quarta-feira, dezembro 03, 2008

Em 7 de março de 2001 escrevi isso para um site:

> Eu acho que vi um gatinho.
>
> Quem aqui nunca ouviu falar do Napster?
> E quem, em sã consciência, estaria lendo um site sobre música se não o
> conhecesse?
> Napster é aquele programinha legal, leve e que, de uma tacada só, acabou com
> as milhares de milhas e impostos alfandegários que separavam o Brasil do
> resto do mundo musical. Lados B de singles nunca lançados no país, versões
> ao vivo, acústicas e remixes dos grandes nomes do pop passaram a fazer parte
> do cotidiano de nossos HDs. Acabou a "necessidade" de se gastar reais e
> reais (e, nos dias de hoje, cada vez mais reais) com discos difíceis de se
> encontrar nas lojas. Ou pior ainda, encomendar discos importados aos olhos
> da cara, só porque eles ainda não foram lançados no Brasil. Com o software
> do gatinho, deixamos de gastar nosso suado dinheirinho com CDs. E passamos a
> pagar a conta de telefone.
>
> No entanto, o Napster abriu portas muito mais importantes. Fez a cultura
> marginal fervilhar e deixou o mundo do tamanho do seu monitor. Com uma leve
> fuçada em sites especializados ou em e-zines (verdadeiros garimpos
> virtuais), encontramos bandas e selos independentes dos quais nunca ouvimos
> uma palavra, seja em rodinhas de bar ou na imprensa especializada. E que
> valem (muito) a pena dar uma conferida. Música feita por pessoas normais e
> não por Kens e Barbies que habitam o mercado. Feitas para puro prazer de
> seus criadores, e não para a exploração comercial da libido dos/das
> adolescentes do mundo. Selos como Sub Pop, conhecido graças ao sucesso de
> seu mais famoso rebento, Nirvana, podem ter finalmente seus catálogos
> esmiuçados. O que falar então de outros menos famosos como Touch and Go,
> Merge ou Chemikal Underground? Só escuta o Bonde do Tigrão quem quer.
>
> Com a internet, com o Napster e com a chegada da Banda Larga, será cada vez
> mais pessoal a escolha de estacionar no limbo cultural. Rádios e jabás
> existirão por muito e muito tempo, mas felizmente o antídoto à isso já está
> por aí. Viajando por entre cabos, fibras óticas e fios de cobre. Chegou a
> hora da revolução. E, fácil como lançar uma bomba sobre o mundo, tudo o que
> temos a fazer é apertar um botão.
>
> Luis Taylor



(Depois de reler pensei: as molecada PAROU no limbo cultural. Tá tudo aí. e eles ouvem as mesmas coisas sempre. ai ai...)

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