quinta-feira, outubro 08, 2009

Esse post tem spoiler do filme Bastardos Inglórios

e Tarantino não estava de brincadeira.
Sim, senhores, acabo de voltar do cinema e precisei escrever aqui sobre o filme que esperei por alguns anos. Desde que ouvi a primeira boataria de um filme da segunda guerra do Tarantino pensei que os dias do Soldado Ryan estavam contados.
Ledo engano.
Mister Quentin não quer saber de livros de hitórias ou batalhas que já passaram nos documentários da Nat Geo. Ele quer se divertir.
E faz isso com certa maestria. Em determinado momento, me perguntei o que iria acontecer, porque o filme estava tão parado, porque não batalhas e tiros e coisas a la Kill Bill?
Bem, porque ele já fez kill bill. E agora quis focar mais nos personagens. E como o fez. Aldo Raine e Coronel Landa são o Yn Yang de Tarantino para sempre. A dedicação dada a cada um que participa desse filme é assustadora. Os diálogos tarantinescos estão lá, só que dessa vez, em 1944, em plena frança ocupada.

O filme, apesar de ter colocado uma interrogação na minha cabeça durante boa parte da projeção, acaba com uma exclamação e com muitas palmas. Estamos frente a frente com uma obra do tamanho de Pulp Fiction. Ou até maior.

COMO uma cena como a do cinema nunca foi filmada antes? COMO em toda a história do cinema ninguém pensou nisso? Porque nunca vi HITLER ser metralhado na minha frente?
Só ela vale o filme inteiro. E acho que todos saem um pouco melhor do cinema por causa dela. Sim, porque a certa altura, gostamos tanto de Landa que dá até vontade de torcer pelo terceiro reich. Mas vermos todos explodir nos deixa mais feliz e menos incomodados com nossos sentimentos.
Vejam. Agora.

"We few. We happy few. We Inglorious Basterds"

3 comentários:

Kalunga disse...

os personagens Aldo Raine e Coronel Landa são o Yn Yang de Tarantino para sempre - perfeito Taylor!

Brad Pitt tá foda, impagável como o Aldo, mas o filme é do Christopher Waltz, se é pra destacar o trampo de um ator, pois o filme em si é perfeito, imprevisível, a fantasia sem cortes de um cara que queria contar a sua história sobre o fim que julgava merecido aos nazistas. A cena do cinema é antológica, mas todos os capítulos o são, vide o começo, tenso, totalmente nas mãos do Christopher Waltz.

Detalhe: os nazis são incrivelmente inteligentes e disciplinados, sem aquela caricatura de inimigo estrangeiro burro sem rosto típica de filmes de ação americanos.

Kalunga disse...

Um detalhe importante: Tarantino utilizou-se de atores não-americanos consagrados e falando a língua pátria (mais se ouvem alemão e francês do que inglês durante as mais de duas horas de filme), no que configuraria um sério entrave ao mercadão norte-americano, pois é sabido que o povo de lá não suporta legendas. Tarantino mandou um foda-se e se cercou do melhor para uma de suas obras-primas.

Kalunga disse...

se alguém não viu o filme ainda, NÃO leia este comentário!










Cara, ver Hitler sendo metralhado na CARA e com DETALHES realmente é um jogo de gênio do Tarantino, pois ele fez o que muita, mas muita gente gostaria de ter feito (na vida real ou no cinema), mas simplesmente não pensou em fazê-lo daquela forma, não teve culhões, sei lá...