domingo, julho 05, 2009

O Cinema Novo

Faz algum tempo, descobri o nome Glauber Rocha. Não devia ter mais do que uns quinze anos. Mas já gostava muito de cinema. Infelizmente, para mim, meu referencial de cinema passava por Hollywood, pelo cinemão americano, apesar de idas esporádicas a sessões de filmes independentes e europeus, coisa de uma tia que realmente gosta de cinema.

Voltando a Glauber, obviamente fui da turma do Marcelo Madureira. Achei tudo uma merda. Mas, descontando a idade e a falta de profundidade no conhecimento de cinema, é o que a grande maioria das pessoas acha mesmo. No entanto, tive a oportunidade de cursar uma faculdade na área de humanas e estudar cinema, primeiro em uma pós-graduação, depois na Darcy Ribeiro. E como diria Pascal, não me arrependo em mudar de idéia, pois não me arrependo em pensar. O segundo contato com o cinema novo, visto não mais como um simples espectador, mas agora como um estudioso no assunto, me trouxe uma sensação próxima ao sublime.

Entender a realidade do cinema no Brasil, pré-cinema novo, e ver a revolução causada por pirralhos, jovens como os que vemos aos montes na rua, nas festas, nas universidades, é o primeiro passo. Perceber um cinema combativo, inundado de ideais e ideias e alinhar com a realidade mundial deste mesmo momento, a década de 60, a lutas de classes, a tentativa de uma mudança ideológica a partir do comunismo é dar mais um passo para compreender e admirar. Ligar isso a realidade nacional do momento, pré-golpe, e obter a leitura dos filmes dentro desse contexto maior, é o passo final para entender a importância do cinema novo para a cultura nacional e mundial.

Pela primeira vez víamos um país que nossos olhos não alcançavam. Nossas desigualdades, nossas diferentes realidades, nossos irmãos brasileiros, nem tão irmãos, nem tão cidadãos, nem tão lembrados. Um grupo, o qual Glauber fazia parte, pensava em mudar a realidade do país por meio do cinema. Por meio de sua arte, expor as diferenças e calcados no pensamento marxista buscar a revolução.

Deu no que deu.


inicio sem fim de um trabalho para a escola de cinema.

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