quarta-feira, julho 12, 2006

Estava lendo em outro blog, uma discussão sobre um pessoal de hoje já achar Strokes "velho” e NINGUEM conhecer Blur e Suede. O pior? Isso é muito verdade. MUITO.
Quando, em inícios de 2000 e alguma coisa, dei a cara a tapa e fui tocar lá no Pub 455, fiz um set (tosco é verdade) do que curtia muito. Foi Blur, Oasis, Suede, Primal Scream, Dodgy, Pulp e todas essas bandinhas inglesas dos anos 90. Nessa época já não surtiu efeito. Imagine agora. A cada nova geração, fica mais dificil. Talvez por ela estar cada vez mais distante da época em que o som foi feito.

Por exemplo:
Quem nasceu hoje terá, daqui a 20 anos, que ouvir tudo o que foi feito de hoje até lá, para ser, digamos, atual.
Para curtir música de verdade, ela terá que ir atrás de muitas outras informações, ou vir muitas outras referências.
Se ela quiser ser uma doente por música, mesmo que somente por um estilo, ela vai ter que ouvir MUITA coisa e pesquisar demais. É ler livros e revistas antigas, buscar as influências e se perder entre tantas grandes bandas de um disco só.

No fundo, acho que é simplesmente questão de tempo. Você precisa de tempo para descobrir e ouvir as coisas antigas, que nunca ouviu (e aí elas se tornam novas). Não dá para dar um download no cérebro com todos os verbetes da enciclopédia musical. Para eu, que tenho 30, o universo da música pode conter menos surpresas do que para um cara de 18 anos. Simplesmente porque tive 12 anos a mais de audição.

Acho que, por isso, a molecada que invade as festas hoje em dia curte as coisas novas e mais óbvias. Alguns deles chegarão aos 30 com muito mais informação do que eu. Afinal, não cresci com internet, soulseek, amazon.com, com todas essas ferramentas que trazem o mundo para seu quarto. Outros, chegarão aos 30 cheios de orgulho por fazerem parte do time de chicleteiros da ilha.

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Isso me faz pensar na importância de lojas (boas lojas) de disco. Mas esse é um assunto para outro post.

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