sexta-feira, janeiro 06, 2012

Hoje no metrô, capengando de uma perna, li uma frase do Proust.

Toda vez que leio uma frase do Proust, daquelas que acertam em cheio, sinto ter me aproximado um pouco mais de Deus. Dá um arrepio por todo o corpo e uma vontade absurda e intensa de chorar, ainda que de alegria.

5 comentários:

Gil Pender - Livre como um táxi disse...

Essa é uma REALIDADE em que estou imerso faz algum tempo já.

Difícil é depois (ou entre) ter que botar a cara pra fora da porta/janela e encarar a vulgaridade da vida nestas ruas.

Proust devia ser vendido tb em doses injetáveis, 1000 reais a dose.

Ou em madeleines de epifanias.

Taylor disse...

vou escrever um post aqui chamado o Proustituto.
Só para esclarecer, a frase do Proust foi: o desejo e a posse são excludentes.
Uma vez que o objeto de desejo é possuído, ele passa a ser só mais um objeto. Mas dessa vez, pena, sem desejo.

Taylor disse...

Preciso voltar a ler.

Estou terminando o primeiro livro do ano, e a lista só aumenta.
Quero ir de Hitchens, de Elmore Leonard, Malcolm Lowry e isso sem falar da pilha de sempre, incluindo Proust, Bourdie e outros caras pesados nela.

Gil Pender - Livre como um táxi disse...

Li, recentemente, dois livros com Proust como persona central.

E, em 2012, "Em busca do tempo perdido" será meu projeto de leitura prioritário.

Gil Pender - Livre como um táxi disse...

“Eu conheci esse pedaço do belo belo Belorizonte, nele padeci, esperei, amei, tive dores-de-corno augustas, discuti e neguei. Conhecia todo mundo. Cada pedra das calçadas, cada tijolo das sarjetas, seus bueiros, os postes, as árvores. Distinguia seus odores e suas cores de todas as horas. Seu sol, sua chuva, seus calores e seu frio. Ali vivi de meus dezessete aos meu vinte e quatro anos. Vinte anos nos anos Vinte. Sete anos que valeram pelos que tinha vivido antes e que viveria depois. Hoje, aqueles sete anos, eles só, existem na minha lembrança. Mas existem como sete ferretes e doendo sete vezes sete quarenta e nove vezes sete trezentos e quarenta e três ferros pungindo em brasa.”

Pedro Nava, "Beira-mar"