terça-feira, maio 24, 2011

É aquela história, a eterna falta do que fazer.

Estou de volta aos metrôs e aos veículos de transporte coletivo. Fico vendo as pessoas, de um lado para o outro. Histórias diferentes, fico criando. A mãe, simples, com seu bebê com síndrome de Down, que não parava de sorrir e olhar para todos os lados. A nordestina vesga, que falava alto ao celular. O aluno com calça rasgada e camisa do Malvados, escutando uma música em seu fone e acompanhando com o bater dos pés.

Criando, fico. Penso em cada um deles, nos passos, nas pessoas de suas vidas, em suas casas, em seus quartos. Como será a vida de uma pessoa que não pensa na outra pessoa, apenas vive, dia após o outro, sem pensar que nada disso vale nada, pois na esquina há o fim, um muro sem possibilidade de retorno, numa rua sem saída. Uma rua de onde nenhum de nós poderá sair.

Ficando criado, levando na boa. Pensando, pensando.
Pesado.

Aí, abrem-se as cortinas, as portas de ferro de correr e sai a boiada. Frente e verso, mesmo que partida e chegada. Menos que nada. Preciso partir. Agora fico aqui a pensar até dar a hora de voltar e poder encontrar novamente histórias que não as minhas, mesmo que indizíveis, mesmo que encobertas, mesmo que desconhecidas.
Mas fáceis de criar.

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