sábado, novembro 21, 2009

Outro dia fui numa loja de discos daqui. Sabe como é, a gente fica meio pra baixo e vai logo às compras. Então, fucei, e logo me desesperei. Primeiro porque comecei a perceber que já não sei se tenho determinado disco ou não. Foi assim com o Some Cities do Doves e com o Pull the Pin do Stereophonics. Com os dois na mão, acabei não comprando por motivos além da minha conta bancária. E ao chegar em casa e arrumar meu armário, meus CDs e meu case de discos (aposentado, tadinho, depois de tanto tempo sendo surrado) acabei vendo que já tinha comprado esses dois. Ufa.
De qualquer forma entrei numa loja e comecei a fuçar. E me desesperei, como ia dizendo.
Algum Taylor daqui resolveu entrar para a igreja, ou simplesmente se mudou para um AP menor. Ou quem sabe, digitalizou toda sua coleção, ou ainda vendeu pra fazer uma graninha pra comprar a meota da noite, enfim, algum camarada com o mesmo gosto que eu e provavelmente a mesma idade, se desfez de uma coleção de CDs. E assim, discos que eu adoraria ter comprado nos meus vinte e poucos anos, todos importados, difíceis de se encontrar no Brasil, estavam lá, me encarando. Me pedindo para serem amados novamente. Porra, não resisti. Peguei tudo o que queria e, quer saber, dane-se o dinheiro. Tinha o His ‘n’Hers do Pulp. Lindo!!!!
Tinha o Sci-fi Lullabies do Suede, desde sempre um sonho de consumo. E eu que já havia começado a fazer uma compra clássica, escolhendo o disco do cometa do Deep Purple, e mais uns dois ou três que, enfim ,fazem parte de qualquer discoteca básica, descartei a resolução e fui para meus queridos CDs de outrora. Poderia dizer que estou 18 cds mais feliz.

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Quanto ao meu case de CDs, um presente que me dei depois de receber minha primeira grana como Dj e promoter de noites de rock, está aposentado.
Primeiro porque estava surrado mesmo, como disse ali em cima. Já tinha caído chuva, cerveja, arrebentado as pastas que seguravam os CDs, os 320 cds que cabiam nele. Já carreguei pra cima e pra baixo, em Vitória e no Rio, até em Cuiabá. Era hora dele descansar.
Em segundo lugar, porque nas últimas vezes que tenho tocado com cd, os locais não estão, digamos, preparados pra ter alguém tocando com cd. O mp3 acabou com o prazer de levar os discos, escolher as musicas, tirar um, colocar o outro. Agora com um toque numa tecla, vc tem toda a sua discoteca aberta e pronta para a escolha. Só acho que no fundo, no fundo, não importa o que vc tem pra tocar, importa é o seu público, pronto ou não para ouvir seu set, e acima de tudo, o seu feeling para tocar o que seu público quer (ou não) ouvir, mas o que com certeza vai fazer ele se acabar na pista.
O que me leva a minha escolha, meio difícil, de tentar educar as pessoas no dancefloor. Foi –se o tempo. Foda-se. Hoje todo mundo tem internet. Se só querem ouvir Back in Black ou Rock and Roll All Night, que ouçam. Em casa escuto o que acho melhor.

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