domingo, setembro 24, 2017

Os caminhos que tenho percorrido são intensos e tortuosos. Vezes e vezes me vejo sem solução e a única saída é pedir ajuda a quem posso. Cada vez menos pessoas podem. A vida toma um valor e passa a se tornar tão cara e absurda que milhares não têm o menor valor.

Mas não era sobre isso que eu queria escrever.
Tenho andado bastante por aí. Desde um dia no CV da UFES quando disse para a Carol que queria morar em outros lugares, sinto que dei o primeiro empurrão em uma roleta que nunca mais parou de girar. No Brasil, morei em 3 estados e estive em tantos outros, vivendo aventuras inimagináveis. Fora, já passei por alguns tantos países. Morei em 3 e 1/2 (não morava em Gibraltar, mas vivia lá). Em todas essas caminhadas, fui deixando um pedaço meu. Uma parte do meu coração e dos meus afetos ficando sempre quilômetros atrás, para nunca mais me alcançar.

Chego a um momento em que já não sei se sinto algo pelo presente, pois estou cada dia mais preso ao passado. Os momentos que deixei parecem bem mais apetitosos dos que sorvo agora. O coração foi dividido em tantos pedaços que parece não ter sobrado mais nada comigo.

Sei que sinto falta de pessoas. Sinto falta da minha língua - amo minha língua. Sinto falta do espanhol, também. Amo a Espanha. Já não sei porque trabalho, o que busco, o que almejo.
Vou-me. Deixo mais um dia para trás e nele um pedacinho meu. Até não ser mais.

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