terça-feira, outubro 24, 2006

Nota cinco para passar.

O Cave In, quarteto do estado americano de Massachussets, nunca teve uma vida fácil, regada a críticas positivas e shows lotados. Seu caminho sempre foi pelo atalhos, pelas trilhas nem sempre desbravadas. Ou seja, comendo pelas beiradas. Talvez pelo seu estilo de música, um amálgama entre o heavy metal, mas sem o apelo necessário para empolgar fãs de Evanescence, Slipknot ou Dream Theater, e o alternativo, mas muito longe da melancolia ou do rock básico, presentes em 10 entre 10 bandas de rock, dito, alternativo. Por isso, foi uma surpresa ver a banda assinando com uma Major, a RCA. E mais surpreendente ainda ver um disco deles, Antenna, lançado no Brasil, para felicidade da, não tão geral, nação. As vendas não devem ter alcançado um público muito amplo, já que a banda acabou voltando para sua primeira gravadora a Hydra Head.

Com isso, dificilmente devemos ver lançado por aqui o seu quarto disco de estúdio, Perfect Pitch Black. O que não deixa de ser uma pena. Se em Antenna, a banda estava em sua zona de conforto, repetindo sua própria fórmula de sucesso, e por isso soando cansada e até repetitiva, em Perfect Pitch Black eles parecem ter percebido que o jogo não está ganho. Seu estilo de guitarras altas e gritando buscam um novo caminho. Em algumas músicas, o tiro é certeiro. Referências ao Stoner Rock, à psicodelia, ao heavy deprê do Alice in Chains, ao vocal gutural, mostram uma banda corajosa e versátil, ainda que nem sempre eficiente. Em certos momentos uma fagulha de genialidade atrai a atenção do ouvinte mais desligado, e o mantêm em transe por alguns segundos. E são essas fagulhas que fazem com que eu ainda os dê crédito. São como aqueles times da segunda divisão no jogo de suas vidas contra os gigantes da primeira. E você, quando percebe, está torcendo pelo time mais fraco.

Destaques:
Trepanning e sua guitarra à la Josh Homme
Down the Drain
Droned

Nenhum comentário: