segunda-feira, julho 19, 2004

Sabem o que salvou meu domingo? Isso aí embaixo. Troquei um Trator por um Rolo Compressor.
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Quanto vale um disco com 30 minutos?
Quanto vale o Lado A de uma fitinha cassete? Quanto valem 12 músicas?
O Ramones já mostrou que menos é mais, às vezes.
E o Hives, depois de dois belos discos, chega com um terceiro trabalho econômico. Ok, não tem problema. São trinta minutos que parecem mais, e que se encaixam perfeitamente no tipo de som feito pelos suecos, de terninhos e sapatos impecáveis. E aqui a pose não existe para disfarçar uma falta de conteúdo, muito pelo contrário. Ela só reforça a imagem retrô da banda e sua sonoridade “já ouvi isso antes, mas que se dane eu adoro esse som!!!”.
Bom, modas à parte, vamos ao disco que é o que interessa. Com o sugestivo nome de Tyrannosaurus Hives, a banda coloca as suas manguinhas de fora - sem perder o estilo, claro - e se assume como um voraz predador da cena do rock do novo milênio. É, sem dúvida uma de suas principais peças, se não a principal, ao lado do já cansado Strokes e dos irmãos White e seus QUATRO bons discos.
Abre o disco “Abra cadaver”, a palavra-chave para os portões do rock básico, alegre e gritado por Howlin’ Pelle. Rápida e rasteira, curta e grossa, como todo o disco.
Seguimos para “Two time Touching and Broken Bones”, mais lenta, no estilo Hives de ser, e não menos pegajosa. Uma das melhores do disco, pode pegar nas pistas.
A terceira já tem clipe na MTV e um single. Hit, então, né? Walk idiot walk, é legal e deve atrair mais gente para o álbum.
A Quarta, “No Pun Intended” é punk até os ossos. “A little more for little you” tem uma levadinha ska, mas me deixou com gosto de Beatles na boca. Por que será? Nunca ouvi muita coisa do Beatles, tirando o óbvio...
Na metade do disco tem “B is for Brutus”, assim como H is for Hives e R is for Rock. E assim como tudo isso se combina e faz uma grande música. O sétimo petardo é “See Through Head”. Direto, com palminhas e backing vocals, mas sem firulas.
Diabolic Scheme é a mais lentinha do disco. Mas não menos pesadona, pois o clima é algo entre um Cramps e um Bauhaus. Será que dá pra entender isso?
Mais uma para compor o disco, “Missing Link” tem uma levada ska do inferno e um refrão que levanta e abre passagem para “Love in Plaster”, a minha preferida de todo o disco. Aqui barulheira hiveana dá lugar à melodias limpas e quando parece que vai continuar assim até o fim, o refrão explode num esporro adorável e o solo “trilha de faroeste” cai como uma luva. Não deve ter sido colocada na faixa número 10 à toa.
A décima primeira “Dead Quote Olympics” e a saideira “Antidote” fazem um bom trabalho de fechar o disco.
Se não é tão bom quanto o Veni Vidi Vicious, pelo menos está acima da maioria absoluta das outras bandas de rock que existem hoje. O T-Hives voltou, agressivo e com as garras afiadas, famintos por tomar o trono de reis do rock. Pelo menos por enquanto.
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Ah, você deve estar se perguntando "Afinal, quanto vale o disco?", não é?
Eu te digo. O T-Hives vale quanto pesa. E ele é bem pesadinho.

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