sexta-feira, agosto 06, 2010

Arquivo NERD que encontrei perdido em meu HD. Provavelmente vindo de outros computadores que tive...


Planescape




No meio da década de 90, a maior fabricante de jogos de RPG do mundo, a TSR, se viu em sérios problemas. Outras empresas lançaram jogos explorando temáticas diferentes e começaram a tomar o mercado de clássicos como D&D (Dungeons and Dragons) e AD&D. Pouco tempo depois aconteceu a invasão dos card games, mais precisamente do Magic: The Gathering. A empresa, então, percebeu que deveria tomar alguma atitude ou acabaria fechando suas portas. Em meio a essa turbulência, seus diretores decidiram pelo cancelamento de alguns produtos – como os universos de jogo Dark Sun, Greyhawk e Spelljammer - e lançamentos de outros, tentando atrair a atenção de volta para eles.

Foi assim que surgiu Planescape. Baseado no sucesso de vendas do suplemento “Montrous Compendium – Other Planes” (Compêndio de Monstros de Outros Planos), o novo cenário trazia para o campo de jogo a extensa mitologia presente nesse livro e em outros títulos de AD&D, onde planos etéreos e elementais se misturavam com céus, infernos e deuses de todos os tipos.

O ponto de partida do jogo é a cidade de Sigil. Em forma de rosca, ela não tem começo nem fim, e fica em algum lugar do plano ........ Além disso, a cidade serve de passagem para todos os viajantes dos planos pois é nela que se encontram os portais de entrada para todos os planos existentes. Basta encontrá-los, o que não é muito fácil. A partir deles, os personagens podem ir para qualquer lugar, encontrando semi-deuses, titans, demônios e o que mais vocês tiverem a sorte, ou azar, de encontrar.

A Dama da Dor (Lady of Pain) é a pessoa (?) que olha pela da cidade, fazendo às vezes de um, digamos, anjo da guarda. É ela que protege a cidade de velhos conhecidos como os tanaa´ri e os baatezu, demônios de planos inferiores que pretendem usar a cidade e seus portais como ponto de partida para tomar conta de toda a existência.
Além disso, em Sigil existe uma superstição que, por mais incrível que pareça, nunca deixa de acontecer. É a regra dos três. Tudo em Panescape vem de três em três. É melhor estar preparado caso aconteça alguma desgraça a seu personagem no jogo, pois outras duas podem estar a caminho.


Lady of Pain



Esse é Planescape, com algumas coisas a mais ou a menos. Pode parecer meio complicado, e realmente é. Mas depois de dominado, pode rapidamente se transformar no seu cenário preferido. O jogo fica muito maleável e nele coisas impensáveis podem acontecer a qualquer momento.




***


Blood Wars




Voltando ao cenário de Planescape, vamos tocar num assunto muito delicado. As Blood Wars (Guerras de Sangue). Como já foi dito na coluna passada, os Baatezu e os Tanaa´ri são famílias de demônios presentes nos planos inferiores. E, como demônios, o que mais querem é invadir e tomar conta de todos os planos de existência, transformando-os num verdadeiro caos. Mas para iniciar tal domínio, primeiro precisam sair de seus planos infernais. E saindo, eles entrarão diretamente em Sigil, a cidade que serve de ponto de partida e chegada para os portais que conectam os planos. E que é supervisionada pela Lady of Pain (Dama da Dor). Complicado, não? Mas todo o cenário de Planescape é assim.

O que evita essa tomada do controle pelos demônios é ironicamente, o fato de eles serem demônios. Cada lado quer essa vitória ligada ao nome de sua raça. Cada vez que os Tanaa´ri estão prestes a invadir um plano, os Baatezu vão e sabotam a tentativa deles. E vice-versa. Quanto a essas sabotagens, elas podem variar de uma simples armadilha, que fará uma tropa inteira de invasores irem parar nos Elísios, a um sangrento ataque frontal de um exército contra o outro. Essas são as Blood Wars. A eterna luta entre os Baatezu e os Tanaa´ri, na tentativa de dominar tudo e a todos. Lendas dizem que por trás dessa guerra pode-se ver a mão da Lady of Pain, defendendo sua cidade, pois cada vez que um grupo está prestes a conseguir seu intento o outro vai e desfaz seus planos, tirando Sigil de sua trajetória de destruição. Assim a intenção de invadir, nunca passará de uma simples intenção, inofensiva para todos, a não ser para os próprios invasores que se destroem a cada tentativa mal sucedida.

A TSR chegou a lançar um card game, baseado em Planescape, chamado Blood Wars, mas ele acabou se tornando um fracasso de vendas. O jogo tentou ser mais amplo, e não se ateve somente às Blood Wars, o que fez perder um pouco do seu sentido. Passou a ser só mais uma fraca cópia do sucesso de vendas Magic: The Gathering. Alguns meses após seu lançamento, o card game foi cancelado.

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