Somos
frágeis, tão frágeis, que tivemos que criar caixas de concreto para colocar-nos dentro e sentirmo-nos protegidos (in order to feel safe). Uma queda, um escorregão, uma
batida com a cabeça no banheiro e pronto. Fomos dessa para melhor. Uma
infecção, uma bactéria pode querer aproveitar nosso corpo, quentinho e molhado,
para se reproduzir, acabando assim com seu hospedeiro. Você. Eu, não, que tomo
minhas vitaminas e faço meus exercícios matinais.
Estamos aí,
flutuando no espaço, como diz Jason Pierce. Um meteoro pode cair e levar-nos à
extinção. E não há dinheiro que nos salve. Um raio pode cair em sua cabeça,
durante um beijo cinematográfico debaixo de uma chuva torrencial, coroando um
encontro que vinha se alongando a anos. Tudo pode acontecer a qualquer momento.
E continuamos andando, beijando debaixo da chuva, não escovando os dentes e,
pasmem, vivendo.
Somos uma
espécie fadada ao fracasso que, ainda assim, faz música e se agarra à
existência com unhas, dentes e tudo o mais que puder ser inventado. Parabéns,
seres humanos, por serem tão risíveis e se levarem tão a sério. Uma hora há de
evoluirmos. Até lá, seguimos.
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