quinta-feira, dezembro 27, 2018

acordei com o despertador. Comi uma torta de maçã e bebi uma xícara de café.

essa é a sentença, sem tirar nem por. A interpretação fica a cargo do leitor. Em tempos de rede social, onde as vidas sao mostradas com filtros de maravilhosidade e indiferença segura, mas vistas e julgadas com lupas da verdade, um simples café da manhã vira um statement de superioridade.

Tudo aqui é mais saboroso do que parece, a vida é uma viagem digna de cinema e a rotina masaacrante é diluída nas frustações inexistentes do próximo perfil. Rola, rola, rola a tela. Insira, expira, respira.

Crio a minha torta de maçã, roubo a sua vida por uns instantes, vivo sua rotina perfeita, com seus filgos maravilhosos, suas férias felizes no exterior, seu amor mais que perfeito entre milhares de sorrisos...
Essa rápida viagem, exercício puro de criatividade, mas sem um pingo de empatia, acaba de supetão. Volto à realidade pueril e secular da minha vida - mas queria ser o herói que vejo na tela, queria mesmo ser você.

A minha torta parece agora um tapa na sua cara. Você não comeu torta de maçã, você não tomou café da manhã, você saiu correndo para não chegar atrasado no trabalho...
Como pude ter a ousadia, sim, de comer uma torta com café de manhã quando a situação do Brasil é caótica? Qual o motivo de dividir essa casualidade se não demonstrar superioridade? Onde posso achar uma torta de maçã no Brasil, ah claro, ele ainda falou nas entrelinhas que mora em Londres...
HOW DARE YOU?

Saí atrasado para o trabalho, pensando se postava ou não, e no meio do caminho a combinação torta com café virou uma azia. Bem-vindo à vida real.
Está virando tradição. Nas férias ("férias") de Natal, vamos sempre na emergência do hospital aqui perto de casa. Em 2017 foi a Ju com crise na vesícula - retirada em Janeiro de 2018.
Dessa vez fui eu com a dor no lado esquerdo do abdômen voltaram e a Ju com dor no ombro. Remédios para os dois e um alívio tremendo quando o médico disse que minha dor devia ser de uma pequena úlcera.

Omeprazol 2x ao dia e Gaviscon. E não é que a dor diminuiu dias depois e agora é só uma lembrança?
Sou um homem de fases. Estou na fase Romênia e Turquia. Doido para conhecer esses lugares.
Se irei, não sei.
Mas vou fazer de tudo para matar essa vontade em 2019.

sexta-feira, setembro 28, 2018

Já faz umas semanas que meu abdômen começou a queimar. Diferente de quando tenho azia e sinto na boca do estômago, subindo, agora a queimação é persistente e do lado esquerdo bem abaixo da costela. E não passa. Já até acordei de madrugada com esse desconforto, de tão desconfortável que é.
Fui ao médico, Omeprazol. Volto a tomar o remédio que tomo já faz uns 20 anos. Devia tet operado a hérnia de hiato quando era jovem. Meu estômago é fudido, eu sei. Sempre soube. Mas dessa vez parece que o negócio descambou mesmo. o famoso deu merda. tô tentando marcar uma endoscopia e tá difícil.
Veremos...

quinta-feira, setembro 27, 2018

Já ouvi muita música na minha vida, MUITA mesmo.
Hoje, a maioria das coisas novas não são interessantes o suficiente ou inovadoras o suficiente para se destacarem no meio do tsunami de coisas que temos à disposição em stremings, youtube, e outras plataformas onde a música é commoditie.

Dito isso, uma música que curti agora e vou esquecer daqui 2 minutos.

Aos 40...

tenho uma frase na cabeça, simples, mas real e que dói.
Acho que a maior perda dos 40 é a da possibilidade do amor.

Simples assim. Se não entendu, chegue aos 40 e boa sorte.

sexta-feira, junho 08, 2018

Bourdain se fué.

No trabalho gente que nem tinha ouvido falar dele. Muitos, Todos?
Parece quando fiquei em choque pela morte do Bowie por uns bons 15 minutos e as pessoas sem entender o porquê.
Vai se indo, até não fazer mesmo mais parte da atualidade. E sofrer com perdas que só fazem sentido em sua mente.
triste.

sexta-feira, maio 11, 2018

!!!Música!!!

Depois de muito tempo, música no blog!!!
Bandinhas que estão aparecendo com belos álbus de estreia

A primeira é Shame

Seu disco é Songs of Praise e foi lançado em 12 de Janeiro de 2018
Com uma levada post-punk e muita energia no palco, eles já estão tocando - como headliners - em casas de shows consideradas grandes (e já estão presentes em muitos festivais deste ano!)

Prove e aprove, Concrete ao vivo na rádio KEXP





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A outra é IDLES, bem mais punk - levada da breca, a tal da banda!

O disco é de 2017, mas música boa nunca fica velha. Na agressividade lembram um pouco Slaves. No entanto, o Slaves tem uma pegada mais comercializável. O IDLES é só feio e sujo e pesado.
E fez um clipe só de cueca, olha só! curte aí e dá um escarrada no chão!


Quando eu voltar pro Brasil / se eu voltar pro Brasil vou para uma cidadezinha do interior. Nao quero saber de carro, correria, metro, engarrafamento, vida bandida e o escambau.
Vou me esconder no meio do nada, assinar uma internet e curtir minha brahma gelada com torresmo ouvindo as novidades do Spotify.


sexta-feira, março 30, 2018

Oi você.
Tenho mil idéias passando pela cabeça aqui.
Calor do momento, basicamente, desde que meu avô morreu (hoje ele será cremado às 14.30 de Brasília - 14.30 do Rio de Janeiro).

Por falar em Rio, deixa eu reclamar um pouco aqui, para ser repetitivo.
Que mundo é esse em que vivemos, onde para se sentir seguro e ter uma vidinha mais ou menos você é obrigado a sair de sua cidade, de seu país?

Por que é preciso deixar pra trás lembranças, amizades, toda a sua família, sua cultura materna, suas influências e referências, para viver em paz?

Saí do Brasil pela aventura, não minto. Foi como ir para Cuiabá de novo. Uma aventura para colocar na pastinha de vivências - não quero riquezas, quero viver de experiências. Não me prendo mais em consumismos desnecessários. Inclusive, trabalho pra pagar as contas e viajar (como as contas se empilham em cima da mesa e os credores batem na porta dia sim, dia sim, não viajo mais.

Enfim...

Sinto saudades do meu país, da minha língua. Não escrevo, pois tenho uma preguiça encarniçada de escrever. Macunaímica, diria. Amo escrever e por mais que meus contos tenham sido sempre criticados por serem "não profissionais", meu blog continua a me receber de braços abertos.

E, muito de vez em quando, quando a coisa aperta aqui, descarrego tudo nessas páginas em branco, de onde nada sairá. Existem muitas coisas que não devem ser publicadas na rede do tio Z.
Inclusive, lá, só fotos e links de música. Ah, o brasil e o facebook, que duplinha! É lá onde ideologia política é confundida com caráter... veio-me esta frase. postei. sei dos meus leitores (vcs existem?). 

Volto, nessa montanha-russa de palavras, a falar dos meus. De mim. 
Saí do Brasil. Imigrante. Aportei em vários países e ainda não achei meu porto seguro. Vem na lembrança meus antepassados. Todos eles imigrantes. Todos tiveram que sair de seus países, ou saíram pela aventura, quem saberá?, e passaram a viver em outra realidade - para sempre separados de suas próprias famílias, amigos, raízes. Eu sou um retorno, como eles, morrerei imigrante, longe de todos. 

Serei enterrado em terras estranhas e virarei cinzas, como meu avô em algumas horas, que serão jogadas por aí. Pelo Velho Continente? Nas Américas? Um pouquinho em cada cidade onde vivi?

Sou isso, um desterrado ainda sem saber onde pousar.