segunda-feira, setembro 20, 2010

dois posts em um.

Como todos não souberam, não estou bem. Ou não estava bem, pelo menos.
Ansiedade, trabalho, pressão, estresse.
Partiu o fio. pirei e curei.
I'm fine, thanks.

Enfim, segunda amanheceu chovendo.
O VMB foi aquilo, colorido sem ser GLBT.
E mais um amigo de colégio foi pai, quarta passada.
(toda vez que digito pai, erro a tecla e aperto o U em vez do I. Toda hora escrevo pau em vez de pai. Mas, se pensar bem, tem tudo a ver. Costumam dizer que o Pinto é sempre por parte de pai, mas essa piada é velha).

ok, me perdi.
voltarei ao que pretendia falar.

dois tópicos:
VMB
PATERNIDADE

Sobre o VMB, engraçado que, ainda por algum segundo perdido, fui até a página da MTVe resolvi votar nos indicados. Como o Zémaria estava indicado em eletrônica, fiz questão de deixar meu voto para eles. Se não conhece, corre atrás. Mas depois de depositar com consciência esse único voto, comecei a ver a lista dos outros indicados. E não pude me conter. Comecei a votar nas outras categorias.
Cabe um adendo aqui - pessoal, claro. Faz tempo que a Mtv deveria mudar de nome. o M deixou de significar Música para significar Merda faz algum tempo. o que salva são os labs da vida, sempre depois da meia-noite ou antes do meio-dia. Deve ser para a juventude não ficar confusa. Imagina um adolescente família restart vou xingar muito no tuiter hoje ligar a MTV e assistir clipes? Ele vai ter um surto e, ahn, xingar muito no tuiter.
O importante são os programas de moda, comportamento, realitys americanos, fofocas sobre os ataques de hiltons, lohans e spears da vida e, claro, as piadas. Meu Deus, o que seria da MTV sem os programas de humor? Daqui a pouco Adnet vai pra Globo encarar uma geladeira, seguida de um programa nas madrugadas, assim como as músicas na MTV.
Ou pior, vai ter que mudar de nome, ficar sem falar no Botafogo e aderir aos legionários da emissora do Bispo.

Voltemos pois aos prêmios da MTV. Ao VMB. Na verdade, costumo reduzir toda a discussão a uma única frase: "Quando começamos a levar a sério Fresno e NXzero, por conta de Restart e Cine, alguma coisa está errada."

Sim, votei nas piores opções entre os indicados. Como votar no Otto ou no Arnaldo Antunes, quando podemos votar no NXZero? Afinal, esse não é o canal das piadas?
Aí depois me vem a plateia, a mesma que votou horas a fio, vaiar o restart quando sobem ao palco para receber o prêmio de artista do ano. Queridos estamos na MTV, o canal que se perdeu no tempo e na sua função e que deixou de ser relevante há alguns anos atrás. Estamos dentro do canal das risadas, do stand up sem graça, dos VJs sem bagagem, mas com o cabelo todo colorido. Ou será que a piada, quando começa a ser levada a sério perde a graça?


****

Sobre a paternidade. Bom, esse assunto se confunde com uma certa pressão da idade e, mais uma vez, a uma crise de pertencimento.
Não sei mais onde é minha casa, onde é meu trabalho, onde está meu futuro, quem são meus amigos (ok, esses são os mesmo de sempre, mas agora casados e pais).
E hoje pela manhã, quando fui fazer novos ósculos e amplexos para mim no Shopping, encontrei mais um, recém-papai. De quarta passada. Diz que não dormia fazia quatro noites. Sim, deve ser difícil. Mas pior foi me afastar durante dois segundos do local do encontro e me ver de longe, bermudas, tatoos, mochila e casaco da Adidas. Barba sempre por fazer, 20 e tantos anos na moleira. Será que estou ficando para trás? Sou o que não envelhece? ou o que não amadurece?
Bateu pesado isso. Não estou casado, não pago aluguel, não pago condomínio, não tenho a menor vontade de me enfiar num trampo 8to6, e destruir o que resta da coluna e do ciático. Consigo me manter com um pouco de grana que faço, graças aos meus parentes. Admito minha dependência, talvez pela primeira vez. Hoje trabalho, daqui a 15 dias quero ir pra Irlanda, Holanda, Porto Alegre, Paraguay. Tanto faz. Vou ter tempo para matar e não de férias, porque férias são o meu dia a dia. Quando trabalho é que o faço por um mês, talvez quatro no ano.
Até quando, não sei. Um dia não consigo mais emprego. Não terei mais dinheiro.
Vou olhar pra trás e ficar feliz pelo que vivi e triste pelo que vem pela frente. Sem saber onde moro, sem saber o que esperar da vida, sem uma carreira construída com muitos dias desperdiçados dentro de um escritório.

Espero que falem de mim, pelo menos um dia depois da minha morte. Que a eternidade seja enquanto estou aqui, tentando viver o mais intensamente possível o resto das energias da juventude que é eterna enquanto dura.

Enfim, são essas as dúvidas que me atormentam, as perguntas que não tem resposta e que tento a toda hora saber como responder. Talvez seja hora de esquecer essa coisa de construir a vida como todos esperam que ela seja e viver um dia de cada vez, escolhendo as coisas e caminhos à medida que vão se mostrando.

pensar. Pensar.
penar.

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