas, tiozão velho e magricelo com pique de garoto. E com uma cabeleira de dar inveja ao Jassa. Ele chamava a platéia, regia o coro, corria e, além disso tudo cantava. E como cantava. Foi de lavar a alma. Tudo o que precisava para fechar com chave de ouro, a cereja do bolo de um final de semana intenso. Da próxima, espero que mais de vocês possa vir e fazer o consulado tijucano ainda mais feliz.


quinta-feira, abril 19, 2012

A brincadeira é simples.
Escolho cinco discos da minha vida, pego duas músicas deles que mais marcaram e
publico aqui.


Discos da vida


Não é fácil pensar assim, de prima, em cinco discos. Ou por serem tantos em tantos anos, ou por serem poucos os que realmente grudaram na minha história de vida. Mas já que é isso o proposto, vamos a eles.


Titãs – Cabeça Dinossauro

Tenho uma história de amor e ódio com os Titãs. Em uma Lojas Americanas, no centro de Vitória, pedi um disco qualquer para o meu pai. Ele olhou para aquele monte de disco da loja (eles ficavam pendurados ou isso é apenas uma lembrança nebulosa?) e me disse:
Ou você leva esse ou não te dou nenhum. Aceitei. Afinal, melhor um disco rodando do que dois na loja. E ganhei meu primeiro disco de rock. Imagine o baque que ele causou no garoto de 10 anos. A capa era assustadora, e dentro o desenho era mais feio ainda. Ouvir aquelas músicas que falavam em dar porrada, xingavam a igreja ou mandavam os bichinhos irem se fuder mexeu comigo. AA UU, gutural, era a minha preferida. E A Face do Destruidor a que mais me dava medo. Por conta desse disco, virei fã dos Titãs e acompanhei a carreira deles, comprando todos os discos (em vinil) até o Titanomaquia. No colégio, a sala se dividia entre os fãs da Legião e eu, fã e defensor dos Titãs. As discussões eram intermináveis e sempre conseguia colocá-los lado a lado com Renato Russo e Cia.
Ainda bem que não estudava mais quando vieram “As dez mais” e seus sucessores.










GnR – Apetite for Destruction/ FNM – The Real Thing

Aqui não tenho muito como fugir senão citando esses dois discos, que não tem nada a ver um com o outro. Mas voltando do Rio para Vitória, ouvi os melhores momentos do Rock in Rio 2 em uma rádio qualquer. Os pedaços dos shows do Faith No More e do Guns me abalaram. Até então, estava indo por um caminho meio estranho no que diz respeito à música. Tinha algumas trilhas de novela, uns de batucada e, acreditem, um de axé - da Banda Reflexus - que simplesmente adorava. Juntei uma graninha e fui até a Mesbla, no centro da cidade. Lá achei os dois discos vendendo. Comprei-os. Foram os primeiros que comprei com meu dinheiro (apesar de ainda não trabalhar). Até hoje carrego um pouco de orgulho de tê-los escolhido e de saber que foram esses que me colocaram de vez no caminho do rock.












Oasis – Definetly Maybe

Oasis foi é e sempre será a minha banda favorita. Perdeu o posto pro Verve em alguns momentos, mas nada que pudesse abalar sua supremacia. Era uma época de vacas magras. Eu só estudava e não tinha nenhuma forma de renda. Não, nem mesada. Mas era viciado por música e queria continuar comprando mais discos, descobrindo mais bandas. Meu passatempo favorito era ir a uma loja onde ouvia discos a tarde toda.
Para frear meu impulso consumista, tinha duas soluções. A primeira era encomendar um disco de uma banda qualquer em um catálogo imenso. Assim que o disco chegava me ligavam da loja, mas eu nunca ia buscá-los. Umas semanas depois, era certeza, estariam na banca de promoção. Aí comprava por um preço bem menos salgado do que o de um disco encomendado. A segunda era comprar um disco, levar pra casa, ouvir e gravar uma fita k7. No dia seguinte voltava à loja e falava que tinha ganhado um disco igual àquele de aniversário. Fazia a troca e pronto, tinha dois discos pelo preço de um. Uma única vez isso não funcionou. Era um disco de capa azul, com uma foto duns caras numa sala. Comprei pela capa, gostei do azul, sei lá, coisa do destino. Comprei a fitinha k7 e coloquei o disco pra tocar. Quando acabou eu estava tão embasbacado que chamei a minha mãe para ouvir comigo. Era uma experiência que precisava dividir com alguém. Ela ouviu e soltou: parece até Beatles. No dia seguinte não devolvi o disco. E nunca mais soube onde aquelas fitas gravadas foram parar.










The Verve – Northern Soul

Bom, esse disco meio que acompanhou a minha entrada na internet, no chat do ZAZ, e em todas as listas que entrei depois disso. E ainda foi uma conhecida de São Paulo quem me mandou uma fitinha com capa azul, com esse disco gravado. Envolto em um jornal de Santos onde ela trabalhava, “Veja só o que faço com o meu trabalho”.
Sofria com a solidão e a distância, que a realidade me impunha, de uma vida que eu queria levar. E tive essas músicas como trilha sonora.












Slowdive - Souvlaki

Uma pena nessa lista não ter nenhum disco do Metallica, Slayer ou Anthrax, para reforçar minha psique metaleira. Inclusive foi a turma que encontrei que mais acolheu discussões e audições de discos novos em eventos especiais. Mas o Slowdive entrou de sola na minha vida numa época estranhíssima. Nem rola começar a contar senão o parágrafo vira uma espécie de autobiografia proibidona, coma algumas páginas. Resumindo, teve término de namoro, reatamento, outro namoro - com a melhor amiga da ex, término, paixão por uma menina 10 anos mais nova, rompimento, paixões platônicas e muita, mas muita bebida. E isso é só a ponta do Iceberg. Mas a imagem que tenho quando ouço esse disco, são duas pessoas deitadas em um colchonete, em um domingo quente à tarde, ouvindo cada pedacinho do barulho mais lindo já feito por uma guitarra. E espaço sideral. Talvez o lugar Ideal para estar durante aquilo tudo que vivia.





segunda-feira, abril 16, 2012

Antes Aqui


The Shins – Port of Morrow


Faz alguns anos que espero o novo álbum do Shins. Cinco, para ser mais exato. E sempre os inclui na lista das minhas bandas prediletas. Durante esse tempo entre Wincing e Port of Morrow, James Mercer, o cabeça por trás da banda, se tornou conhecido no mundo da música e, mais do que isso, respeitado.

Assim não foi difícil arrumar parceiros de peso para participar de projetos paralelos, enquanto deixava os fãs de sua banda principal em modo de espera. Junto com Danger Mouse formou e lançou, em 2010, o incrível Broken Bells. “Se um projeto paralelo, ele chegou a esse nível, imagina o que não fará no próximo disco.” Expectativas foram catapultadas ao infinito.

Como todos sabem, expectativa é a irmã mais próxima da decepção. Se ele tá falando isso é porque o disco é ruim, você deve pensar. Nem é que seja ruim, já que conta com algumas boas músicas. Mas ele não se sustenta e seus poucos pontos altos acabam se perdendo em uma paisagem desértica. Geralmente escuto o disco sobre o qual escrevo para buscar inspiração, mas hoje estou escutando o melhor disco que o Shins nunca lançou, o já citado Broken Bells.

Desde o primeiro single lançado na internet, Simple Song, o gosto que ficou foi de comida requentada. Aquela que até tem um temperinho gostoso, mas que é sempre uma segunda opção depois de posta à mesa. The Rifle's Spiral abre os caminhos do disco, que até cumpre seu papel, mantém a atenção ligada no que se está tocando. Infelizmente, o resto parece ser um grande mexidão, onde se escuta mais do mesmo e acabamos sendo levados para longe da música, pelo qualquer coisa que aconteça ao redor. A atenção só volta a ser atraída quando se chega a 40 Mark Strasse, a penúltima do álbum. Ainda assim, apenas por segundos. Muito pouco, para quem fez tanto em outras tentativas.

Depois de tanto tempo, acho que merecíamos mais, hein, Mercer.

***

Enquanto isso, revejo a lista dos melhores de 2011 publicada aqui mesmo e me dou conta que deixei de fora o coeso Torches, dos moleques do Foster The People. Imperdoável. Se você ainda não ouviu, não perca tempo.




Pílulas


Miike Snow – Happy to You

A Suécia, quem diria, além de exportar loiras de 1,80m com hábitos sexuais liberais, não para de dar ao mundo boa música. O último disco de Miike Snow traz o calor e o ritmo que não se espera encontrar em seu invernal país de origem. The Wave e Paddling Out são destaques em um disco que ainda traz a introspectiva e belíssima Black Tin Box.

http://soundcloud.com/miikesnow/black-tin-box




Jack White – Blunderbuss

O que falar de Jack White que ainda não tenha sido falado? O mentor da finada White Stripes volta com seu primeiro disco solo, com o pé enfiado na lama do Blues e do Country de raiz. Tem peso, tem melodia e, de quebra, umas pitadas de genialidade. Já é possível vê-lo, velhinho, com uma guitarra no colo fazendo um show inesquecível como outros mestres do Blues. Recomendadíssimo.


Estava vendo tv, domingo à noite.
Numa passada, paro na MTV.
Beavis and Butthead, aquele mesmo, antigo, no ar.
Assisto a menos de 5 minutos.
De repente, tudo volta com uma força e velocidade tremendas.

Estou em middle 90's, eu acho.
ou início dessa década.

MTV era um canal que, simplesmente, não existia em Vitória.
Com sorte, pegávamos um rabicho de programação que passava nas madrugadas no canal 6.
TV a cabo não era uma realidade.
Hoje, é tudo mais fácil. Tv, internet, celulares, tudo, TUDO está aí para você.

Voltando aos 90. Que década.
O que realmente aconteceu por ali?
ou, what da fuck, será que aconteceu?
ou eram os meus dourados que passavam ali, embaixo do meu nariz, e me deixariam para trás para todo o sempre?

Lembro de tanta coisa, de tantas pessoas, do que fazia, do que ria, do que pulava, celebrava e curtia.
Bom, acabou-se o que era doce. 90 foi a 22 anos atrás.
Passou.
Passei.
Foi bom, valeu.
Até mais.

Ia golfar memórias e nostalgia, mas pra que? pra quem?
foda-se o que está perdido em memórias.
Um passo adiante e você já não mais no mesmo lugar.
Acho que o mesmo pode ser dito de segundos. minutos.
ou, numa maior escala, anos.
por que não, anos?






Melhor ver os clipes antigos que passam no Beavis & Butthead.
Pelo menos lá, Dave Grohl é só o baterista do nirvana.

terça-feira, abril 10, 2012

Back to teenage

de volta à adolescência

Do nada, resolvi me dar de presente,
graças ao querido torrent e aos queridos usuários que cedem (seedam?) seus arquivos,
as séries My So-called Life e Popular.

A primeira, com a Claire Daines mais linda do que nunca, entrava pelo meu quarto, via telinha, canal 42, multishow em seus passos iniciais. Ainda tentando achar seu perfil de público, passava, às 14 horas, essa maravilha moderna.

Eu chegava do colégio (ou já seria da faculdade?) tomava banho, almoçava, deitava e assistia a série, antes de dar uma cochilada.

A segunda, Popular, passou no SBT e se chamava Popularidade.
Acho que passava domingo de manhã e certos dias me lembrava de ver.
Sempre foi uma série legal, e cheguei a acompanhar alguns episódios.
Mas a lembrança é a melhor possível e talvez eu vá arruiná-la agora que conseguirei rever,
com mais experiências vividas nas costas. Mas é um presente que me darei mesmo assim.

***

A outra classicidade sendo baixada é Férias do Barulho (Private Resort) dublado.
Filme de sessão das 10, do SBT (minha filha viu e gostou) que conta com Johnny Depp
antes dele só interpretar o papel de Johnny Depp.

Agora só falta correr atrás do último americano virgem. heheheh

segunda-feira, abril 09, 2012

domingo, abril 08, 2012

Acabou.
Mas você soube que começou?

Olhaí o que eu pretendi fazer, e fiz, este ano:

Tempo da Quaresma

Na linguagem corrente, a Quaresma abrange os dias que vão da Quarta-feira de Cinzas até ao Sábado Santo. Contudo, a liturgia propriamente quaresmal começa com o primeiro Domingo da Quaresma e termina com o sábado antes do Domingo da Paixão.

A Quaresma pode se considerar, no ano litúrgico, o tempo mais rico de ensinamentos. Lembra o retiro de Moisés, o longo jejum do profeta Elias e do Salvador. Foi instituída como preparação para o Mistério Pascal, que compreende a Paixão e Morte (Sexta-feira Santa), a Sepultura (Sábado Santo) e a Ressurreição de Jesus Cristo (Domingo e Oitava da Páscoa).

Data dos tempos apostólicos a Quaresma como sinônimo de jejum observado por devoção individual na Sexta-feira e Sábado Santos, e logo estendido a toda a Semana Santa. Na segunda metade do século II, a exemplo de outras igrejas, Roma introduziu a observância quaresmal em preparação para a Páscoa, limitando porém o jejum a três semanas somente: a primeira e quarta da atual Quaresma e a Semana Santa.

A verdadeira Quaresma com os quarenta dias de jejum e abstinência de carne, data do início do século IV, e acredita-se que, para essa instituição, tenham influído o catecumenato e a disciplina da penitência pública.

O jejum consistia originariamente numa única refeição tomada à tardinha; por volta do século XV tornou-se uso comum o almoço ao meio-dia. Com o correr dos tempos, verificou-se que era demasiado penosa a espera de vinte e quatro horas; foi-se por isso introduzindo o uso de se tomar alguma coisa à tarde, e logo mais também pela manhã, costume que vigora ainda hoje. O jejum atual, portanto, consiste em tomar uma só refeição diária completa, na hora de costume: pela manhã, ao meio-dia ou à tarde, com duas refeições leves no restante do dia.

A Igreja prescreve, além do jejum, também a abstinência de carne, que consiste em não comer carne ou derivados, em alguns dias do ano, que variam conforme determinação dos bispos locais.

No Brasil são dias de jejum e abstinência a quarta-feira de cinzas e a sexta-feira santa. Por determinação do episcopado brasileiro, nas sextas-feiras do ano (inclusive as da Quaresma, exceto a Sexta-feira Santa) fica a abstinência comutada em outras formas de penitência.

Praticar a abstinência é privar-se de algo, não só de carne. Por exemplo, se temos o hábito diário de assistir televisão, fumar, etc, vale o sacrifício de abster-se destes itens nesses dias. A obrigação de se abster de carne começa aos 15 anos. A obrigação de jejuar, limitando-se a uma refeição principal e a duas mais ligeiras no decurso do dia, vai dos 21 aos 59 anos. Quem está doente (e também as mulheres grávidas) não está obrigado a jejuar.

“Todos pecamos, e todos precisamos fazer penitência”, afirma São Paulo. A penitência é uma virtude sobrenatural intimamente ligada à virtude da justiça, que “dá a cada um o que lhe pertence”: de fato, a penitência tende a reparar os pecados, que são ultrajes a Deus, e por isso dívidas contraídas com a justiça divina, que requer a devida reparação e resgate. Portanto, a penitência inclina o pecador a detestar o pecado, a repará-lo dignamente e a evitá-lo no futuro.

A obrigatoriedade da penitência nasce de quatro motivos principais, a saber:

1º. - Do dever de justiça para com Deus, a quem devemos honra e glória, o que lhe negamos com o nosso pecado;

2º.- da nossa incorporação com Cristo, o qual, inocente, expiou os nossos pecados; nós, culpados, devemos associar-nos a ele, no Sacrifício da Cruz, com generosidade e verdadeiro espírito de reparação.

3º.- Do dever de caridade para com nós mesmos, que precisamos descontar as penas merecidas com os nossos pecados e que devemos, com o sacrifício, esforçar-nos por dirigir para o bem as nossas inclinações, que tentam arrastar-nos para o mal;

4º.- do dever de caridade para com o nosso próximo, que sofreu o mau exemplo de nossos pecados, os quais, além disso, lhe impediram de receber, em maior escala, os benefícios espirituais da Comunhão dos Santos.

Vê-se daí quão útil para o pecador aproveitar o tempo da Quaresma para multiplicar suas boas obras, e assim dispor-se para a conversão.

Segundo os Santos Padres, a Quaresma é um período de renovação espiritual, de vida cristã mais intensa e de destruição do pecado, para uma ressurreição espiritual, que marque na Páscoa o reinício de uma vida nova em Cristo ressuscitado.

A Quaresma tem por escopo primordial incitar-nos à oração, à instrução religiosa, ao sacrifício e à caridade fraterna. Recomenda-se por isso a freqüência às pregações quaresmais, a leitura espiritual diária, particularmente da Paixão de Cristo, no Evangelho ou em outro livro de meditação.

O jejum e abstinência de carne se fazem para que nos lembremos de mortificar os nossos sentidos, orientando-os particularmente ao sincero arrependimento e emenda de nossos pecados.

A caridade fraterna — base do Cristianismo — inclui a esmola e todas as obras de misericórdia espirituais e corporais.

Fonte: Missal Romano

sábado, abril 07, 2012

Eu entendo o Caio.
Cada dia mais.

Para os que não conhecem, o Caio é um grande amigo, com uma diferença de idade de quase dez anos.
É, eu faço 36 em maio, ele 46 em dezembro.
Quando o conheci, ele devia ter seus 30 e poucos. Era mais velho.
Hoje o mais velho sou eu.
E cada vez entendo mais o que ele falava naquela época.
Hoje, então, pensei que deu pra festivais.
E me peguei pensando o mesmo que ele, só saio de casa agora pra ver um show do Hendrix.
Ok, não vou tão longe, vai.

Mas depois de duas décadas de shows, acho que já vi bastante coisa e cada vez menos me sinto compelido
a assistir a um show imperdível. Eles cada vez são menos imperdíveis, cada vez mais descartáveis e passageiros, cada vez mais da banda do dia, do mês ou, se muito, do ano. Acho que a bagagem, tudo o que você já viu acaba pesando nessa hora.
Vi muitas das bandas que queria, muitas mesmo. Já fiz uma lista aqui mesmo nesse blog.
Música ainda é legal. Mas shows são cada vez menos.

Como não posso cuspir no prato em que comi, fui no Circo ver o Foster The People e me diverti bastante.
Ótimo show, com energia e timing perfeitos. Mas e daqui a cinco anos? Será que fará tanta diferença assim tê-los visto em 2012?

E o Friendly Fires, que tocou aqui em 2009, e voltou em 2012 na turnê do disco meia boca?
Esse eu tive tanta preguiça, que acabei nem indo ver. No fundo bate uma dorzinha, mas que passa em dois, três dias. Já vi, no auge (e era só o primeiro disco, hein...).

Agora são onze e quarenta da noite. Acabei de ver o Foo Fighters fazer um bom show no Lolapaloza, em São Paulo.
Acabou, desliguei a tv. Estava em casa, de banho tomado, sem dor nas pernas, sem suar, sem ter que pensar em como farei para voltar para o hotel, sem crise em poder dormir até tarde, sem o danado do compromisso de ter que estar lá de novo no dia seguinte, ainda cansado da noite anterior e encarar mais um dia inteiro comendo porcarias, ao relento, ouvindo qualquer coisa até que as bandas que eu gosto toquem, em geral, um set menor, feito para festival mesmo.
Ou seja, motivo algum para me martirizar por não ter ido. Na verdade, fiquei até feliz por não ter ido.

Inclua aí o público mais interessado em aparecer, dizer que foi, beber pra caralho cerveja ruim e quente por sete, oito reais a lata, a fumaça de cigarro, o futum da maconha...
É, bicho, o lance é cada vez mais em casa.

Agora, do alto dos quase 36, o que me faz sair de casa pra ir em um show é um bom disco, a memória afetiva e os amigos. Ou um show do Hendrix. Esse, nem eu e nem o caio, perderíamos.

***

Quem sabe até o SWU eu mude de opinião e compre umas entradas vips, com comidas, bebidas e lugar pra sentar?

quarta-feira, abril 04, 2012

E hoje tem:
Foster The People.
Com ingresso comprado a chance de não ir é mínima.
Pelo menos não fico com o gosto amargo na hora de ler a resenha do show.
Como fiquei ao ver que tinha perdido 2 horas intensas de nação zumbi, sábado no circo.
: /

terça-feira, março 27, 2012

E você, ainda acredita no amor?

Não sou dado a paixões. É realmente difícil sentir aquela falta de ar repentina que se convencionou chamar de amor à primeira vista.
Não vou negar que já tive, no entanto. Apesar de não ter dado muito certo.
O que eu pretendo questionar nesse espaço é o amor como conveniência.


Em milhares de situações, em milhares de comunidades, em milhares de grupos de amigos o que mais acontece é o fato do "Eu estou aqui, sozinho. Você está aí, sozinha."
Pessoas que já se conhecem, são amigos e tudo mais, e sem mais nem menos começam a se beijar.
Pronto, já estão apaixonados. Enamorados. Se bobear casam e tentam ser felizes para sempre.
Dentro de uma mentira.

A vida não é fácil assim, como parece.
Mas é assim que acontece em tantas cidades e em uma em especial.
Aquela escondida dos grandes acontecimentos.

Vejo casais se formando dentro de um grupo restrito, muito restrito, de pessoas.
Amores que surgem do nada depois de 5, 10, 15 anos de convivência.
Ou de conveniência.
De que adianta ficar correndo atrás do rabo, se o que quero é ficar velho com alguém que já conheço- e de onde não sairão surpresas nem grandes emoções - ao meu lado?

É amor?

Entra Jack Palance.


quarta-feira, março 21, 2012

uma das grandes bobagens e que, infelizmente, também fazemos é guardar as palavras do "eu te amo" lá no nosso fundo.

Como se jogar aos 4 ventos o amor que sentimos pelo outro fosse uma fraqueza, uma abertura para ser derrubado.

Acho que o amor só fortalece. Sejam laços familiares, de amizade ou de concubinato.

E você, já disse eu te amo para quem importa hoje?

quinta-feira, março 15, 2012

E hoje tem.

Atualizada!!!!!

15/03 - The Naked and Famous


Veja o que dá pra ver e ouvir hoje com 50 beréus.







Três semanas.
é esse o tempo que passei até agora sem beber.
Se alguém duvidava, inclusive eu, já não há mais dúvidas.
No início você sente vontade, se pega sentindo o cheiro, o gosto da cerveja na boca.
Depois, esquece.
E um pouco mais adiante, começa a ver as pessoas te olhando de lado: como assim quaresma?

Este fim de semana passado foi difícil me segurar.
Alguns eventos sociais pediam uma cerveja, um vinho, umas risadas etílicas.
Mas, controlado, fiquei no guaraná e na água.
De verdade, depois dos tais eventos, me senti bem. Aliviado.
E sem ressaca.

O mais importante, nessas três semanas, foi rever a minha forma de lidar com a cerveja.
Hoje dou um valor que não dava antes. Acho que beberei menos, a partir de agora.
E antes que me digam para continuar sem beber para sempre,
vou logo avisando que nunca tive tanta cerveja gelada na geladeira.
hahahahahaha

terça-feira, março 06, 2012

Antes aqui

No Brasil, o ano só começa depois do Carnaval. Mas parece que a afirmativa não é
exclusividade nossa. No mundo da música, 2012 começou bem preguiçoso. Até agora está
difícil destacar algum lançamento digno de espanto. Enquanto esperamos pelos novos do
Shins, Pinback, Muse e Killers, entre tantos outros, vamos nos conformando com o pouco de
bom que apareceu até agora.

Entre a leva de nulidades, um disco do Nada Surf me cativou. Mas antes de partir para ele,
parênteses para uma mea culpa. Escolher um álbum do Nada Surf para resenhar, em 2012, já
é como olhar para trás com aquela saudade cheia de emoção que nubla o entendimento. A
banda teve seu auge em plenos anos 90 quando foi até trilha sonora de seriado adolescente
e lançou dois álbuns dignos de nota High/Low e The Proximity Effect. De lá para cá, acabou se
atendo à fórmula que foi sucesso (ou quase isso) e viu seus melhores dias ficarem para trás.

Seu último trabalho, The Stars Are Indifferent To Astronomy, não foge à regra. Mas, hoje em
dia, o que poderia soar ainda repetitivo acaba chamando a atenção. A sonoridade típica das
college radios americanas se impõe no transcorrer das faixas. A sujeira pensada e a urgência
em cada uma das músicas soam como um hino de louvor ao passado.

Já nos primeiros acordes de Clear Eye Clouded Mind seu aparelho de som se transforma em
uma máquina do tempo. A segunda canção, Waiting for Something, é como a carteira de
identidade da banda, Nada Surf dos pés à cabeça. Conforme as poucas dez faixas são passadas,
sentimos a unidade do trabalho, bem amarrado e crescendo a cada nova música. A trinca final
encerra o disco em alto estilo, com destaque irônico para a última, e bela, The Future. Para o
Nada Surf o futuro nunca esteve tão no passado.



Pílulas



Fun. - Some Nights

Um início grandioso, cheio de corais, vozes dobradas e uma vontade enorme de ser
considerado o novo Queen. Ouça Some Nights e tire suas próprias conclusões. Mas depois de
tentar convencer, o Fun. resolve fazer músicas com a sua cara. E o faz bem.




CéU - Caravana Sereia Bloom

A nova empreitada da CéU pode ser resumida em uma frase: “ô disquinho bom.” Caravana
Sereia Bloom é leve, malemolente e gostoso de ouvir do início ao fim. Qualidade Made In
Brasil para todos os gostos. Falta de Ar, Contravento e Baile da Ilusão não fariam feio em
nenhuma lista das melhores músicas do ano.
Atualizada!!!!!

27/01 - The Rapture + Breakbot
Descrição ali embaixo, é só procurar.
03/02 - Mayer Hawthorne
Estarei em São Paulo. Não, não me pergunte muito sobre isso...
09/03 - Morrissey, na Fundição. comprado
15/03 - The Naked and Famous

17/03 - Happy Mondays, Circo Voador
Cancelado. Afinal, são os Crazy Mondays.
31/03 - Nação Zumbi
04/04 - Foster The People (comprado)
05/04 – Gogol Bordello e Thivery Corporation
06/04 – Friendly Fires
21/04 – Buraka Som Sistema
22/04 - Anthrax + Misfits
03/05 - Noel Gallagher (comprado)
10/05 – The Kooks
18/05 - Matanza - Circo Voador
04/06 - Tune-Yards, Teatro Odisséia
26/05 - Los Hermanos, Fundição Progresso SOLD OUT
27/05 - Los Hermanos, Fundição Progresso SOLD OUT
02/06 – Owl City
03/06 - Los Hermanos. (comprado)
set/out - SWU
Sem preconceito

domingo, março 04, 2012

Da chance de dizer tchau

Em outubro, peguei os últimos documentos que precisava para dar entrada no pedido de dupla nacionalidade.
Envie, por correio, toda a papelada para o consulado português e continuei a viver minha rotina.
Sexta-feira, dia 02 de março de 2012, chegou o boleto para pagar o processo.
O que isso quer dizer?
Que o processo foi aprovado. Pagando o boleto é questão de tempo até ter o passaporte comunitário.
E aí, vou poder "jogar" em qualquer time do Velho Mundo.
A primeira coisa que passou pela minha cabeça foi largar tudo e meter o pé.
Crise, que crise?

Então você começa a pensar.
Sai para a feira de São Cistovão, assiste um bloco de carnaval tocando música brega (ou quase isso).
Come Tacacá e toma suco de taperebá.
Vê futebol na televisão e lê, nO Globo, que as obras da Copa não saem do papel.

Viver no Brasil é uma montanha-russa de emoções.
É penar no paraíso.
É aceitar a não-perfeição e tentar fazer o melhor, relevando todas as mazelas que insistem em bater na sua cara, dia após dia.

E a chance, a oportunidade de dizer tchau a qualquer momento, é reveladora.
Abre uma janela, remexe com um pedaço da cabeça, celebra memórias nem tão antigas.
Era fácil vestir a camisa da Inglaterra e sair por aí, fingindo ser saxão.
Era mole falar que nada aqui funcionava e que Londres era a perfeição, logo ali, um oceano depois.
Parecia ser a mais natural das despedidas, dar adeus aos tupiniquins e me misturar entre os colonizadores.

Hoje já não sei. Deve ser coisa da idade, do medo do erro, quando não há tanto tempo para consertar.
É preciso pensar, refletir, planejar. E acabar por descobrir que bom mesmo, é onde você está.
Seja aqui, ali ou acolá.

Dito isso, começo a planejar os próximos passos que darei, até o fim do ano.

quinta-feira, março 01, 2012

E tome ferro no cartão...

Como a Popload vem ventilando nas últimas semanas e avisou ontem, a quinta-feira seria de boas notícias para os fãs de Noel Gallagher.

O ex-líder do Oasis pisará em solo latino pela primeira vez com seu trabalho musical longe de Liam, o High Flying Birdes.

Noel virá ao Brasil em maio, nas cidades de São Paulo (dia 2, Espaço das Américas) e Rio de Janeiro (dia 3, Vivo Rio).

Os shows devem fazer parte do projeto Live Music Rocks, da empresa XYZ, que pretende trazer ao país cerca de 10 nomes internacionais até o final do ano. O primeiro nome do projeto é um tal de Morrissey.

A venda de ingressos para o show de São Paulo começa AMANHÃ, dia 2 de março. Na semana que vem, dia 5, começam as vendas para o Rio de Janeiro.

PREÇO DE INGRESSOS
São Paulo - 2 de maio
Local: Espaço das Américas
Preços:
• Pista Premium: R$ 340 (meia R$ 170)
• Pista: R$ 180 (meia R$ 90)
Vendas a partir de 2 de março: www.livepass.com.br

Rio de Janeiro - 3 de maio
Local: VIVO RIO
Preços:
• Pista Premium : R$ 300 (meia R$ 150)
• Pista comum: R$ 200 (meia R$ 100)
• Camarote A: R$ 300 (meia R$ 150)
• Camarote B: R$ 280 (meia R$ 140)
• Frisa: R$ 140 (meia R$ 70)
Vendas a partir de 05 de março: www.ingressorapido.com.br

segunda-feira, fevereiro 27, 2012

Atualizada!!!!!

27/01 - The Rapture + Breakbot
Descrição ali embaixo, é só procurar.
03/02 - Mayer Hawthorne
Estarei em São Paulo. Não, não me pergunte muito sobre isso...
09/03 - Morrissey, na Fundição.
Ops, ainda não fui retirar meus ingressos...
17/03 - Happy Mondays, Circo Voador
Cancelado. Afinal, são os Crazy Mondays.
04/04 - Foster The People
05/04 – Gogol Bordello e Thivery Corporation
06/04 – Friendly Fires
21/04 – Buraka Som Sistema22/04 - Anthrax + Misfits
10/05 – The Kooks
04/05 - Tune-Yards, Teatro Odisséia
26/05 - Los Hermanos, Fundição Progresso SOLD OUT
27/05 - Los Hermanos, Fundição Progresso SOLD OUT
02/06 – Owl City
03/06 - Los Hermanos.
set/out - SWU
Fui procurar por Sorocaba no GoogleMaps.
Quando me vi, estava na fronteira do Brasil com o Paraguay.

Dei um pulinho ali pelo Chaco, vi umas rutas conhecidas e, sem entender como, lá estava eu de novo em Filadelfia.
Andava pelas ruas de terra, com a poeira a bater na cara. Pensava em milanesas com purê de papas. Via brasileiros e paraguaios olharem com desdém para os indígenas. Entrava na Toyota e a levava até o Boquerón para fazer comprar e olhar as pessoas fazendo algo da vida. Comia pizza enquanto assistia a filmes. Deitava no quarto quente e ligava o ar-condicionado. Tomava café da manhã, mate e tereré. Editava, editava e editava.

Bateu, claramente, a saudade. Com ela veio, em cheio, a melancolia.
A lembrança de um tempo perdido, improvável, de aventuras e sem rumo.
Deu vontade de tentar tudo de novo. Esquecer como devo viver a vida, seguindo convenções muito bem impostas, e seguir o caminho que escolhi.

O mundo ainda é pequeno, creiam.
Por mim.

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Acabou o carnaval.
Me impus uma auto-penitência.
Farei a quaresma. Sem beber cerveja por 47 dias.
Até domingo de páscoa.

***

Vamos ver quais as maiores mudanças até lá.
Fiquem ligados...
De metrô, faço o caminho casa trabalho e, aproximadamente 40 minutos.
Tempo o bastante para a empolgação da happy hour virar preguiça,
ou para a vontade de ir para casa virar sede de cevada.

Ontem foi um dia em que fiquei com vontade e sem vontade num período curto de tempo.
No entanto, quando liguei o mp3 e escolhi a trilha do Trent Reznor & Atticus Ross para
o filme The Girl with the Dragon Tatoo, meu mundo deu uma virada.

O filme ainda será lançado em terras tupiniquins, mas se a trilha servir de indicação,
ele será bem soturno e sombrio. Reznor sabe como ninguém dar significado a ruídos e barulhinhos e,
mais incrível ainda, juntar melodias incríveis a eles. Então, com essa trilha sonora, fui atrás de uma cerveja.

O local, onde já sou local, foi o Mr. Beer do Shopping Tijuca.
Aproveitando a promoção, comecei com uma Colorado Indica.
Garrafa de 500ml por R$11,90.

Da Indica acho que nem tenho mais o que falar.
É uma IPA (falo Ai Pi Ei), India Pale Ale.

A história desse estilo todo mundo já deve conhecer:
mais lúpulo e álcool numa pale ale inglesa para conservar a cerveja durante uma viagem até a India.
O culpado disso tudo? George Hodgson. Ou pelo menos é o que uma certa quantidade de exemplares de uma larga biblioteca etílica nos diz. Há, claro, os que são contrários à ideia de dar nome a UM inventor da IPA, uma vez que ela era feita por outras cervejarias também.
Esquecendo isso e indo para a cerveja:



A Colorado Indica é feita em Ribeirão Preto pela, em minha humilde opinião, melhor cervejaria brasileira. Como em todas as suas edições, há um ingrediente que faz a diferença: a adição de rapadura.
No copo, um cobre translúcido. Aroma de lúpulo, o que não tem como fugir muito numa IPA. Mas também tem um maltado, um toque da rapadura, certamente, que segue na boca.
Explosão de lúpulo no primeiro gole, com notas de malte torrado. Seca no final, pedindo o próximo gole.
Uma cerveja que, devo admitir, seria a minha primeira opção em qualquer ocasião.
Em nada assusta os 7%, perfeitamente equilibrados. Uma cerveja nota 10.

domingo, fevereiro 12, 2012

Domingo, início de tarde.
Falta do que fazer. O suor escorre torso abaixo. Paro para espirrar.
Mais tarde, o almoço será yakissoba. Amanhã, yakissobras.

Vontade de cappuccino. Muita vontade. A padaria não é tão longe. Mas não irei até lá.
Passou o tempo. Deixei o texto de lado.
Passou a vontade de cappuccino.
O suor, continua.
Como está quente essa cidade.

Essa cidade. Olho para janela e minha vista não é mais que uma série de janelas. Outros quartos que olham para o meu quarto. Nesses momentos em silêncio, penso.
Olha quanto prédio. Quanta gente morando no ar. Sim, no ar. O chão é dividido, centímetros para cada. O ar é nosso. Esse pedaço de cimento e vergalhões.
Para cada prédio desses, quanto dos recursos naturais da Terra está investido?

Quanta brita, pedra, areia, metal, madeira? Quanto?

O mar está subindo mesmo ou somos nós que subimos deixando a Terra mais baixa? Tiramos tanto para nos colocarmos aqui em cima que o buraco deixado está abaixo da linha do mar. Ah, mas isso é problema deles que moram embaixo.
Deixem que se virem, nadem se for o caso.
Eu, nada.
quebra de paradigma

não sei se é o caso do botafogo, mas tem time pagando 700 mil reais pra jogador meia bomba pra caramba por todo o Brasil.
Com essa grana não dá pra trazer um Sneijder, que tá com contrato quase encerrando na Inter?
Acho que chegou o momento de usar essa força financeira do Brasil e a crise na Europa pra trazer
uns caras bons, europeus de ponta, pra jogar no Brasil.
Ou nosso complexo de vira-latas não deixa?