terça-feira, janeiro 29, 2013

Antes aqui:

O país do Chocotone.

Todo mês de janeiro é a mesma coisa. Pilhas e pilhas de chocotones em promoção invadem as gôndolas dos supermercados. Isso quer dizer que: ou o chocotone está com pouca procura, ou tem chocotone demais no mercado. Eu fico com a segunda opção. E ela me chateia sobremaneira.

É bom explicar logo, sou um profundo apreciador do Panetone. Sim, você leu direito. Panetone. Gosto de saborear a tradição. O aroma inconfundível da massa cozida misturada com as frutas cristalizadas, gostinho de Natal. Mas parece que sou o único. De uns tempos para cá, as novas gerações simplesmente ignoram o poder da tradição e empurram sua vontade goela abaixo de todo o país. Como bebês gigantes, esperneiam por aí: queremos gotinhas de chocolate, não frutas cristalizadas!

Isso revela mais do que o gosto comum do brasileiro. Isso revela uma mudança de mentalidade. Saímos da idade adulta e voltamos á infância mimada. Se assim acontece com o pobre do panetone, imagine com as leis, com o respeito ao próximo e, por que não, com quem gosta de Panetone? Um bico de choro, um telefonema para o papai e a famigerada frase: “Você sabe com quem está falando?” e pronto, as gotinhas de chocolate começam a pingar, como chuva torrencial, maculando meu querido doce natalino.

É o Panetone que me lembra, todo ano, que o Natal é o período de troca, felicidade e boa vontade. E não estou disposto a abrir mão disso, só porque você não gosta de frutas cristalizadas, ainda cata cebola na comida ou não teve coragem de provar rabada. Sério, Brasil, já passou da hora de você crescer.

Um comentário:

Gil Pender - Livre como um táxi disse...

Olha, mais uns 100 anos e o Brasil chega ao século XX.