segunda-feira, maio 08, 2006

Uma fictícia carta de despedida

É com grande prazer que digo adeus. Mas o prazer não vem da adeus propriamente dito ou dito com propriedade. Ele vem do futuro. O futuro, sabe? Aquela coisa que não existe, assim como o passado ou o daqui a 2 minutos. Então, dele mesmo. É que ele está com cara de coisa boa. Com cara de portas se abrindo. Não de caminhos se fechando, ou de estradas sem curvas, em monótonas autobahns da vida. Acho que o mais legal de dizer adeus é dizer feliz. Sem pensar em repetir erros. Partir e sempre que der na telha, voltar a partir.

Somos infinitamente pequenos. Somos infinitamente restritos. Somos infinitamente temerosos. E não somos infinitos.

Como você anda gastando seu tempo, curto que só, aqui neste mundo? Preso em uma sala? Imóvel em frente a um computador? Eu não. Vou para a rua. Vou andar, sair por aí. Sem rumo, sim. Sem pressa, sim. Sem necessidade de chegar a algum lugar ou conseguir alguma coisa. Minha única necessidade é sentir. Me sentir. Livre, leve, solto ou parte de um clichê. É. É por aí.

Adeus.

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O tudo e o nada. O tempo todo.
Quero tudo, tenho o nada.
Quando não quero nada,
o tudo vem e aparece.

Tudo é nadar.
E morrer na praia.
Nada é tudo.
Justamente por não ser nada.

Nada é o agora,
enquanto o tudo é sempre em frente.
Ou perdido no passado.

Sejamos nada para, no fim,
vermos tudo claro como nada
sempre ou nunca foi.

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Dizem da náusea de Sartre.
Mas e as minhas?

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Como diria o pensador, filósofo das massas, massas encefálicas, Mr. Reznor:
Everyday is EXACTLY the same.

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