quarta-feira, agosto 31, 2016

Ontem à noite pensei em mil coisas para escrever aqui.
Não dormi e esqueci todas elas.

Não dormi porque, depois de um cochilo de 30 minutos, acordei desesperado e perdi totalmente o sono. Até as 4 da manhã fiquei olhando para o nada. Levantei e fui comer uns biscoitinhos de canela delícia que temos por aqui.

Depois, tive que levantar para vir trabalhar. Morto, meio dormindo. Mas aqui estou.
E não tem nada para fazer.

Isso lembra-me de um texto que comecei a ler ontem, falando de como a tecnologia foi criada para diminuir nosso trabalho e, na realidade, nos faz trabalhar mais. Ou pelo menos, fingimos que trabalhamos mais. Com a rapidez de hoje, fazemos, o que levaríamos 8 horas antes, em 4 ou 6, no máximo. Mas não podemos ir para casa, imagina...

Senta-se e espera-se o tempo correr e passar.

Acho que era isso que pensei em escrever. De como vemos o tempo correr e continuamos na mesma, sem desespero. Ou sem demonstrar desespero.

Eu entro em parafuso, ao pensar que estou na contagem regressiva. Com sorte viverei o mesmo tempo que já vivi. Ter menos a viver do que já vivi é desesperador, entendam. Ou não entendam, é melhor para vocês.

***

O camarada lá que se jogou da janela e matou mulher e dois filhos antes também me fez pensar muito. Estou em uma fase difícil, sem grana, apertado e com dívidas em todos os cantos. Agradeço por ter um teto, casa boa demais até, e comida até o fim do mês. Nem que seja macarrão e ketchup(e não é). Eu poderia ficar desesperado com isso. Com a idade chegando e nenhuma rede de segurança abaixo. Mas não fico. Não temo a falta de dinheiro, ainda tenho tempo para trabalhar e pagar todo mundo, em algum momento. Mas também, se morrer, ficam as dívidas, foda-se.

hahahaha

Já melhorou meu humor. muito café. desculpem.
até mais.

segunda-feira, agosto 29, 2016

Nas últimas semanas vi tanta gente morrendo por volta dos 60 que já não consigo fingir que isso não me afeta. Afeta, e muito.

Faz repensar caminhos e escolhas. Locais que ainda não conheço e pessoas que ainda não vi.
Ou mesmo as que vi e que gostaria de ver de novo. Abraçar um última vez.

Manter a vida andando, trabalho casa trabalho fica sem sentido. O dinheiro que não chega ao início do mês (recebo no dia 25) mói qualquer fatia de esperança.

Quem sou eu? Para onde vou?
As perguntas continuam pertinentes, mas tenho cada vez menos tempo para descobrir. Talvez nunca as responda. E morra de repente, sem ter tempo nem de perguntar.

Teve tempo em que a vida tinha valido a pena. Hoje, já não sei se vale mais.
E preciso fazer com que ela seja intensa enquanto dure.

Espero poder aproveitar os próximos 20 anos como se fossem os últimos. E depois que eu morrer, sabe-se lá quando, que alguém venha aqui neste túmulos de pensamentos e descubra este texto, deixando uma risada no comentário e uma frase: se você soubesse o quanto você curtiu...