domingo, junho 10, 2007

e o sol reflete no chão do quarto, me cegando brevemente.
No som um lamento qualquer de uma banda sofrida qualquer.
o dia começa bem. o texto que deveria sair está preso em algum lugar dentro de mim, mas mesmo assim está encaminhado. Uma hora ele vem.
O dia começa bem. o dia começa bem.
maldita hora que fui dar para acreditar em neurolinguistica.

o dia começa anda bem. A dor de cabeça está me deixando tonto.
o tylenol desceu junto com um gigantesco copo de água. o álcool me deixou seco por muito tempo. o ar-condicionado e o tempo, realmente seco nessa época do ano, também o ajudaram. E muito. a garganta parecia querer colar um lado no outro, me deixando sem voz, sem possibilidade de engolir uma pequena lufada de ar, o que é realmente muito para quem engoliu sapos de todos os tipos e tamanhos ao longo de tanto tempo.

Mas o texto, cadê o texto?

checo o e-mail. Mais duas mensagens tentando me vender a nova e revolucionária formúla para aumento do pênis. Com isso não tenho problemas. Já comprei meu carro, minha picape, na verdade. Uma bem alta, bem grande e que acelera bem forte. Tenho um pau de aço. e quatro rodas. Coisas que só mesmo um adiantamento da editora poderia comprar. o que quer dizer: já peguei o dinheiro, já gastei o dinheiro, e não fiz nada ainda em troca do dinheiro.
Talvez tenha que vender a picape. é, não sei. acho mais fácil escrever algo. ou então terei que começar a ler os spams que chegam querendo que eu aumente meu pênis.

o dia começa bem. o dia começa bem.
a primeira coisa para o dia começar bem é fechar a maldita cortina. o sol reflete no chão do quarto e vem direto para o meu olho. atrapalha pacas, mas pode ser o começo de uma história.

Pronto, mais escuro agora. Menos influenciado pelo brilho dos outros. hehehe
ainda sem nada na cabeça. A história do facho de luz não funcionou muito bem. Parecia boba, simples. Agora são 10 e meia da manhã. Sinto vontade de beber uma cerveja bem gelada. Mas ainda não sei o que vou comer no almoço. Acho que vou no bar perto de casa mesmo. o PF deles é muito bom. Meio carregação, muita comida, muita fritura. Meu coração, coitado, além de sofrer por todos os problemas da alma que um escritor recluso pode ter ainda tem que aguentar essas quantidades absurdas de gordura que injeto boca adentro na maioria dos dias.
Fazer o que se só a comida consegue dar gosto à vida.

o texto, meu Deus, o texto. Fico vagueando, perdido em milhares de pensamentos estúpidos dentro de um quarto escuro, com um som tocando uma música qualquer de uma banda qualquer. Parece que toda vez que escrevo me repito. Finjo ser estilo, pretendo ser força de linguagem, mas é pura repetição. Gosto da rotina. as coisas que acontecem como tem que acontecer. Está certo, elas nos matam aos poucos. mas são tão mais confortáveis e menos assustadoras. Opa, outra mensagem no e-mail. vejo meus e-mails de cinco em cinco minutos. É um vício. pelo menos um dos meus vícios. se não fosse a bebida, agora que parei de fumar, seria o único. Enfim, minha mãe quer saber se posso passar na casa dela para arrumar as minhas coisas. Costumo deixar livros e papéis por onde passo. Na casa da minha mãe tem uma estante e um armário só para guardar minhas coisas. E está tudo uma zona por lá. digo que são coisas para estudo. porcarias para dar inspiração. Mas deve ter desde contas antigas e pagas com atraso até cartinhas anônimas que escrevi para meninas que gostava na época do colégio mas não tive coragem para entregar. vou ligar pra ela. quem sabe não dá pra filar um almoço por lá? talvez até uma cerveja gelada que meu pai sempre deixa na geladeira depois que parou de trabalhar.
Boa idéia. o texto, bom ,o texto eu continuo um outro dia. Olha aí, essa pode ser uma boa idéia pro texto. malditos prazos.

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