sexta-feira, junho 15, 2007

E-mail para o Garambone, colunista do Globo.com, contando a vez que assisti um jogo na torcida do rival. A maioria de vocês deve conhecer essa história. Para quem não conhece, um continho que poderia entrar nas minhas memórias.

sou eu de novo, escrevendo para contar a minha visita ao inimigo. E quando digo inimigo, realmente quero dizer inimigo.Para mim, pelo menos, o Fluminense é o pior time do mundo. Traumas de infância, quando um feriado de 15 de novembro com meu pai e avô se tornou um mar de sofrimento. Era minha primeira vez no maraca, ano de 84 ou 85. Uma sacolada de 3 a zero no botafogo. Daquelas de dar dó. Saí do estádio mais botafoguense que nunca, e com ódio mortal do tricolor das laranjeiras.

Mas quis o destino que meus primos e tio fossem fluminense. E deles veio o convite: quarta à noite vai ter Flu x Bangu nas Laranjeiras. Conseguimos lugares nas sociais. Eu, como bom amante do futebol, aceitei sem pestanejar. E lá fui eu, no coração do inimigo.
O jogo, pelo estadual de 95, estava morno. 1 a zero fluminense. E nas sociais, não tive outra escolha a não ser torcer como um tricolor, junto com minha família. Gritei Nense, comemorei o gol, mas lá no fundo, sentia uma pontada de tristeza. Até que Ronald, que depois foi para o mesmo fluminense, empata o jogo no finalzinho.

Não resisti e me levantei, soltando o grito da garganta. Em questões de segundos percebi que minha vida corria risco. E como era muito novo para morrer, resolvi vestir novamente a camisa tricolor. Aproveitei o grito, que graças a Deus não foi de gol, para começar a xingar a zaga e maldizer o empate do Bangu.

Nesse campeonato, com o gol de barriga do Renato, o fluminense foi campeão. E, lá no fundo, me senti também um pouquinho campeão.

É isso.

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