terça-feira, maio 22, 2007

Primeiro Aqui

Nos primeiros segundos podemos nos enganar, achando que estamos ouvindo alguma manifestação trabalhista dentro de uma metalúrgica em pleno funcionamento. Os sons metálicos e as vozes abafadas dividem espaço com uma guitarra e pronto: estamos no clima do novo e apocalíptico trabalho do Nine Inch Nails, capitaneado por Trent Reznor, Year Zero.

Após a experiência inicial, partimos para The Beggining of the end, o começo do fim. Como nosso planeta, cada vez mais próximo de seu final, a música é uma contagem regressiva para o fim do disco. E a partir delas as coisas só tendem a melhorar, ou piorar, dependendo de seu ponto de vista.

O clima de Year Zero foi espalhado aos poucos, com pistas em camisas de turnê, músicas deixadas em Pen Drives em banheiros e com sites que aos poucos iam revelando algo maior por vir. Inclusive, segundo Reznor, o disco é apenas um pedaço de algo muito maior por vir, “uma trilha sonora para um filme que ainda não existe”. Tomara que ele esteja correto, que isso seja para um filme mesmo, porque o cataclisma praticamente imposto a toda sociedade por fatores como poluição, derretimento das calotas polares e miséria, nos lembra a todo momento que o som que sai das caixas pode ser um réquiem para a civilização como a conhecemos.

The Good Soldier e Is this Twilight mantêm o elevado padrão de baladas do NIN, enquanto Survavalism, Capital G e Meet Your Master nos levam à imagem de furadeiras em tonéis de metal fazendo um barulho ensurdecedor e ao mesmo tempo hipnotizante. Um típico disco do som rotulado como “industrial”, para poucas pessoas realmente abertas para este tipo de sonoridade, mas essencial para elas.

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