terça-feira, dezembro 12, 2006

Levei uma década para terminar de escrever, e mais uma pra postar.
ô preguiça danada, sô.

Ela vive de novo.


Ela não veio para acabar com o rock. Ela veio para fazer como o rock.

Por mais engraçado que pareça, a música eletrônica com seu boom monstro na década de 90, (época em que nomes como Chemical Brothers e Prodigy, para citar os mais óbvios, estouraram) virou a assassina do rock. Esse era o zeitgeist, a verdade incontestável: “A música que todos ouviríamos com um plug direto no cérebro”.

Algo criado por máquinas, nada orgânico, apesar das mãos bem humanas por trás das criações, ditas, eletrônicas.

Bom, o futuro (para nós, já passado) fez o favor de escrever a história. Apareceram os salvadores do rock, como Strokes, White Stripes e Hives (sim, eles já foram a esperança do rock um dia) e tudo voltou ao normal. O rock bem vivo e a música eletrônica, também viva, passando por um ciclo de baixa, de renovação. Mas claro, a música, como a moda, vive de altos e baixos. Uma hora, eletrônica, outra hora rock, outra hora jazz, para depois voltarmos para o rock de novo e aí, uma hora qualquer de volta para música eletrônica.

Se o primeiro boom eletrônico veio lá pelos meados dos 90, o segundo, de certa maneira, ficou muito próximo de acontecer no começo dos 00. Nessa época, o electro apareceu. Mas o estouro da tosqueira chique do tão propalado ritmo, não pegou na veia - 1.

E quando parecia que a década de 2000 já era, na virada da esquina, eis que surge um movimento parecido com a rave, que há 10 anos que fez surgir, com tudo, a dança nas pistas de rock e a eletrônica de volta para o mainstream.

A eletrônica assola novamente o Reino Unido. A new rave existe em Londres, onde a moda das batidas está de volta com tudo. Dançar e se divertir está em voga. Como da primeira vez, o rock não morreu. Muito longe disso. Dessa vez ele está mais do que nunca nas pistas junto com a eletrônica. Remixes dos hits de guitarra, baixo e bateria são o caminho. Já eram, se colocarmos em perspectiva os últimos anos: depois da eletrônica, o rock de volta, direto para as pistas; o surgimento de sub-rótulos cada vez mais ligados às batidas dançantes como o dance-punk; enfim, uma mistureba que surgiu quando descobriram que tanto um ritmo quanto o outro, em vez de serem inimigos mortais, podem andar juntos e muito bem casados.

Tanto que, apesar de ser chamado de nova rave, com onda fluorescente e tudo o mais, seus freqüentadores parecem não ter engolido o rótulo. De acordo com notas divulgadas na mídia, muitos deles chamam o movimento de electro rock e evitam a comparação com a época de ouro do ecstasy, das festas after hours e da música made in computador.


Como conhecer:

Depois das coletâneas da Collete, que tanto fizeram a fama das bandas/projetos de electro, uma outra gravadora, francesa, se tornou a casa para o novo rockdance: o selo francês Kitsuné. Com suas coletâneas, recheadas de remixes de nomes como Wolfmother e Bloc Party e servindo de espaço para trabalhos de artistas como Simian Moile Disco, Popular Computer, Dead Disco e até do Klaxons, o selo é hoje o mais novo lançador de moda do pedaço.

Se você quer ficar antenado, basta escutar esses discos. Se você quer virar DJ, pegue todos os últimos discos da Kitsune e prepare-se para ter apenas o trabalho de mixar as melhores faixas.

***

1 - Na verdade, o que pegou, não na veia, mas nas cabeças de geral, foi a tosqueira podreira das balas e do trance. No último suspiro da eletrônica, antes de voltar para o submundo, ele apareceu. E como um vírus, se espalhou por todo lugar. Primeiro, como um novo ritmo interessante. Depois, se tornou sinônimo de festas e de música eletrônica Brasil afora. E mais alem,.de, d música pesada, mais direta e sem variações possível. Trilha sonora para fritos em geral, que se multiplicam e que, cada vez mais, saem do anonimato graças a Youtubes e congêneres da vida.

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