quarta-feira, novembro 02, 2016

Antes aqui:

Interruptor

Posso não parecer, mas sou um profundo admirador do ser humano. Nos últimos anos, no entanto, não há esperança na humanidade que sobreviva à realidade. Como disse certa vez o pensador Amaral, ótimo cabeça-de-área do Palmeiras nos anos 90, a esperança é a única que morre.

Lamento dizer, querid@, mas não é só a esperança que morreu. Ontem mesmo uma menina que foi atingida por uma explosão de bueiro faleceu. Ela estava saindo de uma festa. Para morrer basta estar vivo, é verdade. E ainda tem a tuma da piada pronta, a que ri de qualquer desgraça, dizendo que “Morreu? Antes ela do que eu.”

Até quando, no entanto? Ela veio antes, e antes dela teve o travesti que foi espancado até a morte por ser… ele mesmo. Ou a menina que levou uma bala perdida olhando a vista pela janela. Viver é perigoso. Mas o perigo chegou a níveis alarmantes no Brasil. Na verdade, quem está vivo até hoje é que faz parte das estatísticas. Morrer de causa natural (qual seria ela?) é uma improbabilidade. Haja colesterol, atropelamento de ciclista e armas de fogo…


Como disse acima, sou um profundo admirador da raça humana. Alcançamos algo que nenhuma outra raça conseguiu. Se auto-extinguir. Em termos de fazer merda, não dá para ninguém. A não ser, claro, que uma espaçonave pouse na Terra nas próximas décadas e me faça engolir cada uma dessas palavras jogadas ao ventilador. Mas aí, com um alienígena me olhando, engulo qualquer coisa.

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