De 07/03/2001
- faz mais de 16 anos que escrevi isso. Era pré-blogger (e olhe que meu blog é velho). Consegui salvar aqui, depois de encontrar perdido no meu hotmail (outra ferramenta ancestral que, um dia, já foi a pedra fundamental da internet), na pasta colunas (essa eu escrevi para o site www.ssvirtual.com.br
" Eu acho que vi um gatinho.
Quem aqui nunca ouviu falar do Napster?
E quem, em sã consciência, estaria lendo um site sobre música se não o
conhecesse?
Napster é aquele programinha legal, leve e que, de uma tacada só, acabou com
as milhares de milhas e impostos alfandegários que separavam o Brasil do
resto do mundo musical. Lados B de singles nunca lançados no país, versões
ao vivo, acústicas e remixes dos grandes nomes do pop passaram a fazer parte
do cotidiano de nossos HDs. Acabou a "necessidade" de se gastar reais e
reais (e, nos dias de hoje, cada vez mais reais) com discos difíceis de se
encontrar nas lojas. Ou pior ainda, encomendar discos importados aos olhos
da cara, só porque eles ainda não foram lançados no Brasil. Com o software
do gatinho, deixamos de gastar nosso suado dinheirinho com CDs. E passamos a pagar a conta de telefone.
No entanto, o Napster abriu portas muito mais importantes. Fez a cultura
marginal fervilhar e deixou o mundo do tamanho do seu monitor. Com uma leve
fuçada em sites especializados ou em e-zines (verdadeiros garimpos
virtuais), encontramos bandas e selos independentes dos quais nunca ouvimos
uma palavra, seja em rodinhas de bar ou na imprensa especializada. E que
valem muito a pena dar uma conferida. Música feita por pessoas normais e
não por Kens e Barbies que habitam o mercado. Feitas para puro prazer de
seus criadores, e não para a exploração comercial da libido dos/das adolescentes do mundo. Selos como Sub Pop, conhecido graças ao sucesso de seu mais famoso rebento, Nirvana, podem ter finalmente seus catálogos esmiuçados. O que falar então de outros menos famosos como Touch and Go,
Merge ou Chemikal Underground? Só escuta o Bonde do Tigrão quem quer.
Com a internet, com o Napster e com a chegada da banda Larga, será cada vez
mais pessoal a escolha de estacionar no limbo cultural. Rádios e jabás
existirão por muito e muito tempo, mas felizmente o antídoto à isso já está
por aí. Viajando por entre cabos, fibras óticas e fios de cobre. Chegou a
hora da revolução. E, fácil como lançar uma bomba sobre o mundo, tudo o que
temos a fazer é apertar um botão."
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