quinta-feira, julho 15, 2010

sabe o que pesa?

ver fotos dos amigos casados.
ver fotos de conhecidos de infância, perdidos nos anos pós-colégio, com filhos de mais de 10 anos.
ver apartamentos mobiliados, vidas construídas, rotinas felizes (ou não, não importa).
ver vidas sendo vividas, sem maiores questionamentos. Um dia após o outro.
ver o passar dos anos nos olhos mais cansados, nos rostos mais inchados, nas marcas na pele.

e parar para pensar, onde é que eu parei?
Onde foi que eu errei, se é que errei.
É errado querer abraçar o mundo?
É estranho ter 34 e não ter uma casa ou uma rotina?
E nem pensar em ter uma rotina?

Será que é preciso entrar às 8 e sair às 18, para se sentir parte da sociedade?
e que porra de sociedade é essa que não me escuta, que não me entende e que nunca me quis? É a mesma a qual eu nunca fui apresentado? E se for essa mesma, por favor, mantenha-la à distância.

Acho que sou daí, sou o vento.
Passo, nunca fico.
Solto, pelos ares.
Invisível, mas aquele que todo mundo sente.

Um dia a gente se encontra, numa rajada de risos, aos pés de um morro qualquer.

Um comentário:

Gil Pender - Livre como um táxi disse...

"ver apartamentos mobiliados, vidas construídas, rotinas felizes (ou não, não importa)."

Pode ser só o que importa, na verdade.

90% (e sendo otimista) desses casórios aí são um tristeza só, uma conjunção de comodidade, pelancas, rugas e tédio. Melhor estar morto. Ou melhor, isso é estar morto.

Mas há quem goste.