quarta-feira, outubro 07, 2015

Faz tempo que tenho pensado em escrever alguma coisa sobre a vida. Não que algo demais tenha me acontecido. Ou acontecido a alguém próximo. A vida está indo, calma, para frente. É aí que mora o perigo. Parece que, por estar tudo bem, tranquilo, alguma coisa pode acontecer a qualquer momento.

É como a calmaria antes da tempestade. Então, ao fim, busco uma tempestade.

O fluxo elevado de adrenalina que ela traz, o pensamento rápido, a busca incessante pela solução de problemas… Tudo dá uma cor especial ao mundo. Apenas para depois sentirmos falta da calmaria. Clichê do cliché.

Se a tempestade não se avizinha, crio uma interna. Minhas tempestades vem às vagas, maremoteando pensamentos perturbadores. Uma rápida olhada na vida de próximos-longes me dá a verdadeira mostra da situação atual.

Meu país é um atraso acachapante. Pessoas se matam como a moscas. Eu não mato mais nem moscas. Quem poderia melhorar, não consegue dar um passo sem ter que olhar para trás, à espera da punhalada fatal que virá. Anotem.

Meus irmãos estão chegando aos quarenta. Como garotões. Somos de uma geração com sorte ou perdida? Somos felizes em não pensar muito em idade ou é essa a nossa forma de fuga? Quarenta são os novos o quê? 20, 15, 10? OLHA A ONDA! Ao escrever com 25, sofria.
No limiar dos 40, tenho pavor. O que somos, para onde vamos? As questões se multiplicam e o tempo para a resposta está cada vez mais curto.

Curto, então. Tento aproveitar, fazer de tudo o máximo, para não me arrepender, já me arrependendo. A eternal arte da escolha.


Vou lá abrir meu guarda-chuva, com licença. Os pingos já começaram a engrossar.