domingo, outubro 29, 2006

Roubado na cara dura do blogue da Lu.
E atualizado.

garimpo na loja de eletrodomésticos

aqui existe uma cadeia de lojas estilo sipolatti que tem feito nossa alegria. além de eletroméstico de linha branca, móveis de qualidade e gosto duvidosos e aparelhos de som e TV, tem uma seção de DVDs e CDs que vem se revelando uma verdadeira mina de ouro. não pelos títulos raros - aliás, a maioria do "acervo" é de calypsos e afins -, mas pelo sistema de cadastro de preços, que é completamente esquizofrênico. de uma loja para outra, eles variam loucamente. o CD "a bigger bang", do rolling stones, eu vi por R$ 39,90 na unidade que fica no shopping perto de casa e ontem, num outro shopping, por 9,90!!!

sendo assim, nós não resistimos: toda vez que vemos uma dessas lojas temos que dar uma entradinha para garimpar. e veja só quantas surpresas bacanas isso já nos rendeu:


1. A Bigger Bang - Rolling Stones (CD) - Variando de 24 a 49,90
VALOR QUE PAGAMOS - 10,00

2. Green Day - Bullet in a Bible (CD + DVD) - Variando de 46,50 a 138,71
VALOR QUE PAGAMOS - 10,00

3. Cake - Motorcade of Generosity (CD) - Variando de 35,90 a 44,90
VALOR QUE PAGAMOS - 10,00

4. Chaos and Creation in The Backyard (CD + DVD) - 57,90
VALOR QUE PAGAMOS - 20,00

5. Los Hermanos no Cine Íris (DVD) - Variando de 27,90 a 42,90
VALOR QUE PAGAMOS - 15,00

6. Chico Buarque - Vai passar (DVD) - Variando de 39,90 a 52,90
VALOR QUE PAGAMOS - 10,00

7. Charlatans - Just Looking (DVD) - Variando de 39,90 a 45,90
VALOR QUE PAGAMOS - 12,00

8. NIN - Live and All That Could Have Been (DVD duplo) - Variando de 71,50 a 88,90
VALOR QUE PAGAMOS - 16,00

9. Travis - Singles (DVD) - Variando de 41,90 a 49,90
VALOR QUE PAGAMOS - 15,00

10. Tom Jobim - Stone Flower (CD) - Variando de 28,70 a 35,90
VALOR QUE PAGAMOS - 10,00


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Total dos preços mais altos listados pelo Buscapé - 607,00

Total dos preços mais baixos listados pelo Buscapé - 413,00

Nosso total - 130,00


**(arredondei os valores pra facilitar o cálculo final. é, sou preguiçosa mesmo! ahaha)

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Strokes - first impressions on earth - R$ 9.90

Tim Maia - Pense Menos(1977) - R$ 10.10
o jardineiro é Zezuis. As arveres somo nozes.

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Hoje deu 40 graus aqui.
Quarentinha. É, tipo assim, suor 1 minuto depois do banho.
A lu está tendo um treco, mas a entendo.
Daqui a pouco vamos ligar o ar-condicionado do quarto, levar a tv e o dvd para lá e assistir um filme sentindo frio.

Não sei porque, mas me deu vontade de ver A Era do Gelo.
hahahaha

Ou me sentir nela.
L'age de glace.


***

e as arvres, arvoros....
somo nozes

sábado, outubro 28, 2006

hoje a Lu tomou coragem e eu tomei parte desta loucura.
Nos enfiamos em uma das representaçòes mais undergrounds e malditas de Cuiabá, uma filha dos esgotos, que perambula pelas cidades, atacando vorazes jovens em busca da saciedade da madrugada.
Sim, senhores, é dela que falo: a baguncinha.
Para quem não sabe, a baguncinha nada mais é do que um sanduiche iche iche, daqueles estilo bicho guloso ou oficina da fome. A diferença é que aqui, as carrocinhas são realmente carrocinhas e em nada lembram os super bem estruturados traileres capixabas. BOm, eles sempre são baratos (na verdade, a baguncinha, ou mais na verdade ainda O baguncinha {sim, ele é masculino} é o mais barato de todos).
A verdadeira ralé do sanduba. Uma hamburguer frisa ou pior, algo estilo pif paf. Um queijo uma presunto (com gosto de mortadela) um ovo, alface tomate e PASMEM, uma salsicha. Baguncinha que se preze tem que ter salsicha.
Bom, com o calor que faz aqui, fomos comer um sanduba numa esquina. Por 2.50 enchemos a pança e eu ainda tive a cara de pau (e a coragem monstra) demandar pra dentro um belo tanto de maionese caseira... que Deus me tenha.

Mas como bagunça que não mata, engorda, seguimos em frente.
Para vocês terem uma idéia, são meia noite e o relógio marca 31 graus.
hora de uma Sol com amendoim.

terça-feira, outubro 24, 2006

Nota cinco para passar.

O Cave In, quarteto do estado americano de Massachussets, nunca teve uma vida fácil, regada a críticas positivas e shows lotados. Seu caminho sempre foi pelo atalhos, pelas trilhas nem sempre desbravadas. Ou seja, comendo pelas beiradas. Talvez pelo seu estilo de música, um amálgama entre o heavy metal, mas sem o apelo necessário para empolgar fãs de Evanescence, Slipknot ou Dream Theater, e o alternativo, mas muito longe da melancolia ou do rock básico, presentes em 10 entre 10 bandas de rock, dito, alternativo. Por isso, foi uma surpresa ver a banda assinando com uma Major, a RCA. E mais surpreendente ainda ver um disco deles, Antenna, lançado no Brasil, para felicidade da, não tão geral, nação. As vendas não devem ter alcançado um público muito amplo, já que a banda acabou voltando para sua primeira gravadora a Hydra Head.

Com isso, dificilmente devemos ver lançado por aqui o seu quarto disco de estúdio, Perfect Pitch Black. O que não deixa de ser uma pena. Se em Antenna, a banda estava em sua zona de conforto, repetindo sua própria fórmula de sucesso, e por isso soando cansada e até repetitiva, em Perfect Pitch Black eles parecem ter percebido que o jogo não está ganho. Seu estilo de guitarras altas e gritando buscam um novo caminho. Em algumas músicas, o tiro é certeiro. Referências ao Stoner Rock, à psicodelia, ao heavy deprê do Alice in Chains, ao vocal gutural, mostram uma banda corajosa e versátil, ainda que nem sempre eficiente. Em certos momentos uma fagulha de genialidade atrai a atenção do ouvinte mais desligado, e o mantêm em transe por alguns segundos. E são essas fagulhas que fazem com que eu ainda os dê crédito. São como aqueles times da segunda divisão no jogo de suas vidas contra os gigantes da primeira. E você, quando percebe, está torcendo pelo time mais fraco.

Destaques:
Trepanning e sua guitarra à la Josh Homme
Down the Drain
Droned

segunda-feira, outubro 16, 2006

Amigos fazem falta?
Qué isso, claro que não. Amigo se consegue em qualquer lugar...
OPA!
parado aí. Estamos em uma fase que amigos não caem do céu, como acontecia na faculdade, na escola, nos rocks da vida. Eles simplesmente têm que ser plantados, regados, colhidos e tratados com carinho. E uma hora antes da colheita ou de ter que tratá-los com carinho, estamos desistindo. E nada de amigos por aqui. Pessoas finíssimas no entanto têm aparecido. Mas irmãos e irmãs, deixei todos para trás.

Dito isso, vamos aos fatos. Estamos lendo. MUITO.
Dois jornais por domingo. Cinema e filmes também (mas isso já fazíamos em Vix).
Revistas, aos montes. Bizz (coleção completa, sempre); men's Health, quando dá; Vip; Rolling Stone assim que chegar äs bancas e a melhor de todas e o motivo desse post:

PIAUÍ

sei que o nome é ridiculo, mas fazia MUITO tempo que nào lia uma revista tão gostosa. Meu Deus, que textos, que reportagens, que artigos... Tudo avalizado pelo selo da editora Trip de Qualidade. E aí?!
Assinatura URGENTE!!!!!!
E piauí na cabeça!
Quente o dia hoje, não?



É. Esquentou.



O hoje em questão era uma segunda-feira. O dia tinha começado normal. Despertador, café, um pequeno pedaço do jornal, banho, roupas e elevador. Ela parecia ter acabado de acordar. Seus olhos ainda estavam pequenos em seu rosto redondo. Seu cabelo, comprido, ainda estava um pouco molhado. Seu cheiro misturava um pouco do shampoo com a tintura, a explicação para um negro tão intenso, que provavelmente tinha aplicado no fim de semana. Não sabia seu nome. Possivelmente ela também não sabia o meu. Éramos vizinhos. A única coisa que nos ligava era uma conta em comum chamada de taxa de condomínio. Isso e alguns encontros randômicos no elevador, a caminho da garagem.


(Silêncio)

Será que continua assim a semana toda, hein?

É, parece.

É sempre assim. A semana toda quente e a gente no escritório. No fim de semana que dá pra pegar praia, chove.


Abri um sorriso. Só queria parecer simpático. Hoje em dia é complicado viver em um edifício. Eles são sempre muito altos, os apartamentos são cada vez mais apertados e os vizinhos cada vez mais numerosos. Seu espaço individual é invadido a todo tempo por estranhos que escolheram o mesmo prédio que você para morar. E o pior, a recíproca é verdadeira. Nos vemos invadindo o espaço do outro a todo instante. O mínimo a se fazer, nessas horas, é tentar parecer simpático. A viagem do 13° andar até a garagem não dura mais que um minuto. Tempo o suficiente para um bom dia e uma pequena conversa sobre o tempo.


A luz falha uma vez. Nos entreolhamos. O elevador dá um pequeno tranco. Seu rosto parece tomado pelo terror. Agora a luz pisca intensamente até se apagar. Tudo isso dura cinco segundos, no máximo. Uma eternidade. Como tudo dentro de um elevador com um estranho.


Xi, acabou a luz.

Ai, nem fala. Morro de medo de elevador. Sua voz parecia mesmo amedrontada.

Bobeira, daqui a pouco a luz volta. Enquanto isso a gente espera. E mais, se não voltar é só tocar o alarme. Logo o Seu Moreira vem abrir aqui a porta.


Antes de concluir a frase, o alarme soou ferozmente. Um zumbido intenso, como se um milhão de abelhas africanas tivessem entrado em minha cabeça. E assim ficou por algum tempo. Como vocês devem presumir, uma eternidade.


Calma, calma. Eles já ouviram o alarme.

Será? Não é melhor continuar tocando?

Não. Tá bom. Eles já ouviram, tenho certeza.


Até não tinha tanta certeza, mas não ia agüentar um novo enxame de abelhas em minha cabeça. O que me assustava não era a idéia de ficar preso no elevador. Era ficar preso com outra pessoa. E mais, outra pessoa que não conhecia. E que, ainda por cima, tinha medo de elevador. Bom, pensei, vou puxar assunto, tentar mantê-la com a cabeça ocupada. O que menos queria era alguém em pânico dividindo comigo um espaço de 1 metro e 30 por 1 metro e 30.


E então? O tempo, né?

O que que tem? A quanto tempo a gente tá aqui preso?

Não, não esse tempo. O tempo lá fora.

Aqui tá ficando quente. Ai meu Deus, será que a gente está ficando sem ar? Por isso está esquentando? Tá sentindo uma falta de ar também?

Não, eu tô tranqüilo.

Ai... ai...


Ela começou a gemer de dor. E a chorar baixinho. Não deixou de ser engraçado vê- la tentar esconder o choro. Num elevador. Talvez vergonha de mostrar uma fraqueza, coisa tão íntima, a um estranho. Não devíamos ser tão distantes. Moramos no mesmo prédio, na mesma rua. Se conhecer neste caso passa a ser um acaso. Como agora.


O seu nome é...

Manuela.

Então, Manuela, o meu é Edgar. Olha só, você não precisa ficar assim. Tá tudo tranqüilo, daqui a pouco abrem a porta. Olha, não me leve a mal, mas se você quiser, posso te dar um abraço.


Ela não disse nada. Nesta altura dos acontecimentos, já via nitidamente no escuro. Minhas pupilas haviam feito seu trabalho com perfeição, se abrindo para as míminas incidências luminosas do elevador parado, pelo jeito da escuridão quase completa, entre dois andares. Vi seu corpo se mexer, lentamente, em direção ao meu. Estendi meus braços e pude abraçá-la, assim que sua cabeça tocou meu peito. Senti seus soluços, e suas lágrimas, poucas, molhando minha camisa. Seu coração estava disparado. Ou seria o meu? Pulsações que já se confundiam. Seu choro, seu perfume. Passei minha mão por seus cabelos, ainda um pouco úmidos. Ela sentiu. Eu senti. Olhamos um para o outro. E assim ficamos, por poucos segundos. A realidade do cubículo, revertida, fazia o tempo que antes não passava, voar, escapando por entre soluços e lágrimas, como fios de cabelo molhados em mãos inseguras. Pude prever o que aconteceria em seguida em um flash, mas o flash real foi o das lâmpadas se acendendo. Manuela, instintivamente, como um criança pega em flagrante fazendo alguma coisa proibida, se afastou rapidamente. Foi para seu lado do elevador, que começou a se mover lentamente, até o próximo andar. Lá, abriu suas portas e nos despejou novamente no mundo real. Ela olhou para mim, rapidamente.



Daqui vou de escadas.

Tudo bem.

Tchau.

Tchau.


Ela deu uns dois passos e se voltou para dentro do elevador, para dentro de mim.


Obrigada.


As portas se fecharam novamente. Dessa vez, sozinho, não tive muito tempo para pensar. O tempo só parece não andar no elevador quando o dividimos com um estranho.

domingo, outubro 15, 2006

pronto, agora novidades da vida na baixada. Sim, baixada. afinal aqui estamos, na baixada cuiabana, o que explica um pouco o calor que faz nessa cidade. Mas já estamosnos despedindo (ou será que não?) da época do calor. Pelo menos está chovendo bem aqui, o que dá uma aliviada no calor. Deve ser o período das chuvas, quando acabam as queimadas. Sim, amigos, queimadas. Tem dias que a fumaça está tào espessa que quase não dá pra ver o horizonte. E as cinzas caindo do céu, vez por outra em cima de você?
Aconteceu comigo. Até o terreno baldio, ao lado da agência pegou fogo. Deu bombeiro e tudo pra apagar. heheh
Bom, mas isso já está ficando para trás. Como disse, agora chove. POde ser uma frente fria para ajudar a Luciana a se situar na cidade sem sofrer muito com o calor. Sim, pode. POde ser uma lufada de sorte, para nos acalmar. Sim, pode. Mas o pior é que sabemos que é passageiro.

***

outro dia com paulinho no msn, coisa rápida, olá tudo bom? conta da vida aí? coisa e tal. Aí me toquei, caiu uma ficha. A mesma que me faz estar encarando esse teclado diferente e essa cadeirinha de praia em frente ao micro (hoje compro uma cadeira decente), alguns centímetros abaixo do ideal. É que para mim, aqui, a vida continua numa boa. As coisas já sào comuns. É quase tudo rotina. Uma rotina mais nova, é verdade. Mas mesmo assim, um pouco repetitiva. Trabalho, venho para casa, me espanto com o fuso (dá 22 horas e não tem mais nada pra fazer), saímos para conhecer restaurantes, bares, enfim, lugares legais para levar nossas visitas (eles existem e em um bom número, acreditem) e é isso.
Procuramos comida boa e barata. Achamos. Procuramos um pouco de luxo e achamos. Procuramos mato e achamos. Até moda de viola achamos(mas ainda nào fomos lá).
Agora falta o rock, que se resume a downloads no trabalho e a mp3 no carro. Mas semana q vem tem show do ratos de porão aqui. Nada imperdível, mas um bom momento para sacar a quantas anda o movimento por esses lados.

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o que é imperdível é dar uma caminhada pelo parque Màe Bonifacia. Comer um espetinho de carne (com arroz vinagrete, farofa e mandioca) como se fosse um lanchinho, pedir uma baguncinha num trailler (UM baguncinha, Luis), comer chipa, atravessar a Ponte Sergio Motta, ver jogo no Choppào e, se aguentar, tomar um escaldado, jogar sinuca beliscando banana chips, tomar antarctica e achar uma delicia (tem uma fábrica aqui, imagine...), conversar com alguém com muito sotaque, tomar tereré (ou chimarrào gelado), cozumel (ou choppe com limão e sal {eca!!!}), pedir uma ventrecha como se fosse a coisa mais simples do mundo, ir ao supermercado às 4 da manhã, pagar 2.25 no cinema as segundas, tomar café na kopenhagen, e muitas otras cositas mas.

Coisas que para a gente aqui é comum, mas que para vocês aí, que não mudaram de vida ou de lugar, pode parecer estranho e longe. Por isso resolvi escrever. POrque todo mundo continua indo à lama ou ao galpão. Todo mundo continua fazendo os mesmos rocks e indo ver os mesmo shows juntos. E só eu faço diferente. Talvez isso, a curiosidade de todos com relação a minha vida, se é que ela existe (a curiosidade), me fez escrever. Afinal, vocês nào precisam escrever para que eu saiba o que estou perdendo. Mas eu preciso.
Sim, é um milagre. Me lembrei que tenho um blog e resolvi escrever. Na verdade deveria estar faendo a minha carta de intenção, para a matrícula na pós em cinema, mas sei que algumas pessoas (poucas, vai) ainda visitam esse blog ávidas por notícias. Para elas escrevo agora.

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Primeiro, como é dificil trocar de teclado. teclo o dia inteiro com o acento em um canto, com o til em outro e quando chego em casa, tudo diferente. Sai erro que não acaba mais. Saco. O chato nessas horas é ser redator e revisor. Vontade de mandar tudo errado e seguir em frente.
Vamos a isso, então.

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