segunda-feira, janeiro 19, 2009

não sei, sabe?
parece que ia escrever alguma coisa.
Parece que tinha alguma coisa para falar,
para colocar para fora.

Não sei. Ou não lembro.
Foi ontem em algum momento.

Deitado em um colchão jogado no chão.
Televisão no chão, mal sintonizada em 4 canais abertos.
Pobre tv, que te viu já não te vê.

Termino de ver Cão sem Dono,
me lembro do Festival de Cinema,
dos sonhos, das perspectivas, de um novo caminho.
o cão tá lá, sem dono.
Somos todos cães sem donos, vagando por aí,
tentando encontrar alguém que nos dê abrigo, carinho e atenção.
E comida na boca.

Quero escrever. Quero voar sem sair do lugar.
Quero desenvelhecer como o personagem do livro.
Quero me preparar para um novo mundo novo,
onde estarei, sem casa nem acaso, com os pés no chão.
Só com uma certeza. Aqui é e não é meu lugar.

***


Como li em uma revista sobre língua portuguesa,
o tempo é uma invenção humana.
Ele não passa, ele está.
O problema é que só nos lembramos do passado.
(Quem chegou a essa conclusão foi o Stephen Hawking)

Aí, parece que andamos para frente, segundo após segundo.
Mas não andamos, não passamos. Estamos.

o que pode ser assustador se você se vê entregue a uma rotina mórbida
e sem graça. Você está sempre parado.
Se repetindo em suas potencialidades.
Sempre o mesmo afeto.
Hora de deixar a inércia do movimento me levar.

Um comentário:

Kalunga disse...

o tempo é você quem faz: mãos à obra, porra!