segunda-feira, setembro 20, 2010

acho que esse tempo fechado, com um pouco de frio, com um pouco de chuva me faz feliz.
Faz-me escrever em profusão leviatânica, pelo menos.
Tudo faz sentido em palavras, no papel.

Anoitece aos poucos por aqui.
Três xícaras de café depois, aparece um panetone de ontem, todo destruído.
Resquício de panetone, seco. Quase natureza morta.

Apenas um pedaço parece não ter sido tocado.
Esquecido pelo tempo, que precisa, mas o bastante para que o ache.
De supetão, agarro um fiapo de sua massa e atiro boca adentro.

o tempo parece parar.
Em instantes, lembranças invadem o cotidiano sem sal.
natais, família, amigos e felicidade extrema.
Frio, chuva, presentes, bonecos de neve, aulas de francês...

como um simples pedaço de panetone consegue mudar minha vida, meus dias até o final do ano?
por que tanta felicidade em um sabor adocicado, por que tanta boa vontade, por que querer e ser feliz depende de uma mordida em um pedaço de pão doce?
Estou radiante.
O fim do ano, o momento de alegria, de dividir, o natal, o papai noel, tudo está aqui.

Como sempre estiveram, dentro de mim.

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