sábado, maio 20, 2006

Um dia, por acaso, me deparei com o Pinback.
Ele estava ali, numa pasta qualquer, esperando pra tocar.
Toquei. Confesso que esperava menos. Algo mais indiezinho, comercialzinho, até fraquinho.
Mas, obrigado moço daí de cima, que puta surpresa.
Uma calma nervosa, vocês podem imaginar isso?
melodias que parecem a ponto de explodir, mas que nunca o fazem. Campos verdes e piqueniques. alegria triste, vocês podem imaginar isso?
ondas batendo no rochedo.
Grandeza na simplicidade. E sei que isso vocês podem imaginar.
Ser simples é difícil. E sê-lo é especial, na sua simplicidade.
Não vou incensá-los como a salvaçào de nada. Talvez da minha manhã nublada de sábado.
Mas é isso que quero. Uma companhia simples, que fale das coisas do dia a dia, sem procurar saber os porquês.
amigos. o que escrever sobre eles?
difícil, não?

Acho que amigo não é aquela pessoa que gosta de você esperando algo em troca. Nào é uma pessoa que pede definições. Não é alguém em desespero ou triste. Apesar de poder ficar nessa situação, amigos sào sempre sinônimo de festa. Alguns acabam virando irmãos ou irmãs. Outros se afastam, mas deixam com a gente lembranças de milhares de segundos alegres. História. De vida. Amigos não precisam nem ser bem alimentados. Isso a gente pode deixar pros cachorros.

Enfim, amigos servem para fazer sorrir.

***

valeu aí, gente, pela festa. Realmente não saquei nada e foi uma baita surpresa. O bolo estava uma delícia e o recheio de amigos do lugar tornou cada momentinho daquela noite especial.

terça-feira, maio 16, 2006

25 = 30?

Lembro quando fiz um quarto de século. Escrevi alguma coisa aqui ou em algum outro lugar. Usava a idade, os 25, o quarto de século, como um peso imenso sobre meus ombros. Como se fosse a última idade a superar. Mas não é esse texto antigo ou a idade que estão em questão. Mas o tempo em si. Aos 25 escrevi sobre dúvidas, certezas, caminhos. Agora faço 30. Cinco anos ficaram para trás e percebo que estou me repetindo. Será que preciso de um reset? Será que a agulha está agarrada em apenas uma parte da música?

Quero falar de conquistas, muitas delas mais fáceis do que pensava. De derrotas, algumas difíceis de encarar. De vontade e certeza de desejos. De outros caminhos.
De cortar a unha e beber sem vontade. De pedir pizza de brigadeiro. De sair com amigos para dentro de casa. De ouvir músicas antigas como se fossem de ontem e ouvir bandas novas como se fossem velhas conhecidas. De viagens para todo lugar, sendo todo lugar, qualquer lugar. De vida, acima de tudo.

Então é isso.

sábado, maio 13, 2006

Nunca li letra de música em blog. Sei que vocês não lêem também.
Dane-se. Essa letra combina tanto com a música que merece ser lida.
Com vocês: THE SHINS
e parece que esse ano tem the shins novo.
Direto pro top ten.



New Slang (when you notice the stripes)

Gold teeth and a curse for this town were all in my mouth.
Only, i don't know how they got out, dear.
Turn me back into the pet that i was when we met.
I was happier then with no mind-set.

And if you'd 'a took to me like
A gull takes to the wind.
Well, i'd 'a jumped from my tree
And i'd a danced like the king of the eyesores
And the rest of our lives would 'a fared well.

New slang when you notice the stripes, the dirt in your fries.
Hope it's right when you die, old and bony.
Dawn breaks like a bull through the hall,
Never should have called
But my head's to the wall and i'm lonely.

And if you'd 'a took to me like
A gull takes to the wind.
Well, i'd 'a jumped from my tree
And i'd a danced like the king of the eyesores
And the rest of our lives would 'a fared well.

God speed all the bakers at dawn may they all cut their thumbs,
And bleed into their buns 'till they melt away.

I'm looking in on the good life i might be doomed never to find.
Without a trust or flaming fields am i too dumb to refine?
And if you'd 'a took to me like
Well i'd a danced like the queen of the eyesores
And the rest of our lives would 'a fared well.
Não é de hoje que escuto o Death Cab for Cutie. Nem o Postal Service.
Mas devo admitir que passo por uma fase Death cab.
Escuto suas melodias e penso em como são próximas às belezas que outra banda, o REM para ser mais exato, fez em diversas fases de sua carreira.
Preciso colocar aqui que o REM é, para mim, uma das bandas mais bonitas e tristes de todos os tempos. Death Cab poderia bem ser a resposta dos anos 00 ao REM dos 80 e 90.
Suas músicas pecam pela beleza excessiva, pela melancolia excessiva, pelo poder de serem excessivamente viciantes.

Mas enfim, a melancolia extrema é boa e viciante mesmo.
Boa porque nos faz pensar, nos faz guardar dentro de nós mesmos o tempo, e assim passamos imensos momentos de reflexão em apenas algumas notas. É como se aquela dorzinha que você sente no fundo do peito, aquele nózinho na garganta te fizesse andar pra frente, pensar, criar, buscar uma soluçào diferente da lágrima.
Eu escrevo. Mal, mas escrevo. E saio por aí, com um sorrisinho besta na cara, como se tivesse acabado de dar tchau pra chatice da vida por uma noite.
Bom isso, né?
:)

"Sorrow drips into your heart through a pinhole
Just like a faucet that leaks and there is comfort in the sound
But while you debate half empty or half full
It slowly rises, your love is gonna drown"

Death cab for cutie - Marching bands of Manhattan

quarta-feira, maio 10, 2006

pois é caio, nada como uma boa dose de realidade de frente, na cara, paa sacar que chega de reclamar da vidinha que levamos.

Basta nos levantarmos e sair caminhando.

segunda-feira, maio 08, 2006

Uma fictícia carta de despedida

É com grande prazer que digo adeus. Mas o prazer não vem da adeus propriamente dito ou dito com propriedade. Ele vem do futuro. O futuro, sabe? Aquela coisa que não existe, assim como o passado ou o daqui a 2 minutos. Então, dele mesmo. É que ele está com cara de coisa boa. Com cara de portas se abrindo. Não de caminhos se fechando, ou de estradas sem curvas, em monótonas autobahns da vida. Acho que o mais legal de dizer adeus é dizer feliz. Sem pensar em repetir erros. Partir e sempre que der na telha, voltar a partir.

Somos infinitamente pequenos. Somos infinitamente restritos. Somos infinitamente temerosos. E não somos infinitos.

Como você anda gastando seu tempo, curto que só, aqui neste mundo? Preso em uma sala? Imóvel em frente a um computador? Eu não. Vou para a rua. Vou andar, sair por aí. Sem rumo, sim. Sem pressa, sim. Sem necessidade de chegar a algum lugar ou conseguir alguma coisa. Minha única necessidade é sentir. Me sentir. Livre, leve, solto ou parte de um clichê. É. É por aí.

Adeus.

******

O tudo e o nada. O tempo todo.
Quero tudo, tenho o nada.
Quando não quero nada,
o tudo vem e aparece.

Tudo é nadar.
E morrer na praia.
Nada é tudo.
Justamente por não ser nada.

Nada é o agora,
enquanto o tudo é sempre em frente.
Ou perdido no passado.

Sejamos nada para, no fim,
vermos tudo claro como nada
sempre ou nunca foi.

******

Dizem da náusea de Sartre.
Mas e as minhas?

********

Como diria o pensador, filósofo das massas, massas encefálicas, Mr. Reznor:
Everyday is EXACTLY the same.

******
88888888888888888888888888
888888888888888
88888888888888888888888888