quinta-feira, novembro 16, 2017

Coluna no London Burning sobre o Festival Dia D, em 2001


O Dia D ficou marcado na história mundial como o dia da Invasão =os Aliados na Normandia. Mas aqui em Vitória, capital do esquecido Espírito =anto, faz três anos que Dia D significa outra coisa. Ele agora é o nome dado =o maior Festival de Música Capixaba do mundo. São 14 horas de festival, =om bandas para todos os gostos e mais do que isso, espaço para artistas, =oetas, performers e DJs. Com um detalhe, todos têm que ser da terrinha. =/P>
Esse ano, a produção montou toda a estrutura necessária para = festival receber as 20.000 pessoas previstas, e o evento aconteceu da forma =ais tranquila possível, sem confusões. As pessoas se dividiam entre os =inco palcos (Vitória, Muqueca, Capixaba, Expressões, Artes), as =arraquinhas de comida e bebida, a pista de skate e o paredão para escaladas. =fanismos à parte, o que vimos esse ano foi a consolidação da já consolidada =cena capixaba" de rock e reggae (uma pergunta que não quer calar: por que =urgem tantas bandas de reggae por aqui?). Algumas bandas prontas para =stourar, outras nem tanto, mas todas com o objetivo de mostrar (para quem =esmo?) que o Espírito Santo é mais do que um pedaço de terra separando o Rio =a Bahia. Os destaques do Festival ficaram por conta de bandas já "famosas" por =qui. As que mais se destacaram no festival foram:
O Manimal, tocando seu rockongo (o congo é um ritmo típico =o ES), mostrou a mesma competência de quem já fez vários shows pelo =rasil e Europa, inclusive abrindo para gente como Skank e Nando Reis. Boas canções =ops e outras mais no estilo mistureba. Vale a pena tentar ouvir seus dois =iscos.
Casaca. Misturando reggae com uma pitada de congo (ele de =ovo), fez um dos shows mais concorridos do festival, explicado pelos sete mil =iscos vendidos de seu primeiro disco independente, em apenas algumas =emanas. Atenção gravadoras...
Pé do Lixo. Dois discos lançados, vencedor de uma das =tapas do Ultrasom, antigo programa da MTV. Um show já conhecido dos =apixabas, com muita energia e boas músicas. Destaques para Terra Prometida e =assacre, levantando poeira. A apresentação contou com um desfile de moda, =om roupas feitas com material reciclado.
Lucy. Tocou seu repertório "Mutantes", capitaneados pela =oderosa voz de sua vocalista, Manuela (Rita Lee está de volta). Se você gosta =e Mutantes (por que só essa banda me vem a mente quando falo da Lucy?), se vire = consiga um disco, uma demo-tape, um mp3 deles. Você não vai se arrepender. =/P>
Lordose pra Leão, uma das bandas que tinha tudo para estourar = não o fez. Pena que, apesar das músicas serem do cacete, já cansaram um =ouco. Se você vai ouvir pela primeira vez, escute Homem-pássaro e a =ersão de Frevo Mulher do Zé Ramalho
Mukeka di Rato – Hardcore já conhecido por todo o =aís, que não conta com tanto reconhecimento local. Muito peso, barulho e ótima =resença de palco. A única ressalva é que é um tipo de som para adolescentes cheios =e hormônios em ebulição. Eu, sinceramente, já passei dessa fase.
O Dead Fish talvez fosse, dessas bandas, a com menos futuro =ela frente. Mas se a sinceridade já fez do Teenage Fanclub o que ele é =oje, porque não daria certo para os caras do Dead Fish? Eles acreditam no =om que fazem e por isso são tidos como uma das melhores bandas nacionais do =stilo punk-hardcore. Lançando o terceiro disco, Afasia, fizeram um show em =asa, com tudo de bom (e de ruim) que isso possa oferecer. Letras cheias de =ensagens, para nenhum fã de Bad Religion botar defeito. Um conselho: =onheçam.
Thor, uma banda de metal dos anos oitenta, se uniu mais de dez anos =epois para um único show, durante o Festival. Um do melhores shows da =oite. Fábio Boi, com passagens por bandas como Atomica e The Skulls, mostrou que =inda está em boa forma. Coisa que só as pessoas que acompanham seu novo =rojeto "Silence Means Death", conhecem. Gosto de saudade para uns, de =ovidade para outros (eu incluído) e a certeza de que música boa não tem =dade. Presenças na platéia de Gastão Moreira e Fábio Massari. (O que eles estavam =azendo aqui???)
Já que falei eles, não custa nada comentar o show mais pesado =a noite. O Silence Means Death, toca um thrash com algumas levadas hardcore que =á obteve críticas positiva em várias publicações especializadas tanto =o Brasil, quanto na Europa. Peso, melodia e tudo pra ser o que o Sepultura foi há =lguns anos atrás. Parece que chegou a vez deles.
As outras apresentações não chamaram atenção suficiente, =á que tiveram que brigar entre si pelo público, espalhado pelos cinco palcos =iferentes. Desse jeito, a tarefa mais difícil ficou para os espectadores. Ter que =scolher entre um ou outro artista, correndo de um lado para outro Uma tarefa =m pouco árdua para quem tinha nada mais do que 52 bandas para assistir.

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