sexta-feira, setembro 10, 2010

Essa época cibernética envelhece a gente em velocidade de banda larga. E eu só tenho 30 anos.


frase fodástica roubado na cara de pau do http://www.escrevinhando.com.br/ acerca do fim/assassinato/extinção do Rio Fanzine.

Bom, a frase fala por si só.
Já o fim do Rio Fanzine, quem fala são os "donos do pedaço"

"
Enviado por Carlos Albuquerque e Tom Leão - 10.09.2010 | 10h22m

Sem mais adeus


Todo carnaval tem seu fim. O do Rio Fanzine em papel é hoje. Mas sem quarta-feira de cinzas, sem tristeza, sem choro. O momento é de celebrar nossos exatos 24 anos — temos nosso próprio tempo, como diria aquela banda de Brasília, que esteve em algumas de nossas primeiras edições — e a inesperada sensação de que fizemos alguma coisa importante, embora não esteja muito claro o quê.

Mas temos pistas. Quando o Rio Fanzine nasceu — sob as bênçãos da rainha Ana Maria Bahiana e os posteriores cuidados de dois dos seus súditos — a informação sobre cultura na chamada grande imprensa era reta e vinha do alto para baixo. Era natural que fosse assim. Cultura alternativa, então, nem se falava dela, salvo as pioneiras colunas de Big Boy e Nélson Motta, aqui no GLOBO.

Mas os tempos, eles já estavam mudando. O primeiro Rock in Rio tinha gerado euforia e inquietação. Os ecos punk também podiam ser ouvidos, apesar da distorção. Todo mundo queria fazer alguma coisa — formar uma banda, fazer uma festa, montar um festival, criar uma rádio de rock e até mesmo inserir um fanzine dentro das páginas de cultura de um grande jornal. A terra estava se movendo: era o underground em ebulição. Restava fazer a nossa parte, a nossa obrigação: divulgar isso.

O Rio Fanzine começou a servir, então, como duto de passagem para essa pressão. E que pressão! Tínhamos que falar de novas bandas, novas festas, novos festivais, novas rádios, novos sons e novas tendências, que nenhum assessor ou divulgador faria chegar à redação.

E assim foi. Descobrimos Planet Hemp, Skank, O Rappa, Ed Motta, Los Hermanos e Canastra, entre muitos, mas muuuitos outros. Falamos de discos, livros, filmes e quadrinhos que ninguém estava prestando atenção, numa época em que o “New Musical Express” só era encontrado em algumas poucas bancas da cidade. Detectamos (e condenamos) a presença dos pitboys na noite carioca. Abraçamos a eletrônica nos seus primórdios, mergulhamos na onda grunge, dançamos com os primeiros raps e viajamos com o dub. Falamos até que o futuro da música seria através de uma novidade chamada internet. E acreditávamos, piamente, que nosso dever, se havia algum, era tornar o underground maior.

Dito e feito. Hoje aquele underground do Rio Fanzine está por cima, está em toda a parte. Ele não precisa, portanto, mais existir naquele velho espaço. Não faz mais sentido. O Rio Fanzine vai continuar on-line, neste blog no site do GLOBO, reforçado a partir de agora. Vai continuar também, de alguma forma, nas páginas do Segundo Caderno (onde nasceu e gerou um filho, a coluna Trans), no Rio Show, no Megazine, nas festas, na televisão, nos blogs, sites, redes sociais, e, a partir de hoje, nas suas próprias mãos. O nosso download foi, enfim, concluído.
"

Nenhum comentário: