terça-feira, abril 26, 2011

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Som

Em um estúdio de áudio tudo o que não esperávamos encontrar era silêncio. E foi justamente com ele que nos deparamos ao chegar. Simone, Maria e Louzeiro, três sócios e editores de som, sabem que além criar um ambiente tranqüilo para o trabalho, o silencio é como uma folha em branco, pronta para ser rabiscada com sons, efeitos e trilhas.

O silêncio foi quebrado, no entanto, assim que começamos a conversar. Com a experiência de quem trabalhou em mais de uma centena de longas, os três contaram histórias e lembraram momentos curiosos. Como o que Glauber Rocha pediu para saturar todo o som de um de seus filmes. O responsável pelo som disse que aquilo não ficaria nada bom. Só que naquela época, o resultado alcançado pelos estúdios de sonorização era sofrível. Glauber então disse: se vai ficar uma merda que fique tudo uma merda. Pelo menos vou poder dizer que é estilo.

Enquanto percorremos o estúdio de mixagem, sala certificada pela Dolby, e as ilhas de edição, fomos conhecendo um pouquinho mais da realidade de quem trabalha com som, tantas vezes relegado ao segundo plano. Só que é importante lembrarmos sempre essa é uma arte audiovisual, escrita assim mesmo, com o áudio a frente do vídeo.



Montagem

Uma sala, uma máquina, um corpo. A única coisa que pode causar estranheza nesse cenário até então normal são as duas telas no computador. Ok, você já deve ter percebido, estamos no novo formato da ilha de edição. As moviolas, os pedaços de filme jogados no chão, as grandes máquinas de edição linear, as fitas. Tudo isso parece coisa de cinema, ou melhor, do passado. Hoje, bastam os programas certos, os arquivos certos, e, claro, um bom profissional.

Marcelo Moraes está em casa e no momento edita o longa Meu Pé de Laranja Lima, de Marcos Bernstein. No seu currículo, sucessos de público como Meu nome não é Johnny, Muita calma nessa hora e De pernas pro ar. Sua visão, na hora de montar, é a de um espectador. Ele busca as emoções primárias, aquela que você sente no momento em que vê uma cena, e tenta mantê-la no corte final. Pelo resultado que seus filmes vem alcançando, essa parece mesmo ser uma boa forma de conquista. O público, já na casa dos milhões, que o diga.

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