domingo, dezembro 31, 2006

Oba.
Escrever.
O computador parece dar uns trancos e vai levando sua terceira idade com certo fulgor. Está lindo, mas anda se esquecendo das coisas, deixando para depois o que deve ser feito agora, ou antes, de acordo com a nova forma de se viver do mundo moderno, etc e tal.

Na Tv, Armandinho diz que deus estava namorando. Pobre Deus, sofrendo por amor, querendo conquistar você, sendo desenhada. Difícil para ele, imagina para nós, simples mortais, esperando o momento de partir dessa para melhor.

Dia estranho, cabelos por toda a casa, apesar do aspirador salvador de ontem. Cabelos por toda a cara, cabelos em frente a tv e ao monitor. A tesoura chegou a fazer uma visita. Mas como é comum nestes dias de fim de ano, foi rapidinho, apareceu, deu um oi e partiu. Sem deixar muita coisa diferente. Dei ä ela um convite, para voltar depois das festividades do ano. Quem sabe até lá ela possa ser melhor recebida. E talvez tenha até uma vaga para que ela possa trabalhar.

Estar sozinho é uma boa forma de se começar a trabalhar. Fazer o que deveria já ter sido feito. Sozinho você fica em frente ä TV, come, bebe e repete tudo isso mais umas dez vezes. Depois bate o desânimo, o cansaço de não fazer nada e depois, é a hora. Você parte para a ação. De barriga cheia, de saco cheio, mas com a cabeça a mil tentando salvar os últimos segundos de 2006 num pedaço de memória rígida.
2006, o ano que foi. Em Londres já é 2007. Eu também já estou lá. Olhando para frente. Tecla por tecla.


Na geladeira, uma garrafa de vinho espumante branco, nacional, meio doce (e não demi-sec) descansa desde ontem. As latas de cerveja não deram a mesma satisfação de um dia. Os salgados, porcarias e afins ficaram no passado. Ficam de hoje para ontem.Não fazem mais minha cabeça, não fazem mais meu corpo.
O calor começa a incomodar. Janela fechada, tempo escuro. Gotas começam a aparecer por entre os óculos. É hora de voltar para a TV. Aqui, como vocês sabem, ainda falta uma hora.
Aqui sempre falta uma hora.

sábado, dezembro 30, 2006

livros para ler (escrevo aqui para nào esquecer)

Amit Goswami - Fisica da Alma
Hornby - Uma longa queda
Murakami - Caçando Carneiros

E o Musashi que tá sempre na lista mas nunca começo a ler...

Se quiserem dicas do que dar de aniversário, tá aí...

Tatoos

LA HISTORIA DEL SIGNO
Debido a la gran cantidad de mensajes, que nos llegan pidiendonos que le expliquemos, que quiere decir el signo que aparece en casi todas las tapas de Maiden, decidimos investigar del tema, y por eso hicimos este informe, para aclararles todas las dudas, a los que realmente son fans de la doncella.

El asunto es el siguiente:



Este signo, lo empezó a utilizar Derek Riggs (Imagen), el creador de Eddie, el cual utilizaba este signo para representar sus obras, mas bien como una firma. Este lo utiliza no solo en las tapas de Iron Maiden, sinó tambien en todas sus obras, pero siendo en Maiden donde se lo conoció por primera vez, fue su signo característico. Solo aparece en las tapas de la bestia, que fueron dibujadas por Riggs, y por tal motivo no se encuentra en por ejemplo: Fear of the Dark, Virtual XI y The X Factor.

Investigando en varias religiones, pudimos conseguir lo siguiente: El círculo grande, representa a Dios, el amo de toda sabiduria y poder (fuerza positiva) . Los círculos pequeños, representan a los humanos, los cuales son la masa y movimiento del planeta . El motivo por el cual el círculo derecho es el único que posee una línea (enlace) que lo une con el grande, es porque no todos los seres humanos creen en un Dios, con lo cual haria referencia a los Ateos, u otras religiones ortodoxas. Siguiendo con el símbolo, encontramos la flecha, o mejor dicho Fuerza, la cual representa que todas esas cosas (humanos, Dios, fuerzas positivas, masas, etc) son atraídas hacia un solo punto, llegando a la línea horizontal, la cual representa a Iron Maiden.
Con lo cual, es claro que este símbolo, se usa para de alguna manera atraer las fuerzas hacia ese punto en especial, el cual en este caso es Iron Maiden.
****

É isso aí. Up The Irons!
pois é. ano novo, vida nova... etc e tal

espero que vocês tenham tudo o que desejam em 2007 e que voc6es desejem paz, amor, saúde e um pouquinho de dinheiro que não faz mal a ninguém. por falar nisso, com licença que vou jogar na mega-sena.

terça-feira, dezembro 12, 2006

Então para quem ainda não sabe:
Entrei na faculdade. Agora sou o professor da cadeira de redação da UNIC.
Mas você não tem mestrado, nem pós, alguns podem perguntar.
Pois é, não tinha. Final de semana passado começou a pós-graduaçào em cinema.
Aula com diretores feras e muito feras, como o Nelson Pereira dos Santos (só isso...).
E o mais legal? O trabalho de fim de curso é um projeto de realizador para entrar nos editais do Minc e outros por aí afora.

Será que sai um filme meu?
Levei uma década para terminar de escrever, e mais uma pra postar.
ô preguiça danada, sô.

Ela vive de novo.


Ela não veio para acabar com o rock. Ela veio para fazer como o rock.

Por mais engraçado que pareça, a música eletrônica com seu boom monstro na década de 90, (época em que nomes como Chemical Brothers e Prodigy, para citar os mais óbvios, estouraram) virou a assassina do rock. Esse era o zeitgeist, a verdade incontestável: “A música que todos ouviríamos com um plug direto no cérebro”.

Algo criado por máquinas, nada orgânico, apesar das mãos bem humanas por trás das criações, ditas, eletrônicas.

Bom, o futuro (para nós, já passado) fez o favor de escrever a história. Apareceram os salvadores do rock, como Strokes, White Stripes e Hives (sim, eles já foram a esperança do rock um dia) e tudo voltou ao normal. O rock bem vivo e a música eletrônica, também viva, passando por um ciclo de baixa, de renovação. Mas claro, a música, como a moda, vive de altos e baixos. Uma hora, eletrônica, outra hora rock, outra hora jazz, para depois voltarmos para o rock de novo e aí, uma hora qualquer de volta para música eletrônica.

Se o primeiro boom eletrônico veio lá pelos meados dos 90, o segundo, de certa maneira, ficou muito próximo de acontecer no começo dos 00. Nessa época, o electro apareceu. Mas o estouro da tosqueira chique do tão propalado ritmo, não pegou na veia - 1.

E quando parecia que a década de 2000 já era, na virada da esquina, eis que surge um movimento parecido com a rave, que há 10 anos que fez surgir, com tudo, a dança nas pistas de rock e a eletrônica de volta para o mainstream.

A eletrônica assola novamente o Reino Unido. A new rave existe em Londres, onde a moda das batidas está de volta com tudo. Dançar e se divertir está em voga. Como da primeira vez, o rock não morreu. Muito longe disso. Dessa vez ele está mais do que nunca nas pistas junto com a eletrônica. Remixes dos hits de guitarra, baixo e bateria são o caminho. Já eram, se colocarmos em perspectiva os últimos anos: depois da eletrônica, o rock de volta, direto para as pistas; o surgimento de sub-rótulos cada vez mais ligados às batidas dançantes como o dance-punk; enfim, uma mistureba que surgiu quando descobriram que tanto um ritmo quanto o outro, em vez de serem inimigos mortais, podem andar juntos e muito bem casados.

Tanto que, apesar de ser chamado de nova rave, com onda fluorescente e tudo o mais, seus freqüentadores parecem não ter engolido o rótulo. De acordo com notas divulgadas na mídia, muitos deles chamam o movimento de electro rock e evitam a comparação com a época de ouro do ecstasy, das festas after hours e da música made in computador.


Como conhecer:

Depois das coletâneas da Collete, que tanto fizeram a fama das bandas/projetos de electro, uma outra gravadora, francesa, se tornou a casa para o novo rockdance: o selo francês Kitsuné. Com suas coletâneas, recheadas de remixes de nomes como Wolfmother e Bloc Party e servindo de espaço para trabalhos de artistas como Simian Moile Disco, Popular Computer, Dead Disco e até do Klaxons, o selo é hoje o mais novo lançador de moda do pedaço.

Se você quer ficar antenado, basta escutar esses discos. Se você quer virar DJ, pegue todos os últimos discos da Kitsune e prepare-se para ter apenas o trabalho de mixar as melhores faixas.

***

1 - Na verdade, o que pegou, não na veia, mas nas cabeças de geral, foi a tosqueira podreira das balas e do trance. No último suspiro da eletrônica, antes de voltar para o submundo, ele apareceu. E como um vírus, se espalhou por todo lugar. Primeiro, como um novo ritmo interessante. Depois, se tornou sinônimo de festas e de música eletrônica Brasil afora. E mais alem,.de, d música pesada, mais direta e sem variações possível. Trilha sonora para fritos em geral, que se multiplicam e que, cada vez mais, saem do anonimato graças a Youtubes e congêneres da vida.

domingo, novembro 12, 2006

então foi isso.
Cartào estourou e quando foram cobrar a mensalidade do provedor, nada feito.
pronto, perdemos alguns dias de internet.

Mas voltei. Semana passada foi tensa. pegamos uma concorrência e tive que trabalhar sábado e domingo, ficar até tardào na agência, essas coisas de quem pega concorrência. Espero que a gente ganhe. O patrào fica feliz, mais rico e a gente garante o emprego. Foda, né?

***

Devo fazer uma aula teste essa semana numa faculdade daqui. A Unic (universidade de Cuiabá). Imagina se botam unicú. Queria ver quem ia estudar lá.
hehehe
Mas o negócio é promissor, porque nào existe nenhum professor de redação publicitária com experiência no mercado. Ponto pra mim. Agora é preparar as aulas, e afiar o gogó. vamos ver...

***

Atualizando a lista das pechinchas:

DVD Chico Buarque - Caro Amigo (será isso mesmo?) R$15.00
DVD White Stripes - Under a Blackpool... - R$ 25.00
CD Killers - Hot Fuss - R$ 9.00
CD Rolling Stones - R$ 9.00
CD George Harrison - R$ 9.00

pagar tudo com Mastercard Maestro, tem preço. É só somar.

***

Estamos batendo muitas (ok, não tantas) fotos. Mas é com máquina de filme mesmo. Quando terminarmos as 36 poses (acho que já batemos 20), revelamos o filme e escaneamos, para colocar algumas aqui.
hehehe

domingo, outubro 29, 2006

Roubado na cara dura do blogue da Lu.
E atualizado.

garimpo na loja de eletrodomésticos

aqui existe uma cadeia de lojas estilo sipolatti que tem feito nossa alegria. além de eletroméstico de linha branca, móveis de qualidade e gosto duvidosos e aparelhos de som e TV, tem uma seção de DVDs e CDs que vem se revelando uma verdadeira mina de ouro. não pelos títulos raros - aliás, a maioria do "acervo" é de calypsos e afins -, mas pelo sistema de cadastro de preços, que é completamente esquizofrênico. de uma loja para outra, eles variam loucamente. o CD "a bigger bang", do rolling stones, eu vi por R$ 39,90 na unidade que fica no shopping perto de casa e ontem, num outro shopping, por 9,90!!!

sendo assim, nós não resistimos: toda vez que vemos uma dessas lojas temos que dar uma entradinha para garimpar. e veja só quantas surpresas bacanas isso já nos rendeu:


1. A Bigger Bang - Rolling Stones (CD) - Variando de 24 a 49,90
VALOR QUE PAGAMOS - 10,00

2. Green Day - Bullet in a Bible (CD + DVD) - Variando de 46,50 a 138,71
VALOR QUE PAGAMOS - 10,00

3. Cake - Motorcade of Generosity (CD) - Variando de 35,90 a 44,90
VALOR QUE PAGAMOS - 10,00

4. Chaos and Creation in The Backyard (CD + DVD) - 57,90
VALOR QUE PAGAMOS - 20,00

5. Los Hermanos no Cine Íris (DVD) - Variando de 27,90 a 42,90
VALOR QUE PAGAMOS - 15,00

6. Chico Buarque - Vai passar (DVD) - Variando de 39,90 a 52,90
VALOR QUE PAGAMOS - 10,00

7. Charlatans - Just Looking (DVD) - Variando de 39,90 a 45,90
VALOR QUE PAGAMOS - 12,00

8. NIN - Live and All That Could Have Been (DVD duplo) - Variando de 71,50 a 88,90
VALOR QUE PAGAMOS - 16,00

9. Travis - Singles (DVD) - Variando de 41,90 a 49,90
VALOR QUE PAGAMOS - 15,00

10. Tom Jobim - Stone Flower (CD) - Variando de 28,70 a 35,90
VALOR QUE PAGAMOS - 10,00


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Total dos preços mais altos listados pelo Buscapé - 607,00

Total dos preços mais baixos listados pelo Buscapé - 413,00

Nosso total - 130,00


**(arredondei os valores pra facilitar o cálculo final. é, sou preguiçosa mesmo! ahaha)

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Strokes - first impressions on earth - R$ 9.90

Tim Maia - Pense Menos(1977) - R$ 10.10
o jardineiro é Zezuis. As arveres somo nozes.

***

Hoje deu 40 graus aqui.
Quarentinha. É, tipo assim, suor 1 minuto depois do banho.
A lu está tendo um treco, mas a entendo.
Daqui a pouco vamos ligar o ar-condicionado do quarto, levar a tv e o dvd para lá e assistir um filme sentindo frio.

Não sei porque, mas me deu vontade de ver A Era do Gelo.
hahahaha

Ou me sentir nela.
L'age de glace.


***

e as arvres, arvoros....
somo nozes

sábado, outubro 28, 2006

hoje a Lu tomou coragem e eu tomei parte desta loucura.
Nos enfiamos em uma das representaçòes mais undergrounds e malditas de Cuiabá, uma filha dos esgotos, que perambula pelas cidades, atacando vorazes jovens em busca da saciedade da madrugada.
Sim, senhores, é dela que falo: a baguncinha.
Para quem não sabe, a baguncinha nada mais é do que um sanduiche iche iche, daqueles estilo bicho guloso ou oficina da fome. A diferença é que aqui, as carrocinhas são realmente carrocinhas e em nada lembram os super bem estruturados traileres capixabas. BOm, eles sempre são baratos (na verdade, a baguncinha, ou mais na verdade ainda O baguncinha {sim, ele é masculino} é o mais barato de todos).
A verdadeira ralé do sanduba. Uma hamburguer frisa ou pior, algo estilo pif paf. Um queijo uma presunto (com gosto de mortadela) um ovo, alface tomate e PASMEM, uma salsicha. Baguncinha que se preze tem que ter salsicha.
Bom, com o calor que faz aqui, fomos comer um sanduba numa esquina. Por 2.50 enchemos a pança e eu ainda tive a cara de pau (e a coragem monstra) demandar pra dentro um belo tanto de maionese caseira... que Deus me tenha.

Mas como bagunça que não mata, engorda, seguimos em frente.
Para vocês terem uma idéia, são meia noite e o relógio marca 31 graus.
hora de uma Sol com amendoim.

terça-feira, outubro 24, 2006

Nota cinco para passar.

O Cave In, quarteto do estado americano de Massachussets, nunca teve uma vida fácil, regada a críticas positivas e shows lotados. Seu caminho sempre foi pelo atalhos, pelas trilhas nem sempre desbravadas. Ou seja, comendo pelas beiradas. Talvez pelo seu estilo de música, um amálgama entre o heavy metal, mas sem o apelo necessário para empolgar fãs de Evanescence, Slipknot ou Dream Theater, e o alternativo, mas muito longe da melancolia ou do rock básico, presentes em 10 entre 10 bandas de rock, dito, alternativo. Por isso, foi uma surpresa ver a banda assinando com uma Major, a RCA. E mais surpreendente ainda ver um disco deles, Antenna, lançado no Brasil, para felicidade da, não tão geral, nação. As vendas não devem ter alcançado um público muito amplo, já que a banda acabou voltando para sua primeira gravadora a Hydra Head.

Com isso, dificilmente devemos ver lançado por aqui o seu quarto disco de estúdio, Perfect Pitch Black. O que não deixa de ser uma pena. Se em Antenna, a banda estava em sua zona de conforto, repetindo sua própria fórmula de sucesso, e por isso soando cansada e até repetitiva, em Perfect Pitch Black eles parecem ter percebido que o jogo não está ganho. Seu estilo de guitarras altas e gritando buscam um novo caminho. Em algumas músicas, o tiro é certeiro. Referências ao Stoner Rock, à psicodelia, ao heavy deprê do Alice in Chains, ao vocal gutural, mostram uma banda corajosa e versátil, ainda que nem sempre eficiente. Em certos momentos uma fagulha de genialidade atrai a atenção do ouvinte mais desligado, e o mantêm em transe por alguns segundos. E são essas fagulhas que fazem com que eu ainda os dê crédito. São como aqueles times da segunda divisão no jogo de suas vidas contra os gigantes da primeira. E você, quando percebe, está torcendo pelo time mais fraco.

Destaques:
Trepanning e sua guitarra à la Josh Homme
Down the Drain
Droned

segunda-feira, outubro 16, 2006

Amigos fazem falta?
Qué isso, claro que não. Amigo se consegue em qualquer lugar...
OPA!
parado aí. Estamos em uma fase que amigos não caem do céu, como acontecia na faculdade, na escola, nos rocks da vida. Eles simplesmente têm que ser plantados, regados, colhidos e tratados com carinho. E uma hora antes da colheita ou de ter que tratá-los com carinho, estamos desistindo. E nada de amigos por aqui. Pessoas finíssimas no entanto têm aparecido. Mas irmãos e irmãs, deixei todos para trás.

Dito isso, vamos aos fatos. Estamos lendo. MUITO.
Dois jornais por domingo. Cinema e filmes também (mas isso já fazíamos em Vix).
Revistas, aos montes. Bizz (coleção completa, sempre); men's Health, quando dá; Vip; Rolling Stone assim que chegar äs bancas e a melhor de todas e o motivo desse post:

PIAUÍ

sei que o nome é ridiculo, mas fazia MUITO tempo que nào lia uma revista tão gostosa. Meu Deus, que textos, que reportagens, que artigos... Tudo avalizado pelo selo da editora Trip de Qualidade. E aí?!
Assinatura URGENTE!!!!!!
E piauí na cabeça!
Quente o dia hoje, não?



É. Esquentou.



O hoje em questão era uma segunda-feira. O dia tinha começado normal. Despertador, café, um pequeno pedaço do jornal, banho, roupas e elevador. Ela parecia ter acabado de acordar. Seus olhos ainda estavam pequenos em seu rosto redondo. Seu cabelo, comprido, ainda estava um pouco molhado. Seu cheiro misturava um pouco do shampoo com a tintura, a explicação para um negro tão intenso, que provavelmente tinha aplicado no fim de semana. Não sabia seu nome. Possivelmente ela também não sabia o meu. Éramos vizinhos. A única coisa que nos ligava era uma conta em comum chamada de taxa de condomínio. Isso e alguns encontros randômicos no elevador, a caminho da garagem.


(Silêncio)

Será que continua assim a semana toda, hein?

É, parece.

É sempre assim. A semana toda quente e a gente no escritório. No fim de semana que dá pra pegar praia, chove.


Abri um sorriso. Só queria parecer simpático. Hoje em dia é complicado viver em um edifício. Eles são sempre muito altos, os apartamentos são cada vez mais apertados e os vizinhos cada vez mais numerosos. Seu espaço individual é invadido a todo tempo por estranhos que escolheram o mesmo prédio que você para morar. E o pior, a recíproca é verdadeira. Nos vemos invadindo o espaço do outro a todo instante. O mínimo a se fazer, nessas horas, é tentar parecer simpático. A viagem do 13° andar até a garagem não dura mais que um minuto. Tempo o suficiente para um bom dia e uma pequena conversa sobre o tempo.


A luz falha uma vez. Nos entreolhamos. O elevador dá um pequeno tranco. Seu rosto parece tomado pelo terror. Agora a luz pisca intensamente até se apagar. Tudo isso dura cinco segundos, no máximo. Uma eternidade. Como tudo dentro de um elevador com um estranho.


Xi, acabou a luz.

Ai, nem fala. Morro de medo de elevador. Sua voz parecia mesmo amedrontada.

Bobeira, daqui a pouco a luz volta. Enquanto isso a gente espera. E mais, se não voltar é só tocar o alarme. Logo o Seu Moreira vem abrir aqui a porta.


Antes de concluir a frase, o alarme soou ferozmente. Um zumbido intenso, como se um milhão de abelhas africanas tivessem entrado em minha cabeça. E assim ficou por algum tempo. Como vocês devem presumir, uma eternidade.


Calma, calma. Eles já ouviram o alarme.

Será? Não é melhor continuar tocando?

Não. Tá bom. Eles já ouviram, tenho certeza.


Até não tinha tanta certeza, mas não ia agüentar um novo enxame de abelhas em minha cabeça. O que me assustava não era a idéia de ficar preso no elevador. Era ficar preso com outra pessoa. E mais, outra pessoa que não conhecia. E que, ainda por cima, tinha medo de elevador. Bom, pensei, vou puxar assunto, tentar mantê-la com a cabeça ocupada. O que menos queria era alguém em pânico dividindo comigo um espaço de 1 metro e 30 por 1 metro e 30.


E então? O tempo, né?

O que que tem? A quanto tempo a gente tá aqui preso?

Não, não esse tempo. O tempo lá fora.

Aqui tá ficando quente. Ai meu Deus, será que a gente está ficando sem ar? Por isso está esquentando? Tá sentindo uma falta de ar também?

Não, eu tô tranqüilo.

Ai... ai...


Ela começou a gemer de dor. E a chorar baixinho. Não deixou de ser engraçado vê- la tentar esconder o choro. Num elevador. Talvez vergonha de mostrar uma fraqueza, coisa tão íntima, a um estranho. Não devíamos ser tão distantes. Moramos no mesmo prédio, na mesma rua. Se conhecer neste caso passa a ser um acaso. Como agora.


O seu nome é...

Manuela.

Então, Manuela, o meu é Edgar. Olha só, você não precisa ficar assim. Tá tudo tranqüilo, daqui a pouco abrem a porta. Olha, não me leve a mal, mas se você quiser, posso te dar um abraço.


Ela não disse nada. Nesta altura dos acontecimentos, já via nitidamente no escuro. Minhas pupilas haviam feito seu trabalho com perfeição, se abrindo para as míminas incidências luminosas do elevador parado, pelo jeito da escuridão quase completa, entre dois andares. Vi seu corpo se mexer, lentamente, em direção ao meu. Estendi meus braços e pude abraçá-la, assim que sua cabeça tocou meu peito. Senti seus soluços, e suas lágrimas, poucas, molhando minha camisa. Seu coração estava disparado. Ou seria o meu? Pulsações que já se confundiam. Seu choro, seu perfume. Passei minha mão por seus cabelos, ainda um pouco úmidos. Ela sentiu. Eu senti. Olhamos um para o outro. E assim ficamos, por poucos segundos. A realidade do cubículo, revertida, fazia o tempo que antes não passava, voar, escapando por entre soluços e lágrimas, como fios de cabelo molhados em mãos inseguras. Pude prever o que aconteceria em seguida em um flash, mas o flash real foi o das lâmpadas se acendendo. Manuela, instintivamente, como um criança pega em flagrante fazendo alguma coisa proibida, se afastou rapidamente. Foi para seu lado do elevador, que começou a se mover lentamente, até o próximo andar. Lá, abriu suas portas e nos despejou novamente no mundo real. Ela olhou para mim, rapidamente.



Daqui vou de escadas.

Tudo bem.

Tchau.

Tchau.


Ela deu uns dois passos e se voltou para dentro do elevador, para dentro de mim.


Obrigada.


As portas se fecharam novamente. Dessa vez, sozinho, não tive muito tempo para pensar. O tempo só parece não andar no elevador quando o dividimos com um estranho.

domingo, outubro 15, 2006

pronto, agora novidades da vida na baixada. Sim, baixada. afinal aqui estamos, na baixada cuiabana, o que explica um pouco o calor que faz nessa cidade. Mas já estamosnos despedindo (ou será que não?) da época do calor. Pelo menos está chovendo bem aqui, o que dá uma aliviada no calor. Deve ser o período das chuvas, quando acabam as queimadas. Sim, amigos, queimadas. Tem dias que a fumaça está tào espessa que quase não dá pra ver o horizonte. E as cinzas caindo do céu, vez por outra em cima de você?
Aconteceu comigo. Até o terreno baldio, ao lado da agência pegou fogo. Deu bombeiro e tudo pra apagar. heheh
Bom, mas isso já está ficando para trás. Como disse, agora chove. POde ser uma frente fria para ajudar a Luciana a se situar na cidade sem sofrer muito com o calor. Sim, pode. POde ser uma lufada de sorte, para nos acalmar. Sim, pode. Mas o pior é que sabemos que é passageiro.

***

outro dia com paulinho no msn, coisa rápida, olá tudo bom? conta da vida aí? coisa e tal. Aí me toquei, caiu uma ficha. A mesma que me faz estar encarando esse teclado diferente e essa cadeirinha de praia em frente ao micro (hoje compro uma cadeira decente), alguns centímetros abaixo do ideal. É que para mim, aqui, a vida continua numa boa. As coisas já sào comuns. É quase tudo rotina. Uma rotina mais nova, é verdade. Mas mesmo assim, um pouco repetitiva. Trabalho, venho para casa, me espanto com o fuso (dá 22 horas e não tem mais nada pra fazer), saímos para conhecer restaurantes, bares, enfim, lugares legais para levar nossas visitas (eles existem e em um bom número, acreditem) e é isso.
Procuramos comida boa e barata. Achamos. Procuramos um pouco de luxo e achamos. Procuramos mato e achamos. Até moda de viola achamos(mas ainda nào fomos lá).
Agora falta o rock, que se resume a downloads no trabalho e a mp3 no carro. Mas semana q vem tem show do ratos de porão aqui. Nada imperdível, mas um bom momento para sacar a quantas anda o movimento por esses lados.

***
o que é imperdível é dar uma caminhada pelo parque Màe Bonifacia. Comer um espetinho de carne (com arroz vinagrete, farofa e mandioca) como se fosse um lanchinho, pedir uma baguncinha num trailler (UM baguncinha, Luis), comer chipa, atravessar a Ponte Sergio Motta, ver jogo no Choppào e, se aguentar, tomar um escaldado, jogar sinuca beliscando banana chips, tomar antarctica e achar uma delicia (tem uma fábrica aqui, imagine...), conversar com alguém com muito sotaque, tomar tereré (ou chimarrào gelado), cozumel (ou choppe com limão e sal {eca!!!}), pedir uma ventrecha como se fosse a coisa mais simples do mundo, ir ao supermercado às 4 da manhã, pagar 2.25 no cinema as segundas, tomar café na kopenhagen, e muitas otras cositas mas.

Coisas que para a gente aqui é comum, mas que para vocês aí, que não mudaram de vida ou de lugar, pode parecer estranho e longe. Por isso resolvi escrever. POrque todo mundo continua indo à lama ou ao galpão. Todo mundo continua fazendo os mesmos rocks e indo ver os mesmo shows juntos. E só eu faço diferente. Talvez isso, a curiosidade de todos com relação a minha vida, se é que ela existe (a curiosidade), me fez escrever. Afinal, vocês nào precisam escrever para que eu saiba o que estou perdendo. Mas eu preciso.
Sim, é um milagre. Me lembrei que tenho um blog e resolvi escrever. Na verdade deveria estar faendo a minha carta de intenção, para a matrícula na pós em cinema, mas sei que algumas pessoas (poucas, vai) ainda visitam esse blog ávidas por notícias. Para elas escrevo agora.

***

Primeiro, como é dificil trocar de teclado. teclo o dia inteiro com o acento em um canto, com o til em outro e quando chego em casa, tudo diferente. Sai erro que não acaba mais. Saco. O chato nessas horas é ser redator e revisor. Vontade de mandar tudo errado e seguir em frente.
Vamos a isso, então.

***

segunda-feira, setembro 04, 2006

Como fiquei muito tempo se escrever, vou colocar tudo de uma vez só aqui.
Bom, tudo não, mas bastante coisa, vai.

***

Banda - The Knife,
Album - Deep Cuts (2003)
música - Heartbeats


Ela faz parte da trilha de um dos mais lindos comerciais que já vi, o Balls, da Sony vendendo sua TV LCD, a Bravia. A letra segue abaixo.

Ah, se você for pegar a música original, vai ver que ela não tem nada a ver com a que toca no filme. É que a do filme é uma versão feita por José Gonzáles, um sueco com nome de mexicano. E que está em seu disco Verneer.

One night to be confused
One night to speed up truth
We had a promise made
Four hands and then away
Both under influence
We had divine scent
To know what to say
Mind is a razorblade

To call for hands of above, to lean on
Wouldn't be good enough for me, no

One night of magic rush
The start: a simpel touch
One night to push and scream
And then relief
Ten days of perfect tunes
The colours red and blue
We had a promise made
We were in love

To call for hands of above, to lean on
Wouldn't be good enough for me, no

To call for hands of above, to lean on
Wouldn't be good enough

And you
You knew the hand of a devil
And you
Kept us awake with wolves teeth
Sharing different heartbeats in one night

To call for hands of above, to lean on
Wouldn't be good enough for me, no

To call for hands of above, to lean on
Wouldn't be good enough

***

Na primeira semana de cuiabá, coloquei umas poucas pastas de MP3 no computador. E o Cachorro Grande foi agraciado com dois discos no meu Itunes. O Pista Livre, devo dizer, não tinha me feito tanta graça nas primeiras vezes que o ouvi. Sem atenção, nada funciona. Mas com calma, foram aparecendo pérolas aqui e acolá. Sendo que a última faixa, Velha amiga, tocou fundo e quase me fez jogar tudo pro alto...

ói porque.

VOCÊ TEM QUE OLHAR A ESTRADA
COM UMA CARA CANSADA
COMO UMA VELHA AMIGA
QUE VOCÊ JÁ NÃO AGÜENTA MAIS
ESTOU AQUI DE PASSAGEM
A VIDA É UMA MALA PRONTA PRA VIAGEM
MINHA CABEÇA É MINHA BAGAGEM
E A ESTRADA É UMA VELHA AMIGA
COM QUEM VOCÊ PODE CONTAR VELHA AMIGA?

****

Bom, mais estabelecido, com praticamente um mês de Mato Grosso.
Ainda fico espantado. As vezes parece que cai uma ficha assim: estou no Mato Grosso.

Caramba, como vim parar aqui. Mas ando pela cidade, conhecendo os caminhos... E descobrindo aos poucos coisas novas e legais. Acho que essas descobertas dão uma sensação gostosa de estar vivo. De ver coisas novas e de fuga da rotina. Vocês não sabem como, após 25 anos de Vitória/ES, isso é bom. Lá, apesar de ser maravilhoso, parecia já estar no piloto automático. E, cacete, precisamos de tudo nessa vida, menos viver no piloto automático.

Já posso me considerar um cuiabano. Hahahaha

A cidade é hospitaleira demais, a comida daqui é muito boa. É quente? É, bem quente. Mas dá pra acostumar. Até o ar seco já não incomoda tanto. E pensar que ainda existe um Estado inteiro pra ser descoberto, o terceiro maior do país, dá uma vontade doida de correr por aí. E ficar parado, agora, só por escolha, não por falta de oportunidade.

Casinha arrumada, empreguinho estável, cidadinha bonitinha, vão se fuder.
Porque aqui na face da Terra só vida nômade é o que vou ter.

hahahaha

***

Coisas boas de se voltar a trabalhar com PC?
Hum... o soulseek funciona. Hahahahaha

Não precisa dizer que a lista de coisas a se baixar está grande. Mas vem diminuindo consistentemente.

E entre as coisas novas, tem duas bandas que me surpreenderam. A “Band of Horses“ e a “Tapes 'n Tapes”. Sabe quando bate de primeira? Essa tapes aí foi assim. De primeirona, ouvi uma música e pirei. Musica feita pra quem gosta de musica. Chega de coisas que parecem coisas e não me dizem nada.

Além disso, ficaram realmente bons os discos do Thom Yorke (Eraser) e o do Rapture, que ainda estou deglutindo...o Pieces Of The People We Love, nome do disco dos caras, não tem uma House of Jealous Lover, mas tem muita coisa boa. Sabe uma banda boa, quando é boa mesmo? Pode fazer qquer coisa que fica acima da média. Pois é. O Rapture ficou acima da média. E eu gosto deles de verdade e aí, posso ter me deixado influenciar. Heheheh

Que mais....

Ah, Living Things, com um álbum bem legal. Acho que de 2004, mas bem legal. Uma levada hard rock com a cara do Dandy Warhols. E o segundo do Razorlight que, se antes parecia uma banda perdida entre muitas referências, parece ter se encontrado. Disco acima da média também, de uma banda mais, mas muito mais madura. E pronta para se firmar como uma das melhores da nova safra.

****

Aproveitei que estava aqui em Cuiabá e fui conferir de perto o festival calango. Teve banda de tudo quanto é parte do Brasil. Desde o Acre até o Rio Grande do Sul. Só faltou mesmo o Espírito Santo e o Rio. Mas pro ano que vem, se der, tento fazer a cabeça do pessoal pra trazer umas bandas daí.

Deu pra conferir bastante coisa boa, deu pra comprar bastante cd (aqui praticamente não tem loja de discos) de bandas independentes e deu até pra comprar 7”. Entre os shows, destaque absoluto para a apresentação inspirada dos Sapatos Bicolores, para a força do Macaco Bong (daqui de Cuiabá mesmo), para a pegada simples, rock e pop, dos Astronautas fechando a noite (sou realmente fã desses caras), o som hermaníaco do Los Porongas(AC) e para a nova queridinha dos indies, o Vanguart. Segundo dizem, bom show, mp3 nem tanto.

Infelizmente só pude ir no sábado, pois na sexta e no domingo acabei saindo com meu pai que estava aqui.

***

Por falar em visita, aproveitei a vinda do meu pai/Ivanilde com o carro, e fui rodar pela cidade. Minha primeira vez como guia de cuiabá. Descobrimos uns lugares legais para comer, como a Mercearia da Pizza, onde dá para vc montar a sua própria pizza, junto com os pizzaiolos da casa. E que pizza boa comi nesse dia. Fiquei instigado em ir lá fazer uma com muito perperoni, calabresa e cebola. Mas estou fechando a boca legal aqui. As calças novas que comprei, só com cinto. Ou seja, melhor deixar só no desejo. Fui também até a Chapada dos Guimarães. Aqui fiquei sabendo, existe uma cidade chamada Chapada dos Guimarães. Pequenina, estilo Tiradentes (não, nunca fui em Tiradentes). Mas com um clima meio cidade de praia, como Guarapari e Buzios (será?!). A cidade é aconchegante e,se não chega a ser chique, é arrumadinha. Tem umas ruazinhas com muitas lojinhas acertadas e bares onde, parece, as pessoas ficam rodando quando a cidade tem movimento. Nesse domingo, meio fora de temporada, ela estava vazia. Perto da cidade, paisagens que nunca pensei ver. É bonito, sim, mas foi um tapa pra quem achava que tudo na vida acabava em mar. Aqui acaba em montanhas, morros e… chapadas.

E olha que estamos no cerrado.

***

Não, não vou ver o Slayer. Já assisti a esse show quando valia a pena. Era 94, plena turnê de Decade of Agression, o duplo ao vivo que mudou meu jeito de ouvir metal. Sei que eles devem fazer um show do caralho ainda, mas dessa vez vou passar. Boa sorte aos companheiros que farão um dos rocks mais inspirados do Brasil. Rio, choppe, amigos e rock! Comprem uma camisa pra mim...

***

Pra encerrar, dia 16 tem shows, muitos deles, em SP. Pra começar, Art Brut. Depois, Adult. Ainda dá pra ver o Peter Hook dando uma de DJ. E para encerrar a noite, duas bandas das quais sou fã incondicional: Radio 4 e Franz Ferdinand.

Good things happen for those who wait. A Guinness estava certa. Agora é separar a grana pras camisas das bandas.

terça-feira, agosto 01, 2006

Limpeza de HD, no trabalho.
Muito trabalho.

Projeto 365 – A explicação.

Antes de começar a escrever e perder alguns minutos dos meus dias, todos os dias, pelos próximos 365 dias, gostaria de explicar o projeto.
Tudo começou de uma idéia simples, do tipo, escreverei todos os dias do próximo ano. E, pela primeira vez, resolvi topar a empreitada. Vamos ver como ela termina. No mínimo terei escrito mais de 10 páginas e poderei até publicar essa loucura.

A primeira intenção era contar como pode ser um ano de trabalho dentro de uma agênia de propaganda. Levar para quem tiver vontade de saber, as piadas, as discussões, a forma de criar uma campanha, desde seu brainstorm até a peça final produzida. Mas os dias de uma agência de publicidade podem ser meio frustantes e envoltos em certo marasmo e tédio, bem diferente do glamour idealizado por toda uma classe estudantil prestes a entrar no mercado e por outra prestes a entrar em um curso superior de comunicação.

Com o tempo e com o amadurecimento de idéia (em uma semana, se isso tudo) surgiu o primeiro problema: fugir do formato blog da vida, apesar de, provavelmente, esses textos verem a luz do dia primeiro em alguma página da internet. Mas o estilo diario virtual não é o estilo principal do projeto. Poderá e será usado algumas vezes, perdoem meu superficialismo voyerístico. Mas não será a forma que será tomada.

E já que estou falando de problemas, mais um apareceu com o tempo: a temática.
Publicidade e criaçào é muito interessante, mas não é a vida de verdade. O mundo explode a nossa volta, pedindo para ser relatado, sofrendo da falta de significação de uma imagem sem legenda. Enfim, não é possível se desligar durante 365 dias do que acontece no planeta Terra.

Chega de explicação, que ela está confundindo mais do que esclarecendo. O Projeto 365 é um relato em forma de texto de um ano. Um que começa agora e que vem, como todos os outros, sem grandes mudanças no nosso dia-a-dia.


365

Cinco, quatro, três, dois, um...
Foi o que pareci ter ouvido em meio a tanta gritaria e felicidade presentes à praia de Copacabana. Começa 2005. Um ano novo, como todos os outros, que fica velho um ano depois.

Dois mil e cinco é um ano qualquer. Não tem Copa, não tem Olimpíada, não tem Pan no Rio. É um ano regular, sem grandes destaques. Por que escrever justo sobre ele então? Por que fazer dele a base para um projeto? Estas perguntas, deixo sem respostas.

Sem perceber, saímos da virada do milênio, do bug e de sua insegurança e cá estamos no meio da década. Cinco anos se passaram e mais cinco nos separam de 2010. O ano em que faremos contato. Até lá teremos descoberto a cura da Aids, a cura do câncer ou, pelo menos, a cura da ressaca.

- Olhem os fogos.
O espocar da pólvora forma figuras de difícil compreensão. Amanhã leremos no jornal se eram palmeiras ou rosas, corações ou fígados, rolhas ou champignons.

- Olhem o banho.
De nada adianta o aviso, o estrago está feito. O cheiro de sidra barata marca a entrada de 2005, um ano novo molhado e alcoólico. Nada mal para um ex-quase-alcoólatra.

- Olhem as sete ondas.
Pulem as ondas, pulem. Fujam, corram. Em 2005 ondas são sinônimos de destruição e de morte. Mais de 150 mil feliz ano novo a menos em 2005. Seis, e não sete, ondas calam os votos de um sem número de pessoas. Agora números numa estatística macabra mostrada em vários ângulos na TV.

- Olhem o ano. É 2005.
Feliz 2005. O ano que fica pra sempre marcado nestas linhas.


364

Ressaca. Seis horas a 100km/h. Um dia de sol e de frio. O ar do carro refresca a viagem de volta para casa. Era um sábado.

Sem trilha sonora, sem reviravoltas, sem muito o que dizer. É o ócio, o tédio, o tempo parado, mesmo em movimento.

Me dá um pão com salame e boa noite. É tudo o que deixa um dia que passa sem graça, sem nada. No final é tudo o que deixo aqui.


363

Primeiro dia útil do ano. Segunda-feira. Primeiras horas de trabalho. Primeira encruzilhada do 365. Aqui tudo parece tomar forma de diário, de experiências pessoais. Como falar do dia sentado na frente do teclado, da tela brilhante, das xícaras cheias de café (duas até agora) e do ar-condicionado, com sua gélida língua nórdica lambendo minha nuca, sem parecer chato e repetitivo e sem parecer que estou escrevendo para um blog ou, pior, para uma agenda de adolescente?

Frases longas nunca combinam com pontos de interrogação. O sentido da questão se perde no caminho. O que me leva para mais uma encruzilhada do projeto. Minha mente é um caminho caótico de pensamentos. Uma espécie de Avenida Paulista na Índia. Como conseguir colocar em ordem alguns deles e passar para o papel, sem perder totalmente o sentido é uma luta. Agora diária, até o fim do ano. Fico pensando na última página, na última linha, se estarei feliz por ter terminado ou se estarei estafado, estressado e desgastado por todo o tempo que passei escrevendo. Se sentirei saudade ou alívio ao digitar o ponto final.
É pensar demais.

***

O dia me reserva, além de mais xícaras de café e um almoço em um restaurante natural, um cartão de aniversário para uma cooperativa médica e um slogan para uma farmácia. Nada glamouroso, não é mesmo? Não sou um profissional qualquer. Tenho um certo tempo de mercado, já ganhei até alguns prêmios, não muitos, não importantes. Mas já fiz concorrências, campanhas felizes e títulos inteligentes. E, de repente, volto a fazer cartões de aniversário e slogans para farmácias. Não estou indignado, mas sinto que poderia ser melhor aproveitado. Pelo menos, estou com tempo. Escuto minhas músicas o dia todo (Super Furry Animals agora) e quando paro para trabalhar resolvo os PITs (pedido interno de trabalho) com certa facilidade. Tenho 28 e não tenho nada. Uma TV 29”, um som que lê DVD e uma cacetada de discos e livros. Não preciso de mais.
Por enquanto.

***

Duas xícaras de café e uma asia gigante a mais. Slogan defendido e aprovado. Quanto ao cartão, adiado para amanhã. Não disse?
Três dias e já acho que falar da rotina de uma agência de publicidade não vai me levar a lugar algum.


362
O dia começa numa morosidade que me lembra, pelo menos, de uns mil dias iguais a este. Dias onde nada especial acontece, onde tudo passa por passar e você vê cada minuto de sua vida indo embora, sem poder fazer nada, sem poder sequer pedir para aproveitar um pouco mais. É um dia que, se eu não me forçar a escrever, não tenho nada para colocar aqui.

Parem para pensar. Ou não parem, continuem lendo e reflitam. Quantos dias desses você teve em sua vida? Dias que não parecem ter a menor finalidade? Dias cinzas, como vou chamá-los de agora em diante.

No dia cinza, tudo parece um pouco sem graça. A comida fica sem sal, o almoço vira obrigação, o acordar, o tomar banho, o se vestir, o fazer o café, tudo é automático. O trabalho é automático. E preguiçoso.

As horas passam devagar, o dia se arrasta. Tudo o que você quer é poder estar no meio da chuva que molha carros e árvores. Deitar em sua cama, ligar o aparelho de som, comer uma barra inteira de chocolate e assistir à Sessão da Tarde, sem ter que se preocupar com quem vai pagar a conta de luz.

Coincidência ou não, o dia que amanheceu ensolarado e quente, ficou nublado. Cinza.

***

O cartão já foi feito. Uma solução cachorra, mas apropriada. Dois anúncios aparecem para hoje. Um é uma chamada para uma assembléia ordinária. O outro, vende novos equipamentos de uma clínica de diagnóstico. Interessante este último. Mas o lugar onde passarei o carnaval é agora minha maior preocupação.

361
Vejam que interessante. Criei um espaço pensando em escrever sobre o trabalho, todos os dias. mas foi justamente o trabalho que me fez não ter tempo para escrever sobre ele.

***
Paradigma digno de aulas de introdução à filosofia de primeiro período de universidades públicas, em um daqueles cursos que trocou de cara no meio dos anos 90, perdendo toda sua aura transgressora e trocando os bichos-grilo por filhinhos e filhinhas de papai e mamãe.
***

Em compensação, o resto da semana, continuando nesse ritmo frenético tende a passar como o vento. São anúncios, folhetos, campanhas que viram não campanhas, que viram anúncios que saem logo mas levam tempo para ser finalmente aprovados. Um folder em formato de barraca de praia. Arme a sua.
Coisas assim. Uma semana corrida, alguns trabalhos e a falta de um computador em sua casa, na minha casa, podem levar à bancarrota um projeto legal como esse. E o mais incrível, em menos de uma semana.

Me recuso a aceitar a derrota como resposta aos meus pedidos de tempo. não deixarei isto morrer como deixamos um moribundo a sua própria sorte. Mereço e vou levar adiante todas as minhas resoluções de ano novo. mesmo que elas se resumem a este espaço virtual e a vontade e desejo de ver estas páginas publicadas no final do ano, com seus agradecimentos e afins. pelo menos não precisarei me preocupar com o presente de natal de muita gente. Eu disse natal? Esqueçam. Faz duas semanas que o natal não passa de umas contas a mais na minha fatura do cartão. E em alguns livros novos ainda por ler.


360
Um dia cinza, entendem?

O trabalho se torna algo tão mecânico que nem merece mais ser tratado aqui. Seja aqui uma folha de papel, um documento aberto em frente ao teclado ou uma página de internet.

Mais uma tarde com cafés, pães, refigerantes, músicas e nada a mais. Experiências de vida se tornam aparentemente coisas fúteis. Andar pela praia, molhar os pés na beira de um rio, pescar, plantar, subir em árvores são memórias distantes da infância. Mas meu vídeo-game tem um jogo parecido com uma pescaria, outro que me coloca dentro de uma mata, como fazia quando era menor.

Se estiver sem tempo para socializar, coloque sua conexão de internet para funcionar, e entre na pele de seu avatar. Caminhe por mundos irreais, fazendo amigos imaginários que aparecem em sua tela, e lembre-se de cada um dos amigos que você deixou partir apertando o comando para abraçar seu parceiro virtual. Ou fazendo outras coisas que não vem ao caso.

Viva uma vida de mentira, seja o que você sempre quis. Lindo, forte, mulher, cachorro, vouyer. Liberte-se de suas amarras sociais, numa sociedade sem regras, sem cobranças e com toda a liberdade que você sempre sonhou. Mas cuidado. Quando precisar, ninguém vai conseguir ouvir o seu pedido de ajuda.


359

A primeira sexta do ano não traz nenhum sentimento especial. Nem algo imperdível para fazer. Morar em uma cidade média tem dessas coisas. Tudo aqui é médio. A beleza da cidade é média. A das garotas, também passa com nota 5. Os trabalhos são médios, o salário, na média.
O custo de vida, advinhem? Nem muito alto, nem muito baixo. Médio.
Me consideram da classe média.

Que depressão. Pagar dois reais numa dose de cachaça e quatro num prato de torresmo é caro. Mas no café da manhã a gente pede uma média com pão na chapa, e ficam elas por elas. Pão na chapa é bom. Melhor se for o famoso mortadela com ovo. Depois de uma noite inteira de chapação, muito álcool e suor, um desjejum destes pode provocar o entupimento imediato de alguma artéria menos importante.

Onde foram parar os pedaços de mamão e o suco de laranja?

Um shopping médio e dois pequenos que, juntos, dão um médio. Uma ilha de mediunidade que recebe os espíritos do crescimento e do progresso vindos dos jorros negros do petróleo em nossas águas. Jorros estes que saem ou mais pro Norte ou mais pro Sul. Numa distância média da capital.

As rotas de fuga foram traçadas a centenas de anos, mas algo prende uma moçada aqui. Pessoas que ainda acreditam que boa vontade possa fazer a diferença. Mas todas elas estão na média, nenhuma acima dela.

Sem escolhas, ficam por aqui mesmo. Não que isso seja ruim. Ou bom.
Vocês sabem, fica na média.



358

Os sábados costumam ser dias engraçados. Neles, pensamos estar em sintonia com nós mesmos. É um tempo para descansar, para pensar na vida, fazer o que não podemos ou não queremos fazer durante a semana. Aqui, todos os excessos são permitidos, pois um domingo, geralmente inútil, nos separa da segunda e seus escritórios.

Menos por vontade do que por realidade, os sábados costumam passar sem serem registrados. São dias comuns, onde parar não vale. E assim, vão sendo esquecidos, um após o outro. As lembranças se embaçam, se confundem, o almoço que foi, não aparece mais. O strogonoff vira empadão de galinha, a sobremesa se era de chocolate passa a ter sabor de baunilha. As horas, as coisas, onde tudo são coisas, os meninos e as sonecas viram papel. Nem (n)eles se salvam.



357 – domingo
Fazer o que né?
Sabem quantas vezes ouvi essa frase neste fim de semana? Muitas. E sempre se referindo à vida, às escolhas feitas e ao tão esperado futuro presente nos sonhos do passado. Interessante e complexo, não?

Uma análise mais profunda da frase que abriu este texto pode mudar a vida de algumas pessoas. No mínimo, confirmar que vivemos em um mundo cheio de oportunidades. E que nenhuma delas foi feita para você.

Sim, é um tipo de pensamento vazio e desesperador. Mas, fazer o que, né?



356
Me perdi no tempo. Os dias não têm mais vinte e quatro horas, apenas dezesseis e, assim, me perdi no tempo. As oito horas a menos, sem contar com o horário de verão, cobraram seu preço. Dor em partes distintas de meu corpo e um atraso imperdoável em minhas memórias. Memória que já não é a mesma de alguns anos atrás. Onze deles, para ser sincero com vocês e mais exato para mim.

Aos dezessete, vivia em um mundo de fantasia, com um curso superior recém iniciado, tardes entregues ao João Pestana, também conhecido como Sandman e muitos, mas muitos churrascos e cervejadas. Nessa época comecei a beber mais. Com muito mais frequência. E a fumar. Pois é. Mas diferente de escritores de verdade que levam a boêmia, o fumo e a vida desregrada adiante, com certo sucesso, eu desisti.

Larguei o sucesso, que nunca esteve mesmo a meu lado e parti para a vida fora do sonho. Fumei, se muito, um maço de cigarro. Os compridos eram consumidos, geralmente, depois de muito beber. Passei mal um dia, culpa da bebida e vomitei o gosto de cigarro. Mas ele não saía de minha boca. O enjôo foi tamanho que desisti de fumar. A cena improvável, o sobretudo, a neblina, o cigarro aceso e o copo de conhaque ficaram para as tardes de sonecas depois do almoço. Sem problema. Casablanca nunca foi um dos meus filmes preferidos, mesmo.


355

Me apaixonei por uma letra. Uma letra “a”, uma letra “c”, um “o” tão bem feito, tão perfeito em sua circunferência, tão completo em seu jeito mais que simples de ser, que não foi possível me livrar de seu feitiço.

Um alfabeto inteiro, agora, me encanta. Em todas as suas milhares formas de associação. Tenho um alfabeto inteiro de amores, um dicionário inteiro de momentos e surpresas que esperam pela próxima página em branco, pelo próximo momento de pular da cabeça para o papel, passando por seu ombro, seu braço, suas veias, sua mão. Quando puder ler um obrigado, ou um até breve, firmemente escritos em sua caligrafia, me sentirei mais íntimo. Poderei ler seus sentimentos e traduzi-los para que possa entende-la. Escreva um abraço, nos vemos lá, escreva um beijo e me deixe a ler sua herança, a minha esperança, ao ser inundado por seus sentidos.

Deixe-me entender a cada instante, a cada linha feita à lápis, caneta ou pincel, o que se passa em seu mundo. Decifrá-la em sua própria língua, cheia de timidez e radiância. Deixe-me deitar o olhar em umas poucas manchas de tinta, imperfeições mais que perfeitas, dentro de um universo de ordem e compreensão.

E quando já não sentir mais o feitiço em sua escrita, poderei sempre ansiar por uma carta. Uma última, que me faça acreditar que para amar não são necessários encontros, atrações, desejos incontroláveis. Uma que me faça acreditar apenas na força das palavras. E no imenso amor que sinto por elas.

***

Sinto por isso.


354

Posso falar hoje de sonhos que nunca viram realidade. De sonhos que se tornam pó e são para sempre enterrados nas reminiscências de sua memória, sem que ao menos tenha sido dada a permissão de se sonhar.
Sonhei, uma vez, já acordado para o mundo. Com meu cérebro em seus máximos e intensos 3% de uso. E parei por aí. Sonhar dói e não melhora em nada a realidade, já tão vazia de esperança.

Seria mais confortável a não-vida, como uma alternativa à vida. Uma não-vida diferente da morte, como a conhecemos e esperamos. Como a não-vida de todos os outros espermatozóides que correram ao seu lado, mas não conseguiram te acompanhar. Teriam eles tido algum gosto da vida, alguma consciência? Algum lampejo de sua existência, enquanto célula, enquanto uma vida não realizada e, por assim dizer, já derrotada, antes mesmo de ter a chance de lutar?

Pense bem: se você, um derrotado desses, é o melhor de uma leva de milhões de espermatozóides, o que viria à luz se fosse outro o girino esporrento vencedor da corrida? Nesta fábula, a lebre nunca vai perder da tartaruga. Para ela, está separado um lugar junto de todos os eus que poderiam ter existido, e talvez existam em outras dimensões paralelas, se um milésimo de segundo mudasse as ações do mais remoto ancestral do ser humano.

***
O nascimento é algo tão involuntário, tão impessoal para quem está nascendo, que a única lembrança do momento do início da vida, se perde em caixas velhas e empoeiradas onde o papai costuma guardar seus álbuns de foto ou suas fitas VHS. Isso se o papai em questão tiver tido os culhões necessários para entrar na sala de parto, agora que passou a ser permitido a entrada de todos aqueles pêlos suados de nervosismo, infestados de germes e bactérias.



353 – quinta-feira

Escrever todo dia é tão cansativo e desgastante como ter que acordar todo dia, tomar banho, passar a camisa que combina com a cor da calça e do tênis, sair antes das oito para um ponto de ônibus debaixo de um sol tropical. O prazer dá lugar ao desespero de não se tornar repetitivo, de não ser muito pessimista demais nem muito otimista, de acertar a concordância e a ortografia, ainda tentando colocar em um papel algo digno de ser lido, digno do tempo gasto diante destas palavras.

Preencher uma página torna-se mais e mais desafiador. Como um jogador de futebol, que lá pelas tantas do campeonato tem um estiramento muscular por ter se esfrçado tanto e por tanto tempo. Pena que não existe estiramento no cérebro.

A última página está a milhas (e muitos dias) de distância e, se algo não mudar ao longo do caminho, meu ponto final virá carregado de sangue, suor e de um alívio gigantesco. A brincadeira de início de ano tomou uma forma tão desproporcional que parece um monstro que já começou a me consumir aos poucos. Foram apenas 12 dias. E parece que não vou aguentar.

Espaço. Ponto. Pausa para reflexão...















A página de hoje está virada.



352
Sexta-feira


Descobri em 10 dias, um pouco mais,um pouco menos que tenho um grande problema. Quando começo a escrever me transfiro para uma outra realidade, que se passa somente em minha cabeça e é transmitida entre o teclado e a tela do computador. Sair dela é muito fácil, basta alguém me chamar.

Uso um fone no ouvido, sempre ouvindo música, esperando me desligar do mundo que gira e funciona, e muito, ao meu redor. Estou, na maioria das vezes em uma agência de propaganda. Arrumar tempo para parar de pensar em clientes e anúncios, me desligar e começar a escrever nestas páginas não é fácil. Mas faço uma forcinha e tento, juro que tento, escrever todo dia. Os assuntos vêm e vão, entram por um lado da cabeça, fogem por outro e um dia ou dois depois voltam cheios de vontade, doidos para serem passados para a realidade.

Mas, após uma outra interrupção típica do trabalho, tento voltar ao assunto primordial, a discussão primária que é a dificuldade de voltar a discorrer sobre um raciocínio depois que você perde o fio da meada. Aconteceu, até hoje, em dois momentos. Estava absorto, digitando, pensando freneticamente, guardando teorias, criando associações de raciocínio que deixariam Freud de cabelos em pé quando fui interrompido. E de nada adiantou achar que depois voltaria a escrever naquelas páginas. Não voltei.

Os textos parecem incompletos, mas sinto que assim eles se fazem completos. Completos para mim. Completos para sua função de fazer lugar em uma projeto que pretende ser muito maior. As frases que os fecham foram pensadas para serem um encerramento mesmo. Mas o recheio ficou como o daqueles biscoitos de chocolate: muito pouco para encher uma boca.




351 – sabado

Fazer pontes. É a arte de um grande engenheiro, de um grande mestre de obras e de um grande escritor. Não sou grande, apenas alto. Mas as pontes entre os dias, deixam a coisa fluir e trazem uma estranha sensação de continuidade. Afinal são textos perdidos, únicos e referenciais. Não é literatura, não é cordel.

Egocentrismo à parte, é uma forma de dizer algo, de expressar algumas das angústias mais internas. É a minha terapia. Escrevo dias e dias, esqueço da vida por dias a fio, apenas para ver a página em branco pedindo por mais e mais. Querendo se ver completa por rabiscos, riscos, teclas, repetições.

Mas me sinto pequeno, na imensidão de páginas. Me sinto acuado no gigantismo de páginas em branco pedindo, praticamente me obrigando a escrever. Me sinto inexpressivo nas milhões de frases, sem sentido. Sou um caos de pensamentos mutantes não-lineares que lutam para não fazer sentido e que querem, por que querem, não valer a pena serem lidos.




350 – domingo

Leio sobre pequenas escritoras francesas de dezoito anos de idade, fazendo sucesso escrevendo sobre festas regadas a sexo, drogas e niilismo. Fim dos tempos ou mais uma nova moda para a garotada. Beijar, se entregar, gozar passa a ser o fim da estrada, onde tudo vale para atingir o ecstasy.

Infelizmente, não tenho uma vida tão agitada nem tenho mais meus dezoito anos.





349 – segunda











































348 – terça

Há dias em que acordo e me pergunto Por quê?
Porque aqui, porque agora, porque as escolha não puderam ser feitas desta ou daquela forma.















347 – quarta

Hoje é um daqueles dias. Acordei com a macaca. Não, não moro com um primata primitivo. Pelo menos acho que não. Nunca vi minha mulher catando piolhos, comendo formigas ou se pendurando em árvores. Muito menos deixando os pêlos grandes e negros, típicos do primatas não albinos, tomarem todo o seu corpo. Muito pelo contrário, ela se preocupa em estar sempre em dia com o Prestobarba.

O celular, que é cada vez menos telefone, toca pela manhã. Me faz sair de um sono nada restaurador e muito perturbador e passar para uma consciência muito perturbadora e nada resturadora. Banho, café com leite, panetone que sobrou em uma ponta de estoque em um supermercado qualquer de minha cidade e estou pronto para encarar a minha cadeira, o ar-condicionado e as ruas desta cidade.

Quanto a cadeira, não tenho problema. Ela é bem confortável.
quanto ao ar-condicionado, não tenho mais problemas. Lembrei-me de pegar meu casaco com capuz, presente de Natal direto de Gramado. Um santo remédio para a língua nórdica que vocês já conhecem.
Agora, as ruas de minha cidade... Essas merecem um livro em especial. Explicar como é se sentir um pedaço de carne em um liquidificador é complicado, mas é exatamente este o sentimento. Pior que isso, talvez. Pense como deve ser andar pelas ruas mais esburacadas do país.

A cada sacolejada do carro, a cada solavanco involuntário de meu corpo, a cada xingamento proferido e a cada murro desferido mentalmente em carros parados e em movimento, ao meu lado, perco um pouco da esportiva, perco um pouco do bom humor.
Enfim, o caminho de casa para o trabalho hoje foi infernal. Deixei minhas risadas, minhas piadas e meus bons momentos de uma manhã espalhados em pequenos buracos no asfalto vagabundo da minha cidade.

Pelo menos ganhei uma página escrita. Uma troca interessante, mas amanhã prefiro não escrever a ter que me destruir novamente em buracos e quelóides asfálticas.

346 – Quinta-feira

345 – Sexta

344 – Sabado
343 – Domingo
342- 2
341-3
340 4
339- 5
338- 6
337 – sab



336- dom
Faz dez dias que não escrevo. Algumas mudanças na minha vida me deixaram de mãos atadas quando o assunto é escrever e colocar no ar meus pensamentos. Idéias não faltam. Mas um gravador faria as vezes, com mais perfeição até, de um computador.

Acordo no meio da noite com textos prontos. Antes de me deitar, entre um comercial e outro na madrugada, me vejo inundado por raciocínios pertinentes e loucos para serem destrinchados, como um frango de domingo, num pedaço de papel. Todos eles, todos esses pensamentos são para sempre perdidos. Ficam em algum lugar, entre o nada e a verdade, de onde voltam para dar as caras, mesmo qeu seja a tapa ou nunca mais aparecer.

Existe algum lugar onde os pensamentos vão para descansar?


335 –

Faz tempo não sinto tanta dor em um dia de manhã como hoje. Fui amarrar o sapato e dei um jeito no ombro. Que coisa mais banal. Fiquei travado. Tomei café e destrui meu estômago. Umas pontadas fortes de dor atravessam meu corpo, me fazendo suar gelado e me encolher em cima da cadeira do trabalho. Pelo menos terminei de fazer um texto que já se arrastava por longos três dias.

O final de semana não foi muito diferente do resto. Fiz. pela primeira vez, um estrogonofe. Ou strogonoff. Fiz o arroz também e ele não agarrou no fundo da panela, nem queimou e nem ficou empapado.
Estou virando um verdadeiro chef do trivial.
As dores, a cadeira e o almoço bem feito no domingo, me fizeram transitar em volta de uma idéia que me persegue faz algum tempo. Voltar a estudar.
Adoraria estudar gastronomia, direito e cinema. Andei pensando em fazer medicina, estudar uma maneira de se manter um cérebro ativo mesmo depois da morte do corpo. Deixa eu explicar isso melhor. o cérebro, como o conhecemos seria retirado do corpo, mantido em uma solução, com a oxigenação necessária para que ele continue vivo e consciente. Sua ligação com o mundo real se faria através de um computador, de chips implantados no cérebro.

Visão, audição, paladar, olfato, tato, tudo seria perdido. Tudo em troca da vida eterna, para alguns sortudos. Ou azarados. Não gostaria de viver em um escuro total, as voltas com vozes em minha mente. Iria pirar. Prefiro a vida finita, mas cheia de sensações que tenho hoje. A consciência seria mantida, mas o cérebro não seria mais do que uma arma de raciocínio, sem movimento.

A idéia é estranha, concordo. No entanto, tenho a impressão que daria um ótimo roteiro. E que roteiro.


334 –
Imaginei uma viagem. Uma jogada de idéias e ideais para o alto, para bem longe da minha realidade. Uma nova vida, um começo sem problemas, sem emprego, sem saber cada esquina de cor, sem conhecer cada bar, cada garçon, cada virada de tempo, sol para chuva para frio para sol.

Imaginei a viagem, a maior viagem. O dinheiro da conta sumindo, os dólares entrando com força na vida, o avião, a luta por trabalho por mais dinheiro estrangeiro, todos eles valendo mais do que o que levo no bolso, o que tenho na mão. Pensei com força, mesmo que sem força de vontade.

E fiquei, em pensamentos, livre por um segundo de tudo o que me prende em qualquer lugar que esteja. As perspectivas, a felicidade, uma vida de verdade, funcional apesar de tudo. Livre até pensar em realidade. Na vida que me espera em qualquer outro lugar que não o que esteja naquele, ou neste, exato momento. Cheia de problemas e provações, cheia de novidades que perdem a fascinação com três dias de rotina, cheia de vontades inalcançaveis.

Era hora de sentar e chorar. Gritar pela mãe, tentar encontrar alguma força, a menos força, para me manter em pé, lutando ainda, pelo que possa parecer valer a pena. Mas a fila andou. Eu era o próximo.

Peguei o dinheiro, real e Real, dei boa noite à caixa do estacionamento do Shopping e paguei pela minha saída. Em troca de uma fuga, outra.
Preciso evitar ir ao cinema em dias de semana.


333 –
Não tenho
Tem coisas que acho legais, outras não.
Para quem não conhece, o cosplay (junção de costume e play) é o ato de se vestir como personagens de desenhos animados, vídeo-games ou mangás. É coisa de nerd, de maluco, enfim, não é coisa de gente normal.
Mas até aí, não vejo problema nenhum porque também gosto de RPG, quadrinhos, cinema B...

Ah, os orientais são, claro, o povo que mais foge da realidade tentando encarnar seus personagens preferidos. Tudo isso pra mostrar uma foto de uma chinesa/japonesa/coreana num encontro de quadrinhos em Hong Kong. Ela e seu cabelo azul claro.

Gostei do cabelo. É isso.

segunda-feira, julho 31, 2006

Comentado em algum lugar:

Na última sexta me joguei pro centenário tocar por 20 minutos na festa de aniversário do Rike. Então, cheguei lá estava rolando A Flor dos Hermanos. nada contra, nada contra. Adoro esta música, mas pô, gente nova tocando isso ainda?!

Depois entraram umas três meninas que não conheço e que não fiz força pra entender o set. Depois a Dessa tocou. E aí a ficha caiu.
No fim do seu set ela mandou CPM 22, Good Charlote e Dead Fish. E acreditem, o público pirou. Na boa, não consigo entender a qualidade dessas bandas de hoje. Acho que tudo passa pela massificação monstra de MTVs e rádio afins. MEU DEUS, a internet aí e tem gente que ainda se deixa levar pela MTV?!?!?!

Bom, depois de Dead Fish me recusei a tocar. Disse pra Dê tocar outra música. Ela mandou Cachorro grande e eu entrei de Data Panik. Depois entraram White Rose Movement, The Ark, Infadels e Robocop Kraus. Tudo MUITO dançante e com muita batida (um climinha anos 80 também, só pra descontrair). O "público" dançou, mais pelas batidas do que pelas músicas e aí tive que apelar pro Cansei de Ser Sexy, bem recebido e Franz Ferdinand (não era a intenção do Set inicial).
Funcionou?
Funcionou.
Mas eles piraram muito mais ouvindo Pump It do Black Eye Peas do que Crazy, por exemplo. E surtaram com Madonna E Red Hot.
Pelo menos eu saí com a alma lavada, como a tempos não acontecia. Finalmente, toquei para mim. E não para eles. bebi mais 2 cervejas e fui pra casa.
Domingo pego o avião e saio daqui.

sexta-feira, julho 28, 2006

Percebam só como no fim do mundo, qualquer distância bate os quatro dígitos.
Tudo fica perto. Afinal, são só 2 mil km pra Vitória. Depois disso, acho tudo perto. 50 horas de viagem de carro não é nada. Viva a capacidade humana de se adaptar às mais diversas situações adversas. Assim, Guarapari deixa de ser viagem, Rio passa a ser ali, até mesmo São Paulo é do lado...
ó céus, ó vida.


DISTÂNCIAS EM KM COM ORIGEM EM CUIABÁ

Cidades - estado

Água Boa - MT
749

Alta Floresta - MT
786

Alto Araguaia - MT
410

Americana - SP
1.489

Anápolis - GO
981

Aparecida do Taboado - MS
930

Aracajú - SE
2.773

Araçatuba - SP
1.343

Araraquara - SP
1.338

Araxá - MG
1.231

Bagé - RS
2.443

Barra do Garças - MT
500

Barretos - SP
1.182

Barbacena - MG
1.752

Barreiras - BA
1.769

Baurú - SP
1.408

Belém - PA
2.941

Belo Horizonte - MG
1.594

Blumenau - SC
1.937

Boa Vista - RR
3.142

Bom Jesus da Lapa - BA
1.758

Brasília - DF
1.133

Cáceres - MT
215

Cachoeiro de Itapemirim - ES
2.224

Campina Grande - PB
3.296

Campinas - SP
1.523

Campo Grande - MS
694

Campos - RJ
2.152

Caruaru - PE
3.162

Cascavel - PR
1.325

Caxias do Sul - RS
2.213

Chapada dos Guimarães - MT
67

Chapecó - SC
1.750

Chuí - RS
2.721

Colíder - MT
651

Comodoro - MT
634

Corumbá - MS
1.091

Criciúma - SC
2.172

Curitiba - PR
1.679

Dourados - MS
912

Feira de Santana - BA
2.451

Floriano - PI
2.657

Florianópolis - SC
1.986

Fortaleza - CE
3.406

Foz do Iguaçu - PR
1.464

Franca - SP
1.290

Garanhuns - PE
3.055

Goiânia - GO
934

Governador Valadares - MG
1.922

Guaratã do Norte - MT
900

Guaratinguetá - SP
1.769

Gurupi - TO
1.563

Imperatriz - MA
2.342

Ipatinga - MG
1.816

Itabira - MG
1.697

Itabuna - BA
2.436

Itajaí - SC
1.898

Itumbiara - GO
898

Jaciara - MT
144

João Pessoa - PB
3.366

Joinville - SC
1.816

Juazeiro do Norte - CE
3.131

Juiz de Fora - MG
1.836

Lages - SC
2.003

Limeira - SP
1.464

Londrina - PR
1.303

Maceió - AL
3.049

Manaus - AM
2.357

Marabá - PA
2.503

Marília - SP
1.342

Maringá - PR
1.329

Mirassol D'Oeste - MT
283

Montes Claros - MG
1.677

Mossoró - RN
3.390

Natal - RN
3.543

Nova Mutum - MT
303

Novo Hamburgo - RS
2.209

Nova Olimpia - MT
200

Ourinhos - SP
1.335

Palmas - TO
1.784

Paranaguá - PR
1.781

Parnaíba - PI
3.266

Passo Fundo - RS
1.984

Patos de Minas - MG
1.270

Paulo Afonso - BA
2.841

Pelotas - RS
2.469

Petrolina - PE
2.671

Petrópolis RJ
1.959

Picos - PI
2.783

Poconé - MT
102

Poços de Caldas - MG
1.530

Ponta Grossa - PR
1.573

Ponta Porã - MS
1.023

Pontes e Lacerda - MT
442

Porto Alegre - RS
2.206

Porto Seguro - BA
2.550

Porto Velho - RO
1.456

Presidente Prudente - SP
1.146

Primavera do Leste - MT
241

Recife - PE
3.256

Ribeirão Preto - SP
1.303

Rio Branco - AC
1.990

Rio de Janeiro - RJ
2.017


Rio Verde - GO
699

Rondonópolis - MT
219

Salgueiro - PE
2.927

Salvador - BA
2.567

Santa Inês - MA
2.722

Santa Maria - RS
2.181

Santana do Livramento - RS
2.522

Santos - SP
1.686

São Carlos - SP
1.376

São Félix do Araguaia - MT
1.144

São José do Rio Preto - SP
1.199

São José dos Campos - SP
1.689

São Luís - MA
2.978

São Paulo - SP
1.614

Sinop - MT
501

Sobral - CE
3.296

Sorocaba - SP
1.625

Sorriso - MT
418

Tangará da Serra - MT
230

Taubaté - SP
1.726

Teófilo Otoni - MG
2.059

Teresina - PI
2.910

Três Lagoas - MS
1.039

Tubarão - SC
2.114

Tucuruí - PA
2.824

Uberaba - MG
1.151

Uberlândia - MG
1.048

Uruguaiana - RS
2.453

Vilhena - RO
752

Vitória - ES
2.119


Vitória da Conquista - BA
2.447

Volta Redonda - RJ
1.901

quarta-feira, julho 12, 2006

Estava lendo em outro blog, uma discussão sobre um pessoal de hoje já achar Strokes "velho” e NINGUEM conhecer Blur e Suede. O pior? Isso é muito verdade. MUITO.
Quando, em inícios de 2000 e alguma coisa, dei a cara a tapa e fui tocar lá no Pub 455, fiz um set (tosco é verdade) do que curtia muito. Foi Blur, Oasis, Suede, Primal Scream, Dodgy, Pulp e todas essas bandinhas inglesas dos anos 90. Nessa época já não surtiu efeito. Imagine agora. A cada nova geração, fica mais dificil. Talvez por ela estar cada vez mais distante da época em que o som foi feito.

Por exemplo:
Quem nasceu hoje terá, daqui a 20 anos, que ouvir tudo o que foi feito de hoje até lá, para ser, digamos, atual.
Para curtir música de verdade, ela terá que ir atrás de muitas outras informações, ou vir muitas outras referências.
Se ela quiser ser uma doente por música, mesmo que somente por um estilo, ela vai ter que ouvir MUITA coisa e pesquisar demais. É ler livros e revistas antigas, buscar as influências e se perder entre tantas grandes bandas de um disco só.

No fundo, acho que é simplesmente questão de tempo. Você precisa de tempo para descobrir e ouvir as coisas antigas, que nunca ouviu (e aí elas se tornam novas). Não dá para dar um download no cérebro com todos os verbetes da enciclopédia musical. Para eu, que tenho 30, o universo da música pode conter menos surpresas do que para um cara de 18 anos. Simplesmente porque tive 12 anos a mais de audição.

Acho que, por isso, a molecada que invade as festas hoje em dia curte as coisas novas e mais óbvias. Alguns deles chegarão aos 30 com muito mais informação do que eu. Afinal, não cresci com internet, soulseek, amazon.com, com todas essas ferramentas que trazem o mundo para seu quarto. Outros, chegarão aos 30 cheios de orgulho por fazerem parte do time de chicleteiros da ilha.

****

Isso me faz pensar na importância de lojas (boas lojas) de disco. Mas esse é um assunto para outro post.

segunda-feira, julho 10, 2006

Pronto. Deu Itália.
Acabou a Copa. A gente espera 4 anos e aí, um mês depois, a Copa acaba.
Não tem mais mesa redonda toda noite. Não tem mais futebol com grandes seleções, não tem mais grandes jogadores mundiais.

Dá uma especie de vazio. Sei lá. Me acostumei a isso. Agora é esperar. Mais 4 anos. É tempo pra chuchu.
triste...

Mas tem sempre o Botafogo. ai, ai...

*****

Tem uma coisa engraçada esse lance de inércia da vida. Às vezes tudo parece meio parado, mas quando você dá um passo, tudo começa a entrar em movimento e faz o mundo inteiro girar. girar. girar.

Vê só onde é que você vai parar.

sexta-feira, julho 07, 2006

Nem alemanha, nem brasil, nem argentina.

Itália e França.
Que vença o melhor.
E o melhor, para mim, e por tudo o que ele feZ pelo futebol é o Zidane!

Mas o canavarro e o gattuso...
Uopa...
Olha eu aqui de novo.
E sabe o que pensei dia desses?
que sou como o chandler.
Ninguém sabe mesmo muito bem o que faço para ganhar a vida.

Ok, a maioria sabe que sou publicitário, que sou redator...
Mas e aí? Será que alguém vê um anúncio meu no jornal e diz: Que anúncio legal!
Acho sinceramente que nào.
Quando presto atenção nas pessoas lendo um jornal ou uma revista, elas sempre pulam as páginas com os anúncios. Dificilmente elas escolhem ler um anúncio de algo que nào tenham interesse em comprar ou utilizar o serviço.
Pensando bem, acho que trabalho para outros publicitários. Nós vemos o que os outros fazer e, acreditem, falamos MUITO mal do trabalho dos outros. Mas sabemos parabenizar quando as pessoas merecem os devidos parabéns.

Vai ver que é por isso que nos chamamos, quando estamos meio de saco cheio dessa profissão, de publiciotários!

***

Lindo o comentário do Tco aí embaixo.
Leiam. Vale a pena.

quarta-feira, junho 28, 2006

oi.

Estou com muitas coisas para escrever. Muitas. A maioria de trabalho. coisa.
Outro dia encontrei um amigo que há muito não via. papo vai, papo vem...
todos mais velhos, alguns barrigudos, outros melhores. Enfim, naquela de "vamos marcar uma cervejinha" foi que aconteceu. Sim, porque todo mundo (das antigas) quando se encontra sempre marca uma cervejinha, um churrasco, um encontro em algum lugar. Tem que se destacar que essas coisas nunca acontecem, mas fica aquela sensação de dever cumprido. "Pronto, fui simpático."
Mesmo que você nunca mais veja o danado do sujeito, a cervejinha sempre fica marcada, lá pro futuro, um dia quem sabe.

Mas então, voltando ao assunto, encontrei esse cara. Aí na hora da cervejinha, ele disse que não.
Como assim?

É. A gente se afastou, hoje eu tenho outra turma, saio com outras pessoas. Não acho que dê pra gente sair. Somos muito diferentes.

Ok, não foi assim, assim, mas foi algo assim.

Deu aquela parada para pensar.

***

no mais tardar vieram novas revelações de como isso pode fazer você rever toda a sua vida.
Realmente nos gostamos, passamos parte da infância e adolescência juntos, saímos, fizemos bagunça. Mas uma hora cada um foi pra um lado. mudanças de prédio, de classe social (sempre mais para baixo) ou de cidade afastam as pessoas. Perde-se o contato e com ele as coisas em comum. Tudo o que se tem com a pessoa é um passado relembrado em comum. No presente ela é uma completa estranha.

Ou o estranho é você, no caso eu.

sábado, junho 24, 2006

então é copa...
Alemanha nas 4°...

Brasil vs Gana, depois de um jogo de verdade, com os "reservas". Estamos muito bem em 2010. porque em 2006 a copa não vem pra cá de jeito nenhum.
Mas também, ninguém tem tempo de ver os jogos todos, estudar os adversários...
Todos trabalhamos, e o Parreira prefere contar com seu joguinho de resultado do que com a genialidade de quem está melhor.

Digo e repito:
Brasil campeào? Não dessa vez.
Agora, Alemanha pode ser, assim como Argentina ou Itália.

sábado, junho 17, 2006

Bom, estou em falta com meus leitores.
Mas preciso separar minhas horas de vida entre o trabalho e a copa do mundo. É exatamente esta a separação. Quando estou no trabalho, estou no trabalho. Dou uma escapulida ou outra para ver os melhores momentos na tv ou para saber a quantas andam uma partida pela internet. Mas quando estou em casa, estou na Alemanha. Vejo e penso e respiro e me alimento de copa do mundo 24 horas por dia. Já sei todos os problemas que Ronaldão teve (e dessa vez, ele é Ronaldão mesmo, nada de chamá-lo de ronaldinho), das bolhas, da febre, da endoscopia, das náuseas. Estou quase decorando as escalações das melhores seleções do mundo, incluindo aí as surpresas Trinidad e Tobago e Equador.
Enfim, Copa é Copa. O resto é cozinha.

Primeira rodada que se foi. Terminou ontem. E posso destacar algumas coisas. Vamos a elas:
Alemanha é forte. Tem problemas, muitos deles, mas é uma seleção bem preparada para ganhar. Agora, posso escrever sabendo do resultado de Alemanha X Polônia. E depois dessa, podem esperar a Alemanha forte daqui para frente. Vai ser campeã? Não dá para dizer. Mas está aí entre as favoritas.

A Argentina foi pouco falada, disseram que não foi isso tudo, que levou um sufoco da Costa do Marfim, mas não caiam nessa. A Costa do Marfim é uma seleção muito forte fisicamente e com muitos jogadores habilidosos. Pena ter caído no grupo da morte. Se tivesse caído no grupo da França ou do México ou ainda da Espanha, com certeza ela estaria classificada. Mas pode faltar experiência para superar a Holanda e assim, temos um bom time de fora já na primeira fase.

Isso falado, voltemos a Argentina. Seleçãozinha chata a portenha. Meteu 2 na Costa do Marfim e quando parecia que ia ficar nisso mesmo tomou pressão. Mas agüentou a pressão de forma tão altiva que, mesmo que torcesse para os africanos, sabia que nada iria mudar aquele resultado. Dito e feito. E os danados nem colocaram o Messi para jogar, um jogador que dá de 10 em qualquer outro atacante argentino.

Do Brasil, prefiro não falar. Quando ele entrar em campo, talvez.

sexta-feira, junho 09, 2006

Começou.
Finalmente estamos no mês mais interessante dos próximos quatro anos. Por que interessante???

COPA DO MUNDO, MEU IRMÃO!!!!!!!!!

Acabo de ver a Alemanha não jogar NADA e ganhar da Costa Rica que jogou menos ainda por 4 a 2. É um resultado mentiroso, pois parece que a Alemanha dominou, destruiu e nem tomou conhecimento do adversário. Mas os atuais vice-campeões ficaram temerosos quando a CR fez seu segundo gol, diminuindo a diferença para 3x2. Juro que vi uma Alemanha meio retraída, com medo de tomar o empate.
Até o gol espírita de Frings do meio da rua (um gol que ele nunca mais vai fazer!), as coisas estavam bem estranhas. Mas a partir daí, foi só segurar o resultado. Justo pela incrível fraqueza da Costa Rica, um time que não corre, não joga e pelo jeito foi só tomar Umchope na Alemanha (com trocadilho). Injusto pela falsa sensação de que a anfitriã passeou em campo.

Destaques: na pelada, apareceram Klose com 2 gols e Wanchope, também com 2 tentos marcados.

Momentos Copa:

- Galvão Bueno, em um de seus vários furos na transmissão, se RECUSOU a falar o nome do goleiro da Costa Rica, o Porras!

sábado, maio 20, 2006

Um dia, por acaso, me deparei com o Pinback.
Ele estava ali, numa pasta qualquer, esperando pra tocar.
Toquei. Confesso que esperava menos. Algo mais indiezinho, comercialzinho, até fraquinho.
Mas, obrigado moço daí de cima, que puta surpresa.
Uma calma nervosa, vocês podem imaginar isso?
melodias que parecem a ponto de explodir, mas que nunca o fazem. Campos verdes e piqueniques. alegria triste, vocês podem imaginar isso?
ondas batendo no rochedo.
Grandeza na simplicidade. E sei que isso vocês podem imaginar.
Ser simples é difícil. E sê-lo é especial, na sua simplicidade.
Não vou incensá-los como a salvaçào de nada. Talvez da minha manhã nublada de sábado.
Mas é isso que quero. Uma companhia simples, que fale das coisas do dia a dia, sem procurar saber os porquês.
amigos. o que escrever sobre eles?
difícil, não?

Acho que amigo não é aquela pessoa que gosta de você esperando algo em troca. Nào é uma pessoa que pede definições. Não é alguém em desespero ou triste. Apesar de poder ficar nessa situação, amigos sào sempre sinônimo de festa. Alguns acabam virando irmãos ou irmãs. Outros se afastam, mas deixam com a gente lembranças de milhares de segundos alegres. História. De vida. Amigos não precisam nem ser bem alimentados. Isso a gente pode deixar pros cachorros.

Enfim, amigos servem para fazer sorrir.

***

valeu aí, gente, pela festa. Realmente não saquei nada e foi uma baita surpresa. O bolo estava uma delícia e o recheio de amigos do lugar tornou cada momentinho daquela noite especial.

terça-feira, maio 16, 2006

25 = 30?

Lembro quando fiz um quarto de século. Escrevi alguma coisa aqui ou em algum outro lugar. Usava a idade, os 25, o quarto de século, como um peso imenso sobre meus ombros. Como se fosse a última idade a superar. Mas não é esse texto antigo ou a idade que estão em questão. Mas o tempo em si. Aos 25 escrevi sobre dúvidas, certezas, caminhos. Agora faço 30. Cinco anos ficaram para trás e percebo que estou me repetindo. Será que preciso de um reset? Será que a agulha está agarrada em apenas uma parte da música?

Quero falar de conquistas, muitas delas mais fáceis do que pensava. De derrotas, algumas difíceis de encarar. De vontade e certeza de desejos. De outros caminhos.
De cortar a unha e beber sem vontade. De pedir pizza de brigadeiro. De sair com amigos para dentro de casa. De ouvir músicas antigas como se fossem de ontem e ouvir bandas novas como se fossem velhas conhecidas. De viagens para todo lugar, sendo todo lugar, qualquer lugar. De vida, acima de tudo.

Então é isso.

sábado, maio 13, 2006

Nunca li letra de música em blog. Sei que vocês não lêem também.
Dane-se. Essa letra combina tanto com a música que merece ser lida.
Com vocês: THE SHINS
e parece que esse ano tem the shins novo.
Direto pro top ten.



New Slang (when you notice the stripes)

Gold teeth and a curse for this town were all in my mouth.
Only, i don't know how they got out, dear.
Turn me back into the pet that i was when we met.
I was happier then with no mind-set.

And if you'd 'a took to me like
A gull takes to the wind.
Well, i'd 'a jumped from my tree
And i'd a danced like the king of the eyesores
And the rest of our lives would 'a fared well.

New slang when you notice the stripes, the dirt in your fries.
Hope it's right when you die, old and bony.
Dawn breaks like a bull through the hall,
Never should have called
But my head's to the wall and i'm lonely.

And if you'd 'a took to me like
A gull takes to the wind.
Well, i'd 'a jumped from my tree
And i'd a danced like the king of the eyesores
And the rest of our lives would 'a fared well.

God speed all the bakers at dawn may they all cut their thumbs,
And bleed into their buns 'till they melt away.

I'm looking in on the good life i might be doomed never to find.
Without a trust or flaming fields am i too dumb to refine?
And if you'd 'a took to me like
Well i'd a danced like the queen of the eyesores
And the rest of our lives would 'a fared well.
Não é de hoje que escuto o Death Cab for Cutie. Nem o Postal Service.
Mas devo admitir que passo por uma fase Death cab.
Escuto suas melodias e penso em como são próximas às belezas que outra banda, o REM para ser mais exato, fez em diversas fases de sua carreira.
Preciso colocar aqui que o REM é, para mim, uma das bandas mais bonitas e tristes de todos os tempos. Death Cab poderia bem ser a resposta dos anos 00 ao REM dos 80 e 90.
Suas músicas pecam pela beleza excessiva, pela melancolia excessiva, pelo poder de serem excessivamente viciantes.

Mas enfim, a melancolia extrema é boa e viciante mesmo.
Boa porque nos faz pensar, nos faz guardar dentro de nós mesmos o tempo, e assim passamos imensos momentos de reflexão em apenas algumas notas. É como se aquela dorzinha que você sente no fundo do peito, aquele nózinho na garganta te fizesse andar pra frente, pensar, criar, buscar uma soluçào diferente da lágrima.
Eu escrevo. Mal, mas escrevo. E saio por aí, com um sorrisinho besta na cara, como se tivesse acabado de dar tchau pra chatice da vida por uma noite.
Bom isso, né?
:)

"Sorrow drips into your heart through a pinhole
Just like a faucet that leaks and there is comfort in the sound
But while you debate half empty or half full
It slowly rises, your love is gonna drown"

Death cab for cutie - Marching bands of Manhattan

quarta-feira, maio 10, 2006

pois é caio, nada como uma boa dose de realidade de frente, na cara, paa sacar que chega de reclamar da vidinha que levamos.

Basta nos levantarmos e sair caminhando.

segunda-feira, maio 08, 2006

Uma fictícia carta de despedida

É com grande prazer que digo adeus. Mas o prazer não vem da adeus propriamente dito ou dito com propriedade. Ele vem do futuro. O futuro, sabe? Aquela coisa que não existe, assim como o passado ou o daqui a 2 minutos. Então, dele mesmo. É que ele está com cara de coisa boa. Com cara de portas se abrindo. Não de caminhos se fechando, ou de estradas sem curvas, em monótonas autobahns da vida. Acho que o mais legal de dizer adeus é dizer feliz. Sem pensar em repetir erros. Partir e sempre que der na telha, voltar a partir.

Somos infinitamente pequenos. Somos infinitamente restritos. Somos infinitamente temerosos. E não somos infinitos.

Como você anda gastando seu tempo, curto que só, aqui neste mundo? Preso em uma sala? Imóvel em frente a um computador? Eu não. Vou para a rua. Vou andar, sair por aí. Sem rumo, sim. Sem pressa, sim. Sem necessidade de chegar a algum lugar ou conseguir alguma coisa. Minha única necessidade é sentir. Me sentir. Livre, leve, solto ou parte de um clichê. É. É por aí.

Adeus.

******

O tudo e o nada. O tempo todo.
Quero tudo, tenho o nada.
Quando não quero nada,
o tudo vem e aparece.

Tudo é nadar.
E morrer na praia.
Nada é tudo.
Justamente por não ser nada.

Nada é o agora,
enquanto o tudo é sempre em frente.
Ou perdido no passado.

Sejamos nada para, no fim,
vermos tudo claro como nada
sempre ou nunca foi.

******

Dizem da náusea de Sartre.
Mas e as minhas?

********

Como diria o pensador, filósofo das massas, massas encefálicas, Mr. Reznor:
Everyday is EXACTLY the same.

******
88888888888888888888888888
888888888888888
88888888888888888888888888

quarta-feira, abril 26, 2006

Tem gente que faz poesia para colocar em suas músicas. E chamam isso de letra.
Mas e quando a poesia é suja, esculachada e tem um toque de humor negro e filme B?
Ah, aí temos uma música do Misfits.

LONDON DUNGEON

They called us walking corpses
Unholy living dead
They had to lock us up
Put us in their british hell

Make sure your face is clean now
Can’t have no dirty dead
All the corpses here are clean, boy
All the yanks in british hell

I don’t wanna be here in your london dungeon
I don’t wanna be here in your british hell
Ain’t no mystery why I’m in misery in hell
Here’s hoping you’re swell

quarta-feira, abril 19, 2006

Pérolas escondidas.

Bom, para alguém que baixa música compulsivamente (menos um pouco agora porque estou sem cds para fazer backup e o espaço no HD está acabando)...

Bom, para alguém que baixa música compulsivamente, ouvir tudo é quase impossível. Então tem-se a oportunidade de passar batido por algumas coisas boas e se pegar ouvindo mil vezes a música nova do Backstreet Boys, Mil, não. Exagerei. Mas umas 15 vezes pode acontecer. E só o tempo, e a sorte, podem reparar alguns erros. Em certos casos, erros irreparáveis. Clássicos passam batido de verdade e só depois você se dá conta que é impossível viver sem aquela canção, ou em maior escala e menor frequência, sem aquele disco.

Noutras vezes, a bolachinha é esquecida e um tempinho depois você ouve e ela já não parece mais tão comum, nem tão chata. E nem pensem em me recriminar. Na maioria das vezes admito que não escuto tudo o que pego mesmo. E quando ainda não ouvi respondo isso mesmo: ainda não ouvi. Queria ver vocês ouvindo 50 músicas em 5 minutos. É início e refrão. E às vezes esse método é furada. Mas na maioria das vezes, ele serve pra peneirar legal as músicas que vão estourar. Lá em casa, pelo menos.

Acho que não preciso explicar que discos são obras de arte, como qualquer outra. Devem ser observados e percebidos como tal em sua integridade. Não como um apanhado de músicas, com algum possível hit. Ou como uma fábrica de milhões. Por isso, o método Kubitschek (50 músicas em 5 minutos, 50 em 5, entenderam?) tem suas falhas.

Bom, tudo isso para falar que estou finalmente ouvindo The Open. Uma bandinha que fez um disco apontado como um dos melhores de 2003 ou 2004, já nem lembro mais. Silent Hours é seu nome. Não tem nenhum início agitado, nem um refrão pegajoso de primeira. Mas ouvido de cabo a rabo se mostra consistente. Talvez por todas as suas poucas músicas baterem, pelo menos, na casa dos 4 minutos, ou seja, 1 minuto além do consagrado formato pop. Deve ser por isso que ele mereça um tempo maior de audição para chegar, não aos ouvidos, mas ao coração.
De uma balada para uma músiquinha estilo Beatles, anos 60, para uma viagem de guitarras e além, como diria Super-homem. Vai levando, seguindo em frente, faixa após faixa. E depois dá vontade de ouvir de novo aquele pedacinho, aquela voz no canto da música.
Aí bate aquela nostalgia, meado dos 90 pra frente, bandinhas assim nem tão conhecidas e legais, boas descobertas, um mundo inteiro de música pela frente...

Vale a pena gastar alguns minutos de velox, já tão banalizados, para pegar esse disco. Não que ele vá mudar sua vida, mas você pode encontrar um pouco de carinho/conforto nele. Como se eles fossem só a sua banda.

And, sometimes, that’s all that matters.

Para ouvir (em seu devido tempo):
The Open – Silent Hours
Elevation
Step into the Light
Close my Eyes
Bring me Down (mas só pelo climão Indie 90’s)


serviço completo:



Audio CD
(July 5, 2004)
Universal

Track Listings
1. Close My Eyes
2. Bring Me Down
3. Lost
4. Forgotten
5. Daybreak
6. Just Want To Live
7. Step Into The Light
8. Coming Down
9. Can You Hear
10. Elevation

Product Description
Debut from the Liverpudlian indie rock quintet whose epic sound has them compared to Doves, Echo & The Bunnymen and the Cocteau Twins, whose Simon Raymonde produced the album.

sexta-feira, abril 14, 2006

CERVEJAS!!!

 


DESPERADO MAS
sabe a Nova Schin 2, aquela com mistura de tequila e limão? então, aqui foi um fracasso. Gosto de água com gás, misturada com tônica. Sumiu das prateleiras. POis lá em Paris me vi de cara com essa. Comprei um doritos genérico de pimenta (coitada da Lu) e parti pra essa franco-mexicana. Qual foi minha surpresa quando senti exatamente o gosto que esperava. Era meio doce, mas ainda tinha um gostinho de cerveja e tequila. Enfim, uma Ice de cerveja.
Bebi como água e logo depois voltei para a minha boa e velha amargona.
Experiências, como diria o chef. Tem que se experimentar!
Nota 8, pelo gosto de refrigerante. Posted by Picasa
CERVEJAS!!!

 


Café les deux moulins. O mesmo da Amelie Poulin.
Sentamos e ficamos um tempão vendo o lugar. bem diferente de como pensei. Sem o estilo "filme". Tava muito mais para um local de turismo, cheio de estrangeiros, e até, atrevo-me a dizer, meio decadente. Pedimos o maior copo que tinha lá. Uma titiquinha de 300 ml, se chegava a isso. A cerveja era a já conhecida 1664, da Kronenburg. Já conhecida porque foi dela que tomei na primeira refeição a bordo do avião com destino a Europa. Cerveja honesta, com um bom sabor e um pouco de amargor no fim. Uma lager típica, mas nada pela qual se deva ter calafrios numa noite de verão. Se começar a estipular uma nota... diria que passa com 7. Posted by Picasa

quinta-feira, abril 13, 2006

Para matar a saudade - This Train Terminates at Stanmore!!!!


Believe the Hype

Sei que não vou ser o primeiro a falar deles. Na verdade, posso ser mesmo um dos últimos. Coisa que, para quem sempre buscou falar de coisas novas, não é comum. No entanto, o Arctic Monkeys merece estar aqui. Mesmo atrasado e com todo hype em cima deles. Mas acredite, todo o hype, dessa vez, tem fundamento. O que se escuta no primeiro disco dessa banda, formada por ingleses de mais ou menos 20 anos, é uma urgência típica da juventude. Uma catarata de sons. Pesados. Tensos. Graciosos. Soam exatamente como uma banda que não esperava estar em uma página de revista no Brasil. Mas estão.
A despretensiosidade, e as boas músicas, os colocaram no topo do mundo em pouco tempo. E de lá, ainda assustados com tamanha popularidade, o Arctic Monkeys vibra. Em “Whatever People Say I Am, That's What I'm Not”, o peso do rock anda lado a lado com a facilidade do pop. Dos primeiros acordes de The view from the Afternoon, sua primeira faixa, até o silêncio inalterável após a última nota da última música, o que acontece a sua volta parece não importar. É. É assim mesmo. Talvez por isso eles mereçam estar aqui. Ou talvez esse disco seja bom o bastante para dobrar o mais orgulhoso dos críticos.



Aqui antes