segunda-feira, setembro 12, 2011

Valores.
É disso que falam as câmeras que enquadram pessoas como bichos em realitys shows de todo o tipo.
Dissecando cirurgias plásticas, fazendeiros ou marombados.
Pessoas que precisam aprender a conviver forçadamente com diferenças e diferentes. Um casamento onde o divórcio não é uma opção.
E, a partir daí, as personas vão se definindo. Os arquétipos, ô coisa mais batida, são vestidos à vontade.
Cada um já não é mais si próprio, mas o personagem definido pela mente do público, milhão de público.
Não importa se é verdade a sua forma de ver o mundo (alguma vez é?).
O que importa é o que eu penso de você (não é sempre assim?).
Se você é o vilão, sério, desista. Você será sempre o vilão, por mais que tente se livrar dessa carapuça.
Se você é a mocinha gostosa, terá sempre a admiração dos machos, mesmo que seja mau caráter.
Quem se preocupa com caráter depois de ver uma bunda gigante, coxas grossas ou a cara de cavalo emoldurada por dourados fios longos e lisos?

Eu, um sempre postulante à fama efêmera, começo a me cansar da repetição maniqueísta que esses programas tentam nos enfiar cabeça adentro e goela abaixo.
A vida fora das quatro paredes, ou mesmo aquela mísera fatia ainda que só fora da telinha (cada vez mais telona), parece ter mais sabor e muito, mas bota muito nisso, nuances de cores.

A TV em preto e branco ficou perdida na história. Mas o que vejo na programação não é nada colorido.

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