segunda-feira, setembro 05, 2011

Antes aqui


Burocracia no rock

Se sua música está cada vez mais difícil de diferenciar-se dos milhões de artistas e mp3 jogados na rede, deixe crescer um bigode na cara. Faça shows em festivais grandes onde a música muitas vezes nem é o mais importante. E nunca, em hipótese alguma, saia de sua zona de conforto.

E ainda teve boatos que o Red Hot Chili Peppers estava numa pior. E parece que estão mesmo. Faz algum tempo, desde Californication há 12 anos atrás, que a ex-banda mais maluca da cidade não lança um álbum relevante. O próprio Californication já sinalizava uma mudança no estilo, com uma levada mais pop. A partir daí, os pimentas se esforçaram para jogar no limbo uma carreira até então inventiva, mesmo que não muito coesa. E parece que conseguiram. A banda hoje está mais para um Dave Mathews Band, o famoso suflê de chuchu, do que para Faith No More.

Acumulando discos que afastaram os fãs, tentando a qualquer custo manter-se na crista da onda, o RHCP chega a mais um trabalho: o insosso I'm With You. Está tudo lá, de novo. As baladas bonitas, que já não viram mais clipes de alta rotação na MTV, são Brendan's Death Song e Police Station. As grooveadas, para dar aos fãs uma ligeira impressão de que eles ainda sabem fazer aquilo bem, também estão presentes. Factory of Faith é um bom exemplo. O resto passa por encheção de lingüiça, as famosas fillers, músicas que não se destacam nem trazem aquela vontade de ouvir mais uma vez para descobrir pequenas boas partes. Em um álbum sem refrões pegajosos ou riffs marcantes (ainda mais com a saída de John Frusciante), o que sobra é a voz de Kiedis, e a cozinha certinha de Flea e Chad Smith. Pelo menos são “apenas” 14 músicas, diferente de Stadium Arcadium e suas 28, mas que poderiam muito bem ser umas sete ou oito.


I´m With You?
Não, Red Hot, eu não estou mais com vocês.

2 comentários:

Gil Pender - Livre como um táxi disse...

Entendo perfeitamente a sua vibe. Aliás, BSSM é um dos discos que mudaram minha vida. Aquilo já era faz tempo.

Mas gosto muito do Californication e do By the way (um Californication II). E mesmo o duplão que veio depois tem lá suas pegadas bacanas.

Mas aquele groove, aquela putaria e aquela energia? Well, vinte anos correram na estrada.

Vamos deixar os caras curtirem seus bigodes, tatuagens, seus shows sem camisa.

Aliás, bigode é massa.

Taylor disse...

baixei e ouvi esse disco duas vezes.
Só para escrever. Ou poderia mudar minha frase para; Só para esquecer.