segunda-feira, abril 16, 2012

Antes Aqui


The Shins – Port of Morrow


Faz alguns anos que espero o novo álbum do Shins. Cinco, para ser mais exato. E sempre os inclui na lista das minhas bandas prediletas. Durante esse tempo entre Wincing e Port of Morrow, James Mercer, o cabeça por trás da banda, se tornou conhecido no mundo da música e, mais do que isso, respeitado.

Assim não foi difícil arrumar parceiros de peso para participar de projetos paralelos, enquanto deixava os fãs de sua banda principal em modo de espera. Junto com Danger Mouse formou e lançou, em 2010, o incrível Broken Bells. “Se um projeto paralelo, ele chegou a esse nível, imagina o que não fará no próximo disco.” Expectativas foram catapultadas ao infinito.

Como todos sabem, expectativa é a irmã mais próxima da decepção. Se ele tá falando isso é porque o disco é ruim, você deve pensar. Nem é que seja ruim, já que conta com algumas boas músicas. Mas ele não se sustenta e seus poucos pontos altos acabam se perdendo em uma paisagem desértica. Geralmente escuto o disco sobre o qual escrevo para buscar inspiração, mas hoje estou escutando o melhor disco que o Shins nunca lançou, o já citado Broken Bells.

Desde o primeiro single lançado na internet, Simple Song, o gosto que ficou foi de comida requentada. Aquela que até tem um temperinho gostoso, mas que é sempre uma segunda opção depois de posta à mesa. The Rifle's Spiral abre os caminhos do disco, que até cumpre seu papel, mantém a atenção ligada no que se está tocando. Infelizmente, o resto parece ser um grande mexidão, onde se escuta mais do mesmo e acabamos sendo levados para longe da música, pelo qualquer coisa que aconteça ao redor. A atenção só volta a ser atraída quando se chega a 40 Mark Strasse, a penúltima do álbum. Ainda assim, apenas por segundos. Muito pouco, para quem fez tanto em outras tentativas.

Depois de tanto tempo, acho que merecíamos mais, hein, Mercer.

***

Enquanto isso, revejo a lista dos melhores de 2011 publicada aqui mesmo e me dou conta que deixei de fora o coeso Torches, dos moleques do Foster The People. Imperdoável. Se você ainda não ouviu, não perca tempo.




Pílulas


Miike Snow – Happy to You

A Suécia, quem diria, além de exportar loiras de 1,80m com hábitos sexuais liberais, não para de dar ao mundo boa música. O último disco de Miike Snow traz o calor e o ritmo que não se espera encontrar em seu invernal país de origem. The Wave e Paddling Out são destaques em um disco que ainda traz a introspectiva e belíssima Black Tin Box.

http://soundcloud.com/miikesnow/black-tin-box




Jack White – Blunderbuss

O que falar de Jack White que ainda não tenha sido falado? O mentor da finada White Stripes volta com seu primeiro disco solo, com o pé enfiado na lama do Blues e do Country de raiz. Tem peso, tem melodia e, de quebra, umas pitadas de genialidade. Já é possível vê-lo, velhinho, com uma guitarra no colo fazendo um show inesquecível como outros mestres do Blues. Recomendadíssimo.


2 comentários:

Gil Pender - Livre como um táxi disse...

"além de exportar loiras de 1,80m com hábitos sexuais liberais" - favor repassar o link do site que providencia essas exportações.

No Jack White eu confio.

O resto acho que vou continuar perdendo.

Gil Pender - Livre como um táxi disse...

JW baixado.

Um dos pouquíssimos nomes recentes (pra mim, pelo menos, é recente) que baixo nos dias de hoje.