quarta-feira, setembro 02, 2009

bem atrasado, a critica do Friendly Fires.

Friendly Fires incendeia Circo Voador e agrada público que conhece hits nunca lançados no Brasil
Publicada em 16/08/2009 às 08h54m
Ricardo Calazans


O grupo inglês Friendly Fires está entre os que mais recebe atenção atualmente no universo do rock. Caiu nas graças de crítica e público graças ao seu bem azeitado álbum de estréia, coleção de 11 músicas sacolejantes entre o balanço hedonista de Prince e as angústias distorcidas do indie rock. Foram estas exatas 11 canções que o público presente ao Circo Voador pode ouvir, ainda que não na mesma ordem do disco, na madrugada deste domingo.

Fãs colocam vídeos do show no YouTube. Assista a "In the hospital"
Por sorte, as músicas têm peso e pressão ao vivo. Da abertura "Lovesick" ao bis, com "Ex-lover", o Friendly Fires fez um show coeso, sem muita diferença para o que se ouve no disco, mas que manteve a atenção do público todo o tempo - mesmo que tenham sido apenas 50 minutos.

Forte concorrente a vencer o Mercury Prize, importante prêmio musical britânico, no próximo mês , o Friendly Fires era a atração principal do evento "Pop Load Gig". Para chegar até o grupo, a plateia teve que passar antes pelo Brollies and Apples, banda que reúne Bianca Jhordão (Leela) e Chernobyl (Comunidade Nin-Jitsu) com seus respectivos cônjuges no palco (capricharam na pose) e pelo Copacabana Club, quinteto de Curitiba um tanto mais desencanado e que fez um bom aquecimento para os ingleses. A vocalista Cacau V., com uma perna imobilizada, destaca-se na banda, que parece se divertir à beça no palco. Fosse um pouco mais curto e teria sido ainda melhor o show.

Quando eram 2h20, o Friendly Fires entrou acelerado no palco. A empolgação do vocalista Ed MacFarlane, um rebolativo rapaz de 24 anos, dá a dinâmica nervosa da banda no palco; o baterista Jack Savidge não perde o pique e tem a companhia de Rob Lee no baixo, Edd Gibson na guitarra e ainda de um naipe com trumpete e saxofone - que, por sinal, pouco disseram a que vieram.

Quanto mais suava a camisa e requebrava no palco, mais o público simpatizava com o pequeno dínamo MacFarlane. Seu sintetizador ajudava a dar peso à apresentação, e na terceira música, "Skeleton boy", o povo já caíra na farra. "In the hospital", decalcada de Talking Heads e embebida em música disco, conseguiu efeito semelhante logo em seguida. Em "Kiss of life", Edd Gibson se atracou a um tamborim, enquanto a banda exercitava sua vertente David Byrne - eles gostam de pesquisar timbres e batidas "exóticas", e são loucos pela bateria das escolas de samba do Rio. Antes do show, por sinal, o baterista Jack contou em seu Twitter que eles terão aula de samba no Rio, antes de subirem o Pão de Açúcar e se atracarem com um "churrasco brasileiro".

Um agogô aqui ou acolá, porém, e foi tudo que eles mostraram de carnavalesco no show. De resto, ficaram firmes no que, na época do New Order, era chamado de tecnopop (ainda que aqui, com mais guitarras). A novidade é que eles têm um hit sem intermediários chamado "Paris", direto do produtor ao consumidor, cantado em coro pela plateia, mesmo que a banda não tenha lançado disco no Brasil. (Mais um) sinal dos tempos.





2 comentários:

Kalunga disse...

Porra Taylor, crente que leria um texto detalhado SEU...

***

Em tempo: o Multishow Music Live passou anteontem este show. A filmagem (o som e a iluminação tbm) é espetacular, demorou pra cair a ficha de quera o show do Circo Voador, nível de DVD oficial. Alguém deve ter gravado e já já vai aparecer num torrent da vida pra gente baixar. Pelo que vi na TV o show deve ter sido muito foda (não tinha dúvidas disso) e os caras tocam direitinho ao vivo, inclusive o vocalista, que não desafina e nem perde o pique mesmo nos falsetes.

Taylor disse...

kalunga, foi tudo muito em cima. show do friendly fires um dia e no outro eu ja tava num onibus pra sampa e depois em um aviao pro paraguay.
o tempo passou e perdi o ritmo e o frescor da informaçao.
mas foi isso mesmo, show foda, redondao!!!