quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Acabei de chegar em casa. Fui exercitar meu egocentrismo e assisti um filme sozinho.
Juno, se chama.
Devo dizer que saí do cinema meio abatido.
Abatido como um pato que voa pelos pântanos americanos sem saber que o chamado que lhe atrai é o de um caçador e sua espingarda.
Ainda sobre o efeito do filme, que deve ter sido o mesmo causado pela Pequena Miss Sunshine para alguns há um ano atrás, caminhei pelos corredores do shopping, pensando.
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Umas poucas cadeiras ao meu lado, uma moça chorava copiosamente abraçada ao seu namorado.
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Entro no carro, com uma garrafa de 1500ml de água e um bombom. Dirijo sem querer chegar ao apartamento, que, desde cedo, resolvi não chamar mais de casa. Penso em ligar a tv e me jogar no sofá. Penso em colocar a água na geladeira. Penso em deitar na cama (em minha cama?) e ligar o som, deixando os pensamentos voarem pela minha cabeça.
Penso. Não realizo. O apartamento está vazio.
Depressão é ficar mais de um dia dentro de um lugar que você aprendeu a chamar de casa sem as coisas que faziam a sua casa.
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Casa? que casa?
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Um filme ainda pode mexer assim com as pessoas. E é isso que quero fazer.
E da próxima vez, queria muito assistir com alguém do meu lado.
Talvez seja pedir muito. Sei que por uma belo período a única companhia que terei será daquele cara com a barba por fazer, meio descabelado, que me olha no espelho todos os dias pela manhã.

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