segunda-feira, maio 23, 2005

A diferença.

Com o velox a mil, o soulseek nervoso e eu mais nervoso ainda, tentando tirar o atraso de meses sem novidades, baixei esse fim de semana dois discos recém-lançados (ou quase lançados).

O do Weezer, Make Believe e o do System of a Down, Mezmerize.
Bom, escutei os dois, seguidos, e a conclusão foi óbvia. O Weezer, deu o que tinha que dar, fez bons discos (bons, não geniais) e continua se mantendo, fazendo boa música, com mais ou menos regularidade, acertando hora sim, hora não. O Make Believe tem algumas boas músicas, como This is such a pitty, My Best Friend, Perfect Situation. Mas não se sustenta na primeira audição. Voltaremos a ouvir uma ou outra, talvez o disco inteiro de novo, descontando a ele o devido tempo. Afinal, uma primeira audição pode causar uma impressão errônea.
Ao contrário do que o Make Believe mostrou, o Mezmerize está assustador. Se não genial a todo momento, como Toxicity, coeso e estranho ainda. Já li que ele está mais acessível, menos complicado. Não sei. Talvez, para os velhos fãs, a banda possa estar naquele meio termo entre a demência e a procura da melodia perfeita. Para quem nunca a ouviu, vai soar estranho e perturbador. Mais uma ouvida em quatro ou cinco músicas das onze do disco e logo, logo percebemos que o danado vai rodar e muito por nossos cds players.

Analisando friamente, um ficou para trás e o outro está a frente de tudo que pode ser pensado musicalmente hoje em dia.
As coisas estão de volta ao normal. Ontem passei o dia descansando e vi, de bobeira, o Top 20 Brasil da MTV. Na verdade, vi o número 1, apenas. E, para minha surpresa, não era mais uma banda-de-rock- de- americanos –crescidos- nos- subúrbios- comendo- cereal- sabor- isopor- revoltados- com- sua- vida- cheia- de –previlégios- e –sem- perspectivas- de -dificuldade. Ufa. Eram os Backstreet Boys de volta. Deus, como eu amo os backstreet boys. Um pouco de bom senso nunca é demais. Vamos lá minha gente, BB é banda para top 20 brasil. As menininhas gostam. Elas TÊM que gostar. Deixem o pseudo-rock morrer. Deixem o rock em paz, de lado. Chega de ouvir moleques se achando os entendidos vestindo camisetas do CPM ou do Good Charlote. O buraco é mais embaixo.
E digo isso, pois os ouvintes do “rock” MTV raramente se aprofundam no quesito, salvo uma ou outra exceção. Eles estão lá, consumindo aquela merda (por falta de outra palavra), por pura falta de opção. Se daqui a pouco, GG Allin for a peça da vez, ele será consumido e esquecido, como é típico da juventude de hoje.E sem questionamentos, o que é pior. Tudo é descartável, desde o papel da sala de aula aos ídolos que, a cada ano que passa, têm prazo de validade cada vez menor.
Enfim, é bom ver o backstreet boys de volta. É um sopro de novidade, por mais que eles sejam das “antigas”. E sabem o que mais?
A música deles, Incomplete, é boa pra caramba. Tem melodia, ritmo, uns vocaizinhos clichês mas nem por isso menos legais. Já baixei na internet e escutei várias vezes ontem. Foda-se o preconceito.
Pelo menos é muito melhor que ouvir aqueles caras pintados com cabelos espetados gritando, como se estivessem morrendo de ódio dos iraquianos, que são realmente a maior praga do mundo para eles.

***
Espaço para avisar aos leitores que não assisto MTV, salvo raras exceções quando preciso de música para trilha sonora da faxina ou da feitura do almoço. Se bem que música na MTV virou luxo, artigo supérfluo.

quinta-feira, maio 19, 2005

Não falei sobre a festa. A da sexta-feira treze. Foi no centenário. Foi bonita, super bem decorada. Ela começou um pouco vazia mas depois começou a encher. As pessoas levaram o dress code a sério, o que foi MUITO legal. Cabecinha não é muito o problema do pessoal.

Bom, antes de ir para a festa, eu já meio chumbado de uma gripe que nem começava nem saia de cima, fui assistir ao show da nana caymmi. Muito legal o show. Calmo, piano batera, baixo e voz. O som estava bom, a platéia tranquila, todos sentados assistindo ao show. No fim, bateu aquela leseira. Mas ainda tinha que ir tocar na festa. Passei em casa, botei minha blusa preta, já meio cinza de tão desbotada e parti pro cent.

Começa o meu set. O case, defasado, estava estranho como nunca. Me perdi nele, não achei os discos, não encontrei as músicas. E nem o fone bom que estava lá ajudou. Foi tudo tão ruim, tão pesado que passei a dizer que aquela era a MINHA sexta-feira 13.
Uma noite para ser esquecida. De verdade.

Enfim, terça foi instalado o velox. Pela minha condição física e psicológica, fiquei afastado dele. Preciso de tempo e de disposição para encarar a internet e o computador depois do trabalho. Já passo tempo demais sentado olhando pra tela.
Mas prometo me esforçar e fazer o velox valer todo o trabalho que deu para instalá-lo ainda por estes dias. Soulseek prepare-se. Estou de volta.

segunda-feira, maio 16, 2005

O almoço estava uma delícia.
Era uma data especial. As datas especiais merecem almoços especiais. Datas especiais merecem dias especiais. Com a família, com os amigos, com mente livre, leve e solta. E, acima de tudo, feliz.

Agora, de barriga cheia, com trabalho por fazer, me lembro de outros dias especiais. Natais, páscoas, aniversários de amigos, da família, de namoro, feriados, viagens. Esses dias são como todos os outros, mas se tornam especiais porque neles nos permitimos um sorriso, um abraço, um afago em quem se gosta. São dias leves, que passam se trazer o peso da vida, das responsabilidades, de perspectivas para o futuro, sempre incerto.
Hoje é um dia leve, para mim, um dia levíssimo.

Se você ainda não o fez, aproveite esse espaço e me deseje feliz aniversário.
Ano que vem faço 30.

quinta-feira, maio 12, 2005

Quinta-feira e, sim, resolvi escrever.
Não há nada muito novo, nada de espetacular, mas o tempo permite uma parada. As hora dão uma trégua.

Nesses momentos, fico a matutar. Toda vez que escrevo, repito as mesmas palavras. As mesmas expressões. Fico me erpetindo, como se quisesse me convencer de que posso escrever com as 5 ou 6 frases feitas que sempre uso. Como se quisesse ver sempre as 7 ou 8 palavras que acho que ficam boas em um texto.
Sou capaz de passar uma tarde inteira pensando, criando roteiros, cenas, diálogos, enquadramentos, mas não consigo parar dez minutos em frente ao computador para escrever algo que me traga apenas prazer. A não ser estes ridículos escritos repetitivos que às vezes brotam em meu blog.

É um desabafo. É uma pegada no pé. Preciso me cobrar mais, cada vez mais. Ou paro de vez no limbo da acomodação com todas as partes de minha vida nas eternas zonas de conforto.

quarta-feira, maio 11, 2005

Da série Textos pela metade

Os trinta anos estavam ali, na outra esquina. Ainda assim, Tiago parecia um garoto no auge dos seus quinze anos. Seu corpo não havia mudado muito, como o de seus amigos de faculdade e de colégio, os poucos com quem conseguiu manter algum tipo de contato. Os amigos, antigas lembranças da recém passada adolescência e do começo da vida adulta estavam diferentes. Umas colecionavam cabelos mais ralos, grisalhos, barrigas protuberantes, mulheres e filhos, dores nas costas, nos joelhos, nas cabeças. Elas, pesavam mais do que antes, os seios já haviam se despedido da antiga forma, findado o combate com a gravidade ou com a sucção da boca de seus filhos.

Os outros nomes, que frequentaram as mesmas pautas durante certo tempo, se perderam pelo mundo. Poucos até já não estavam mais nele.
Tudo cansa. Viver cansa.
Viver cansa tanto que chega uma hora, você decide parar tudo só para descansar.
Para sempre.

***

Nuca gostei dos Correios. Mas agora I fell in love with the Postal Service.
Moderno como só. Diferente, barulhinho bom. Antigo, mas antes tarde do que nunca para se parar e tirar a poeira dos mptres. Ouvido com cuidado, poderia ter sido melhor divulgado. Ouvido agora, guardo a gema para meu único e exclusivo prazer.

***

terça-feira, maio 10, 2005

Feliz ninguém rende. Feliz, ninguém nunca rendeu.

A felicidade não é boa para a produção.
Agora, em homenagem a severina que anda peos viadutos debaixo da terra, e habita uma parte da vida de todos nós, um texto rápido.

Está sempre lá. É abrir, ler e sentir.
Dói, ânsia de vômito. Sapos e sapos.
Bela sopa de batráquios. Engulo tudo, lambo o prato e
dou a patada para o maitre.
A conta, ele traz quando quiser. Será a hora de pagar por tudo, tomar o café
Limpar a boca no guardanapo de pano, já com alguma sujeira da refeição principal.
Vou me levantar, lentamente, e deixar o restaurante para trás.

Se comi bem, prometo voltar. Se a rã me disser no dia seguinte que estava com dor de cabeça ou indisposição, não olho mais para o outro lado da rua.
Porque a internet precisa ser tão colorida?
Até mesmo quando estou lendo algo interessante, um cabeçalho hiper colorido chama a atençnao de todas as pessoas a minha volta. Principalmente aquelas pessoas que tem mania de achar quea internet também é uma forma de fuga do trabalho. Não, não é. É momento de parar, pensar, ler qualquer coisa (mesmo sem cor) e tenta achar um foco, cada vez mais lá no fundo, cada vez mais desfocado por milhares de percepções ou desvios de atenção que tenho a cada segundo.

A internet em preto e branco seria uma involução? Seria como voltar para a idade média da época televisiva, onde não conseguíamos distinguir o rubro do Internacional do verdão do Palmeiras? Ou seria uma evolução, já que as letras geralmente vêm em preto no fundo branco? Seria uma forma da Internet se aproximar da literatura de papel, onde os textos são importantes, onde o conteúdo é o que importa ou estanmos fadados a viver em um mundo MTVsivo, de cortes rápidos e dificuldade de entender as coisas, visto a rapidez com que se mostram e vão embora. A cor é forma. O preto e branco é conteúdo.
blergh. e é só.
get behind me não sai da cabeça
vade retro.
vade retro
leave me alone


tiras brancas pela cabeça
A alta-sociedade abre espaço para a anti-sociedade. Quer fazer parte dos mulambos que fazem sucesso? Quer sair nas colunas lados B da vida?
Una-se ao alto escalão da anti-sociedade.
Nós somos como somos, não seguimos tendências, não queremos ser magros, bonitos ou bem vestidos. Só queremos ser felizes e nos divertir.

Nós da anti-sociedade cagamos para as convenções de comportamento em público. Dançamos quando queremos, mostramos a barriga quando queremos, rasgamos a boca engolindo copos quebrados quando queremos. Nós bebemos muito, rimos alto, apontamos e fazemos piada de nós mesmos. Afinal, a vida é apenas uma grande piada que não tem a menor graça.

Não fazemos pose, não ouvimos o que toca na rádio e só frequentamos boates com o intuito de conseguir sexo de graça e beber descontroladamente. E você? Quer aparecer nas colunas sociais fazendo biquinho ou quer começar a aproveitar a vida o quanto antes?

segunda-feira, maio 09, 2005

Olá.
Estou aqui para relatar… não, relatar não, para ovacionar o show do massacration.
Mais do que um show (sim, eles tocam de verdade e tocam bem), o espetáculo foi sensacional.

No começo, o gordinho do Hermes e Renato entra, com roupa social, pega um violão e senta num banquinho…
- Olá. Vim aqui mosrtar meu trabalho. Uma coisa assim, meio MPb e meio Bossa Nova. É, Bossa Nova sim.

E aí ele começa a cantar uma música, cuja letra dizia afoxé ad infinitum. Eis que nossa noite é salva com a chegada de JOSELITO, com duas ripas de madeira de isopor… E adeus cantor de churrascaria, adeus Emerson Nojeira, Jorge Testículos e porcairas do gênero. Entram os verdadeiros Deuses do Metal e detonação para todo lado. Música alta, pesada e, acima de tudo, bem-feita. Riffs matadores, muita bateção de cabeça e mais um ou dois esquetes de comédia no meio do show. Melhores que muita bandinha de moleque por aí, o Massacration estava perigando se tonar uma piada longa demais. Mas eles não ficam fazendo cover, ou tocando músicas para encher linguiça. Foram as 5 músicas deles mais um bis de Metal Bucetation.
Um show do tamanho que deveria ser.

Agora, a platéia… desde moleques e ninfetas pré-adolescentes aos metaleiros fedidos de preto, com camisas que variavam de Blind Guardian a Manowar, passando por Iron Maiden e cabeças de bode e pentagramas. Emocores, hardcores e posercores. Na verdade, pouco importava a sua turma, o seu estilo, o lugar estava completamente lotado. Todos loucos para ver a tal da banda da MTV. Legal, legal.
Mas é de se questionar o que leva o maior público do Ibiza para ver uma banda que não é uma banda. Para ouvir músicas de um programa de humor. Talvez a música fosse o menos importante e aí, poderíamos quesionar:
E para esse público, alguma vez a música foi o mais importante?