terça-feira, março 01, 2005

FUI NO ANTHRAX

Ok, ok, ok.
O show. Bom, foi aquela coisa, reencontro com amigos do colégio (antigos metaleiros), com os brothers de Colatina, com os brothers de Vitória e o não reencontro com o pessoal que faz a cena “rock/alternativa” atual. Uma pena, uma pena. Mas melhor para mim, porque pude me jogar com força na grade e ver de perto, de MUITO perto, o Scott Ian matar baratas e gritar até perder o voz quase todas as músicas. NFL e Got the Time marcaram um início arrasador, como poucas bandas de hoje poderiam ter. Depois, não me lembro direito da ordem das músicas, mas Indians e Antisocial foram pontos altos, com a WARDANCE da Indians transformando os poucos desavisados do Álvares em demônios conjurados pelas levadas carregadas de peso e cadência de Ian. Na verdade, ver um dos maiores ídolos da minha adolescência de perto foi foda, poder tocar junto com ele cada riff, ainda que só no air, foi felomenal. Inesquecível.
O resto da banda segura bem o rojão e até o John Bush, que gosto muito, apesar dele não ter feito parte da época de ouro do Anthrax, mostrou que o Beladona é passado mesmo.
As músicas mais novas (menos de 15 anos) como Only e Room for One More e até Safe Home, se encaixaram bem num setlist equilibrado, clássico e curto. Apesar da 1:20h de show, eu poderia ouvir ainda mais umas quatro ou cinco músicas.

Depois de certa hora, resolvi deixar de lado a paixão irracional por cinco peludos e ir ver tudo afastado. Sim, porque se da grade tive uma impressão, das arquibancadas ela foi bem diferente e, digamos, broxante. A irracionalidade ficava no máximo em 20 figuras lá na frente. O resto do ginásio parado, vendo o show. Quando Bush puxava um coro, o som das pessoas gritando não conseguia chegar nem na metade da quadra, apesar de lá da frente parecer que um milhão de fãs estavam se esgoelando. Talvez essa seja a palavra adequada, esgoelar. 20 ou 40 pessoas se esgoelando como se fosse o dia do juízo final e um monstro de concreto indiferente, sem ajudar em nada.
Mas quer saber, para essas 40 pessoas, cada gota de suor e cada falha na voz no dia seguinte valeram por anos de espera. Muitos anos para alguns. Alguns, não, para a maioria. Muitos anos para todos que estavam lá, já que a juventude prefere ignorar as bandas mais antigas. (provei do meu próprio veneno).

Na próxima, vejo vocês em São Paulo ou no Rio.

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