quarta-feira, outubro 26, 2016

A página aberta do editor online é sempre um convite para escrever.
Passo por um momento de volta às origens, busco músicas que ouvi um dia, lá atrás. Hoje em dia, tudo é disponível e, baummanianamente, líquido.

Por motivos além de escolhas, não compro mais álbuns como gostaria, liquefazendo meus gostos em streamings. CDs são o passado, do qual não quero largar. A volta ao vinil é a busca desesperada por uma era em que tínhamos tempo para parar e escutar um disco inteiro, de cabo a rabo, lados A e B, ler as letras, ficar segurando a capa na mão, curtindo a arte, esperando chegar a hora de ir dormir porque no outro dia tinha aula de manhã cedo.

O que buscamos é uma volta às origens, queremos não ter que nos preocupar com dívidas, crises políticas e econômicas, com os filhos dos outros (ou com os nossos). Queremos ser livres, como nunca mais iremos ser. Quero, neste caso, eu mesmo, ouvir pela primeira vez um disco dos anos 90, estando nos anos 90. Quero tanta coisa que é melhor não querer.

parece triste. mas é assim.

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